Unidade VI - Segurança Física e Ambiental em Informática


1. Definições:

1.1. Segurança Física:

Corresponde à manutenção das condições operacionais e da integridade dos recursos materiais componentes dos ambientes e plataformas computacionais, como:

1.2. Segurança Ambiental:

Visa a continuidade operacional ("business continuity") da infra-estrutura dos ambientes / sistemas / plataformas de informática.

1.3. Plano de Continuidade Operacional / de Negócios:

Segundo definição do BCI - "Business Continuity Institute&qquot;, da Inglaterra é "uma coleção de procedimentos e informações desenvolvidos, compilados e mantidos em prontidão para uso na eventualidade de uma emergência ou desastre".

1.4. Plano de Contingência:

BCI: "Um plano de ação a ser seguido na eventualidade de um desastre ou ocorrência de emergência que venha a quebrar ou destruir a continuidade das atividades normais de negócios [da organização] e que direciona para a restauração da capacidade operacional."

Nota: Apesar da aparente semelhança nas definições, um plano de continuidade é hierarquicamente superior, podendo ser composto de diversos planos de contingência, além de outros componentes que citaremos mais adiante.

2. Segurança Física em Informática:

2.1. Natureza das Agressões aos Recursos Materiais de Informática:

2.2. Algumas Situações de Insegurança Física em Informática:

2.3. Algumas Medidas de Segurança para Proteção Física dos Recursos Materiais:

 

3. Segurança Ambiental e Controle de Acesso Físico

3.1. Controle de Acesso Físico:

É um processo pelo qual é dada permissão, ou são estabelecidas limitações, a pessoas em seu direito de acesso a áreas em objetos específicos do tipo: ambiente de informática, plataformas de computação, terminais, arquivos.

A base de controle de acesso reside na identificação e avaliação das permissões concedidas, bem como dos critérios utilizados para sua concessão, como:

Quanto à estrutura, os sistemas de controle de acesso podem ser:

3.2. Incêndio:

A proteção contra fogo é de suma importância, pois o Incêndio é o risco físico mais sério e que maiores conseqüências acarreta ao meio ambiente empresarial e de informática.

Características de um sistema eficiente de proteção e combate a incêndio:

A contingência incêndio exige os seguintes parâmetros:

3.3. Outros Riscos

Uma série de situações e momentos que podem ser agentes de insegurança, ou, ainda, elementos que devem ser protegidos para a correta operacionalidade da plataforma de informática, tais como:

Paredes divisórias:

Piso falso:

Sob ele correm os cabos de conexão dos equipamentos para evitar acidentes com pessoas e a possibilidade de rompimento.

Interferências:

Campos de alta freqüência, campos magnéticos e transientes elétricos podem causar danos a computadores e mídias magnéticas.

Climatização:

Energia elétrica:

Limpeza e manutenção:

Tomar cuidados específicos com as especiais condições da área (equipamentos sensíveis, cabos).

 

4. Plano de Continuidade Operacional

O Plano de Continuidade Operacional, também chamado Plano de Contingência Corporativo, tem como finalidade prover a organização de procedimentos, controles e regras que possibilitem a continuidade das operações, ou seja, manter as operações vitais de uma organização, mesmo na eventualidade de um desastre em suas instalações, minimizando perdas de negócios e impactos na entrega de produtos e serviços aos seus clientes e usuários.

Planos de Contingência, que consistem em soluções de "contorno provisório do problema" na ocorrência de determinados desastres, fazem parte do contexto de um Plano de Continuidade. Em outras palavras, um Plano de Continuidade pode conter vários Planos de Contingência. 

4.1. Justificativas para a adoção de políticas de recuperação de desastres nas organizações

Planos de Continuidade visam repor, da maneira mais rápida possível, a capacidade da organização de continuar realizando seus negócios mesmo que um desastre em seus processos críticos sobrevenha. Nesse sentido, Plano de Continuidade não é um dispêndio associado a um desastre improvável; é um investimento prudente, pois visa diminuir o impacto do inevitável, tornando-se, assim, um recurso corporativo importante.

Muitos administradores e tomadores de decisão poderiam entender o Plano de Continuidade como um fator-chave na política de segurança de suas organizações e empresas. Ele representa, no senso mais amplo, a garantia assegurada que a organização tem de continuar a atender seus compromissos, haja o que houver.

Um Plano de Continuidade pode consumir recursos financeiros significativos da organização, uma vez que pessoal e recursos materiais de reserva instalados em locais alternativos serão necessários. Porém, para quem possa pensar que se trata de perda de tempo e dinheiro, dois incidentes podem clarificar sua importância:  

Nos dois casos, as empresas afetadas relutaram em divulgar suas perdas, porém a cifra mais falada passava do bilhão de dólares.

Planos de Continuidade podem ser um fator de diferenciação num ambiente altamente competitivo como o de hoje. Eles são parte de organizações conscientes da qualidade de seus compromissos com seus acionistas, funcionários, clientes e fornecedores.

4.2. Como saber se a organização está preparada caso sobrevenha um desastre em suas instalações

Mesmo sem ter um plano formal de continuidade, através dos questionamentos abaixo um alto executivo ou um responsável pela administração da segurança podem saber se a organização está preparada para o inevitável:  

Para cada questão não respondida ou respondida insatisfatoriamente, cresce a vulnerabilidade da organização frente a fatos cuja ocorrência esteja fora de seu controle, sendo a ponderação dessa vulnerabilidade maior quanto maior a ordem da questão não respondida.

4.3. Principais fases de elaboração do Plano de Continuidade

O Plano de Continuidade provê a avaliação de todas as funções de negócio,  juntamente com a análise do ambiente de negócios em que a organização se insere, ganhando-se uma visão objetiva dos riscos que ameaçam a organização. Com o Plano de Continuidade, ela poderá se assegurar de que possui o instrumental e treinamento necessários para evitar que interrupções mais sérias em sua infra-estrutura operacional possam afetar sua saúde financeira.

A metodologia de elaboração de um Plano de Continuidade consiste basicamente de 6 passos:  

4.3.1. Análise de Riscos

Identificar os riscos para os quais se vai planejar as estratégias de recuperação. Basicamente, existem 3 elementos na equação do risco: ameaças, ativos (bens) e fatores de redução de riscos.

Ameaças são eventos ou situações que podem causar impacto financeiro ou operacional à organização. São medidas em probabilidades, tais como: "pode ocorrer uma vez a cada 10 anos." Para cada ameaça existe um tempo máximo de duração ao qual o negócio ou operação é capaz de suportar sem afetar seu funcionamento normal.

Ativos são os bens físicos que a organização possui, bem como seus ativos financeiros. Receitas perdidas durante o incidente, custos adicionais para recuperação do desastre, multas e outras penalidades que incidam sobre a organização, benefícios perdidos, todos são exemplos de ativos.

Fatores de redução de risco são dispositivos de proteção, salvaguardas e procedimentos para reduzir os efeitos das ameaças. Eles não reduzem a ameaça, apenas o efeito da mesma. Exemplos: uso de "No-breaks" (UPS), geradores de energia, sistema de controle e combate automatizado de incêndio, cartões de controle de acesso físico à companhia.

Nesta fase, é preciso revisar a infra-estrutura, os recursos de contingência, de comunicação e de computação, as funções dos processos de negócios e seus componentes, para ajudar a identificar os riscos e controles à disposição. Controles adicionais podem ser recomendados para reduzir os efeitos de um determinado risco identificado.

4.3.2. Análise de Impacto nos Negócios

O impacto para a organização deve ser medido nos aspectos: operacional, financeiro e legal. A organização pode ser forçada a operar em modo manual por um período de tempo significativo no caso da interrupção de suas operações normais devido à ocorrência de um desastre. Informações antes disponíveis "ao toque de um botão" vão requerer procedimentos manuais e tediosos para serem obtidas. A eficiência do negócio vai cair e decisões vitais deverão ser tomadas para manter as operações durante a crise.

O negócio pode experimentar sérias perdas financeiras como resultado da interrupção de sua operação. Existe o risco de que clientes sejam perdidos e nunca mais retornem. Custos significativos podem ser necessários para contratação temporária de pessoal de apoio.

Questões a serem feitas:

Após um desastre, a organização será capaz de cumprir suas obrigações contratuais com seus clientes e fornecedores? Poderá arcar com as penalidades pelo não cumprimento dessas obrigações? Poderá cumprir as obrigações legais para com os órgãos do governo?

Durante esta fase, devem ser identificados os processos de negócio críticos da organização. Eles podem ser identificados listando-se todas as funções executadas, determinando-se o impacto que um incidente teria nessa função e uma estimativa de perda de negócios pela duração provável da interrupção. Esse processo é freqüentemente executado através da condução de entrevistas com os gerentes das diversas áreas funcionais e outros colaboradores e / ou através de pesquisas ou questionários aos gerentes de áreas.

Devemos lembrar tanto das perdas de ativos físicos como de ativos financeiros.

É crucial que as dependências internas e externas das funções de negócio sejam entendidas e documentadas. Isso inclui identificar todas as entradas de um processo e de onde se originam, todas as saídas do processo e para onde vão, bem como as dependências de sistemas aplicativos.

Uma vez que os processo críticos e essenciais estejam identificados, o próximo passo é estabelecer recursos que são requeridos para continuar a executar esses processos. Na recuperação de um desastre, existem normalmente duas fases:

4.4. Estratégias de Planos de Contingência

Uma vez que os processos críticos e essenciais tenham sido identificados e os recursos de recuperação sejam conhecidos, o próximo passo é estabelecer os recursos para continuar a executar esses processos. A informação reunida na Análise de Impacto nos Negócios será usada para identificar opções de recuperação e seus custos associados. As opções serão apresentadas à gerência e serão definidas as estratégias e o orçamento requerido.

As opções para atingir a recuperação devem ser investigadas, avaliadas em termos de custos e comparadas contra o custo potencial de uma falha na recuperação. As estratégias serão escolhidas pelo tempo de recuperação máximo ideal para cada processo de negócio. As opções podem incluir:

 

5. Referências

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