ACONTECIMENTOS PROFÉTICOS

Um Esboço Cronológico da Profecia, do Arrebatamento ao Estado Eterno

 

B.Anstey

 

VERDADES VIVAS

 

Título do original em Inglês: "Outline of Prophetic Events Chronologically Arranged From the Rapture to the Eternal State", por Bruce Anstey, Vancouver, Canadá.

 

ÍNDICE

 

PRIMEIRA PARTE

 

ESBOÇO DOS ACONTECIMENTOS PROFÉTICOS

PREFÁCIO.

 

A PROMESSA DA VINDA DO SENHOR

 

A VINDA DO SENHOR - O ARREBATAMENTO

 

DEPOIS DESTAS COISAS

 

A SEPTUAGÉSIMA SEMANA DE DANIEL

 

O PRINCÍPIO DAS DORES (PRIMEIROS TRÊS ANOS E MEIO)

 

A METADE DA SEMANA

 

A GRANDE TRIBULAÇÃO (ÚLTIMOS TRÊS ANOS E MEIO)

 

A INDIGNAÇÃO

 

ARMAGEDOM

 

A VINDA DE CRISTO (SEGUNDA VINDA)

 

A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL

 

O MILÊNIO

 

O ESTADO ETERNO

 

 

SEGUNDA PARTE

 

SUMÁRIO DAS BATALHAS

 

Sumário das Batalhas Durante a Indignação

 

1- Daniel 11-12

 

2- Apocalipse 16.12-21

 

3- Números 24.20-25

 

4- Invasões de Nabucodonosor e dos Caldeus na Época de Zedequias

 

5- Jeremias 26-33

 

6- Jeremias 46-51

 

7- Ezequiel 24-48

 

8- Obadias

 

9- Sofonias 1-3

 

10- Invasões dos Assírios na Época de Acaz e Zedequias (2 Cr 28-32)

 

11- Isaías 9.8-12.6

 

12- Isaías 13-27

 

13- Isaías 28-35

 

14- Joel 1-3

 

15- Miquéias 1-5

 

16- Salmos 42-49

 

17- Salmos 79-87

 

 

 

 

 

 

PREFÁCIO

 

                O grande propósito de Deus é o de glorificar a Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e fazer convergir nEle todas as coisas, tanto no céu como na Terra (Ef 1.10 Almeida Versão Atualizada). A profecia nos revela como Deus irá cumprir esse propósito concernente ao Seu Filho. "O testemunho de Jesus é o espírito de profecia." (Ap 19.10.) O propósito que existe por detrás de toda a profecia é o de trazer honra e glória ao nosso Senhor Jesus, e não meramente satisfazer o intelecto do homem. Este livro não tem o propósito de comparar os eventos que encontramos nas notícias dos jornais com as profecias das Escrituras, pois a profecia propriamente dita não está se cumprindo nos dias de hoje. É nosso desejo, no entanto, fornecer ao leitor um esboço resumido dos eventos que muito em breve deverão ocorrer. O escritor não reivindica originalidade da verdade aqui compilada. Trata-se simplesmente daquilo que homens piedosos reunidos ao nome do Senhor (Mt 18.20) têm desfrutado e ensinado nos últimos 150 anos.

Embora não possamos ser dogmáticos quanto à cronologia exata de cada evento em particular, tomou-se o cuidado de se seguir uma ordem bíblica sequencial. Isto foi difícil em algumas partes, pois muitos detalhes ocorrerão simultaneamente. Que o efeito dessas coisas seja o de nos levar para mais perto do Senhor Jesus Cristo, e fazer com que elevemos nossos olhos em jubilosa expectativa pelo Seu iminente retorno.

Bruce Anstey

 

A PROMESSA DA VINDA DO SENHOR

A Bendita Esperança

 

                O Senhor Jesus prometeu: "Na casa de meu Pai há muitas moradas, se não fosse assim eu vo-lo teria dito: Vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para que onde eu estiver estejais vós também." Ele também afirmou: "Certamente cedo venho". A esperança adequada ao cristão é aguardar o Senhor para qualquer momento. Há muitas indicações que nos levam a concluir que a vinda do Senhor está muito próxima. O Senhor pode vir ainda hoje! Jo 14.2-3; Ap 22.20; Hb 10.37.

 

A VINDA DO SENHOR

O Arrebatamento

 

O Senhor Jesus Cristo descerá do céu com alarido, com a voz do arcanjo, e com a trombeta de Deus. Trata-se do arrebatamento. 1 Ts 4.15-18.*

 

* É de extrema importância entender a distinção que existe nas Escrituras entre o arrebatamento e a vinda de Cristo. O arrebatamento não deve ser confundido com a vinda de Cristo. Embora o Senhor venha do céu em ambas as ocasiões, o arrebatamento e a vinda de Cristo são eventos que claramente diferem um do outro. Arrebatamento é quando o Senhor vem PARA os Seus santos (Jo 14.2,3) -- Vinda de Cristo é quando Ele vem COM os Seus santos (que foram levados à glória no arrebatamento) Jd 14; Zc 14.5. O arrebatamento pode acontecer a qualquer momento -- a vinda de Cristo não acontecerá até cerca de 7 anos após o arrebatamento. No arrebatamento o Senhor vem secretamente, num piscar de olhos (1 Co 15.52) -- em Sua vinda Ele vem publicamente e todo olho O verá (Ap 1.7). No arrebatamento Ele vem para libertar a Igreja (1 Ts 1.10) -- em Sua vinda Ele vem para libertar Israel (Sl 6.1-4). No arrebatamento Ele vem nos ares para a Sua Igreja, pois é o Seu povo celestial (1 Ts 4.15-18) -- em Sua vinda Ele volta à Terra (no local chamado Monte das Oliveiras) para Israel que é o Seu povo terrenal (Zc 14.4,5). No arrebatamento é o próprio Senhor Quem reúne os Seus santos (1 Ts 4.15-18; 2 Ts 2.1) -- em Sua vinda Ele envia os Seus anjos para reunir os eleitos de Israel (Mt 24.30,31). No arrebatamento Ele leva os crentes para fora deste mundo, deixando para trás os ímpios (Jo 14.2,3) -- em Sua vinda os ímpios são tirados do mundo para julgamento e os crentes (aqueles que tiverem se convertido por meio do evangelho do Reino que será pregado durante a tribulação) são deixados para desfrutar de bênçãos na Terra (Mt 13.41-43; 25.41). No arrebatamento Ele vem para libertar os Seus santos (a Igreja) da ira vindoura (1 Ts 1.10) -- em Sua vinda Ele vem para derramar a Sua ira (Ap 19.15). No arrebatamento Ele vem como o Noivo, para receber Sua noiva, a Igreja (Mt 25.6,10) -- em Sua vinda Ele vem como o Filho do Homem em juízo sobre aqueles que O rejeitaram (Mt 24.27, 28). No arrebatamento Ele vem como a "Estrela da Manhã" que desponta pouco antes de raiar o dia (Ap 22.16) -- em Sua vinda Ele vem como o "Soll de Justiça", que é o próprio raiar do dia (Ml 4.2). No arrebatamento Ele vem sem quaisquer sinais, pois o cristão anda por fé e não por vista (2 Co 5.7) -- já a Sua vinda será cercada de sinais pois os judeus pedem sinais (Lc 21.11,25-27; 1 Co 1.22). Nas Escrituras NUNCA é feita referência ao arrebatamento como um "ladrão de noite". Este termo refere-se à vinda do Senhor (1 Ts 5.2; 2 Pd 3.10; Mt 24.43; Ap 16.15; 3.3). Em um certo sentido há três vindas. Sua vinda PARA o que era Seu (Primeira Vinda Jo 1.10,11; Hb 10.7), Sua vinda PARA os que Lhe pertencem (Arrebatamento Jo 14.2,3; 1 Ts 4.15-18 -- N.T.: ou "PELOS que Lhe pertencem"), e Sua vinda COM os que Lhe pertencem (A Vinda de Cristo Jd 14).

 

                O alarido é para acordar os que "morreram em Cristo" (Nota do Tradutor: o sentido exato desse alarido ou brado é o de uma ordem ou comando). Estes são os santos que dormem, os quais foram redimidos na era do Novo Testamento. Eles ressuscitarão e sairão de seus sepulcros para se encontrar com o Senhor nos ares. A expressão "em Cristo" aparece muitas vezes no ministério do apóstolo Paulo e refere-se à posição diante de Deus, a qual está segura no Cristo ressuscitado e glorificado (Gl 3.28). Os santos do Antigo Testamento não estão, por assim dizer, "em Cristo", embora estejam a salvo com Ele no céu. Esta é a primeira ressurreição.*

 

*Há duas ressurreições nas Escrituras (Jo 5.29; At 24.15). A "primeira ressurreição" (Ap 20.4-6), também chamada de "ressurreição da vida" (Jo 5.29) e a "ressurreição do justo" (Lc 14.14), que é a ressurreição apenas dos justos que morreram na fé. Esta é mencionada como a ressurreição "dentre os mortos" (Fp 3.11; Cl 1.18 e vv. seguintes -- Almeida Versão Revisada), o que implica uma seleção. Todos os mortos não ressuscitam simultaneamente, mas alguns (os justos) são selecionados e separados dos outros (os ímpios). A primeira ressurreição acontece em três etapas: primeiro Cristo, as primícias, uma amostra dos outros que se seguirão (Mt 28.1-8); em seguida, os que são de Cristo na Sua vinda (1 Ts 4.15-18; 1 Co 15.23); e finalmente, os santos que se voltarão a Deus durante a tribulação, quando serão martirizados e, então, ressuscitados no final dos 7 anos (Ap 14.13). Todos os que irão tomar parte na primeira ressurreição desfrutarão de uma herança celestial com Cristo e reinarão por sobre a Terra (Ap 5.9-10). A segunda, chamada "ressurreição da condenação" (Jo 5.29) e também "ressurreição dos injustos" (At 24.15), é a ressurreição das pessoas ímpias que morreram sem fé. Elas serão ressuscitadas após os 1.000 anos do reinado de Cristo (Milênio) (Ap 20.7, 11-15). Todos os que forem ressuscitados naquela ocasião, do número dos que sobraram dos mortos, permanecerão diante do grande trono branco de Cristo para serem julgados de acordo com as obras ímpias que praticaram. Todos os que tomarem parte naquela ressurreição serão lançados no lago de fogo. Ap 20.11-15.

 

A voz do arcanjo é, aparentemente, a voz do próprio Senhor no poder do arcanjo. Parece estar mais em conexão com a ressurreição dos santos do Antigo Testamento. O Senhor apareceu frequentemente ao Seu povo naquela época numa forma angelical e eles estão familiarizados com aquela voz que lhes falou outrora. Ao som de Sua voz arcangélica os santos do Antigo Testamento sairão de seus sepulcros e também participarão da primeira ressurreição. Hb 11.40; 12.23 ("aperfeiçoados").

A trombeta de Deus* encerrará esta presente dispensação**, quando todos os crentes que estiverem vivos sobre a Terra no momento de Sua vinda serão arrebatados juntamente com os santos do Antigo e Novo Testamentos, os quais ressuscitarão e sairão de seus sepulcros a fim de se encontrarem com o Senhor nos ares.

 

*Não se deve confundir aqui a trombeta de Deus com a última das sete trombetas de Ap 11.15-18, as quais serão tocadas 7 anos mais tarde, no final da tribulação, quando Cristo descerá do céu (a Vinda de Cristo) para tomar posse do Reino neste mundo. Tampouco ela deve ser confundida com a trombeta soada em Mt 24.30,31 e Is 27.13, que refere-se à reunião de Israel, pelos anjos, após a vinda de Cristo.

** Uma dispensação é a maneira como Deus trata com o homem durante um determinado período de tempo, quando este é provado e testado quanto à obediência a certas revelações definidas da vontade de Deus. Por exemplo, desde os dias de Moisés até Cristo o homem foi provado sob a Lei. O período atual é chamado de "dispensação da graça de Deus" (Ef 3.2). No Milênio o homem será provado sob o reinado pessoal de Cristo, sem a presença de um tentador (Satanás). É a chamada "dispensação da plenitude dos tempos" (Ef 1.10). Existem ao todo sete dispensações nas quais o homem tem sido provado: em inocência, em consciência (da expulsão do jardim do Éden ao dilúvio), em autoridade ou governo (do dilúvio a Abraão), sob a promessa (de Abraão a Lei), sob a Lei (da Lei a Cristo), sob a graça (de Cristo ao arrebatamento), sob o reinado pessoal de Cristo (da vinda de Cristo ao final do Milênio).

Os corpos dos santos arrebatados para encontrar o Senhor nos ares passarão por uma transformação. Não se trata de receberem novos corpos, mas corpos modificados (1 Co 15.51, 52; Fp 3.21; Jó 14.14). Seus corpos serão glorificados como aconteceu com o corpo do Senhor Jesus Cristo na ressurreição. Rm 8.17,28-30; Fp 3.21; Lc 24.39.

Os santos arrebatados experimentarão, além de uma mudança física, uma permanente semelhança moral a Cristo. Essa obra moral nos santos, que é efetuada pelo Espírito de Deus, já teve início enquanto ainda se encontram neste mundo, mas então ela se completará. (Rm 8.28-30; 2 Co 3.18). Serão todos semelhantes a Cristo fisicamente (Fp 3.21) e moralmente (1 Jo 3.2) para todo o sempre.

A natureza pecadora arruinada será erradicada dos santos arrebatados. Eles não pecarão mais. Hb 11.40; 12.23 ("aperfeiçoados" diz respeito à pessoa na sua totalidade -- corpo, alma e espírito), Nm 24.20 ("Amaleque" tipifica a carne).

As crianças com idade insuficiente para serem consideradas responsáveis por seus pecados, cujos pais (ou mesmo um deles) são redimidos, subirão também para encontrar o Senhor nos ares. (1 Co 7.14 "santos".) Os filhos de pais incrédulos serão deixados com seus pais não salvos para entrarem na tribulação.* À medida que forem crescendo, durante a tribulação, terão oportunidade de ouvir e crer no Evangelho do Reino. Se algum deles for morto durante os sete anos de tribulação, sua alma estará a salvo com Cristo no céu (Mt 18.10,11). De qualquer modo isto seria um ato de misericórdia, pois se fossem deixados para crescer e atingir a idade adulta separados da operação da graça de Deus, iriam se tornar como seus pais incrédulos, rejeitando o evangelho e sendo levados a juízo.

 

*Por ocasião do arrebatamento o mundo não ficará esvaziado de suas crianças. "Deus não assaltará o berço do incrédulo no arrebatamento" (C.H. Brown). Os tipos de juízo lançados sobre o mundo no livro de Gênesis nos dão indícios disto. Por ocasião do dilúvio os incrédulos e suas famílias não foram tirados antes que caísse o juízo, como aconteceu no caso de Noé e sua família. Do mesmo modo, no julgamento de Sodoma e Gomorra as famílias incrédulas daquelas cidades não foram tiradas antes que caísse o fogo e a saraiva, como aconteceu com a família de Ló.

O Espírito de Deus, na forma como age atualmente, também será tirado da Terra. Hoje Ele habita na Igreja que está na Terra -- a Igreja é Sua habitação. O Senhor prometeu que o Espírito jamais deixaria a Igreja, uma vez que tivesse vindo para habitar nela (At 2.1-4; 1 Co 12.13; Jo 14.16). Quando a Igreja for chamada para a glória, o Espírito Santo sairá deste mundo juntamente com ela para nunca mais vir aqui habitar. Isto não significa que o Espírito deixará de trabalhar sobre a Terra, porém daquela hora em diante Ele fará Sua obra neste mundo a partir de Seu lugar no céu, como fazia antes do Pentecostes (na época do Antigo Testamento). Continuará a operar em uma diversidade de ações (Ap 1.4), como no despertamento das almas, etc. 2 Ts 2.6,7.*

 

*Alguns poderiam perguntar: "Como podemos saber quando o Espírito será tirado?" Cremos que pelas três passagens seguintes fica evidente que isso acontecerá por ocasião do arrebatamento. Jo 14.16,17. Na noite em que foi traído, o Senhor prometeu a Seus discípulos que quando o Espírito de Deus viesse para fazer morada na Igreja (Atos 2), isto seria para sempre. Quando a Igreja for chamada para fora deste mundo, no arrebatamento, o Espírito de Deus irá junto pois o Senhor disse que Ele (o Espírito) nunca os deixaria. Isto também é encontrado no livro de Apocalipse. Nos primeiros três capítulos, quando a Igreja é vista como estando na Terra, o Espírito é encontrado falando constantemente à Igreja. Mas depois do capítulo 4.1,2, quando a Igreja é representada como sendo tirada do mundo, o Espírito não é mais mencionado até os capítulos 14.13 e 22.17, os quais se passam após a tribulação. Compare também os capítulos 2.7,11,17,29; 3.6,13,22 com o capítulo 13.9 -- note a evidente ausência de uma menção ao Espírito. Isto é visto também tipificado em Gn 24 onde é procurada uma noiva (a Igreja) para Isaque (Cristo) pelo servo (o Espírito de Deus). Assim que a noiva foi assegurada pelo servo, ele a levou ao longo de todo o caminho de volta à casa, a Isaque, que estava aguardando por ela. Assim como o servo voltou para casa com a noiva, também o Espírito Santo voltará para o Lar com a Igreja quando o Senhor vier (no arrebatamento). Isto não quer dizer que o Espírito de Deus deixará de agir sobre a Terra. Ele continuará a fazê-lo do Seu lugar no céu, assim como fez nos tempos do Antigo Testamento, vivificando as almas, etc. Mas quando a Igreja for chamada para fora deste mundo, o Espírito deixará de fazer morada na Terra.

 

A partir dessa ocasião, o Noivo (Cristo), a Noiva (a Igreja), e os amigos do Noivo (os santos do Antigo Testamento, etc.) estarão juntos para sempre. 1 Ts 4.17; Hb 11.40.

 

 

Eu e Ele, em radiante glória,

Iremos profundo gozo desfrutar;

Meu gozo será estar com Ele pra sempre,

E o dEle, de ter-me no Seu Lar.

 

A Igreja não passará pela tribulação. Ela será levada para a glória na vinda do Senhor (arrebatamento). ("Eu te guardarei da hora da tentação (tribulação) que há de vir sobre todo o mundo" Ap 3.10.)

Tudo se passará "num momento, num piscar de olhos". 1 Co 15.51-56.

 

DEPOIS DESTAS COISAS

 

Todos os que não conhecem ao Senhor Jesus Cristo como Salvador, cujos pecados não tiverem sido lavados em Seu sangue, serão deixados na Terra para passar pela tribulação. Mt 25.10-12.

O Evangelho da graça de Deus (Atos 20.24) que promete justificação pela fé em Cristo e o céu como lar eterno, já não será mais pregado. Aqueles que conscientemente rejeitaram esta grande salvação nunca mais terão outra oportunidade de serem salvos. Hb 2.3; At 13.38-41.

O Senhor guiará os Seus santos à casa do Pai nas alturas. Jo 14.2,3; Hb 2.13.

Após haver levado o Seu povo para a casa do Pai nas alturas, o Senhor os assentará à Sua mesa e os servirá de alegria celestial. Lc 12.37.

O tribunal de Cristo será estabelecido no céu, onde o Senhor se assentará como juiz.* Existem três razões principais para haver um julgamento. Primeiro, para magnificar a graça de Deus em atender às nossas necessidades como pecadores. Isso mostrará quão grande foi na realidade a nossa dívida em razão do pecado, quando os pecados e falhas de nossa vida forem manifestados. Iremos aprender quão imensa é Sua graça em passar por cima de tudo isso. A segunda razão é para que, em todas as coisas, seja revelada a perfeita sabedoria de Deus. Ele Se identificou com Seu povo. Naquela ocasião Ele responderá a todas as perguntas difíceis que tivemos acerca de nossa vida. Ele mostrará a razão porque as incômodas dificuldades foram necessárias para nossa formação. A terceira razão é para que sejam determinadas quais as recompensas (galardões) dos santos e o lugar que ocuparão no Reino. O resultado disso estimulará o eterno louvor dos santos de Deus. O caráter da sessão não será judicial. Não serão os pecados do crente que estarão em questão. Isto já foi resolvido de uma vez para sempre pela obra completa de Cristo na cruz. O conhecimento disto dá ao crente grande ousadia, uma vez que lhe assegura que não será surpreendido pelo dia do juízo (1 Jo 4.17). O crente pode descansar em perfeita confiança na Palavra de Deus, que é fiel e lhe diz que "não entrará em condenação" (Jo 5.24; Rm 8.1). Mas as ações do crente (2 Co 5.10), sua obra servil executada para o Senhor (1 Co 3.9-15), seus motivos (1 Co 4.4-5; Rm 2.15,16), suas palavras (Mt 12.36,37), e seu exercício pessoal (Rm 14.1-12), será tudo repassado diante do santo olho do Senhor Jesus Cristo. Tudo na vida do crente será manifestado naquele dia, tanto o que praticou antes, como depois de sua conversão.** Isso revelará o que foi o ilimitado amor e a paciente graça do Senhor durante a vida do crente. Os crentes bendirão a mão que os guiou e o coração que planejou tudo enquanto aprendiam que "Seu caminho é perfeito." Sl 18.30.

 

*Existem dois tipos de juiz. Cristo executará juízo no caráter de ambos. Um tipo de juiz é aquele que está no caráter de alguém investido de autoridade para decretar a sentença em juízo sobre um réu culpado, por exemplo, um juiz que atua nas cortes judiciais de um país. O cristão nunca se encontrará perante Cristo neste caráter de Juiz (Jo 5.24; Rm 8.1). O outro tipo é o juiz que atua como um árbitro, tendo conhecimento suficiente para decidir o mérito de um determinado assunto, por exemplo, um juiz de algum concurso ou exposição de arte. Este tipo de juiz avalia a qualidade e beleza de uma determinada obra em exposição. É neste segundo caráter que Cristo é visto como Juiz para com os crentes.

 

Quando eu estiver diante do trono presente,

Coberto de adornos que não conquistei;

Então ao Senhor conhecerei plenamente,

Então saberei o quanto tenho e não sei.

 

** Alguns poderão discordar disto, mas as Escrituras (2 Co 5.10) declaram claramente que trata-se das ações efetuadas por meio do corpo, e não das ações praticadas após a conversão. Todos nós estávamos no corpo antes de sermos convertidos. Será necessário ter tudo manifestado na vida do crente, para mostrar que a inigualável graça do Senhor é tão grande que a tudo sobrepuja. Onde abundou o pecado a graça abundou ainda muito mais (Rm 5.20). Deve ser também lembrado que os santos estarão glorificados nessa ocasião e não serão manchados pelo conhecimento de tais coisas reveladas. Naquele dia aprenderemos de uma vez para sempre quão má é a carne, e isso tão somente magnificará a graça que nos buscou e nos encontrou. Ninguém estará apontando seu dedo a outrem. Todos terão sido levados para lá com base numa só coisa: graça, e tão somente graça. E então, ao descobrirmos, em meio a tudo isso, que Ele encontrará um motivo para nos galardoar, seremos vencidos por uma compreensão do Seu amor e graça de uma forma muito mais profunda do que jamais poderia ser alcançada se não fosse tudo revelado a nós. Isso irá gerar as mais altas e vibrantes notas de louvor "Àquele que nos ama e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados" (Ap 1.5).

 

Todos receberão uma recompensa. Cada um receberá o louvor vindo de Deus (1 Co 4.5; Mt 25.21-23). Talvez existam sete coroas que serão dadas como recompensa. A coroa incorruptível (1 Co 9.25), a coroa de gozo (1 Ts 2.19), a coroa de justiça (2 Tm 4.8), a coroa da vida (Tg 1.12; Ap 2.10), a coroa da glória (1 Pd 5.4), a coroa de ouro (Ap 4.4) e a coroa dada aos que vencerem (Ap 3.11).

Todos os santos celestiais (representados nos 24 anciãos) tomarão os seus lugares em tronos ao redor do Senhor no céu e, enquanto olham para o Senhor em toda a Sua glória como Criador e Redentor, lançarão suas coroas e a si próprios aos Seus pés em adoração e louvor. Ap 4-5.

As bodas do Cordeiro (Cristo) acontecerão no céu.* A esposa é a Igreja. Os convidados para o banquete do casamento serão os amigos do Esposo (Jo 3.29), os santos do Antigo Testamento. Ap 19.6-10.

 

*É difícil situar com exatidão quando isso acontecerá. Será em algum momento após o tribunal de Cristo e antes da Sua vinda.

 

Tão logo o Espírito Santo e a Igreja*, cuja presença na Terra tem estado a refrear as paixões dos homens, forem tirados de cena, a corrupção e a violência se estabelecerão rapidamente. A moral será desprezada como o foi nos dias de Noé e Ló (Lc 17.26-29). A iniqüidade se multiplicará. 2 Ts 2.6,7; Mt 24.12.

 

*O povo de Deus é sal e luz neste mundo. Quando o sal (que antes da invenção do refrigerador era utilizado como conservante) for removido, a corrupção se estabelecerá. Quando a luz for embora, as trevas se derramarão. Mt 5.13-16.

 

Após a verdadeira Igreja ter sido chamada à glória, o sistema católico romano irá aparentemente congregar muitas seitas na cristandade (citadas como sendo seus filhos -- Ap 2.23) em um sistema religioso corrupto chamado "Mistério (religioso), a grande Babilônia, a mãe das prostituições." Trata-se da falsa igreja. Ap 17.1,2.

Assim como a igreja de Roma buscou no passado influenciar o sistema governamental, ela entrará novamente na arena política em uma campanha para reunir as nações da Europa Ocidental e talvez alguma da América do Norte.* Países como Itália, Grã-Bretanha, França, Espanha e outros que desfrutaram da luz e dos privilégios do cristianismo sem fé em Cristo (sendo cristãos apenas nominais) estarão envolvidos na coalizão. O poder, dinheiro e influência dessas nações ajudarão a uni-las em uma confederação de dez nações identificada como sendo a Besta. A formação dessa Confederação Ocidental de nações é o renascimento do antigo Império Romano predito nas Escrituras. A ela também é feita referência como sendo a Babilônia, no seu aspecto político. Ap 6.1,2 (Primeiro selo); Ap 13.3; Dn 2.41-43; Dn 7.7,8; 7.19-27.

 

*Muitos procuram saber onde a América se encaixa na profecia. Daniel 2.43 mostra que o Império Romano, cujas raízes estão na Europa Ocidental, se misturará com "semente humana". Sem dúvida, isto se refere à imigração dos povos da Europa Ocidental para as Américas do Norte, Central e do Sul. As Américas foram quase que totalmente povoadas pelos que vieram da Europa. Canadá tem os povos da França e Grã-Bretanha. Os Estados Unidos têm o povo da Grã-Bretanha e uma mistura de todas as outras nacionalidades Européias. O México e outros países da América Central foram povoados principalmente pelos espanhóis. Os países da América do Sul são na maioria originários da Espanha, exceto o Brasil, povoado principalmente por portugueses. Todas estas nacionalidades são Européias em sua origem.

 

A falsa igreja de Roma (o sistema religioso) controlará o Império revivido (o sistema político) durante algum tempo. É a isto que é feita referência como sendo a mulher montada sobre a Besta. Ap 17.1-13.

 

A cidade de Roma será a capital do Império recém-revivido, o trono imperial. Ap 17.9-13.

Ao mesmo tempo Deus colocará no coração dos judeus (as duas tribos, Judá e Benjamim) o desejo de voltar à terra de Israel. Gn 31.3; Is 18.

Um poder naval (provavelmente o Império Romano recém-revivido) auxiliará os judeus em seu propósito de voltar à terra de Israel. Essa potência marítima irá causar um retorno nacional dos judeus (das duas tribos). Cerca de 13 a 14 milhões de judeus irão retornar vindos de todas as partes do mundo, somente por razões políticas, comerciais e culturais. Is 18; Sl 73.10.

A grande multidão de judeus voltará em incredulidade. Serão apóstatas, havendo abandonado o conhecimento de Deus e a Bíblia. Sl 73.8-12; 1.4-6; Is 17.10.

Dentre a multidão de judeus que voltam, haverá um notório remanescente temente a Deus e separado dos apóstatas por terem fé em Jeová. Eles temerão a Deus e tremerão da Sua Palavra. Sl 1.1-3; Is 17.6,7; 66.2; Ml 3.16-18.

A esperança do remanescente judeu fiel será a vinda do há muito esperado Messias para estabelecer o Reino em conformidade com as Escrituras do Antigo Testamento. Sl 2.

Alguns dentre o remanescente fiel, chamados de "maschilim" ("os sábios ou instruídos" -- cf. anotação em Dn 11.33 na Bíblia traduzida por J.N.Darby) irão instruir os demais nos caminhos do Senhor. Em conseqüência disso surgirá um testemunho para Deus ao redor de Jerusalém. Dn 12.1-3,10.

O evangelho do Reino será pregado.* Serão principalmente os judeus que pregarão esse evangelho no início, porém mais tarde os gentios também o pregarão. Aqueles que não rejeitaram conscientemente o evangelho da graça de Deus pregado na era cristã, terão uma oportunidade de receber o evangelho do Reino. Uma grande multidão de judeus e gentios crerá no evangelho, sendo abençoada sobre a Terra no estabelecimento do Reino. Mt 24.14; Sl 96; Ap 7.

 

*O evangelho do Reino não deve ser confundido com o evangelho da graça de Deus (Atos 20.24), que os cristãos estão pregando atualmente. O evangelho da graça de Deus promete justificação pela fé em Cristo e um lar com Ele no céu por toda a eternidade. O evangelho do Reino declara as boas novas da vinda do Rei que estabelecerá Seu Reino, em poder, sobre a Terra. Aqueles que vierem a crer no evangelho do Reino quando for pregado, e forem preservados durante a tribulação, entrarão no Reino para usufruir de suas bênçãos sobre a Terra. Trata-se do mesmo evangelho que era pregado antes do Pentecostes por João Batista (Mt 3.1,2), pelo Senhor Jesus Cristo, o Rei (Mt 4.17), e por Seus discípulos (Mt 10.7).

 

A SEPTUAGÉSIMA SEMANA DE DANIEL

 

A grande multidão de judeus (os "muitos" de Dn 9.27) fará uma aliança com o Império Romano revivido para buscar o que pensarão ser uma proteção das nações árabes vizinhas e da crescente pressão política no Oriente Médio. Confiarão no poder militar de Roma (a Besta) ao invés de confiarem no Senhor. Dn 9.27, Is 28.14-19, Is 8.9, I Ts 5.3, Sl 20.7.

O remanescente fiel de judeus será aconselhado (provavelmente por meio da voz dos profetas entre eles) a não participar da aliança, mas a santificar o Senhor dos Exércitos em seus corações e confiar somente nEle. Is 8.11-13, Sl 20.7.

A assinatura desse "concerto com a morte" e "aliança com o inferno", entre os judeus e a Besta Romana, dará início à semana profética, das 70 Semanas de Daniel, então ainda por se cumprir.* Essa semana equivale a um período de sete anos.

 

*Deve ser notado que esse período de sete anos da profecia não se inicia com o chamado da Igreja, conhecido como arrebatamento, mas com a aliança firmada. Haverá um curto período de tempo entre o arrebatamento da Igreja e o estabelecimento da aliança, talvez um período de dias ou semanas. Está claro que o Império Romano não pode fazer uma aliança com os judeus antes de existir. Isso requer que o Império seja antes restabelecido. Dn 9.27; Is 28.14-19.

 

Haverá um período de sete anos de tribulação. Essa tribulação cairá sobre o mundo todo (Ap 3.10) mas principalmente sobre os judeus por rejeitarem seu Messias (Jr 30.7). Durante esse período Deus começará a tratar com a nação de Israel para introduzir nas bênçãos do Reino aqueles dentre eles que forem autênticos.

 

O PRINCÍPIO DE DORES

 

O período dos primeiros três anos e meio da semana profética é chamado de "princípio de dores" Mt 24.8.

Os judeus, ao retornarem à sua terra natal, trarão o que há de melhor no mundo, obtido por seu sucesso comercial. A terra de Israel ficará cheia de ouro, prata e tesouros sem fim. Gn 31.17,18; Is 2.7,8; Sl 73.3-12.

Os judeus apóstatas terão um templo na Terra. Oferecerão sacrifícios, guardarão os sábados e festas apenas como uma tradição. Mt 24.15; 2 Ts 2.4; Sl 42.4; Dn 9.27, 12.11; Is 1.10-15; Sl 1-41 (Primeiro Livro dos Salmos); Sl 42. 1

A grande multidão de judeus apóstatas será levada a adorar sem ter qualquer tipo de pensamento voltado para Deus. "Aquele que sacrifica uma ovelha será como o que degola um cachorro." Seus caminhos diante do Senhor serão uma abominação. Is 1.10-15, 66.3,4.

Os primeiros procedimentos do Senhor para com o mundo durante o período da tribulação terão um caráter providencial (isto é, terremotos, fome, pestes, etc.) Tais procedimentos são chamados selos de juízo. Ap 6.1-17; Mt 24.6,7.

Não muito depois de os judeus haverem retornado à terra de Israel, as condições no Oriente Médio, Europa Ocidental e provavelmente na América (a terra profética) se tornarão intranqüilas. Haverá conflitos em todos os aspectos da vida. A violência e o derramamento de sangue serão abundantes. A paz civil será extirpada da Terra. Ap 6.3,4 (Segundo selo).

Guerras e rumores de guerras encherão o ar. Mt 24.6,7.

À medida que forem transcorrendo os primeiros três anos e meio, a agricultura começará a fracassar, seguindo-se a fome generalizada. Dores e aflições se multiplicarão. Ap 6.5,6 (Terceiro selo). Mt 24.7.

A privilegiada classe alta não será afetada inicialmente pela carestia. Muitos desses serão judeus que terão acumulado para si grandes fortunas. A classe trabalhadora, porém, sofrerá severamente. Ap 6.6.

A peste irá se alastrar pela Europa Ocidental ("a quarta parte da terra"). A morte virá em seguida. Ap 6.7,8 (Quarto selo). Mt 24.7.

Conforme o cenário vai se tornando mais tenebroso, o corrupto sistema religioso de Roma, com seu poder totalitário sobre o Império, começará a martirizar as testemunhas judias que estarão pregando o evangelho do Reino. O evangelho do Reino são as novas da vinda do Messias que subjugará todo domínio e estabelecerá Seu trono em Sião (Jerusalém), de onde julgará o mundo. Roma tratará essas testemunhas como revolucionários que buscam minar seu controle por meio da propagação de doutrinas acerca de um outro governo vindouro. Como resultado, muitas dessas fiéis testemunhas judias serão condenadas à morte por causa da Palavra de Deus e do testemunho que levarão. Ap 6.9-11, (Quinto selo) Mt 24.9, 1 Rs 19.1-3.

À medida que for chegando a metade da semana, haverá guerra no céu. Miguel (o arcanjo) e seus anjos vencerão Satanás e seus anjos, expulsando-os do céu e lançando-os na Terra. Satanás, sabendo que dispõe de pouco tempo, empregará toda a sua energia para arrastar o mundo após si. Ap 12.7-12.

Os céus regozijar-se-ão quando Satanás for lançado fora. Ver-se-ão livres da presença do mal. Desse momento em diante a esfera de ação de Satanás ficará restrita à Terra. Ap 12.12. Compare Jó 15.15; Ef 2.2; 6.18.

Ao ser expulso do céu, Satanás causará uma grande convulsão no mundo, principalmente no ocidente. Ele entrará na arena política causando uma revolta geral. Haverá um colapso completo da ordem da autoridade civil e governamental. O governo do ocidente, sob a liderança da meretriz (a falsa igreja) se tornará caótico, resultando em desordem e anarquia. Ap 6.12-17 (Sexto selo).

Isso semeará o terror nos corações dos habitantes da Terra, enquanto assistem ao desmoronamento do sistema (ou seja, das repartições governamentais, negócios, organizações, etc.). Haverá "pânico dentre as nações em perplexidade, homens desmaiando em seus corações por causa do medo", ao começarem a perceber o trovejar do juízo vindouro. Ap 6.15-17, Lc 21.25,26.

 

A METADE DA SEMANA

 

Satanás, necessitando de agentes para cumprir seu propósito, levantará um homem em meio ao confuso estado de coisas que ele criou no ocidente. Esse homem é o "chifre pequeno" (Dn 7.8,20,24,25). Trata-se da "Besta" em pessoa. (Ap 13.1-8, 17.10-18, 19.20), o "Rei de Babilônia" (Is 14.4). Esse homem será também um gentio, pois a Besta vem do mar (Ap 13.1, 17.15 -- a inquieta situação dos povos gentios), e de entre os dez chifres que são as nações gentias da Europa Ocidental (Dn 7.8, 20, 24,25).

Satanás investirá esse homem, "o chifre pequeno", de extremo poder. Ele estará plenamente apto a ser um elo de ligação com Satanás. Ap 13.4.

Mediante o seu poder, Satanás controlará também os líderes governamentais ("estrelas") do ocidente. Ap 12.4.

O "chifre pequeno", com a ajuda do poder satânico, dominará rapidamente o Império Romano revivido e se tornará, como um ditador, a cabeça do Império. Parece que ele irá ganhar o controle do império por meio de intimidação. Após derrubar três dos dez chifres (as dez nações), os outros se submeterão dando a ele o seu poder. Dn 7.8,20, 24,25. Ap 17.13,17.

Imediatamente após isso, a Besta (a Confederação das dez nações), tendo o chifre pequeno por cabeça, irá destituir e destruir a meretriz (a falsa igreja), o sistema religioso que esteve controlando o Império durante os primeiros três anos e meio. É disso que nos fala o Apocalipse quando anuncia que a "Babilônia é caída". A Babilônia política destrói a liderança religiosa do Império. Ap 14.8, 17.16, 18.2.

Havendo derrubado o sistema religioso, o Império assumirá uma nova e diferente forma, passando a ser satanicamente controlado pelo "chifre pequeno".* A Besta irá continuar nessa forma por quarenta e dois meses (ou os últimos três anos e meio). Ap 13.2-8.

 

*Antes disso a Besta (a Confederação das dez nações) foi vista subindo do mar (Ap 13.1), mas agora é vista como subindo do abismo (Ap 17.8), o que implica um controle satânico.

 

Todo o mundo se maravilhará diante da Besta (a Confederação Ocidental das dez nações) em sua nova forma. Ap 13.3, 17.8.

Por volta dessa época um outro homem se levantará na terra de Israel, o qual será movido pela energia de Satanás (2 Ts 2.9). Ele será um israelita, talvez da tribo de Dã (Dn 11.37, Gn 49.16,17, omitida também em Ap 7). Ele irá agir em conjunto com a primeira Besta, o "chifre pequeno", e será como o seu Primeiro Ministro. Ele é o "Anticristo" (1 Jo 2.18), também conhecido como o "Rei" (Dn 11.36, Is 8.21, 30.33, 57.9), "o Homem do Pecado" (2 Ts 2.3), "o Filho da Perdição" (2 Ts 2.3), "o Iníquo" (2 Ts 2.8) (ou "Ilícito" cf. trad. literal), a "Estrela Caída" (Ap 9.1), "a Segunda Besta" (Ap 13.11-18), "o Falso Profeta" (Ap 16.13, 19.20, 20.10), "o Pastor Inútil" (Zc 11.15-17, Sl 14.1, Sl 53.1), "o Homem Sanguinário e Fraudulento" (Sl 5.6, etc.), "o Príncipe Profano e Ímpio de Israel" (Ez 21.25), e "o Príncipe de Tiro" (Ez 28.2). O Salmo 10 dá a descrição do caráter moral desse homem de pecado*.

 

*O Anticristo é também tipificado pelas seguintes pessoas: Abimeleque (Jz 9); Saul (1 Sm 8-31); Absalão (2 Sm 15-19); Acabe (1 Rs 16-18); Acaz (2 Rs 16); Sebna (Is 22); Zedequias (Jr 39 e 52); o Mercenário (Jo 10.10-13); Hamã (Et 3-7); Herodes (Mt 2).

 

Esse homem de pecado (o Anticristo) se apresentará aos judeus como seu Messias, e eles o receberão e farão dele o seu rei. Ele reinará sobre a terra de Israel. Jo 5.43, Dn 11.36-39, 2 Sm 15.2-6,11.

O Anticristo estabelecerá o seu trono de governo em Jerusalém, e irá promover seus corruptos lacaios e admiradores para que ocupem posições de governo sobre a terra de Israel. Jerusalém será totalmente entregue a toda a sorte de iniqüidade. Is 1.21-23, Dn 11.39, Is 28.14, 1 Sm 22.7,8.

A descrição moral dos judeus apóstatas que seguirão o Anticristo pode ser vista nas seguintes passagens: Sl 14; 35-36; 73.3-12; Is 58,59.

A Besta, com a ajuda do Anticristo, irá romper a aliança com os judeus. Eles abolirão toda atividade religiosa em seus domínios (a parte ocidental da Terra, inclusive Israel), fazendo cessar a falsa adoração de Israel e da corrupta cristandade. O objetivo é abrir caminho para a adoração da Besta e da sua imagem. Dn 9.27; Ap 17.16; Sl 55.20.

Uma imagem idólatra da Besta será colocada, pelo Anticristo, no templo em Jerusalém. Trata-se da "abominação da desolação". Ele proclamará um edito por todo o Império para que a imagem seja adorada. A idolatria será imposta aos judeus em Israel. Essa adoração idólatra será também imposta aos adoradores terrenos da cristandade apóstata, que ouviram e recusaram o evangelho da graça de Deus durante a era cristã. Dn 3.1-7; 9.27; 12.11; Mt 24.15; Ap 13.12-15; 2 Rs 16.10-18.

A Besta e o Anticristo tomarão então o total controle da terra de Israel. Irão mantê-la cativa, como pertencente ao seu Império, pelos últimos três anos e meio. Tudo na terra de Israel ficará sujeito a eles. Ap 11.2; Lc 21.24; Êx 3-12).*

 

*A Babilônia da Antigüidade manteve os judeus em cativeiro há muito tempo atrás, mas os judeus irão uma vez mais ser cativos da Babilônia (os Poderes Ocidentais) por intermédio da Besta e do Anticristo, e necessitarão de livramento. A libertação dos judeus de outrora chegou com a vinda de Ciro, o Rei da Pérsia, (chamado de escolhido do Senhor -- Is 45-48.20), que derrotou os babilônios. Ciro é um tipo do Senhor Jesus, que aparecerá no final da tribulação para destruir a Besta e o Anticristo, dando ao remanescente fiel o livramento. Após Ciro haver libertado os judeus, deu ordem para que reconstruíssem o templo em Jerusalém e restabelecessem a adoração a Deus (Ed 1.1-11; Is 45.13) o que o Senhor também irá fazer (Ez 40-48).

 

Uma vez que todo o conhecimento de Deus será abolido dos domínios da Besta e do Anticristo, haverá uma fome pela Palavra de Deus. O povo irá buscar a Palavra do Senhor e não a encontrará. Am 8.11,12.

Deus enviará um forte engano sobre a Terra. O Anticristo, por meio de suas maravilhas e sinais de mentira, enganará a culpada multidão apóstata de adoradores terrenos tanto da cristandade como de Israel, isto é, aqueles que rejeitaram conscientemente o evangelho da graça de Deus que é pregado hoje durante o período da Igreja. Eles crerão na mentira do Anticristo e adorarão a Besta e a sua imagem, selando sua sentença. Ap 13.11-15; 2 Ts 2.9-12.

Além disso, o Anticristo irá fazer com que todos na terra ocidental (cristandade) e na terra de Israel recebam a marca da Besta tanto na testa como na mão direita. Sem essa marca as pessoas não poderão comprar ou vender. Ap 13.16-18.

O remanescente judeu fiel e quaisquer gentios que crerem no evangelho do Reino se recusarão, por motivo de consciência, a adorar a imagem da Besta e receber a sua marca. Isso atrairá a amarga ira da Besta e do Anticristo que juntos promoverão uma terrível perseguição, tal qual o mundo jamais conheceu. Farão guerra contra os santos e vencerão a muitos. Ap 12.6,13-17; 13.7,13; Dn 3.1-25; 7.21; Mt 10.16-23; 24.21,22; Mc 13.19; Mq 7.2.

 

 

 

 

A GRANDE TRIBULAÇÃO

 

A terrível perseguição causada pela Besta e pelo Anticristo precipita a "grande tribulação" que continuará pelo período de 1260 dias (18 dias menos que os últimos três anos e meio. Três anos e meio são 1278 dias), também chamado de "tempo de tribulação".2 Mt 24.21-22; Jr 30.7; Dn 12.1; Ap 12.6; Tg 5.17; Ap 8-11.18 (Sétimo Selo).

A perseguição durante a grande tribulação será tão severa que as pessoas hesitarão em contar seus pensamentos até mesmo às esposas ou membros de sua própria família, por medo de serem denunciadas às autoridades. O amigo mais íntimo não será confiável. Jr 9.4,5; Mq 7.2,5-6; Mt 10.21-23.

Em razão da cidade de Jerusalém e a terra de Israel terem sido entregues à ímpia idolatria que o Anticristo irá introduzir, e devido à perseguição que irá se levantar, o remanescente judeu fiel será forçado a fugir para as montanhas, cavernas e fendas da Terra em busca de segurança. Eles serão caçados desmedidamente. Is 66.5; Sl 42-72 (Segundo Livro de Salmos); Mt 24.16-21; 1 Sm 19-27; 2 Sm 15.13-17.29; Jr 36.26; Ap 12.6,14,15.

Parte do remanescente fugirá para as montanhas da Judéia em busca de abrigo. Mt 24.16.

Outros, do remanescente, fugirão para o oriente da terra da Judéia, para a terra de Moabe (talvez a atual Jordânia), e também para o norte, à altura do monte Hermom no Líbano. Is 16.3,4; 1 Sm 22.3,4; Sl 42.6; Sl 44.11; 61.2.

Embora a maior parte do remanescente irá fugir, parece que alguns permanecerão em Jerusalém. Deus os usará para manter um testemunho adequado para Si naquele local, diante da idolatria (representados pelas "duas testemunhas") . Eles serão protegidos milagrosamente por Deus até que se complete o período de seu testemunho que é de 1260 dias. Ap 11.3-13.

Embora muitos santos sejam divinamente protegidos, o martírio será abundante.* Sl 12; Jo 16.2; Ap 13.7; Dn 7.21; Is 57.1,2; Mq 7.2.

 

*Haverá duas classes de santos que crerão no evangelho do Reino durante os sete anos. Uma porção preservada (Ap 7.1-17, 14.1-5) irá sair da tribulação para desfrutar o Milênio sobre a Terra. A outra classe será constituída pela porção martirizada que incluirá aqueles que morrerão nos primeiros três anos e meio sob o reinado da mulher -- a falsa igreja (Ap 6.9-11) -- e também os que morrerão nos últimos três anos e meio sob a perseguição da Besta e do Anticristo (Ap 15.2-4). A porção dos martirizados será ressuscitada mais tarde e vista reinando sobre a Terra, juntamente com Cristo, durante o Milênio (Ap 20.4).

 

Não choverá na terra de Israel durante a grande tribulação (últimos três anos e meio). Ap 11.6; 1 Rs 17.1; Tg 5.17; Dt 11.16,17.

À medida que transcorre a grande tribulação, a prosperidade que o mundo ocidental conheceu irá minguar.* Os ricos que não foram afetados pela carestia nos primeiros três anos e meio sentirão agora as agruras da fome que se alastrará por todo o mundo ocidental. Ap 8.7 (Primeira Trombeta).

 

*A "terça parte" que aparece doze vezes em Apocalipse 8, em conexão com os julgamentos das trombetas, refere-se a uma área restrita da Terra. Trata-se da porção Romana do mundo ocidental -- a esfera onde a Besta e o Anticristo exercerão sua autoridade -- Israel, Europa Ocidental e provavelmente América.

 

Por volta dessa época um grande poder político no ocidente (uma "grande montanha" nas Escrituras simboliza um poder há muito estabelecido, cf. Jr 51.25) abandonará todo o conhecimento de Deus. Isso talvez se refira aos Estados Unidos da América ou a algum outro governo de proeminência no ocidente. Como resultado muitos serão levados à apostasia. Ap 8.8 (Segunda Trombeta).

Também nessa época o comércio será destruído no mundo ocidental. Toda a economia entrará em colapso ("e perdeu-se a terça parte das naus"). Ap 8.9.

Então uma grande personalidade (a grande estrela chamada "absinto") cairá de sua elevada posição de influência, levando as multidões do ocidente à apostasia. Não se sabe quem será essa pessoa. Ap 8.10,11 (Terceira Trombeta).

Depois disso, muitos outros líderes influentes no ocidente cairão, levando todas as pessoas que restarem à apostasia e adoração da Besta. O resultado disso será um dilúvio de trevas morais e espirituais em larga escala. Ap 8.12 (Quarta Trombeta).

O Anticristo ("a estrela caída")*, o falso Messias judeu, irá se apresentar em seu pleno caráter satânico. Ele liberará do abismo um satânico e cegante engano que lançará sobre os ímpios judeus apóstatas que o escolheram para seu próprio embaraço. Sua missão dessa vez será levar todo e qualquer judeu remanescente na Terra à completa apostasia. O tormento de uma consciência culpada (a picada do escorpião) será a aflição de todos os que ele enganar. Ap 9.1-12 (Quinta Trombeta).

 

*Provavelmente não se trata da mesma pessoa da grande estrela em Ap 8.10,11)

 

O Anticristo exaltará e magnificará a si mesmo acima de tudo aquilo que é de Deus. Ele se sentará no templo apresentando-se como Deus, fazendo de si mesmo objeto de adoração. Dn 11.36; 2 Ts 2.3,4.

A idolatria e a adoração à Besta e ao Anticristo serão praticadas abertamente. As terras de Israel e da cristandade, que outrora foram iluminadas, serão entregues à adoração demoníaca. O último estado dos judeus comprometidos nessa adoração idólatra será sete vezes pior do que quando acolheram a idolatria no tempo dos reis do Antigo Testamento. Mt 12.43-45; Ap 13.4; 2 Ts 2.3,4.

Falsos cristos e falsos profetas se levantarão na terra de Israel mostrando sinais e maravilhas e enganarão a muitos. Mt 24.23-26.

Por volta dessa época Deus irá derramar sobre a Terra as sete últimas pragas (as sete salvas ou taças de ouro -- Ap 15.7). Esses juízos são de alcance mais amplo do que os juízos das trombetas (Ap 8-9), os quais estavam limitados ao mundo ocidental. Os juízos das taças serão lançados mais especificamente sobre os pagãos nas nações em redor.* Parece que essas últimas pragas endurecerão, de uma forma governamental, os homens que rejeitaram a Deus, preparando-os para ser agentes voluntários do recrutamento de Satanás para o holocausto vindouro. Ap 15-16; Sl 79.6,12.

 

*Repare que essas taças ou cálices são derramados sobre "a Terra", "os homens", "o mar", "os rios", "o sol", etc., não "na terça parte da Terra", "na terça parte dos homens", na "terça parte dos mares", na "terça parte dos rios", na "terça parte do sol" como nos juízos das trombetas, mostrando que a esfera onde as taças são derramadas é muito mais ampla e não está restrita ao território da Roma Ocidental.

 

Qualquer seguidor individual da Besta nas nações distantes, para além da terra Romana Ocidental, que tenha recebido voluntariamente sua marca e adorado a sua imagem, será afligido por uma terrível chaga. A horrível ferida será a atroz aflição de uma consciência culpada. Isso resultará numa condição de miséria e inquietação mental. Ap 16.2 (Primeira Taça).

Aqueles que, nas nações distantes, não crerem no evangelho do reino (Mt 24.14) apostatarão de qualquer luz que tenham recebido de Deus -- talvez como uma tentativa de escapar aos tormentos de sua consciência culpada. Ap 16.3 (Segunda Taça).

As alegrias naturais e o bem-estar da vida serão tirados daqueles que estiverem nas nações distantes. É a retribuição de Deus por perseguirem os Seus santos que foram por todo o mundo pregando o evangelho do Reino (Mt 24.14). Eles serão obrigados a beber o amargor da sua própria apostasia. A vida será marcada por miséria e frustração. Ap 16.4-7 (Terceira Taça).

Uma grande autoridade governamental (sob o símbolo do "sol") dentre as nações distantes será a causa de uma aterradora opressão sobre os homens. Talvez seja algo proveniente de Gogue (Rússia), fechando suas garras sobre os seus súditos. Os homens ficarão ainda mais endurecidos contra Deus. Ap 16.8,9 (Quarta Taça).

As trevas (morais e espirituais) se alastrarão sobre os súditos do reino da Besta (o mundo ocidental). Isso provavelmente se refira a uma terrível sensação do abandono de Deus que tomará posse deles. É provável que também fiquem endurecidos contra Deus. Ap 16.10,11 (Quinta Taça).

Estando os homens e mulheres, tanto das nações distantes (Quarta Taça) como do mundo ocidental (Quinta Taça) endurecidos contra Deus, o palco estará armado para os homens serem usados como instrumentos voluntários de Satanás na guerra que virá, quando este os colocar em ordem de batalha contra seu próprio Criador. Ap 16.13,14; 19.19.

Embora as multidões, tanto no ocidente como nas nações distantes, venham a se endurecer contra Deus, haverá uma grande multidão que se voltará a Deus e crerá no Evangelho do Reino.* Ap 7.9-17.

 

*A eternidade será pregada (Ap 14.6,7) como uma última chamada a Israel (Sl 95) e às nações (Sl 96) antes que o Senhor surja em juízo (Sl 97).

 

À medida que a tribulação chega ao seu termo, as duas testemunhas, que levarão um testemunho da parte de Deus em meio à apostasia, serão mortas pela Besta. Seus corpos jazerão nas ruas da cidade de Jerusalém literalmente por três dias e meio. Ap 11.7,8. Mas o triunfo do ímpio dura pouco (Jó 20.5), e as duas testemunhas, após jazerem nas ruas de Jerusalém por três dias e meio, serão ressuscitadas. Um grande temor se apoderará de todos. Ap 11.11-12.

Por volta dessa época "um rei, feroz de cara" se levantará de entre as nações maometanas ao norte e leste de Israel. Ele será perito em ciências ocultas e outros artifícios satânicos. Ele é denominado "Rei do Norte". É provável que sua origem seja a Turquia. Dn 8.23,24. 3

O Rei do Norte (provavelmente com o auxílio de Gogue -- Rússia -- Dn 8.24) reunirá as nações do Oriente Médio para uma grande Confederação da qual ele será o líder. Ele convocará um imenso exército de duzentos milhões de pessoas.* Esse grupo de exércitos é o mesmo de Ap 16.12 onde são chamados de "reis do oriente"**. Seu intento será invadir o império da Besta e particularmente a terra de Israel. Ap 9.13-17 (Sexta Trombeta); Sl 83.1-8.

 

*Alguns têm achado que isso se refira aos povos chineses que se gabam de serem capazes de dispor de um tal número de soldados prontos para batalha. Porém, os melhores expositores entendem ser essa a imensa Confederação das nações maometanas sob a liderança do Rei do Norte (Sl 83.1-8). Note que não se trata de reis "do oriente" (cf. Ap 16.12, Almeida Versão Corrigida), mas sim "que vem do oriente" (Almeida Versão Revisada) -- "povos do lado oriental do Eufrates" 4. Nas Escrituras a China é identificada como Sinim (Is 49.12) da qual se fala muito pouco. Outros têm argumentado que aqueles países maometanos não têm o número suficiente de pessoas para convocar um tamanho exército. Há pesquisas que demonstram que esses países já possuem cerca de 270 milhões em população (se forem incluídos o Afeganistão e o Paquistão, os quais são 99% Maometanos), com uma média de crescimento de cerca de 3% ao ano. Sabemos que esse imenso exército não atacará até chegar o fim dos 7 anos de tribulação. Se o Senhor viesse hoje (no arrebatamento), o número (somando-se sete anos de crescimento populacional) chegaria em torno de 325 milhões. A cada ano que o Senhor tardar em vir o número aumentará em cerca de 10 milhões. Também deve ser lembrado que há muçulmanos que encontram-se espalhados em outras terras, dos quais uma grande parte aparentemente retornará aos seus países de origem. Por exemplo, há mais turcos fora da Turquia do que no próprio país. Cerca de 42 milhões de turcos encontram-se na ex-União Soviética e há muito mais espalhados por outros lugares. A recente convulsão nos países comunistas provocou o despertamento de uma onda de nacionalismo turco e o desejo de estarem em sua terra natal. Quando um grupo grande como este for acrescentado à população total dessas nações, os números poderão se revelar bem maiores. Há ainda notícias que revelam a existência de infantarias de crianças, da idade de 6 anos em diante, que já estão sendo treinadas no Oriente Médio. A demanda exigirá que praticamente cada homem, mulher e criança seja engajado nos exércitos. Isto nos leva a acreditar que seria bem possível para tais países convocar um exército de dimensão tão monstruosa. Se a China estiver envolvida, pode ser que seja quando a Rússia (Gogue) vier no final trazendo consigo muitas outras nações. 5

 

** Quando esses exércitos são mencionados nas Escrituras em oposição ao Rei do Sul (Egito), são vistos como os exércitos do Rei do Norte, mas quando são mencionados em oposição aos poderes ocidentais, são chamados de Reis do Oriente. Em Apocalipse são chamados de Reis do Oriente porque o Apocalipse revela a profecia principalmente do ponto de vista ocidental. Nos profetas do Antigo Testamento eles são vistos como os exércitos do Rei do Norte (os assírios), pois as Escrituras do Antigo Testamento revelam a profecia do ponto de vista de Israel, para os quais os assírios são o grande inimigo. 6

O Rio Eufrates se secará preparando o caminho para que os exércitos reunidos pelo Rei do Norte entrem na terra de Israel. Ap 16.12 (Sexta Taça).

 

A INDIGNAÇÃO

 

À medida que a pressão política crescer no Oriente Médio, o ódio das nações (particularmente os árabes) será descarregado contra Israel (Sl 74.8; 83.2-5). Isso é chamado a Indignação (Is 10.25; 26.20; Dn 8.19; 11.36, etc. -- N.T.: traduzido "ira" em algumas versões). Ela cobrirá um período de 75 dias (Ap 12.6; Dn 12.11,12; Rm 9.28) no final da tribulação e antes que seja dado início ao Milênio. (Veja o Diagrama 2: "Septuagésima Semana de Daniel"). Durante essa época muitas nações guiadas por Satanás entrarão na terra de Israel em um esforço para destruir Israel e eventualmente desafiar a Cristo (após Sua volta) numa guerra pelo direito da terra. Nessa ocasião o Senhor descarregará a Sua indignação sobre aqueles que O indignam e posteriormente os destruirá. Is 30.27-33; 34.2; 66.14; Jr 10.10; Hc 3.12; Sf 3.8; Na 1.6.

Como as diversas nações estarão disputando a supremacia mundial e a sobrevivência, elas se congregarão em confederações. Existem seis grupos diferentes de exércitos que estarão engajados nas batalhas da Indignação. São eles:

 

1. O REI DO SUL E SUA CONFEDERAÇÃO -- (Dn 11.40; Ez 30.1-8). Essa confederação será composta pelo Egito (o Rei do Sul) e países aliados ao Nordeste da África (Etiópia, Líbia, talvez o Sudão e outros).

 

2. O REI DO NORTE E SUA CONFEDERAÇÃO ÁRABE/MUÇULMANA* -- (Dn 11.40; Sl 83.3-8) Essa confederação será formada pela Turquia, que é provavelmente o Rei do Norte, e nações Árabes imediatamente ao norte e leste de Israel (Síria, Iraque, Líbano, Jordânia, Arábia e outras). Serão povos muçulmanos.

 

3. A CONFEDERAÇÃO OCIDENTAL -- o Império Romano revivido, denominado a Besta. (Dn 2.40-45; 7.7-27; Ap 13.1-3). Essa confederação de nações será formada por dez países da Europa Ocidental (Itália, Grã-Bretanha, França, Espanha e outras, talvez algumas da América do Norte). Esses países são nominalmente cristãos (ou seja, cristãos apenas de nome). Eles abraçaram exteriormente o cristianismo e participaram de sua luz e privilégios, mas permanecem sem o conhecimento de Jesus Cristo como Salvador. Esse grupo de nações também pode ser identificado (politicamente) como Babilônia.

 

4. O REI DOS REIS E SEUS EXÉRCITOS DO CÉU -- (Ap 19.11-16) São os exércitos do Senhor Jesus Cristo (o Rei dos Reis). Esse exército será formado por todos os que foram levados à glória no arrebatamento, e por todos os que tomaram parte na primeira ressurreição, tanto aqueles dos tempos do Antigo como os do Novo Testamento. São os santos (celestiais) redimidos de Deus.

 

5. GOGUE E MAGOGUE E SUA CONFEDERAÇÃO -- (Ez 38.1-7)* Essa confederação será composta pela Rússia e muitas outras nações localizadas no extremo norte e ao leste de Israel (talvez Alemanha e outras nações do leste Europeu, além do Irã e outras). Serão em sua maioria povos ateus.

 

*A segunda e a quinta confederações formam, na realidade, a imensa confederação contemplada em Isaías e nos Profetas Menores como sendo a grande Assíria. A invasão, levada a cabo pelo Rei do Norte e seus exércitos, pode ser identificada como o primeiro ataque dos assírios. O ataque de Gogue e seus exércitos é considerado o segundo ataque dos assírios. Ezequiel 38.17 mostra que muitos profetas em Israel, além de Ezequiel, profetizaram a respeito de Gogue. No entanto nenhum outro profeta em nossa Bíblia menciona Gogue! A quem poderia então Ezequiel 38.17 estar se referindo? Não poderia ser a nenhum outro inimigo além da própria Assíria em sua última forma. A Assíria é o inimigo de Israel acerca da qual os profetas exaustivamente profetizaram. 7 O Rei do Norte será como um satélite da Rússia, sendo por ela suprido de armas, e, por conseguinte, ficando sujeito às suas ordens. Dn 8.24.

 

6. OS EXÉRCITOS DE ISRAEL -- (Jr 51.19-23; Sl 108.10-13; Mq 4.13; Zc 12.6; 14.14). Esse exército será composto por homens redimidos de todas as doze tribos de Israel.

 

 

 

 

ARMAGEDOM

 

A guerra de Armagedom é uma série de batalhas que ocorrerá durante a Indignação. Ela começará com o Rei do Sul (Egito) e seus exércitos aliados invadindo o território israelense provenientes do sul. Dn 11.40; Jr 46.3-9.

Ao se secar, o Rio Eufrates permitirá que os imensos exércitos reunidos pelo Rei do Norte invadam a terra de Israel, provenientes do norte, como um turbilhão. (Também é feita referência a este como sendo o primeiro ataque da Assíria.)* Essa poderosa invasão irá desolar impiedosamente a terra. Diante deles a terra parecerá o jardim do Éden, mas após a sua passagem ficará como um deserto desolado. Esse "dilúvio de flagelos" será trazido por Deus para destruir a multidão de judeus apóstatas que receberão o Anticristo e adorarão a Besta. Dn 11.40,41; Jl 2.1-11; Is 5.26-30; 7.17-20; 8.7,8; 10.5-7; 17.9-12; 18.5,6; 28.15,18,19; Ap 9.13-21; 16.12; Jo 10.12 (o lobo vem e rouba as ovelhas); Sl 80.8-16 (o javali selvagem saído da floresta devasta a vinha).

 

*Essa devastadora invasão também é referida como "a consumação", que é uma expressão técnica para os devastadores juízos executados pelo Rei do Norte, já que trará devastação em sua passagem por diversos países situados na terra prometida de Israel e ao seu redor, ao seguir o seu caminho em direção ao Egito, pouco antes da vinda do Senhor. (Is 10.22,23; 28.22; Dn 9.27. -- N.T.: Em Is 10.22,23, na "New Translation", Bíblia traduzida por J.N.Darby, aparece a palavra "destruição", traduzida como "consumação" na Versão Almeida Corrigida)

 

O falso Messias dos judeus (o Anticristo) irá fugir no momento de maior calamidade para o povo. Por estar aliado à Besta (o chifre pequeno), ele provavelmente fugirá para Roma em busca de proteção, pois mais tarde, quando o Senhor retorna em juízo, ele é visto com a Besta. (Ap 19.19,20). Zc 11.17; Is 22.19; Jo 10.13; Jr 39.4.

Os judeus que terão confiado em seu falso Messias ficarão aflitos e irão amaldiçoá-lo por tê-los abandonado sob tamanho perigo. Is 8.20,21.

Dois terços dos judeus que até então tiverem retornado à terra de Israel serão mortos. Isto significa pelo menos 12 milhões de judeus massacrados em um período de poucos dias! (Existem hoje quase 17 milhões de judeus, número este que cresce aproximadamente 1% ao ano, o que significa que por ocasião do final da tribulação poderão existir aproximadamente 19 milhões reunidos de volta à sua terra. Se o Senhor demorar mais esse número poderá ser bem maior.) Zc 13.8.

O remanescente de judeus fiéis, os quais fugirão para as montanhas, covas e cavernas a fim de salvarem suas vidas, será providencialmente preservado dos exércitos destruidores. Sf 2.3; Mt 24.16-21; Sl 83.3; Jr 36.26; 39.10-12.

Essa devastadora invasão efetuada pelo Rei do Norte abreviará o final da Grande Tribulação na terra de Israel, após terem passado 1260 dias contados desde a metade da semana.* Serão 18 dias a menos que os últimos três anos e meio (1278 dias) 8. Para o bem dos eleitos aqueles dias serão abreviados. Ap 12.6; Mt 24.22.

 

*A tribulação termina quando é morta a multidão de judeus apóstatas que, sob o comando do Anticristo, causava a grande tribulação na Terra por sua cruel perseguição ao remanescente fiel.

 

O Rei do Norte porá suas mãos no despojo de ouro e prata, e nos tesouros que os judeus juntaram por meio de suas práticas comerciais quando estavam dispersos por toda a Terra na atual era cristã. Is 2.7,8; 10.6,13-14; Sl 73.7,12; Ob 11; Sf 1.13,18.

Conforme os exércitos do Rei do Norte e seus confederados forem aproximando-se de Jerusalém, o terror irá dominar a cidade. O povo olhará ao redor da cidade com horror ao ver os imensos exércitos de todos os lados. Is 22.1-14.

Os exércitos do Rei do Norte efetuarão a tomada de Jerusalém, deixando-a em ruínas e derramando sangue como se fosse água ao redor da cidade. As mulheres serão violentadas e os mortos jazerão pelas ruas. Sl 79.1-3; Is 64.10; Mq 3.12; Sf 1.10-18; Zc 14.1,2; Ob 11-14.

Alguns dos exércitos aliados do Rei do Norte, como Elão (o atual Irã), Quir (talvez Moabe, Is 15.1, Jordânia ou a Média que é o norte do Irã), e Edom (talvez parte da Arábia), parecem ser nesse momento os executores do saque de Jerusalém. É provável que o Rei do Norte esteja então ocupado em expulsar o Rei do Sul da terra. Is 22.6; Ob 11-14; Sl 137.7.

Metade da cidade de Jerusalém será levada em cativeiro. Zc 14.2.

O templo que os judeus tiverem edificado será destruído. Sl 74.1-8; Is 63.18; 64.11.

O remanescente fiel de judeus, perplexos e desesperados ao virem o país sendo desolado, clamará a Deus por ajuda. Jl 2.12-17; Sl 73-89 (terceiro livro dos Salmos), Zc 13.9; Is 63.15-64.12.

Depois que Jerusalém e a terra de Israel tiverem sido destruídas, o Rei do Norte irá trair alguns de seus aliados árabes e invadirá seus países a fim de derrotá-los. A "consumação" estará então sobre toda a terra (Is 10.22,23; 28.22; Sl 75.3). Outros países situados na terra prometida de Israel, que estiveram aliados ao Rei do Norte, cairão sob juízo nessa ocasião.* Dn 11.41; Is 10.7; 14.29; 24.23 (os "pesos"); Jr 46-49; Ez 25-30; Am 1-2.8; 2 Rs 24.7; Jr 25.9-11; Ob 7.

 

*Isto já aconteceu na História. Quando os exércitos da Assíria e também da Babilônia invadiram a terra no passado (as incursões dos assírios aconteceram cerca de 100 anos antes das invasões babilônicas), eles vieram do norte conquistando Israel e as nações circunvizinhas à medida que avançavam em direção ao Egito. (2 Rs 15.29; 17.5,6; Is 20.4 - Jr 1.13-15; 4.6; 6.1,22; 10.22; 13.20; 25.9; 46.20,24; 47.2). Essas invasões do passado foram registradas nas profecias das Escrituras por serem sombras das invasões do Rei do Norte numa época futura (Dn 11.40-45). Muitas dessas profecias cumpriram-se apenas parcialmente naqueles dias e apontam para o seu total cumprimento no futuro. Quando Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor e pelos babilônios, os edomitas e outros povos árabes eram seus aliados voluntários (Jr 34.1; Ob 11-14; 2 Rs 24.1,2; Sl 137.7; Hc 2.5). Após a conquista de Jerusalém ele se voltou contra alguns de seus aliados e os saqueou (Ob 7; Jr 25.9; 2 Rs 24.7). Tudo isso é uma notável previsão da traição com que o Rei do Norte irá tratar seus aliados árabes. Dn 11.40-43. 9

 

Edom (talvez parte da Arábia), que ajudará na destruição de Jerusalém, será enganada pela Confederação e sofrerá dano. Eles serão saqueados, despojados e deixados reduzidos em número.* Ob 1-14; Is 21.11,12; Jr 49.7-22; Ez 25.12-14; Am 1.11,12.

 

*O livro de Obadias mostra que o juízo sobre Edom cairá em três etapas terminando por aniquilá-los completamente da face da Terra. Eles receberão o primeiro golpe ao serem enganados por seus próprios aliados (Ob 1-14). Depois disso receberão um golpe mais severo quando o Senhor sair para pisar o Seu lagar de juízo sobre as nações reunidas que seguirão Gogue em Edom (Ob 15,16). Veja Is 34.1-10; 63.1-6. Então virá o golpe final dado pelos exércitos do então recém-reunido Israel (Ob 17-21). 10

 

A confederação se voltará também contra Moabe (Is 15 e 16; Jr 48; Ez 25.8-11; Am 2.1-3 -- talvez parte da Jordânia), Amom (Jr 49.1-6; Ez 25.1-7; Am 1.13-15 -- talvez parte da Jordânia também), Filisteus (Is 14.28-32; 20.1; Jr 47; Ez 25.15-17; Am 1.6-10 -- talvez a área denominada Faixa de Gaza), Damasco (Is 17; Jr 49.23-27; Am 1.3-5, o sul da Síria), Tiro e Sidom (Is 23, Ez 26-28; Am 1.9-11 -- talvez o Líbano), e outros países na área. Eles fugirão para salvar suas vidas, e suas terras serão saqueadas.

Apesar de atacados, um remanescente de Edom, Moabe e Amom escapará. Deus permitirá isso para que Israel possa dar-lhes o golpe final mais tarde. Dn 11.41 (as "primícias" ou líderes escaparão); Jr 48.6,9,12; 49.5,8,11.

O Rei do Norte continuará em sua conquista avançando até o nordeste da África e destruindo o Rei do Sul (Egito) e seus aliados (Líbia, Etiópia e outros). Dn 11.42,43; Is. 19-20; Jr 46.13-26; Ez 29.1-12; 30.1-26.

Os Egípcios fugirão em todas as direções para salvar suas vidas e serão dispersos pelas nações em redor. Sua terra será entregue a um senhor duro e um rei rigoroso (o Rei do Norte). Ez 29.12; 30.23,26; Is 19.4; Jr 46.5,6,15,21.

Após o Rei do Norte haver destruído e saqueado os egípcios e seus exércitos, ele tomará posse dos tesouros daquela terra. Dn 11.43.

A Besta, com seus exércitos (a Confederação Ocidental), ao ouvir notícias da invasão efetuada pelo Rei do Norte, virá do oeste para defender a terra de Israel. A Besta usará sua marinha em um esforço para impedir o progresso do Rei do Norte.* Ap 16.13,14; Nm 24.24 (as "naus de Quitim" -- Quitim é Chipre).

 

*O Rei do Norte também possuirá uma marinha que se envolverá nesse conflito. Dn 11.40.

 

A VINDA DE CRISTO

 

Quando a Besta (a Confederação Ocidental) entrar com seus exércitos na terra de Israel, o Senhor descerá do céu montado num cavalo de batalha branco (como o ladrão à noite*), em chama de fogo, para julgar. Ele destruirá os exércitos da Besta com o esplendor da Sua vinda. É a vinda de Cristo. 2 Ts 2.8; Ap 11.15-18 (Sétima Trombeta); Ap 16.15-21 (a Babilônia política é julgada -- Sétima Taça); Ap 19.11-19; 2 Ts 1.7-10; Jd 14-15; Cl 3.4; Tt 2.13; 2 Tm 4.1,8; 1 Jo 2.28; 3.2; 1 Tm 6.14; Is 66.5; Ml 3.2; 1 Pd 1.7; Ap 14.9-12; Is 13-14.23; Jr 50,51; Dn 2.34,35,44,45 (Cristo, a Pedra cortada sem mãos, esmigalha os dez dedos da estátua -- o Império Romano restabelecido).

 

*A vinda do Senhor como um ladrão é encontrada cinco vezes nas Escrituras (Mt 24.43; 1 Ts 5.2; 2 Pd 3.10; Ap 3.3; 16.15), cada uma se referindo à Sua vinda em juízo, e não no arrebatamento.

 

Nenhum homem sabe o dia ou a hora da vinda do Senhor. Mt 24.36-42.

Os santos celestiais, que subiram para estar com Cristo por ocasião do arrebatamento, virão juntamente com Ele. São eles os exércitos do céu. 1 Ts 3.13; Zc 14.5; 1 Ts 4.14; 2 Ts 1.7; Ap 1.7; 19.14; 17.14.

Por volta dessa época será completada a primeira ressurreição. Todos os que creram no evangelho do Reino, que foi pregado após o arrebatamento, e morreram em razão do martírio,* serão ressuscitados para se unirem aos santos celestiais. Haverá duas classes de pessoas dentre os santos martirizados que ressuscitarão. Aqueles que forem mortos sob o reinado da falsa igreja (a grande meretriz) nos primeiros três anos e meio (Ap 6.9-11), e aqueles que forem mortos sob o reinado da Besta e do Anticristo, nos últimos três anos e meio (Ap 15.2-4). Tanto os primeiros como os últimos compartilharão das bênçãos celestiais e viverão e reinarão com Cristo sobre a Terra. Ap 14.13; 20.4,5.

 

*Em Ap 20.4 está evidente que nenhum santo de Deus durante os 7 anos de tribulação morrerá de causas naturais. 11

 

O Senhor lançará o líder Romano (a Besta -- o chifre pequeno) e o falso Messias judeu (o Anticristo) vivos no lago de fogo. Ap 19.20,21.

A vinda do Senhor para julgar a Confederação Ocidental dará início ao "dia do Senhor", que é quando Ele irá estabelecer publicamente Sua autoridade e poder universais, tanto nos céus como na Terra. O Senhor começará a subjugar e expulsar todos os poderes adversários. O dia do Senhor se estenderá por todo o reinado de mil anos de Cristo (Milênio). 12 2 Pd 3.8-10; 2 Ts 2.2 (Versão Almeida Revisada); Is 2.10-22; Jl 1.15; 1 Ts 5.2; Jr 46.10; Sf 2.2,3; Ml 4.5.

A vinda do Senhor também dará início à "ceifa", que é um juízo discriminatório efetuado pelos anjos que limparão a parte ocidental da terra profética de todos os ofensores.* Eles serão levados vivos para fora da terra a fim de receberem o juízo,** enquanto os demais permanecerão para desfrutar de bênçãos sobre a Terra. "Um será tirado, e o outro deixado." Ap 14.14-16; Mt 13.37-42; 24.40,41; Is 24.1; Dn 2.35; Jr 51.1,2.

 

*Os anjos não irão por todo o mundo, mas limparão o reino do céu (que é o assunto de Mateus 13), ou seja, somente a terra profética. Se todo o mundo fosse limpo dessa vez, os inimigos futuros de Israel não poderiam se levantar contra ele. Aqui o Senhor está tratando com o ocidente, tanto com os exércitos ocidentais como com o povo que ficou naquelas terras. Assim que Ele completar todo o Seu juízo do ocidente, irá começar a julgar os assírios (o Rei do Norte e Gogue). 13

 

** Também chamado de julgamento dos vivos (At 10.42; 2 Tm 4.1; 1 Pd 4.5) que se refere, de um modo geral, à época em que o Senhor tratará em juízo com todas as pessoas vivas sobre a face da Terra. É um termo amplo que inclui o juízo da ceifa (Ap 14.14-16; Mt 13.39-43), o juízo da vindima ou do lagar (Ap 14.17-20; Is 63.1-6), e o que é visto como um julgamento perante um tribunal (Mt 25.31-46; Ap 20.4). Enquanto a ceifa e a vindima são juízos de guerra que ocorrerão quando o Senhor sair como um rei guerreiro indo à batalha (assim como o rei Davi), o julgamento diante de um tribunal acontecerá após todos os exércitos terem sido derrotados, e o Senhor assentar-Se como Rei em Seu trono. Será uma calma e solene sessão judicial (assim como fazia o rei Salomão). A ceifa começará quando o Senhor vier do céu em juízo para destruir os exércitos do ocidente. Naquela ocasião Ele enviará Seus anjos, os quais tirarão da terra profética todos aqueles que são ofensores. Mais tarde, na vindima, Ele bramará de Sião (Jerusalém) em juízo, esmagando os Seus inimigos. O julgamento dos vivos não deve ser confundido com o julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20.11-15). O julgamento do Grande Trono Branco é um julgamento, de pessoas mortas, que acontecerá no final dos mil anos do reinado de Cristo, enquanto o julgamento dos vivos é um julgamento das pessoas vivas no início do Seu Reino.

 

Após os anjos haverem percorrido a terra profética separando os ímpios dos justos, a população do ocidente diminuirá bastante. Naquelas terras, outrora tão ilustres, as pessoas se tornarão tão raras como o ouro. Is 13.12; 14.23; 24.6; Jr 50.3,39; 51.2.

O tempo dos gentios, o período da supremacia dos gentios sobre Israel, terá terminado. Isso encerrará a septuagésima semana de Daniel com 1278 dias contados a partir da metade da semana. Lc 21.24; Dn 2.34,35,44,45; 7.9-14, 22-27.

O Rei do Norte, espantado com as notícias a respeito dos exércitos ocidentais comandados pela Besta, voltará do Egito, dirigindo-se à terra de Israel para batalhar. Dn 11.44,45.

O Senhor sairá para defender Jerusalém dos exércitos do Rei do Norte que estarão voltando. Is 31.4-9; Zc 9.8; 12.8; 14.3.

O poder da voz do Senhor derrotará o Rei do Norte e seus exércitos. Is 14.25; 17.13,14; 30.30-32; Dn 11.45; Jl 2.20; Zc 14.3.

Quando o Rei do Norte cair, Gogue (Rússia), que o abasteceu com munição (Dn 8.24), não virá em seu auxílio. Dn 11.45. ("não haverá quem o socorra.")

O Senhor lançará o Rei do Norte vivo no lago de fogo (Tofete) onde a Besta e o falso profeta (Anticristo) já estarão. Is 30.33.

Há um período que excede a septuagésima semana de Daniel, que eleva a 1290 dias o tempo contado a partir da metade da semana. Essa extensão equivale a 12 dias que ultrapassam o final do período da semana. Esses dias poderão ser utilizados pelo Senhor para remover da terra o exército proveniente do norte. Dn 12.11; Jl 2.20; Is 17.13,14.

 

A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL

 

A vinda do Senhor nessa ocasião não será somente para a destruição dos poderes dos gentios, mas também para a libertação do remanescente judeu fiel e para a restauração das dez tribos perdidas de Israel.* Lc 18.1-8; Sl 90-106 (Quarto Livro dos Salmos). A restauração de Israel acontecerá em duas fases. Primeiro, os judeus (as duas tribos -- Judá e Benjamim), que terão passado pela grande tribulação na terra, serão restaurados ao Senhor. Então, as dez tribos, que estão dispersas nos quatro cantos da Terra (Dt 28.25; 32.26), retornarão para serem restauradas ao Senhor. Dn 12.1,2; Ez 37.15-17; Zc 12.7; Jr 33.7; 2 Sm 2.1-4; 5.1-3;** 2 Sm 19.9-15 *** (Em toda referência Judá-Judeus são mencionados primeiro.)

 

*Assim como na história, quando Deus, após haver julgado a Babilônia que manteve o Seu povo cativo, fez com que fossem libertos de seu cativeiro e restaurados à sua terra, o mesmo acontecerá por ocasião da queda da Besta (líder da Babilônia Política de Apocalipse) e do Anticristo e seu Império, seguida da libertação dos judeus. 14

 

** Davi, que é um tipo de Cristo, foi reconhecido como Rei primeiro por Judá -- as duas tribos, e então mais tarde pelas outras tribos de Israel. Só depois de Ele haver sido ungido Rei sobre todo o Israel é que saiu a liderá-los em uma conquista vitoriosa sobre seus inimigos (2 Sm 8). Na profecia é mantida a mesma ordem.

 

*** Quando Davi retornou ao seu povo, após ter sido rejeitado por eles, Judá foi o primeiro a ir encontrá-lo em Gilgal, o lugar do juízo-próprio. Assim será no futuro; quando Cristo voltar, os judeus se arrependerão e serão os primeiros a serem restaurados a Ele (Zc 12.9-14). Somente mais tarde as dez tribos serão restauradas.

 

Enquanto o Senhor estiver julgando a Confederação Ocidental e o Rei do Norte, Ele aparentemente estará Se ocultando da vista dos judeus. Embora o ocidente vá vê-Lo em todo o Seu fulgor (2 Ts 1.7-9; 2.8), Sua vinda nessa ocasião é mencionada como "numa nuvem", sugerindo um ocultamento parcial de Sua Pessoa para os judeus. 15 Lc 21.27; Is 8.17; Sl 88.14; 89.46.

O Senhor será visto sobre o Monte das Oliveiras com o propósito de restaurar os judeus e, mais tarde, as dez tribos. Sua vinda nessa ocasião é citada como "sobre as nuvens", o que implica uma aparição pública completa. Zc 14.4; At 1.9-11; Mt 24.27,30; Mt 26.64; Jó 19.25.

Quando os pés do Senhor tocarem o Monte das Oliveiras, farão com que este se fenda em duas partes, formando um grande vale para o ocidente e para o oriente. Zc 14.4.

O Senhor Se revelará aos judeus em uma manifestação quieta e íntima. Essa manifestação em privacidade acontecerá somente entre o Senhor e os judeus (as duas tribos -- Judá e Benjamim). Zc 14.4; At 1.9-11; Zc 12.10-14; Gn 45.1-5.

Aqueles que irão vê-Lo atuarão como mensageiros ao resto do remanescente. Irão pelas montanhas, onde muitos estarão escondidos, a fim de levar as boas novas da Sua volta à Jerusalém. O remanescente sairá de seus esconderijos e seguirá em direção ao vale formado pelos pés do Senhor. Is 52.7; Zc 14.5.

Os judeus que farão parte daquele remanescente olharão para Aquele a Quem traspassaram e se lamentarão de arrependimento. Eles assumirão a culpa pelo sangue, por haverem crucificado o Senhor da glória, e serão a Ele restaurados. Sl 51.14; At 2.23; Gn 44.14-34; Is 53; 2 Sm 19.15 ("Gilgal" -- o lugar do juízo-próprio), Zc 12.10-14; Jo 20.24-28.

O remanescente de Judá e Benjamim (os judeus) chorarão por seus irmãos das tribos perdidas de Israel. O Senhor os confortará com a promessa de que eles voltarão. Jr 31.15-17.

O Senhor reunirá as dez tribos perdidas de Israel de volta à sua terra. Dt 30.1-5; Is 10.20-22; 11.11-13; 26.19; 27.12,13; 35.10; 49.8-26; 66.19,20; Jr 30-33; 46.27,28; Ez 20.34; 34.11-16; 36.16-38; 37.1-28; Dn 12.2; Os 6.1-3; 14.1-9; Mq 4.6,7; 5.3; Zc 8.7,8; Am 9.14,15; Sl 107-150 (Quinto Livro dos Salmos -- particularmente Salmos 120-134, "Cântico dos Degraus", por exemplo, Salmo 122.4); Gn 46.1-29; Lv 23.24,25 (Festa das Trombetas).

O Senhor enviará os Seus anjos para reunir Seus eleitos dentre as tribos de Israel. Um grupo bem grande virá de todos os países do mundo, de lugares tão distantes como a China (Sinim - Is 49.12) e de partes da Rússia (Meseque - Sl 120.5); Mt 24.31; Jr 31.8; 15.4; Dt 28.25; Ez 36.24.

Todos os judeus remanescentes (das duas tribos) que ainda não estiverem na terra chegarão primeiro e serão restaurados ao Senhor. Zc 12.7; 2 Sm 19.17; Gn 44.18-34.

O remanescente de Judá (os judeus) também serão usados como mensageiros ou instrutores para as tribos dispersas de Israel. Is 6.8-13; Gn 45.9-13; 46.28; Jo 1.43-49; Dn 12.3.

As tribos de Israel virão chorando, quebrantadas em seu espírito, após seu longo exílio de quase 2800 anos. Jr 31.6-9; Sl 84.5-8.

O braço do Mar Vermelho (os braços ocidental e oriental do mar, que formam a península do Sinai), as sete correntes do Rio Nilo, e o rio do Egito (uma pequena corrente a aproximadamente 45 quilômetros a leste de Suez) se secarão para abrir uma passagem ampla e fácil às tribos que retornarão. Is 11.15,16; 19.5-10; 27.12,13.

As necessidades das tribos de Israel em seu retorno serão supridas por algumas das nações gentias que as bajularão por influência do poder e glória do Senhor, que então será manifestado na terra. (Sl 18.44,45; 66.3). Eles virão em cavalos, mulas, camelos, carros, carroças e em navios. Is 11.12; 14.1,2; 49.9-23; 60.8,9.

A volta das dez tribos à terra de Israel será bem rápida. Is 60.8,9; 66.8.

À medida que os anjos forem reunindo os eleitos de Israel (Mt 24.31), virá também uma multidão misturada com as tribos. O Senhor trará para o deserto, nas fronteiras da terra, as tribos que estiverem voltando, e as peneirará.* Os rebeldes (aqueles sem fé) serão tirados de entre eles, e aqueles que têm fé serão introduzidos na terra para voltarem à companhia de seus irmãos judeus. Ez 11.9,10; 20.35-38; Os 2.14,15; Am 9.9,10; Sf 3.10-12; Jr 31.17; Sl 135.14,18; Sl 139.

 

*Existe uma clara analogia entre a jornada dos filhos de Israel do Egito a Canaã, e a jornada das tribos que voltam para sua terra após a tribulação. Muitos dos profetas relacionam ambas as ocasiões (leia Is 11.15,16; 51.9-11; Jr 16.14,15; Ez 20.34-36, etc.) Os filhos de Israel empreenderam sua jornada, saindo do Egito (um tipo do mundo), passando antes pelo deserto (o lugar de provas), onde muitos que tinham um coração mau de incredulidade caíram, e indo até Canaã (a terra prometida). As tribos de Israel que retornarão no dia vindouro também sairão de todas as partes do mundo (Ez 20.34), passando pelo deserto onde serão provadas (Ez 20.35-39), para serem então introduzidas na terra prometida (Ez 20.40-44). Nos dias em que Josué guiou os filhos de Israel para a terra de Canaã, seus corações não estavam retos para com Deus e por isso perderam a posse dela. Mas no dia vindouro eles terão um novo coração e um novo espírito, tendo a lei de Jeová em suas entranhas (Jr 31.33; Ez 36.26), sendo nascidos de novo, e possuirão para sempre a terra prometida (Is 60.21; Ez 37.25; Jl 3.20).

 

Quando as tribos que retornam virem o Senhor irão perguntar "Que feridas são essas nas tuas mãos?". O Senhor responderá: "São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos" (os judeus). Eles não estavam na terra no tempo da crucificação, como estavam os judeus, e conseqüentemente a culpa de crucificarem a Cristo não estará em suas consciências. Serão, porém, culpados de estarem sob a maldição por haverem violado a lei de Jeová e serão restaurados ao Senhor.* Zc 13.6; Lv 23.26-32 (Dia da Expiação); Lv 26.40-42; Sl 88; Os 5.15.

 

*O arrependimento dos judeus e o das dez tribos serão diferentes. Os judeus rejeitaram a Cristo e irão receber o Anticristo; as dez tribos de Israel não são culpadas de nenhuma destas coisas. Os judeus trarão sobre si a culpa do sangue pela crucificação de Cristo (Sl 51.14), pois são culpados de Sua morte (At 2.23). As dez tribos, porém, são culpadas de terem violado a lei de Jeová. Levarão a culpa disso diante do Senhor (Sl 88), havendo sentido sua conseqüência na sua dispersão por todo o mundo (Dt 28.25).

 

A nação de Israel (todas as 12 tribos) nascerá de uma só vez. Is 60.22; 66.8.

O Senhor fará um novo concerto com Israel (todas as 12 tribos) que durará para sempre. Jr 31.31-34; Hb 8.8-12; Mt 26.28.

A todas as doze tribos de Israel será dado um novo coração e serão obedientes à lei de Jeová. Ez 36.25-27.

Toda inimizade será removida e habitarão pacificamente juntos. As dez tribos (chamadas de Efraim nos profetas) não terão inveja dos judeus (Judá), e os judeus não irão mais irritar as dez tribos. Is 11.13; Ez 37.15-28; 38.11; Sl 133; Os 1.11.

A boca de Israel (todas as doze tribos) se encherá de riso e suas línguas com cânticos quando, juntas, se regozijarem. Sl 126.

As tribos de Israel, ao retornarem, encherão de tal maneira a terra que não haverá espaço para todos. Serão como a areia do mar que não pode ser medida ou contada. Is 9.3; 26.15; 16 49.19,20; 54.1-3; Ez 36.37,38; Zc 10.10; Os 1.10; Sl 115.14.

À medida que a Indignação continua, Gogue (Rússia) e suas vastas hordas, (a grande Assíria em sua derradeira forma), ao ver as doze tribos de Israel descansando em sua terra, virá do extremo norte na tentativa de derrubar o reino de Jesus Cristo em Israel. Pode-se referir a isso como o segundo ataque dos assírios. Ez 38,39; Is 10.28-32; 29.1-3; 33.1; 36,37; 2 Cr 32; Sl 46.3; 86.14; 140.1-4,9.

O Senhor aproveitará essa ocasião para fazer com que os exércitos de muitas outras nações do mundo venham com eles. Gogue (Rússia) irá liderar esse ataque final. Is 34.1,2; Jl 3.1,2,9-15; Sf 3.8; Mq 4.11,12; Ez 38.4-6.

As notícias das hordas que se aproximam lideradas por Gogue (Rússia) chegarão aos ouvidos do Israel recém-reunido e eles clamarão ao Senhor para que os salve. Is 10.28-32; 29.4; 37.1-4; Sl 140-143.

O Senhor, então em Sião, não permitirá que a cidade de Jerusalém seja mais uma vez tomada. Sl 46.4-6; Na 1; Sf 3.15.

O Senhor encorajará Israel a confiar nEle como seu abrigo. Is 10.24-27; 26.20,21; 37.33-35; Sf 3.8; Mq 5.5; Sl 46.1,5; 140.7; 143.9; Na 1.7.

A incontável hoste de exércitos, ao se aproximar, cobrirá tudo como uma nuvem. Ez 38.16.

O Senhor permitirá que ocorra repentinamente um maciço terremoto que irá acabar com o plano de batalha do exército invasor. Pavor e confusão se espalharão por suas fileiras. O tumulto se alastrará e os exércitos, em pânico, entrarão em luta entre si. Ez 38.18-21; Zc 14.12,13; Is 29.6.

Ao mesmo tempo o Senhor ocasionará algumas outras catástrofes naturais, como pestes, saraivas, trombas d'água e fogo, que acompanharão o terremoto. Ez 38.22; Is 29.6.

O Senhor também bramará de Sião quando vier pisar o lagar da ira de Deus. Este é o juízo da vindima ou lagar. Gogue (Rússia) que estará então na liderança do ataque, cairá nas montanhas de Israel. Ap 14.17-20; Is 26.21; Ez 38.13-23; 39.1-5; Is 10.33,34; 27.1; 33.10-12; 37.36; 63.1-6; Jl 3.16.

Cinco sextos dos exércitos de Gogue (Rússia) serão destruídos. Ez 39.2 (cf. alguns tradutores, "dividir-te-ei em seis partes" -- nota na Bíblia traduzida por J.N.Darby).

O Senhor, em feroz indignação, esmagará as fileiras de seguidores de Gogue, conforme Ele for avançando pela terra de Jerusalém até a região de Edom, distante cerca de 320 quilômetros. Hc 3.12; Ap 14.20; Jl 3.12.

Edom (provavelmente parte da Arábia) será o lagar das nações que seguirem Gogue. Em Sua ira o Senhor debulhará os pagãos e em Sua fúria os calcará. A carnificina dos exércitos será tão grande que o sangue derramado chegará até os freios dos cavalos. Esse será o dia da vingança do Senhor. Is 34.1-10; 63.1-6; 66.15-18; Jl 3.12-16; Ob 15,16; Ap 14.20; Mq 4.11,12.

O fedor de seus cadáveres subirá da terra e os abutres descerão dos ares para comer suas carnes. Is 34.3; Ez 39.4.

O Senhor enviará também um fogo devorador e um grande redemoinho de vento sobre os incrédulos na terra da Rússia e em muitos lugares distantes. A matança empreendida pelo Senhor se estenderá de uma à outra extremidade da terra. Ez 39.6,7; Sf 3.8; Jr 25.32,33; 30.23; Is 66.16.

Os gentios que forem então espalhados pelos juízos desoladores do Senhor voltarão às suas terras e às distantes partes do mundo para declararem a glória do Senhor. Todas as nações ouvirão e temerão e ajudarão qualquer israelita remanescente a retornar à sua própria terra. Is 11.11,12; 66.19,20.

Os juízos do Senhor em Edom, sobre as nações que se reunirão para seguir a Rússia na batalha, será tão severo que a própria terra de Edom será deixada em um estado de desolação perpétua. Ela permanecerá estéril e desolada de geração a geração por todo o milênio. Is 34.5-15; Jl 3.19; Ml 1.3.

O Senhor retornará a Israel, vindo de Edom, após haver, sozinho, pisado o lagar. Is 63.1-6.

Havendo retornado, o Senhor guiará os exércitos do Israel restaurado para saírem a lutar e subjugar qualquer inimigo que ainda restar naquele que é seu território de direito, assim como nos dias em que Josué liderou os filhos de Israel nas conquistas. A batalha se estenderá a ponto de atingir a terra da Assíria (Mq 5.5,6). Nessa ocasião Israel tomará posse da total extensão de sua herança prometida, do ribeiro do Egito até ao rio Eufrates. Gn 15.15-18; Êx 23.31; Js 1.4; Sl 47.3; Sl 108.7-13; Sl 144.1; Is 11.14; Ob 17-21; Ez 25.14; Mq 4.13; 5.5,6,8; Ez 39.10; Jr 51.20-23; Zc 12.6; 14.14; Nm 24.17-19; 2 Sm 8.1-13; Et 9.1-19; Sl 118.10-12; Sl 18.34-48; Ml 4.3.

Edom receberá o golpe final dos exércitos de Israel. Não restará nem uma pessoa sequer; serão totalmente extintos, como nação, da face da Terra. Ez 25.14; Ob 18; Is 11.14; Nm 24.18,19.

Os filisteus também receberão o golpe final dos exércitos de Israel, e nunca mais existirão como nação. Is 11.14; Sf 2.5; Am 1.8; 2 Sm 8.1.

Moabe e Amom serão vencidos e feitos tributários de Israel. Será permitido, a um remanescente daqueles povos, que permaneça na terra por todo o tempo do reinado pessoal de Cristo. Is 16.14; Jr 48.47; 49.6; 2 Sm 8.2.

Satanás será acorrentado e confinado no abismo por mil anos. Ap. 20.1-3.

O Senhor porá um fim a toda guerra e violência. Daí em diante não será permitido que opressor algum moleste Israel novamente. Na 1.15; Jl 3.17; Sl 46.9; 147.14; Is 60.18; Zc 9.10; Is 2.4; Mq 4.3; 1 Rs 5.4.

O Senhor estabelecerá então o Trono de Sua Glória em Israel e todas as nações que restarem na Terra serão reunidas diante dEle e julgadas de acordo com a maneira como trataram os mensageiros do evangelho do Reino que tiverem então percorrido, e pregado, por todas as nações (Mt 24.14). Então o Senhor os separará como um pastor separa as ovelhas dos bodes. As nações que se mostraram justas entrarão, juntamente com Israel, na bênção sobre a Terra. As nações que tiverem se mostrado injustas serão destinadas ao juízo eterno. Esse é o juízo que o Senhor exercerá no caráter de uma sessão de tribunal. Mt 25.31-46.

Os 1335 dias contados a partir da metade da semana terão então se esgotado. Cada adversário, e todo aquele que é mau, terá sido vencido. Dn 12.12; 1 Rs 5.4.

 

O MILÊNIO

 

Havendo estabelecido o Seu Reino em poder, o Senhor retornará à glória de onde irá reger sobre o mundo todo. Sl 7.7; Sl 47.5; Ap 7.15 (Almeida Versão Revisada).

O Senhor Se assentará sobre o Seu trono nos céu como Sacerdote e Rei, como o verdadeiro Melquisedeque, e reinará em paz por mil anos. Esse período é chamado Milênio. Zc 6.13; Sl 103.19; 110.4; 47.7,8; Ap 20.4; Sl 22.28; Zc 14.9; Ap 22.3; Lv 23.33-44 (festa dos Tabernáculos).

Depois que os juízos de guerra tiverem terminado e o Milênio tiver sido introduzido, haverá muito mais mulheres do que homens no mundo. Is 4.1.

Deus irá convergir todas as coisas em Cristo. Ele será o centro de tudo tanto nos céus como na Terra. Ef 1.10 (Almeida Versão Revisada).

Cristo reinará, como o Filho do Homem, sobre todo o Universo. Sl 8.

O domínio de Seu Reino sobre a Terra se estenderá de um extremo ao outro dos mares. Sl 72.8; Zc 9.10; Sl 2.8.

A extensão de Seu Reino não terá fim. 2 Sm 7.12-16; Dn 2.44; 7.14,27; Lc 1.32,33; Sl 145.13.

No Seu Reino prevalecerá a justiça. Is 9.7; 11.4; 16.5; 32.15-20; 61.11; Sl 72.1-7; Sl 45.6; At 17.31; Sl 98.9.

Não serão mais necessários cadeados e chaves durante o Milênio. Zc 5.3,4; 14.11.

Toda pessoa má, que se manifestar durante o reinado de Cristo, será julgada publicamente tão logo se manifestar. Aqueles que pecarem o farão sem que haja um tentador. Satanás estará preso naquela ocasião. Uma simples mentira não passará despercebida. Um rolo (livro) voador sairá do Senhor a percorrer toda a face da Terra e cairá sobre os que praticam o mal. Essa purificação de todo pecado que for praticado sobre a Terra acontecerá a cada manhã por todos os mil anos. Sl 101.3-8; Sf 3.5; Zc 5.1-4; 1 Rs 2.36-46; Sl 34.12-16.

Haverá um mundo de paz. Sl 72.6-8; Is 2.4; Mq 4.3; Os 2.18; 1 Rs 5.4; Sl 46.9; Is 60.18; Sl 147.14.

O Reino incluirá duas esferas: a esfera celestial, chamada de Reino do Pai, e a terrenal, chamada de Reino do Filho do Homem. (Mt 13.41-43; 26.29; Dn 7.13,14). O Reino do Pai será formado por todos os santos da época do Antigo Testamento, pela Igreja (a noiva de Cristo), e pelo grupo de judeus e gentios martirizados durante a tribulação. São todos eles os santos celestiais. (Em suma, todos aqueles que foram arrebatados e os que participaram da primeira ressurreição). O Reino do Filho do Homem sobre a Terra será composto do remanescente de judeus preservados durante toda a tribulação, das tribos de Israel que tiverem sido reunidas, e dos povos gentios da Terra. Ap 7; Gn 22.17; Dn 7.22.

Os céus e a Terra serão reconciliados. Haverá harmonia entre ambos. Os 2.21-23; Jo 1.51; Gn 28.12-15.

O Senhor, após haver tomado Sua herança (todas as coisas criadas) por Seu poder, a compartilhará com a Igreja, Sua noiva. Ef 1.11-23; Rm 8.17; Sl 2.8; 1 Co 3.21-23.

Os santos celestiais reinarão sobre a Terra. Ap 5.10; Hb 12.22; Dn 7.22.

Os santos celestiais serão como o Senhor no aspecto moral (1 Jo 3.2), e também fisicamente (Fp 3.21). Assim como o Senhor estará no "orvalho de Tua mocidade", eles também serão restaurados à primavera da vida (Sl 110.3). Os santos idosos, cujas faculdades físicas e mentais estiverem arruinadas, serão todos restaurados à força e ao vigor em seus corpos ressuscitados. Nunca mais verão corrupção. 1 Co 15.42-57; 2 Co 5.1-4.

Do mesmo modo como foram feitos à semelhança do Senhor moral e fisicamente, os santos celestiais terão as capacidades de seus corpos glorificados imensamente incrementadas. Estarão aptos a visitar a Terra, subindo e descendo por toda ela em um instante (Lc 24.30-35), e passarão através de objetos sólidos como paredes, etc. (Lc 24.36-43; Jo 20.19-29). Porém não terão qualidades de onisciência ou onipotência, as quais pertencem somente à deidade.

A Jerusalém Celestial* terá muros de pedra de jaspe, doze portões de pérola (três em cada lado da cidade), doze fundamentos de pedras preciosas, e uma rua de ouro, transparente como vidro. Ap 21.9-14,18-21.

 

*Existem três Jerusaléns que não devem ser confundidas entre si: Jerusalém celestial (Hb 12.22; Ap 21.10-22.5), que é o lugar de habitação dos santos nas alturas no período do Milênio; Jerusalém terrenal (Jr 3.17; 30.18; Sl 48; Ez 48.15-20), que é o lugar de habitação do príncipe e de outros santos, provavelmente da família real de Davi durante o Milênio; e a nova Jerusalém (Ap 21.2), a cidade dos santos no Estado Eterno. Todas são chamadas santas (Ap 21.2,10; Jl 3.17).

 

Na cidade celestial haverá um rio de pura água da vida; a árvore da vida dando fruto a cada lado do rio, e o trono de Deus e do Cordeiro no meio. Ap 22.1-3.

A cidade celestial terá a forma de um cubo com cada aresta medindo 2.220 quilômetros. A dimensão total será de aproximadamente 11 bilhões de quilômetros cúbicos! Ap 21.15-17.

Não haverá templo na cidade celestial, pois o Senhor Deus Todo-poderoso e o Cordeiro serão o seu templo. Ap 21.22.

Não haverá noite na Jerusalém celestial. Não haverá necessidade da luz natural do Sol e da Lua, pois a inerente glória de Deus será a luz ali. A cidade resplandecerá de glória divina. Ap 21.23,24.

O Senhor será visto e adorado pessoalmente por aqueles que estiverem na cidade celestial. Ap 22.4.

A Jerusalém celestial será vista sobre a Jerusalém terrenal. Is 4.5,6; Ap 21.9-22.5.

O Senhor apresentará Sua noiva, a Igreja, ao mundo. Ela terá um lugar de associação com Ele em Seu reino. Ele será glorificado e admirado em Seus santos celestiais quando o mundo os vir. Esse é o dia de Cristo. 2 Ts 1.10; Ap 21.9-2.5; Fp 1.6,10; 2.16; 1 Co 1.8; 3.13; 5.5; 2 Co 1.14; Jo 8.56.

O galardão, que os cristãos tiverem então recebido no trono de Cristo, será manifesto diante de todo o mundo no Dia de Cristo. Eles receberão o privilégio de participar da administração da Terra no período do Milênio, na mesma medida de administração e justiça que tiverem aprendido quando ainda estavam na Terra. Ap 20.4; 1 Co 6.2; Lc 16.9-12; 19.11-19; Mt 24.45-47; 25.14-23; Ap 2.26,27.

Os doze apóstolos do Senhor Jesus Cristo terão o privilégio especial de participar, do céu, no governo de Israel. Mt 19.28.

O Senhor desposará Israel em um sentido figurado. "E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que me chamarás: Meu marido". Os 2.16-20; Is 54.4,5; 62.4,5; Jo 2.1-11; Sl 45; Ct 3.6-5.1.

O Senhor Se regozijará sobre Israel com cânticos. Ele Se calará (descansará) em seu amor. Sf 3.17.

A terra de Israel será limpa dos mortos. Um grande sepulcro chamado Hamon-gog (vale da multidão de Gogue) será construído para o sepultamento das hordas Russas e dos exércitos das nações que as seguiram à batalha. Sua localização será em um enorme vale ao oriente do Mar Morto. Ez 39.11.

Levarão sete meses para sepultar os mortos e sete anos para queimar as armas. Ez 39.9,10,12.

Toda a terra de Israel será reconstruída após a sua desolação. Is 61.4; Ez 36.10; Ez 33-35; Jr 30.18; Am 9.14.

Toda a extensão da herança de Israel compreenderá a terra que vai do ribeiro do Egito até o rio Eufrates. A terra ampliada ficará em torno de 480.000 quilômetros quadrados. A área ao oeste do rio Jordão, indo até o Mar Mediterrâneo, será repartida em faixas paralelas dividindo o país de acordo com as doze tribos de Israel (Ez 47.13-48.35). É provável que essa área seja destinada mais para fins habitacionais e a sua extensão para o oriente até o Eufrates seja destinada a pastagens. Sl 47.4; Gn 15.15-18; Êx 23.31; Js 1.4; Is 26.15 (Almeida Versão Revisada); Is 54.1-3; Mq 7.11 (Almeida Versão Atualizada). 17

Uma área de aproximadamente 80 quilômetros de diâmetro na terra de Judá, "Geba e seus arrabaldes" (Js 21.17), até "Rimom" em sua fronteira ao sul (Js 15.32) será elevada na forma de um planalto. Será essa a localização de Jerusalém e da área do templo. (Sl 68.29; Sl 122). Por estar elevada, Jerusalém se tornará em extremo proeminente sobre a Terra. O amplo planalto também proporcionará o espaço necessário para as nações visitarem Jerusalém durante a Festa dos Tabernáculos. Toda a área será chamada "monte da casa do Senhor" Mq 4.1,2; Zc 14.10,11; Is 2.2,3; Ez 40.2.

Na área desse grande planalto uma "oblação" ou "oferta alçada" será oferecida por Israel ao Senhor, a qual será uma porção santa da terra, medindo 25.000 X 25.000 côvados grandes* (Ez 40.5; 41.8) ou 14 X 14 quilômetros (196 quilômetros quadrados). A oblação terá uma área para os sacerdotes e suas famílias, os Levitas e suas famílias, e para a cidade de Jerusalém. Ez 45.1-6; 48.8-20.

 

*Um côvado grande media 56 centímetros. Parece que esse côvado é usado em todas as dimensões do templo em Ez 40-48.

 

Um novo templo (ou santuário) será construído e se localizará na oblação a poucas milhas ao norte de Jerusalém. Será uma "casa de oração para todos os povos". Ez 40-42.20; 45.1-5; 48.8; Is 56.7; Ap 7.15; Sl 68.29.

Haverá uma área de 500 X 500 canas ao redor do complexo do templo (uma cana mede 3 metros e 36 centímetros - Ez 40.5) o que é aproximadamente três mil quilômetros quadrados. Trata-se de espaço suficiente para 280 campos de futebol! Ez 42.15,20; 45.2.

O complexo do templo dentro da área de 500 X 500 canas medirá cerca de 500 X 500 côvados. É espaço suficiente para quase 8 campos de futebol! Ez 40-42.

É provável que o templo não seja construído com ouro e prata como o primeiro templo que foi construído por Salomão (1 Rs 5-8). O ouro e a prata não são mencionados nos projetos do templo do Milênio. Talvez ele seja branco, o que significaria a pureza e justiça que irão caracterizar aquele período. Ez 40-48.

Israel e os gentios trabalharão juntos na construção do templo. Is 60.10; Zc 6.15; 1 Rs 5.1-10.

Haverá somente três portões para se entrar no complexo do templo (no átrio exterior). Não haverá portão para o oeste. Da mesma forma haverá apenas três portões para se entrar no átrio interno onde o grande altar estará localizado. Ez 40.

É notória a ausência do véu no templo do Milênio. No lugar dele haverá portas de folha dupla na entrada (Ez 41.24). Isto significa um grau de acesso muito maior do que aquele que Israel conhecia nos tempos do Antigo Testamento, quando havia uma entrada velada à presença do Senhor (Êx 26.31). Ainda assim, trata-se de muito menos do que a ampla entrada e livre acesso que os cristãos desfrutam agora pelo Espírito através do véu rasgado (Mt 27.51; Hb 10.19-22).

Não haverá a "Arca do Senhor" no templo, pois a glória da presença do Senhor estará ali (Ez 48.35), e algo que O represente não será mais necessário. Jr 3.16.

Não haverá sumo sacerdote dentre os descendentes de Aarão, para exercer o ofício no templo, pois o Senhor, o Grande Sumo Sacerdote estará presente. Zc 6.13; Hb 4.14; 5.5,6; 7.17-24.

O Senhor irá escolher o Seu vice-regente do trono de Israel para, em Seu Nome, administrar os Seus interesses sobre a Terra. Esse "príncipe" será um descendente direto da linhagem da casa real do Rei Davi. (O Príncipe não é o Senhor Jesus Cristo, porém um homem mortal que oferecerá sacrifícios pelo seu próprio pecado) Ez 45.22; Sl 89.34-37; Sl 132.11,12; 2 Sm 7.12-17; Ez 45.7,8.

Tudo voltará à ordem judaica na Terra. Voltará a ser observado o "shabbath", e não mais o primeiro dia da semana como na era cristã. Is 66.23; Mt 24.20; Ez 44.24; 45.17.

A Lei de Jeová, com seus estatutos e juízos, voltará a ser guardada.* Ez 36.27; 37.24; 44.24.

 

*Isto significa que as passagens como Dt 22.5 serão observadas. As mulheres não mais se vestirão com roupas masculinas, etc. Nesse tempo a vida em Israel será ordenada conforme a vontade de Deus.

 

Os sacrifícios levíticos serão novamente oferecidos. Esses sacrifícios terão um caráter comemorativo, sendo uma lembrança da obra consumada de Cristo. Ez 44-46; Is 56.7; Jr 33.18; Zc 14.16-21; Ml 3.3-4.

Será feito uso de instrumentos musicais para auxiliar na adoração ao Senhor sobre a Terra. Sl 68.25; Sl 149-150.

A glória do Shekinah (a presença visível da glória do Senhor) retornará ao templo e será vista outra vez. Ez 43.1-6; Is 4.5,6.

A terra resplandecerá com a glória do Senhor. Ez 43.2; Nm 14.21; Hc 2.14; Sl 72.19.

O Milênio será como um longo dia sem noite. A luz da glória do Senhor será derramada da Jerusalém celestial com tamanho fulgor que mesmo a noite não será totalmente escura. A luz da Lua irá também brilhar tanto quanto o Sol. Zc 14.6,7; Is 4.5,6; 30.26; 60.19,20; Gn 2.1,2; Ap 21.23,24; Compare com Êx 13.21.

Haverá um sacrifício matinal perpétuo, como nos dias de outrora (Nm 28.3,4), mas não haverá o sacrifício da tarde pois não haverá mais noite. Ez 46.13-15.

Somente três das sete festas anuais de Jeová, de Levítico 23, serão conservadas; a Páscoa, a Festa dos Pães Asmos, e a Festa dos Tabernáculos. A Festa das Primícias e a Festa do Pentecostes (festas celebradas no primeiro dia da semana) não serão mantidas. Elas falam da dispensação cristã que não está conectada com a bênção terrenal de Israel. A Festa das Trombetas e o Dia da Expiação também não serão mais observados pois uma vez que o pecado de Israel, por haver se apartado do Senhor, estará julgado e confessado e eles restaurados à sua terra, o Senhor nunca mais trará à tona a questão da infidelidade do povo, que era o assunto para o qual essas festas apontavam. Tudo estará perdoado e esquecido para sempre. Ez 45.18-25; Zc 14.16.

Israel louvará o Senhor. Sl 99; Is 12.

Israel convocará a Terra a louvar o Senhor. Sl 34; Sl 86.9; Sl 96; Sl 100; Sl 117; Sl 148.

Muitas nações se disporão a unir-se ao Senhor. Zc 2.11; Sl 47.9.

Será estabelecida a adoração universal do Senhor Jesus Cristo. Sl 66.4; 145-150; 86.9.

A adoração do Senhor Jesus Cristo será também mensal e semanal (de um "shabbath" a outro). Is 66.23.

Haverá constante louvor, dia e noite, no templo, tanto por parte dos judeus como também dos gentios, visto que adorarão juntos. Ap 7.15; Is 56.6-8; Sl 134.1.

Todas as nações irão a Jerusalém anualmente para adorar o Senhor e orar. Toda carne adorará o Senhor. Zc 8.20-23; 14.16; Sl 22.27; Is 2.18; 66.23.

As nações que não forem a Jerusalém, para adorar e guardar a Festa dos Tabernáculos, trarão sobre si mesmas pragas e seca. Zc 14.17-19.

Toda idolatria será completamente abolida da Terra. Toda religião falsa será destruída. Os idólatras ficarão envergonhados de sua idolatria que não pôde ajudá-los antes. Is 1.28-31; 2.18; Ez 37.23; Os 14.8; Mq 5.12-14; Zc 13.2-6; 14.9.

Em cada nação será oferecido incenso como um memorial ao nome do Senhor. Ml 1.11.

Jerusalém será reconstruída e novamente habitada após sua destruição. Is 61.4; Jr 30.18; 31.38-40; Am 9.14.

As medidas da cidade de Jerusalém serão de 4.500 X 4.500 côvados grandes, o que é um quadrado com aproximadamente 2.500 metros de lado. Ela estará localizada na Santa Oblação ao Senhor. Ez 48.15-19.

Um palácio real será construído na cidade para residência do Príncipe e de sua família. Jr 30.18; Sl 48.3.

Jerusalém terá 12 portões (três de cada lado da cidade) como na Jerusalém celestial. Esses portões nunca mais se fecharão. Is 26.2; 60.11; Ez 48.30-35; Zc 14.11.

Cada habitante da cidade de Jerusalém será justo. Is 52.1; Is 60.21.

As crianças brincarão seguramente nas ruas de Jerusalém. Zc 8.3-8.

Jerusalém será a principal cidade do mundo, o centro metropolitano de toda a Terra. Is 2.2; 62.6,7; Sl 48; Ez 5.5; Jr 3.17; Sl 87.1-3.

Enquanto os santos celestiais reinarão sobre a Terra na Jerusalém celestial (Hb 12.22; Ap 5.9,10; Rm 8.18,19), Israel reinará na Terra e Jerusalém será o trono do governo do Senhor. Sl 45.9-16 ("a rainha"); Sl 2.6; Sl 110.2; Is 2.1-4; Sl 149.5-9.

Israel será estabelecido como cabeça sobre todas as nações da Terra em conformidade com o propósito original de Deus para ele. Dt 28.13; Is 2.1-5; 60.14; At 1.6,7; Dn 3.29,30; Sl 18.43; 47.3; Dt 26.19.

Sendo Israel cabeça sobre as nações, toda a Terra lhe pagará tributo. Ele sorverá da abundância dos gentios e será o mais saudável país sobre a Terra, mais do que qualquer outro com que se possa comparar. Is 60.5,6,9-11,16,17; 61.4-6; 2 Cr 32.23; Sl 72.10; 1 Rs 4.20,21; 10.14,15; Mt 17.27; Zc 14.14.

Os gentios servirão a Israel. Eles alimentarão os seus rebanhos, lavrarão seus campos e cuidarão de suas vinhas, enquanto Israel cuidará do ministério do Senhor. Is 14.2; 61.5-6.

As nações que não servirem a Israel serão extirpadas. Is 60.12.

Serão estabelecidos juízes na terra de Israel para exercer justiça e cuidar dos direitos de Cristo neste mundo. Is 1.26; 60.17; Mq 5.6-8; Ez 45.9; Sl 149.6-9.

O Egito e a Assíria serão nações que exercerão liderança juntamente com Israel durante o Milênio. Is 19.24,25.

Serão construídos um altar e uma coluna para o Senhor no Egito. Is 19.19.

A população das nações ocidentais será rara como ouro. Is 13.12; 14.23; 24.6; Jr 50.3,39; 51.2.

Estradas intercontinentais serão construídas chegando até a terra de Israel. Elas serão utilizadas primeiramente pelos israelitas remanescentes de volta à terra, e então também para as nações irem até Jerusalém. Haverá uma estrada do Norte da África, passando por Israel e indo até a Ásia (do Egito à Assíria), e uma estrada da China (Sinim), através do deserto, até a terra de Israel. Is 11.16; 19.23; 35.8; 49.11,12; Sl 84.5.

Jerusalém será o centro para o aprendizado da Palavra de Deus. Todas as nações subirão para lá com este propósito. Is 2.2,3.

Os sacerdotes ensinarão a Israel o conhecimento do Senhor. Israel, por sua vez, ensinará às nações e como resultado a Terra se encherá com o conhecimento do Senhor. Ez 44.23; Sl 145.11,12; Ml 2.7; Is 2.3; 11.9; 61.6; Hc 2.14; Jr 31.33,34.

Israel será uma bênção para o mundo todo. O poder do Espírito Santo será derramado sobre Israel em sinais e milagres, e Israel usará seu poder para abençoar o mundo. Gn 47.7; Jl 2.28-30; Mq 5.6-8.

Naqueles dias Israel será chamado pelo nome do Senhor -- "Jeová-tsidkenu" (Jeová Justiça Nossa). O nome do Senhor será o Seu nome. Jr 23.6; Jr 33.16.

Naqueles dias será uma honra e um privilégio ser judeu. Os judeus serão famosos por toda a face da Terra. Is 61.9; Sf 3.18-20; Zc 8.20-23.

As pessoas retornarão às suas terras de origem. Os países não terão mais nacionalidades misturadas. Is 13.14; Jr 50.16.

As diversas línguas das nações continuarão a existir no Milênio. Zc 8.23; Is 19.18; 66.18.

A santidade caracterizará cada aspecto da vida em Israel. "Santidade ao Senhor" será escrito nos sinetes dos cavalos (representação da vida pública), nos vasos da casa do Senhor (representação da vida religiosa), e nos vasos de Jerusalém e Judá (representação da vida privada). Zc 14.20,21.

A própria criação será liberta de seu cativeiro e maldição. A Terra cantará (em sentido figurado) ao desfrutar de seu Jubileu. Rm 8.19-22; Is 35.1,2; Sl 65.13; Ap 22.3.

Não haverá mais lágrimas para os que estiverem sobre a Terra. As pessoas serão felizes. Ap 7.17; Is 35.10; 25.8; 65.19,22-23; Sl 144.15; Is 30.19.

Não haverá mais doenças ou enfermidades. Não haverá gripe, resfriado, câncer, etc. Não haverá mais necessidade de médicos, dentistas, enfermeiras, etc. Is 33.24; Sl 103.3.

O cego, o surdo, o mudo e o aleijado serão todos curados. Is 35.5,6; Sl 146.8.

A longevidade antediluviana (pré-dilúvio) será restaurada na era Milenial. Com a maldição removida (Ap 22.3; Zc 14.11), a morte será retida. Aqueles que entrarem no Milênio viverão por todos os 1.000 anos, se não pecarem. Mesmo aqueles que morrerem por causa do pecado sob o juízo de Deus (Zc 5.1-4; Sl 101.8; Sf 3.5, etc.), com a idade de cem anos ou mais, ainda assim não serão considerados velhos. Mesmo com toda essa idade, eles serão considerados como crianças. Is 65.20; Sl 92.14; Zc 8.4; Mt 25.46 (refere-se à vida eterna sobre a Terra); Sl 128.6.

As pessoas sobre a Terra terão famílias numerosas. Sl 107.41; 128; 144.12; Is 60.22; 65.23; Zc 8.5.

Os instintos selvagens e assassinos dos animais dos níveis mais baixos da criação serão alterados. O lobo e o cordeiro habitarão juntos; o leão e o bezerro também viverão juntos e este não será atacado por aquele. As crianças brincarão com os leões e com as víboras e não se machucarão. Os homens poderão dormir nas florestas e não serão molestados. Is 11.6-9; 35.9; 65.25; Ez 34.25.

A dieta dos animais carnívoros será alterada. O leão comerá palha como o boi. Is 65.25.

Aparentemente o homem também voltará a ter um tipo de dieta vegetariana como na época antediluviana (Gn 1.29). Eles comerão peixe (Ez 47.9-10) mas provavelmente não comerão carne.

Não será mais praticada a caça. Os 2.18.

Ocorrerão também vastas mudanças topográficas na Terra. Is 41.15-20.

Haverá um novo rio com águas saneadoras jorrando de sob o templo no centro de Jerusalém e dividindo-se em duas correntes, uma para o leste desaguando no Mar Morto, e outra para o oeste desaguando no Mar Mediterrâneo. Elas correrão pelo novo vale aberto pelos pés do Senhor, quando da Sua vinda no Monte das Oliveiras. O rio irá enriquecer e fertilizar a terra. Ez 47.1-8; Zc 14.4-8; Sl 65.9-10; Jl 3.18.

O Mar Morto será saneado e suas águas serão povoadas com um enorme cardume. Os pescadores irão se enfileirar em suas margens. Ez 47.9-10.

Os pântanos isolados do Mar Morto não serão saneados. Ez 47.11.

Outros novos rios jorrarão também na terra. Is 30.25, 35.6,7; 41.18.

O deserto florescerá como a rosa. Is 35.1,2,7.

O Rio Eufrates, o Rio Nilo e o Ribeiro do Egito secarão e não serão mais utilizados. Is 11.15; 19.5-8; 27.12; Ap 16.12.

O braço do Mar Vermelho (provavelmente a ramificação esquerda do Mar, atravessada por Israel por ocasião de seu êxodo do Egito) se secará. Is 11.15.

Algumas montanhas e vales serão nivelados, talvez como resultado do Senhor haver sacudido a Terra com terremotos, vulcões e outras catástrofes naturais. Sl 97.1-5; Mq 1.2-4; Is 2.21; 40.4; Ez 38.20.

O Sol brilhará sete vezes mais e a Lua será tão brilhante quanto o Sol atual. Is 30.26.

As quatro estações permanecerão as mesmas na Terra. Sl 104.19; 147.15-18; Gn 8.22.

A fertilidade agrícola e a vegetação prosperarão. A Terra produzirá colheitas como nunca se conheceu antes (ao menos desde a queda do homem, Gn 3). Sl 65.9-13; 67.6; 144.13,14; Is 27.6; 35.1,2,7; Jl 2.21-27; 3.18; Am 9.13-15; Mq 4.1-4; Zc 3.10.

Os lugares mais improváveis da Terra, como os picos das montanhas, produzirão safras abundantes. Sl 72.16.

Os campos e prados da Terra se vestirão com rebanhos e os vales serão cobertos por cereais. Sl 65.13; Sl 144.13,14.

As armas serão transformadas em úteis ferramentas agrícolas. Is 2.4; Mq 4.3.

Não haverá ervas daninhas, espinhos ou sarças, exceto na terra de Edom. Isso será de grande auxílio para a produtividade. Is 34.13; 55.12,13.

As lavouras serão tão grandes que não terão tempo de colher tudo antes que já seja tempo de semear novamente. O que lavra alcançará o que sega, e o que pisa as uvas, o que planta as sementes. Am 9.13.

Os fazendeiros desfrutarão de surpreendentes resultados de seus rebanhos. Uma vaca ainda jovem, que em geral não seria capaz de produzir grande quantidade de leite, produzirá com abundância tal que farão manteiga do excedente. Is 7.21,22.

A terra de Israel será tão fértil que se parecerá com o jardim do Éden. Ez 36.35.

Os enormes rebanhos de ovelhas e gado de todos os tipos, pertencentes a Israel, encherão a terra ao ponto de invadirem as ruas das cidades. Sl 65.10-13; 144.13,14; Is 30.23,24.

Ao longo das margens do rio crescerá todo tipo de árvores frutíferas. Elas serão tão produtivas que darão frutos todos os meses, e não anualmente como ocorre hoje. Ez 47.12; Dt 33.14.

Ervas medicinais, feitas com as folhas das árvores que crescerão ao longo das margens do Mar Morto, serão usadas para cura dos cortes e machucaduras. Ez 47.12.

Não haverá mais pobreza. Não se encontrará mais um pobre sobre a face da terra. Haverá provisão para o necessitado, para o órfão e para as viúvas. Sl 132.15; Is 41.17; 65.21-23; Sl 146.7.

A terra de Edom permanecerá uma perpétua desolação de geração a geração durante todo o Milênio. Espinhos, urtigas e cardos crescerão por toda a terra desolada. Isso será uma lembrança constante para todas as nações das conseqüências de se odiar ao Senhor e a Seu povo Israel. Is 34.9-15; Jr 49.13,17,18; Jl 3.19; Ml 1.3.

As grandes cidades da Europa e América não serão reconstruídas. Elas permanecerão virtualmente desabitadas por todo o Milênio, depois de os anjos haverem passado separando os ímpios dos justos. As bestas do campo vaguearão pelo interior das casas, nas cidades desoladas. Is 13.19-22; Jr 50.3,39,40; 51.26,29,43.*

 

*Babilônia representa, como tipo, as nações ocidentais da cristandade

 

Embora a glória, poder e majestade do Senhor estejam, então, sendo manifestadas por toda a Terra, muitos permanecerão submissos por fingir obediência ao Senhor. Dt 33.29; Sl 18.44; 66.3; Sl 81.15; 2 Sm 19.18-23.

Quando o período de 1.000 anos do reino de Cristo (Milênio) estiver chegando ao final, Satanás será solto do abismo para provar os habitantes da Terra (não os do céu) por um breve período de tempo. Ele enganará aqueles que ficaram apenas a fingir obediência no Reino e os reunirá contra a amada cidade de Jerusalém. Ap 20.7-9.

Quando os revoltosos, liderados por Satanás subirem contra Jerusalém, o Senhor fará chover fogo do céu e os destruirá. Ap 20.9,10.

Satanás será lançado no lago de fogo para sempre. Ap 20.9,10; Mt 25.41.

Nessa ocasião o Senhor fará com que os céus e a Terra sejam dissolvidos com grande calor. Jó 14.12; Sl 102.26; Hb 1.12; 2 Pd 3.10-12; Ap 20.11; 21.1.

O Tempo termina. 1 Co 15.24.

Ocorrerá a segunda ressurreição, também chamada de "ressurreição da condenação" (Jo 5.29) ou ressurreição dos injustos (At 24.15). Todos os que morreram em seus pecados, sem fé, durante todo período em que existiu o Tempo (desde Caim até o final do Milênio), serão ressuscitados para permanecerem diante do Senhor em Seu grande trono branco a fim de serem julgados. Esse é o julgamento dos (ímpios) mortos. Jó 14.12; At 10.42; 2 Tm 4.1; 1 Pd 4.5; Ap 20.11-15.

Os anjos caídos que permaneceram em cadeias de trevas serão tirados do abismo e julgados. 2 Pd 2.4; Jd 6; Is 24.21,22.

Os santos darão assistência ao Senhor no julgamento dos anjos. 1 Co 6.3.

O Senhor devolverá o Reino (do Filho do Homem) para Deus Pai e Se devotará completamente à Sua Esposa. Embora Ele devolva o Reino, não devolve Sua Humanidade. Ele permanece um Homem por toda a eternidade. Como Homem, o Filho estará sujeito ao Pai para sempre. 1 Co 15.24-28; Êx 21.6.

 

O ESTADO ETERNO

 

O Senhor criará novos céus* e uma nova Terra onde habita justiça. (Na era cristã, enquanto o Senhor encontra-Se ausente, a justiça sofre; no Milênio a justiça reinará, mas no estado eterno a justiça habitará.) Será um estado permanente nas coisas entre Deus e o homem. Os céus e a Terra estarão, então, convivendo na mais perfeita harmonia. 2 Pd 3.12,13; Ap 21.1-8.

 

*Os novos céus que serão formados não são o céu dos céus, a habitação de Deus. O céu dos céus não passará por mudança pois trata-se de um lugar que é, era, e sempre será perfeito.

 

Não haverá reinado no estado eterno pois não haverá necessidade de governo. Ap 22.5

Os santos justos da Terra do período do Milênio aparentemente serão trasladados da terra Milenial para essa nova Terra sem que vejam a morte.

Todas as diferenças de tempo, distinções nacionais, fronteiras geográficas e limitações que hoje existem desaparecerão. Será uma ordem de vida totalmente nova para o homem sobre a Terra. Não haverá nem macho nem fêmea. Nenhum inimigo ou mal jamais invadirá essa cena de bem-aventurança. Esse é o Estado Eterno. É também chamado "O Dia de Deus", "Séculos dos Séculos" e "O Dia da Eternidade". Ap 21.1-8; 2 Pd 3.12; 1 Co 15.28; Ef 3.21 (Bíblia de Jerusalém); 2 Pd 3.18.

Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. 1 Co 15.26; Ap 21.4.

A Nova Jerusalém descerá dos céu à Terra. Ela será a cidade dos santos. Ap 21.2-3.

Deus será tudo em todos. 1 Co 15.28.

Haverá mais pessoas no céu e na Terra, redimidas por Deus e desfrutando do Seu favor, do que no lago de fogo sob o juízo.* Em TUDO Cristo terá a preeminência. Compare Pv 27.20 com Lc 14.23; Cl 1.18.

 

*Não existe qualquer dificuldade em compreender isto quando consideramos os muitos milhares de crianças que morreram na sua infância (i.e. durante o dilúvio no dia de Noé) ou antes de terem nascido. Mt 18.10,11; 2 Sm 12.23.

 

SEGUNDA PARTE

 

SUMÁRIO DAS BATALHAS DURANTE A INDIGNAÇÃO

 

(1) Os exércitos do Rei do Sul (Egito e seus aliados) invadirão a terra de Israel provenientes do sul. Dn 11.40. (Mapa nº 1.)

 

(2) Os exércitos do Rei do Norte, provenientes do norte juntamente com a Confederação Árabe, passarão como uma assolação por toda a terra de Israel, deixando-a desolada. Outros países situados ao redor da terra de Israel também serão atingidos por essa inundação flageladora, sendo também derrotados por aqueles exércitos em seu avanço rumo ao Egito. Dn 11.40-43. (Mapas 2 e 3.)

 

(3) Os exércitos da Besta (a Confederação Ocidental), ao ouvirem notícias da invasão do Rei do Norte, virão do ocidente para defender a terra de Israel. Nm 24.24; Ap 16.13,14; 19.19. (Mapa nº 4.)

 

(4) Quando a Besta e seus exércitos estiverem entrando na terra de Israel, o Senhor virá com os exércitos do céu (os santos glorificados) para destruir a Confederação Ocidental, quando também a Besta e o Anticristo serão lançados no lago de fogo. Ap 16.15; 19.11-21. (Mapa nº 4.)

 

(5)Os exércitos do Rei do Norte retornarão do Egito à terra de Israel e serão destruídos pelo Senhor. Dn 11.44,45; Jl 2.20. (Mapa nº 5.)

 

A Restauração de Israel

 

Depois que o Rei do Norte for destruído, e antes que a Rússia (Gogue) desça, ocorrerá a restauração de Israel ao Senhor. Ela acontecerá em duas fases. Ez 37.

a) O Senhor Se manifestará aos judeus (as duas tribos) no Monte das Oliveiras, os quais se lamentarão de arrependimento e serão restaurados a Ele. Zc 12.9-14; 14.4,5.

b) O Senhor voltará a congregar, dos extremos da Terra, as dez tribos perdidas de Israel, as quais também serão restauradas ao Senhor. Mt 24.30,31.

 

(6) Quando as doze tribos de Israel estiverem habitando em segurança em sua terra, os exércitos de Gogue (Rússia) e de muitas outras nações com ele, descerão do extremo norte numa tentativa de destruir Israel. O Senhor bramará de Sião e destruirá as hordas Russas e os exércitos que as seguem. Ez 38-39. (Mapa nº 6.)

 

(7) Após destruir os exércitos russos, o Senhor comandará os exércitos do Israel recém-reunido em uma vitoriosa conquista para tomar posse da completa herança prometida por Deus a Abraão.* Is 11.14; Mq 4.13; Jr 51.20-23. (Mapa nº 7.)

 

*A Indignação das nações pode ser considerada terminada quando o Senhor destruir os exércitos comandados pela Rússia (os assírios).18

Alguém poderá perguntar como sabemos que as batalhas acontecerão na ordem apresentada acima. Por esta razão cremos ser tão importante dispormos de um esboço dos profetas, tanto dos maiores como dos menores. Muitos estudiosos da profecia limitam-se, em seus estudos, quase que somente ao Apocalipse e a Daniel, e, conseqüentemente, perdem muito. Nenhum livro apresenta o futuro profético na sua totalidade. É, portanto, necessário incluir todos os profetas a fim de se obter a cena completa. Nosso desejo aqui é o de apresentar apenas alguns desses esboços encontrados nos vários profetas do Antigo Testamento, os quais ajudarão a confirmar a ordem dada no sumário de sete pontos que apresentamos. O tempo e o espaço não permitem que nos ocupemos com todos os profetas, mas cremos que aqueles que incluímos possam ser suficientes para vermos que esta ordem tem base nas Escrituras. Deve ser lembrado que, assim como nenhum livro consegue apresentar a cena completa, também nenhum dos esboços contém todos os pontos encontrados em nosso sumário. Profetas diferentes focalizam diferentes aspectos da profecia. Não se pode esperar que cada profeta cubra todo o espectro dos acontecimentos. Mas quer os profetas cubram uma grande ou pequena parte da cena profética, a ordem deste sumário é mantida por todos eles.

 

(1) Daniel 11-12

 

Daniel 11 apresenta um relato detalhado das guerras entre dois reis -- o Rei do Norte (Síria) e o Rei do Sul (Egito). Os versículos 1 a 35 cumpriram-se na história antes da época de Cristo. Mas do versículo 36 ao final do livro tudo ainda está para se cumprir em um futuro próximo. O período da Igreja, com aproximadamente 2.000 anos, se inseriu entre os versículos 35 e 36 do capítulo 11. Isto não é mencionado pois a Igreja não é reconhecida na profecia. A Igreja é um mistério que esteve oculto nas eras passadas. (Ef 3.2-7.)

Os versículos 36 a 39 dão uma breve descrição dos feitos do obstinado rei, o falso Messias dos judeus (o Anticristo) na grande tribulação. Ele promoverá a iniqüidade e a idolatria, e levará muitos à apostasia. Ele continuará o seu caminho de iniqüidade até à Indignação* (v. 36). À medida que a Indignação vai tendo o seu início (v. 40), o Rei do Sul (Egito e seus aliados, v. 43) invadirá a terra de Israel proveniente do sul. Este é o ponto nº 1 neste sumário.

 

*A Indignação é o período em que o ódio das nações gentias será descarregado em guerra aberta contra Israel. Isso cobrirá um período de aproximadamente 2 meses e meio (75 dias) no final da tribulação e antes que o Milênio seja introduzido. Veja diagrama "A Septuagésima Semana de Daniel".

 

O Rei do Norte (já vimos que haverá uma confederação de nações Árabes aliadas a ele) cairá sobre Israel proveniente do norte e a desolará (vv. 40,41), bem como a muitas outras nações vizinhas. Ele continuará sua conquista em direção ao Egito, derrotando também os seus exércitos. Este é o ponto nº 2.

Enquanto estiver saqueando o Egito, o Rei do Norte ouvirá notícias provenientes do norte. Esta é uma referência velada à Besta e aos seus exércitos (a Confederação Ocidental) entrando na terra de Israel (que se encontra geograficamente ao norte do Egito) numa tentativa de defendê-la. Este é o ponto nº 3.

Ao mesmo tempo, o Rei do Norte também escutará notícias vindas do leste que provavelmente fazem referência à vinda de Cristo com os exércitos celestiais para destruir a Confederação Ocidental. A vinda de Cristo aparentemente se dará a partir do leste. Mt 24.27. Este é o ponto nº 4.

Após ter ouvido essas notícias, o Rei do Norte voltará do Egito, indo em direção à terra de Israel, e será destruído pelo Senhor (vv. 44,45). Este é o ponto nº 5.

Após o Senhor haver tratado com a Confederação Ocidental e com o Rei do Norte, o povo de Daniel (seu povo eram os judeus -- as duas tribos -- que de ora em diante serão identificados como sendo o remanescente judeu fiel) será libertado e restaurado ao Senhor (Dn 12.1). Nessa ocasião o Senhor efetuará também uma ressurreição da nação e trará de volta as dez tribos que estiveram espalhadas por toda a face da Terra. Nelas haverá duas classes de pessoas: os verdadeiros e os falsos. Os rebeldes (os falsos) serão arrancados delas antes que entrem na terra. Os legítimos entrarão na terra e desfrutarão das bênçãos do Milênio (Dn 12.2-3). Isso explica o intervalo que há neste sumário entre os pontos 5 e 6.

Os pontos 6 e 7 deste sumário não estão incluídos neste esboço de Daniel, pois o assunto de Daniel é o curso dos tempos dos gentios que terminarão com o aparecimento de Cristo (Lc 21.24-28). Gogue descerá após o Senhor haver retornado e estabelecido o Seu Reino em Israel e, portanto, não é focalizado em sua profecia.

 

(2) Apocalipse 16.12-21

 

Estes versículos mostram que quando a sexta taça for derramada, a Confederação de reis do Leste (e Norte -- veja Nota à pág. “X” dará início ao seu avanço em direção à terra de Israel (v. 12). Isto explica a movimentação de exércitos apresentados no ponto nº 2.

À medida que esses reis confederados provenientes do norte e leste de Israel estiverem entrando, os exércitos ocidentais, sob a liderança da Besta e do falso profeta, tomarão um novo alento e unirão suas forças para entrar na terra (vv. 13,14). Este é o ponto nº 3.

Quando os exércitos ocidentais entrarem na terra de Israel, o Senhor descerá do céu como um ladrão (v. 15). Ele julgará a Confederação Ocidental sob a égide de Babilônia* (sétima taça, vv. 17-21). Este é o ponto nº 4.

 

*Este não é o julgamento da Babilônia religiosa (a grande meretriz). O julgamento da Babilônia religiosa acontece antes, na metade da semana, quando a face política da Babilônia (a Besta) se revolta contra o poder religioso (a Mulher) e o destrói (Ap 17.16). Aqui trata-se do julgamento final da Babilônia em sua ordem política sob a liderança da Besta. Onde quer que a Babilônia seja descrita no Apocalipse como "meretriz", refere-se ao seu lado religioso, mas quando a Babilônia é descrita como "cidade", trata-se do seu lado civil ou político. (Em Ap 14.8, a "grande cidade" parece não fazer parte do texto original, pois aquele versículo se refere à Babilônia religiosa. Compare com a tradução de Almeida, Versão Revisada)

Este esboço cobre apenas do ponto nº 2 até o nº 4, mas note que a ordem é mantida, embora nem todas as batalhas do sumário sejam apresentadas. O Apocalipse, por estar no Novo Testamento, apresenta a profecia sob o ponto de vista ocidental, por isso interrompe a seqüência das batalhas quando os exércitos ocidentais são destruídos. Embora Ap 16.14 insinue que mais batalhas irão acontecer (à medida que os exércitos de todo o mundo vão sendo também atraídos à terra de Israel), tais batalhas não são descritas por não ser este o assunto do livro de Apocalipse.

 

(3) Números 24.20-25

 

Nesta parábola de Balaão aprendemos o que vai acontecer nos últimos dias de Israel (v. 14). Assur (os assírios -- um tipo do Rei do Norte e seus exércitos) invadirá toda a terra e a deixará em ruínas. Nessa ocasião Israel será desolada por um destruidor vindo do norte, o que não é mencionado nesta profecia em virtude das parábolas de Balaão não contemplarem Israel no seu pecado, e nem tampouco sob o castigo de Jeová -- sendo os assírios a vara de Jeová (Is 10.5,6). Amaleque (v. 20) também será afetado por Assur. A linhagem dos ancestrais de Amaleque pode ser seguida, voltando-se no tempo, até Gn 14.7. Seus descendentes misturaram-se mais tarde com os descendentes de Esaú (Gn 36.12-16) que, por sua vez, misturaram-se com Ismael (Gn 28.9). Eles são os progenitores das nações árabes de nossos dias. Parece que o seu julgamento começará por ocasião da destruição de toda a terra pelo Rei do Norte. Após julgar Amaleque, Assur destruirá os queneus, um ramo do povo midianita que se estabeleceu no extremo sul da terra de Judá e em seus lugares ermos, mas que são, aparentemente, originários do Egito. 19 Se pudermos entender isto como sendo Egito, aprenderemos que os destruidores exércitos de Assur continuarão o seu curso até alcançarem o Egito e o devastarem. Isto está relacionado ao ponto nº 2.

Quando Assur tiver varrido a terra de norte a sul, as naus de Quitim virão do ocidente para afligir Assur. Quitim não apenas se refere a Chipre, mas a todos os poderes marítimos do Mediterrâneo Ocidental, particularmente Roma (Jr 2.10; Ez 27.6; Dn 11.30). Isso explica a movimentação dos exércitos do Império Romano restabelecido, a Confederação Ocidental, quando vier do ocidente com a intenção de barrar o Rei do Norte em sua conquista. Este é o ponto nº 3.

"Exterminada para sempre" é a sentença apropriada à Besta, o grande líder do ocidente*, que encontrará o seu fim pelo juízo que cairá sobre si, proveniente do Senhor por ocasião da Sua vinda. Este é o ponto nº 4.

 

*É duvidoso que tal coisa se aplique a Assur pois nunca é mencionado que a Assíria será destruída para sempre -- sendo removida da Terra como uma nação, como é o caso dos filisteus (Sf 2.5), edomitas (Ob 10,18), amalequitas (Nm 24.20), e Babilônia (Is 13.20; Jr 50.3; 51.29,43,62). O julgamento da Babilônia é figura do julgamento dos poderes ocidentais que estamos considerando. Porém a Assíria, após ter sido julgada, será efetivamente restaurada a uma posição de proeminência no Milênio (Is 19.24). 20

Embora apenas alguns poucos pontos do sumário sejam vistos aqui nesta profecia, a parábola de Balaão é valiosa pois demonstra que os poderes ocidentais vêm para a batalha depois que o Rei do Norte tiver passado pela terra indo em direção ao Egito.

 

(4) As Incursões de Nabucodonosor e dos caldeus na Época de Zedequias

 

A condição reinante entre os judeus no período que precede à queda de Jerusalém, é análoga às condições que prevalecerão entre os judeus que serão trazidos de volta e reunidos em sua terra na tribulação. Trata-se de uma típica antevisão dos eventos futuros. A última condição, evidentemente, será pior (Mt 12.43-45).

Os judeus, sob o seu ímpio rei Zedequias (Ez 21.25), abandonaram o Senhor e desprezaram os avisos de Jeremias, o profeta (Jr 37.2). A terra encheu-se de iniqüidade, violência (Ez 22), e idolatria (Ez 8). Foi também uma época em que a fome e a pestilência prevaleceram (Jr 14.1-22). Os judeus irão se encontrar novamente em condições similares durante a grande tribulação. A multidão de judeus apóstatas que voltará a se ajuntar em sua terra, irá se colocar também sob um rei iníquo (o Anticristo, o falso Messias -- Dn 11.36-39) e será entregue a toda sorte de iniqüidade, violência (Sl 10 e 11), e idolatria (Ap 13.14,15). Haverá também um remanescente de judeus fiéis que será perseguido por pregar a Palavra de Deus, dos quais Jeremias e Baruque são um tipo.

Deus trouxe juízo sobre o Seu culpado povo de outrora ao levantar Nabucodonosor e seu exército caldeu, o qual é um tipo do Rei do Norte (os assírios de épocas posteriores*). Nabucodonosor possuía uma grande coalizão de muitas nações que o auxiliaram (Jr 34.1; 2 Rs 24.1,2; Ob 11-14; Hc 2.5). Eles são um tipo da confederação Árabe que ajudará o Rei do Norte (Sl 83.5-8). Nabucodonosor desceu vindo do norte (Jr 1.13-15; 4.6,7; 6.1-9,22; 10.22; 13.19,20; 25.9-11; 46.20) e desolou toda a terra (Jr 25.9-11). Ele destruiu a cidade de Jerusalém e o templo (Jr 52). Quando seus exércitos estavam destruindo Jerusalém, Zedequias, o iníquo rei dos judeus, fugiu (Jr 52.7-11), exatamente o que fará o falso Messias, o obstinado rei Anticristo (Zc 11.17; Jo 10.12,13). Após Nabucodonosor haver destruído Jerusalém, ele enganou alguns de seus próprios aliados cujos países estavam localizados ao redor de Israel e os saqueou 22 (2 Rs 24.7; Ob 7; Jr 25.9). Nabucodonosor continuou, então, a sua conquista em direção ao sul indo até o Egito e enganando os seus exércitos (Jr 46.13-26). Tudo isso é uma clara antevisão do futuro profético quando o Rei do Norte descerá através da terra de Israel até entrar no Egito. (Dn 11.40-45; Jl 2.1-11; etc.) Isto explica o ponto nº 2.

 

*"Sempre pensei em Nabucodonosor, na sua condição de conquistador, como sendo um tipo dos assírios de uma época posterior" - J.N.Darby. 21

 

Após Nabucodonosor haver completado suas conquistas por toda a terra do Egito, Deus julgou Babilônia. (Aproximadamente 32 anos após a queda do Egito). O julgamento de Babilônia tipifica o julgamento dos poderes ocidentais, o Império Romano restabelecido sob a liderança da Besta e do Anticristo. (Em alguns casos é feita referência a ela como a Babilônia política, Ap 16.17-21). Deus levantou Ciro, rei da Pérsia, para executar o juízo sobre a Babilônia (Is 45). Ele é chamado de "ungido" do Senhor e é, obviamente, um tipo de Cristo. Isto também prenuncia os eventos vindouros, pois depois de o Rei do Norte haver passado através da terra em direção ao Egito, a Confederação Ocidental (a Babilônia política) entrará na terra e será destruída pelo próprio Senhor vindo do céu. Trata-se dos pontos 3 e 4.

Após Ciro haver conquistado Babilônia (com a ajuda de Dario, o Medo -- Dn 5.30,31) ele libertou os judeus e reconstruiu Jerusalém (Is 45.13; Ed 1.1-4). Trata-se de um tipo da libertação que o remanescente judeu fiel receberá na vinda de Cristo. Historicamente, Babilônia manteve os judeus em cativeiro e fará o mesmo novamente no futuro quando a Besta e o Anticristo assumirem o controle da terra de Israel na última metade da semana. A queda do Império Romano restabelecido, juntamente com a Besta e o Anticristo, seus líderes, resultará na libertação da terra e dos judeus (o remanescente) que nela estiverem. 23 É interessante notar que em Daniel 9 o período dos setenta anos de cativeiro (vv. 1,2) está conectado com as setenta semanas da profecia. Daniel orou pela libertação dos judeus após os setenta anos terem expirado, mas Deus revelou a ele que a completa e cabal libertação dos judeus não aconteceria até que se passassem setenta semanas de anos (490 anos). Aprendemos com isso que a libertação dos judeus da Babilônia no passado é uma pequena figura da libertação vindoura que o remanescente judeu fiel terá da Babilônia (política) do livro de Apocalipse, e que acontecerá no final das setenta semanas de Daniel. 24 A profecia de Jeremias acerca da libertação dos judeus da Babilônia (Jr 50.4-8), contempla também o retorno das dez tribos (Jr 50.17-20). Isto explicaria o intervalo entre os pontos 5 e 6.

A compreensão do cenário histórico das épocas em que viveram os profetas do período Babilônico* não somente nos dá uma antevisão dos eventos futuros como também nos fornece a chave para entendermos muitas de suas profecias, conforme demonstrarão os esboços que se seguem.

 

*Há três períodos principais nos quais os profetas profetizaram; o período Assírio, o período Babilônico e o período Medo-Persa. Os profetas do período Assírio são Isaías, Oséias, Joel, Amós, Jonas, Miquéias e Naum. Eles cobrem um período que vai desde o tempo do aparecimento do poder Assírio até a sua destruição; Naum é o que apresenta a sua queda. Os profetas do período Babilônico são Jeremias, Ezequiel, Daniel, Obadias, Habacuque e Sofonias. Estes cobrem o período Babilônico, da sua ascensão à supremacia mundial até a sua queda; Daniel apresenta sua destruição. Os profetas do período persa são Ageu, Zacarias e Malaquias. Eles profetizaram na época em que os Medos e os persas detinham o poder.

 

(5) Jeremias 26-33

 

No capítulo 26 Jeremias prediz a destruição do templo e da cidade de Jerusalém pelos exércitos confederados (Jr 34.1; 2 Rs 24.2) sob Nabucodonosor (vv. 1-9). Ele e seus exércitos são, na profecia, um tipo do Rei do Norte e da Confederação Árabe. Conseqüentemente, Jeremias sofre perseguição do povo em virtude de seu testemunho da impiedade deles e de sua predição de um juízo que havia de vir. No entanto Deus o preserva, de maneira providencial, dos intentos do povo de matá-lo (vv.. 8-16). Da mesma maneira o remanescente judeu fiel deverá avisar a nação apóstata acerca do juízo vindouro. Eles pregarão o evangelho do Reino (Mt 24.14) e sofrerão perseguição por este motivo.

No capítulo 27 Jeremias enviou mensageiros às nações ao redor de Israel para avisá-las de que os exércitos invasores provenientes do norte sob Nabucodonosor não se deteriam em Judá e Jerusalém, mas se apoderariam também de seus países colocando-os sob o seu jugo.

No capítulo 28 Jeremias encontra maior oposição daqueles que seguiam o ímpio rei Zedequias (que é um tipo do Anticristo, o falso Messias dos judeus). Os capítulos 26-28 fazem, portanto, referência na forma de tipos ao ponto nº 2 do sumário.

No capítulo 29 Jeremias envia uma mensagem aos judeus cativos em Babilônia. Ele anuncia que Babilônia (um tipo dos poderes ocidentais sob a Besta) será julgada e que eles serão libertados. Em sua exortação diz que devem se sujeitar aos caminhos de Deus, aceitando o cativeiro e aguardando até que se completem os setenta anos, quando então Babilônia seria julgada. O remanescente judeu fiel, durante a grande tribulação, receberá um encorajamento similar e aguardará dia após dia pelo momento da destruição da Besta e do Anticristo, o que acontecerá no final da septuagésima semana da profecia de Daniel (Dn 9.24-27; Ap 19.19,20). Assim como os cativos de então tiveram de aguardar que se cumprissem os setenta anos, também o remanescente judeu fiel esperará até que a septuagésima semana de Daniel se complete. O capítulo 29, portanto, nos leva aos pontos 3 e 4 do sumário, a saber, a destruição dos poderes ocidentais sob a liderança da Besta.

Os capítulos 30-33 contém as promessas da completa restauração de Israel. No capítulo 30 o Senhor promete voltar a reunir as tribos dispersas de Israel e reconstruir a cidade de Jerusalém. No capítulo 31 elas são vistas se arrependendo e retornando à terra de Israel. No capítulo 32 a terra é habitada e cultivada novamente pelas tribos de Israel que retornaram. No capítulo 33 a cidade de Jerusalém é reconstruída e volta a ser habitada, tendo o Senhor o Seu lugar entre o povo para sua bênção (v. 15). Os capítulos 30-33 satisfazem ao intervalo entre os pontos 5 e 6 do sumário.

 

(6) Jeremias 46-51

 

Os capítulos 34 a 45 nos dão detalhes concernentes à queda de Jerusalém e ao julgamento dos judeus por Nabucodonosor e pelos caldeus. Como já vimos, isso prefigura, profeticamente, a futura destruição de Jerusalém pelos exércitos confederados do Rei do Norte. Mas nos capítulos 46 a 51 Deus anunciou que se Ele ia julgar o Seu povo (os judeus), também julgaria as nações gentias. Os capítulos 46 a 51 enumeram dez nações gentias que seriam também julgadas: Egito, Filisteus, Moabe, Amom, Edom, Damasco (capital da Síria), Quedar, Hazor, Elão e Babilônia. Embora esses julgamentos tenham se cumprido na história pelas conquistas de Nabucodonosor, o seu significado profético permanece numa forma figurada.* A ordem de juízos, à medida que são derramados nestes capítulos, prefigura a ordem dos juízos que serão lançados no futuro.

 

*A maioria dos comentários acerca dos escritos dos profetas do Antigo Testamento não vai além da aplicação histórica e do seu cumprimento. No entanto, essas profecias devem conter algo mais do que uma simples aplicação histórica, do contrário, por que teriam sido incluídas nas Escrituras? Cremos que Deus registrou as batalhas entre esses antigos reis por eles prefigurarem eventos futuros. J.N.Darby disse: "Não posso duvidar que todas essas profecias e juízos se relacionam, numa perspectiva vista pela energia do Espírito, com os eventos dos últimos dias, os quais serão um completo cumprimento dos propósitos e intenções de Deus. Os juízos que Ele executou se realizaram parcialmente na conquista de Nabucodonosor, mas ainda estão para ser completamente cumpridos muito em breve, favorecendo a Israel. Mas, repito, a mente do Espírito vai muito além, e, de um certo modo, se estende até os últimos dias" (Synopsis of the Books of the Bible).

 

O capítulo 46 é uma profecia da famosa batalha histórica que deu a Nabucodonosor a inquestionável supremacia do mundo e que iniciou os "tempos dos gentios". O Egito e seus aliados subiram, através da terra de Israel, ao encontro de Nabucodonosor e seus exércitos que desciam vindos do norte. Nos versículos 3 ao 12 temos a convocação dos exércitos egípcios e a ordem para marcharem através da terra de Israel. Isto é um tipo do ponto nº 1.

Nabucodonosor enganou os exércitos de Faraó e prosseguiu em direção ao sul, através da terra de Israel, entrando no Egito e conquistando também aquela terra (vv. 13-26). E então, nos capítulos 47 a 49, encontramos os vários países vizinhos, localizados ao redor de Israel, caindo sob o juízo por ocasião da passagem do exército de Nabucodonosor. Nós os vemos se dispersando e fugindo em todas as direções a fim de escaparem dos exércitos de Nabucodonosor, quando estes passam saqueando e pilhando. Este é um tipo do ponto nº 2.

Em seguida, nos capítulos 50 e 51, vemos o julgamento de Babilônia. Ciro, rei da Pérsia, executou, então, o juízo (Is 44.28-47.15). (Dario, o Medo, o ajudou -- Dn 5.30,31.) O julgamento da Babilônia, como já demonstramos, é um tipo do julgamento dos poderes ocidentais sob a liderança da Besta e do Anticristo. Ciro é um tipo de Cristo que aparecerá naquela ocasião com os exércitos do céu para destruir os exércitos ocidentais conforme vão chegando. O capítulo 51.1,2 segue descrevendo um vento destruidor e os padejadores soprando a palha em Babilônia, o que é uma figura do juízo discriminatório executado pelos anjos na seara da terra profética -- um é levado e outro é deixado (Mt 13.39-43; 24.40,41). Após esse juízo separador ter sido executado, as pessoas na Babilônia (o ocidente) são mostradas como sendo poucas. Estes capítulos apresentam, na forma de tipos, os pontos 3 e 4.

Após Ciro haver julgado Babilônia, ele deu liberdade aos judeus que estavam cativos ali, e eles voltaram para sua terra (Is 45.13; Ed 1.1-4). Isso é apresentado também em Jr 50.4-20. A profecia, de fato, vai mais além do retorno dos judeus e também considera a volta das dez tribos. Isto corresponderia à restauração de Israel descrita no intervalo do sumário antes da vinda de Gogue (Rússia).

Embora as profecias de Jeremias não cheguem até o julgamento da Rússia, elas cobrem os quatro primeiros pontos do sumário (na forma de tipo) e mais uma vez a ordem é mantida.

 

(7) Ezequiel 24-48

 

Ezequiel talvez seja um dos mais completos esboços proféticos, uma vez que cobre quase todos os pontos do sumário.

Os primeiros 23 capítulos contém testemunhos de Deus contra os judeus em geral por seu pecado e idolatria. Os capítulos 22 e 23 resumem, de forma completa, a situação de total corrupção em que eles se encontravam diante de Deus; tanto os seus profetas como os sacerdotes, rei, príncipes e povo.

Como conseqüência, no capítulo 24 Deus trouxe juízo sobre Judá e Jerusalém por intermédio dos exércitos de Nabucodonosor que desceram provenientes do norte, e destruíram a cidade e queimaram o templo. Nos capítulos 25 ao 28 os seus exércitos se espalharam pelos países ao redor de Israel saqueando-os também. Amom, Moabe, Edom, Filisteus, Tiro e Sidom, todos partilharam do mesmo juízo à medida que Nabucodonosor invadia a terra. E nos capítulos 29 e 30 ele seguiu para o Egito e os destruiu, bem como aos seus aliados. Embora, repito, todas essas batalhas tenham tido o seu cumprimento histórico na época de Nabucodonosor, foram registradas nas Escrituras em virtude de seu valor como tipo. Os capítulos 24 a 30, portanto, são outra prefiguração das campanhas militares do Rei do Norte citadas no ponto nº 2.

O capítulo 31 mostra o julgamento dos assírios, se não de uma forma completa, pelo menos no seu primeiro ataque. Este seria o ponto nº 5.

O capítulo 32 é uma lamentação por todos os que chegaram a tal ponto e que cairão na batalha. Juízo é uma obra estranha a Deus (Is 28.17). Ele não tem prazer nisso, ao contrário, lamenta que tenha de ser feito.

Os capítulos 33 a 37 mostram a restauração de Israel e o seu restabelecimento na terra. Um remanescente de judeus em Israel atenderá aos avisos de Deus (33.1-20), e será poupado -- tipificado naquele que escapa de Jerusalém quando ela é ferida (Ez 33.21-29). Os pastores de Israel (os falsos líderes do governo maligno do Anticristo estabelecido na terra) serão removidos e substituídos pelo verdadeiro Pastor de Israel -- Cristo (Ez 34). O capítulo 36 contém a promessa do Senhor de restaurar a terra após a sua desolação (vv. 1-20), e de restaurar o povo a ela (vv. 21-38). As dez tribos são, em seguida, vistas como sendo revivificadas, voltando à sua própria terra e se unindo com as duas tribos (judeus) sob o reinado de Cristo (Ez 37). Os capítulos 33 a 37, portanto, descrevem o intervalo entre a destruição do Rei do Norte e da Rússia.

Os capítulos 38 e 39 apresentam o ataque de Gogue (Rússia) às recém reunidas tribos de Israel. Este é o ponto nº 6.

O capítulo 39.9,10 faz referência a Israel despojando seus inimigos. Este é o ponto nº 7.

Nos capítulos 40 a 48 tem início o Milênio com a construção do templo e a divisão da terra de Israel pelas doze tribos.

O julgamento de Babilônia (figurativamente o julgamento do ocidente) não é mencionado em Ezequiel. Sua ausência é notória. A razão óbvia é que Ezequiel estava cativo em Babilônia e não cabia a ele, que devia se sujeitar ao cativeiro (Jr 29), falar contra os poderes governamentais que estavam investidos de autoridade. Sendo assim, Ezequiel permaneceu em silêncio quanto ao julgamento de Babilônia. Daniel em Babilônia também não se referiu ao seu julgamento (a não ser de forma velada) até a noite exata em que ela foi julgada (Dn 5).

 

(8) Obadias

 

A profecia de Obadias apresenta o julgamento de Edom. A maioria dos pontos no sumário não é vista neste livro pois não tem relação com o julgamento de Edom, com o qual Obadias se ocupa. Mas o pouco que é mencionado nos mostra como e quando Edom será julgado. Este pequeno livro de Obadias mostra que o juízo de Edom caiu em três fases, 25 terminando com o seu total aniquilamento da face da Terra.

Os versículos 1-14 cumpriram-se historicamente na época de Nabucodonosor. Ele reuniu uma grande coalizão de exércitos de várias nações (Jr 34.1; 2 Rs 24.2) da qual Edom fazia parte. Após haver passado pela terra de Israel e tomado Jerusalém (vv. 11,12), ele enganou Edom e outro de seus confederados (v. 7), entrando em seus países e saqueando-os. O versículo 1 é um chamado que ecoa entre as fileiras da pagã Confederação Árabe liderada por Nabucodonosor para que se voltem contra Edom. O versículo 2 é o resultado -- Edom é tornado pequeno em número. Os versículos 3-4 dizem o por quê: sua soberba. Os versículos 5-9 mostram quem executará o juízo: a sua própria confederação. Os versículos 10-14 expõem a culpa deles por terem ajudado na destruição de Jerusalém. Embora isso tenha acontecido no tempo de Nabucodonosor, tem aplicação profética ao tempo em que o Rei do Norte passará pela terra de Israel em sua jornada rumo ao Egito (Dn 11.40-43). Ele praticará a mesma traição contra alguns de seus confederados árabes e Edom receberá o seu primeiro golpe naquela ocasião. Este é o ponto nº 2 do sumário.

A profecia de Obadias passa, então, por sobre os próximos poucos pontos do sumário, já que eles não estão relacionados a Edom. Os versículos 15 e 16 falam do tempo em que Edom receberá o segundo golpe. As nações pagãs que seguirem a Rússia se reunirão em Edom enquanto fazem preparativos para invadir a terra de Israel. À medida que as hordas russas avançam em direção à terra, o Senhor bramará de Sião (Ele terá então voltado e estará em Sião naquela ocasião) pisando o Lagar da Sua ira sobre eles. Ele irá atingir até Edom (Is 34.1-8, 63.1-6). O juízo do Senhor sobre as nações pagãs então reunidas será tão terrível que a terra de Edom será devastada (Is 34.9-15). Esse acontecimento levará os edomitas a sofrerem mais uma derrota (seu segundo golpe). Este é o ponto nº 6.

Após o Senhor haver pisado o Lagar da Sua ira em Edom, Ele liderará os exércitos do Israel recém-reunido em uma poderosa conquista (Is 11.14; Jr 51.20-23; Mq 4.13, 5.5-8; Sl 108.7, 118.10-12). Será dada, naquela ocasião, oportunidade a Israel de extinguir qualquer edomita remanescente até que o último deles seja eliminado da terra (vv. 17-21). Este é o ponto nº 7.

 

(9) Sofonias 1-3

 

No capítulo 1 Sofonias anuncia a desolação da terra de Israel e do povo que se entregou à idolatria (vv. 1-9). O instrumento de destruição são os exércitos de Nabucodonosor que viriam do norte. Sofonias descreve graficamente a entrada daqueles exércitos em Jerusalém primeiro pelo portão do peixe, então pelo segundo quarto da cidade (vv. 10-12), até que finalmente cada esquina da cidade será esquadrinhada (v. 12). Os bens da cidade serão levados como despojo uma vez que "toda esta terra será consumida" (vv. 13-18). O povo é chamado ao arrependimento e encorajado a buscar o Senhor para que possam ser salvos naquele dia (Sf 2.1-3).

No capítulo 2 encontramos várias nações árabes ao redor da terra de Israel que também passam sob o juízo pelo mesmo destruidor vindo do norte (vv. 4-11); então os Etíopes (Egito e seus aliados) caem à medida que as tropas vindas do norte continuam em direção ao sul entrando em seus países (v. 12). Embora isso tenha acontecido nos dias de Nabucodonosor, está registrado nas Escrituras em razão do seu significado como um tipo, pois é o que o Rei do Norte fará num tempo vindouro quando a profecia será cumprida. Isto atende, na forma de um tipo, o segundo ponto do sumário.

Sofonias então se volta à destruição dos poderes ocidentais -- Babilônia (não sendo ela o objeto de sua profecia) e segue adiante para falar do juízo dos assírios (vv. 13-15). Isto pode se referir ao Rei do Norte (o primeiro ataque dos assírios na profecia) passando sob o juízo que vem do Senhor. Isto fundamenta o ponto nº 5.

No capítulo 3 a cidade de Jerusalém é descrita como corrompida e necessitando de uma limpeza (vv. 1-4). Isto o Senhor fará ao tomar o Seu lugar na cidade (vv. 5-7). Antes que as bênçãos do Reino de Cristo sejam vistas pelo profeta na parte final do capítulo, é apresentado diante de si uma reunião final de nações (v. 8). Esse grupo de nações é aquele ao qual se refere o ponto nº 6 do sumário. Após essas nações terem sido destruídas, as bênçãos mileniais do Reino são dispostas e o Senhor, o Rei de Israel, é visto no meio do Seu povo terrenal, Israel (vv. 9-17). Todos os israelitas remanescentes das dez tribos que não tiverem sido trazidos de volta à terra antes, serão então reunidos na terra de Israel (vv. 18-20).

 

(10) 2 Crônicas 28-32 -- As Invasões dos Assírios na Época de Acaz e Ezequias

 

A história das invasões assírias na época de Acaz e Ezequias dão-nos outra mostra figurada dos eventos futuros.

Acaz reinou como rei em Jerusalém numa época da história de Israel em que eles se encontravam num estado bastante baixo (2 Rs 16.1-4). Acaz é um tipo do Anticristo, o obstinado rei (Dn 11.36-39) que reinará sobre os judeus apóstatas durante a Grande Tribulação. Acaz foi culpado de haver removido o altar de Jeová e estabelecido um deus estranho em seu lugar 26 (2 Rs 16.10-18). Sua atitude, ao remover o altar de Jeová e seus vasos (2 Cr 29.19) é um tipo daquilo que a Besta e o Anticristo farão na metade da semana, ao impedirem os sacrifícios e a adoração judaica (Dn 9.27; 12.11). O estabelecimento de um altar estranho no templo é um tipo da ascensão da abominação desoladora (Dn 12.11; Mt 24.15; Ap 13.14,15).

Por volta dessa época, os assírios iniciam suas investidas provenientes do norte. Após terem conquistado o reino da Síria (2 Rs 16.9) e mantido cativas algumas das cidades na região norte de Israel (2 Rs 15.27-29) o rei de Israel pediu ajuda ao rei do Egito, o qual subiu com seus exércitos (2 Rs 17.1-4; Is 7.18,19*). Profeticamente isto explica o ponto nº 1 do sumário.

 

*As moscas nos extremos dos rios do Egito são um símbolo dos exércitos do rei do Egito. As abelhas da terra da Assíria são um símbolo dos exércitos assírios. Preste atenção na ordem dos eventos: primeiro as moscas assobiam, e então é a vez das abelhas, o que é a mesma ordem dos pontos 1 e 2 do sumário.

 

Isso inflama a ira do rei da Assíria que se precipita desde o norte conquistando "toda a terra" (2 Rs 17.5,6). Israel foi julgado naquela ocasião em virtude de seu pecado de idolatria (2 Rs 17.7-23). Havendo conquistado a terra de Israel, os assírios prosseguem e tomam Asdode, a cidade principal dos filisteus (Is 20.1), e então continuam em sua conquista até o Egito, derrotando os egípcios e seus aliados (Is 20.4-6). Isto explica o ponto nº 2.

Então o iníquo rei Acaz (um tipo do Anticristo) morreu e foi substituído em seu trono pelo bom rei Ezequias, o qual é um tipo de Cristo 27 (2 Cr 29.1,2). O surgimento de Ezequias nessa ocasião prefigura a vinda de Cristo para tomar os Reinos deste mundo, em cuja ocasião nós sabemos que o Anticristo será removido por juízo (Ap 11-15; 19.11-20; 2 Ts 2.8). Isso acontece no ponto nº 4.

Ao ser entronizado, Ezequias reuniu Judá (os judeus) para que se oferecesse um sacrifício pelo pecado (2 Cr 29.21-24), o que era, na prática, um reconhecimento de que haviam pecado. (Compare Zc 12.10; Sl 51). Em seguida eles ofereceram ofertas queimadas e de ações de graças (2 Cr 29.27-36). Ezequias buscou então reunir todo o Israel sob Jeová. Ele enviou mensageiros para chamar todas as tribos de Israel para que viessem a Jerusalém celebrar a páscoa. Pessoas das diversas tribos de Israel se humilharam e foram participar da celebração (2 Cr 30). A expiação foi feita por todo o Israel. Então eles limparam a terra da idolatria e estabeleceram uma ordem verdadeiramente fiel sob o comando de Ezequias (2 Cr 31). Isto explica o intervalo entre os pontos 5 e 6 quando os judeus (as duas tribos) e as dez tribos de Israel serão restauradas ao Senhor.

Após ter sido estabelecida uma ordem fiel na terra, sob Ezequias, os assírios sob Senaqueribe desceram mais uma vez provenientes do norte para derrotar o reino. Assim que o exército de Senaqueribe chegou próximo a Jerusalém, o anjo do Senhor saiu e os destroçou (2 Cr 32). Senaqueribe e os assírios são um bem conhecido tipo*, na profecia, da invasão final comandada por Gogue (Rússia) que será derrotada pelo Senhor. Este é o ponto nº 6.

 

*As primeiras incursões dos assírios sob Tiglate-Pileser (2 Rs 15.27-29), Salmanasar (2 Rs 17.3-6) e Sargom (Is 20.1), que prosseguiu com sucesso através de toda a terra de Israel até o Egito, é um tipo do primeiro ataque dos assírios na profecia (O Rei do Norte e sua Confederação Árabe -- Dn 11.40-43). As invasões posteriores dos assírios sob Senaqueribe, que foram destruídas pelo anjo de Jeová, prefiguram a Rússia e suas hordas que serão destruídas pelo Senhor (Ez 38-39).

 

Após as hordas de Senaqueribe terem sido vencidas, Deus exaltou Ezequias aos olhos de todas as nações sobre a Terra, de forma que muitos trouxeram presentes a ele (2 Cr 32.22,23; Sl 68.29; 72.10). Da mesma maneira, após cessarem as guerras, a glória de Cristo se espalhará por todo o mundo durante o Milênio (Is 66.19; Hc 2.14; Ml 1.11; Sl 72.19).

 

(11) Isaías 9.8*-12.6

 

Esta profecia começa com Isaías anunciando o descontentamento de Deus para com o seu povo que vive pecando. Ele os avisa de um dia em que, caso não se arrependam de sua impiedade, serão destruídos por seus inimigos. Quatro vezes ele menciona, "está estendida a Sua mão" (vv 9.12,17,21; 10.4). Da mesma forma, o fiel remanescente de judeus na grande tribulação irá suplicar a seus irmãos apóstatas que se arrependam de sua iniqüidade (Is 9.8-10.4).

 

*Devemos ter em mente que a divisão de nossa Bíblia em capítulos e versículos não é divinamente inspirada como são as Escrituras. Os homens colocaram capítulos e versículos para facilitar as referências e são de grande ajuda, mas infelizmente neste caso colocaram o capítulo erroneamente, dividindo um assunto que o Espírito desejava que tivesse continuidade. Esta profecia de Isaías é um exemplo disso pois começa no meio do capítulo.

 

Após a nação haver se recusado a atender aos repetidos avisos, Deus permitiu que os assírios viessem contra eles como "a vara" da Sua ira. Ele irá usar os assírios* de uma maneira similar no futuro para eliminar, da terra, os judeus apóstatas que receberam o Anticristo como seu rei (do qual Acabe, que era um rei nos dias de Isaías, é um tipo). Os assírios irão amassá-los como ao barro das ruas e levar tesouros de ouro e prata que eles acumularam para si por meio de seu empenho comercial (Is 2.7; 17.14). Esse é o primeiro ataque dos assírios -- o Rei do Norte e sua Confederação Áraabe (Is 10.5-12), e refere-se ao ponto nº 2 do sumário.

 

*Estas profecias têm ambas uma aplicação próxima e uma mais além. Elas foram parcialmente cumpridas nos dias dos reis assírios da Antigüidade, mas estão registradas nas Escrituras por prefigurarem, na profecia, as futuras invasões assírias.

 

Por haverem os assírios desolado a terra, e por não terem atribuído o seu sucesso ao Senhor, mas a si próprios, o Senhor promete que irá julgá-los (Is 10.12). Ele lhes recorda que não poderiam fazer coisa alguma contra o Seu povo (Israel) a menos que Ele o permitisse. Os assírios foram apenas um instrumento nas mãos do Senhor na desolação, como um machado, etc., que não pode fazer nada por si mesmo (Is 10.12-15). Conseqüentemente o Senhor julga os assírios que Ele usou para destruir os judeus apóstatas. Sua destruição é vista sob a figura de uma enorme floresta em chamas* (Is 10.16-19). Este é o ponto nº 5. Logo antes disso, o Senhor terá aparecido (Sua segunda vinda) para julgar os poderes ocidentais (a Besta), mas isso não é mencionado aqui porque o assunto de Isaías são os assírios.

 

*Esta simbologia não deveria ser esquecida por todo aquele que lê as Escrituras. Árvores são figuras de homens e, portanto, uma floresta seria uma multidão de povos. Neste caso trata-se de um exército de homens (veja Lc 3.9; 6.43-45; Am 2.9; Is 2.11-17, etc.) O fogo é constantemente usado nas Escrituras como um símbolo de juízo (i.e. Mt 25.41).

 

Após o Senhor julgar os assírios (o Rei do Norte), Ele restaurará as dez tribos de Israel, trazendo-as de volta à sua terra natal (Is 10.20-23). Isso ocorre no intervalo entre os pontos 5 e 6.

Quando as dez tribos de Israel encontram-se novamente habitando na terra prometida, os assírios vêm outra vez. Trata-se do segundo ataque dos assírios que são Gogue (Rússia) e as muitas nações sob seu comando. Vem um grande temor sobre o recém restaurado Israel, mas o Senhor lhes assegura que não precisam ter medo dos exércitos que se aproximam. Embora os assírios os tenham afligido com a sua vara (no primeiro ataque), quando ele ergue desta vez o seu bordão contra Israel (segundo ataque), serão destruídos como os egípcios (Êx 14) e os midianitas (Jz 6-8). Esses dois juízos na história de Israel são significativos pelo fato de ambos os inimigos terem sido derrotados pelo Senhor sem que Israel fizesse coisa alguma. Da mesma maneira o Senhor Se levantará em defesa de Israel e destruirá os assírios em seu segundo ataque (Is 10.24-27).

Na última parte do décimo capítulo, Isaías retrata realisticamente o avanço assírio (segundo ataque) em direção a Jerusalém. Não há dúvida de que isso cumpriu-se na época de Senaqueribe (o qual é um tipo de Gogue -- 2 Cr 32), mas é a intenção do Espírito prefigurar o ataque final dos assírios sob o comando de Gogue. À medida que se aproximam, passam de cidade em cidade, chegando cada vez mais perto de Jerusalém. "Aiate" (Ai) encontra-se a 16 quilômetros ao norte de Jerusalém; "Migrom" está a 15 quilômetros ao norte; "Micmas" a 14 quilômetros; "o desfiladeiro" (Versão Almeida Atualizada. Trata-se do ribeiro de Querite) está a 11 quilômetros ao norte; "Geba" dista 9 quilômetros e meio ao norte; "Ramá" está a 8 quilômetros ao norte; "Gibeá" está a 5 quilômetros e meio ao norte; "Galim" e "Anatote" estão a 4 quilômetros e meio ao norte; "Madmena" e "Gebim" estão a 3 quilômetros ao norte; e "Nobe" está a um quilômetro e meio ao norte de Jerusalém.* Quando os assírios se aproximarem da cidade de Jerusalém e tentarem tomá-la, o Senhor bramará de Sião (Jl 3.16) e os destruirá. Sua destruição é mais uma vez vista na figura de uma floresta sendo derrubada (Is 10.28-34). Isto refere-se ao ponto nº 6 no sumário.

 

*Se Gogue irá ou não chegar tão perto de Jerusalém não é o importante aqui. A linguagem do profeta tem apenas a intenção de apresentar o seu avanço.

 

Segue-se o capítulo 11, com o Senhor (o "Renovo" que é o mesmo que "Nazareno" em Mt 2.23) governando sobre a Terra em justiça e paz após os assírios terem sido julgados. O lobo e a ovelha são vistos habitando juntos e a Terra enche-se do conhecimento do Senhor (Is 11.1-9). Enquanto isso, todos os indivíduos remanescentes das dez tribos de Israel que não tiverem ainda retornado à sua terra antes do último ataque dos assírios, virão e serão reunidos aos seus irmãos (Is 11.10-13). Nessa ocasião os exércitos do Israel restaurado sairão em vitoriosa campanha subjugando os inimigos que restarem em sua herança de direito (Is 11.14-16). Este é o ponto nº 7.

O capítulo 12 é uma canção de louvor e ações de graças do Israel redimido, no Milênio (Is 12.1-6).

 

(12) Isaías 13-27

 

Este é mais um dos muitos esboços contidos no livro de Isaías que pode ser utilizado para confirmar a ordem dos juízos dados no sumário. Do capítulo 13 até o 14.27 trata-se de uma introdução. O trecho mostra, de uma forma geral, o juízo que cairá primeiro sobre Babilônia (os poderes ocidentais -- a Besta) antes de caírem sobre o rei assírio vindo do norte com sua Confederação Árabe, juntamente com Gogue -- Rússia. É importante notar que quando Babilônia é julgada há duas pessoas particularmente em foco como sendo especialmente culpadas e, portanto, sujeitas ao juízo de Deus. Trata-se dos líderes responsáveis pelos poderes ocidentais, o "Rei de Babilônia" (Is 14.4-11), que é um tipo da cabeça política da confederação das dez nações, e "Lúcifer" (Is 14.12-20) que aparentemente é um tipo do Anticristo.* 28 Compare com Ap 13.1-18; 19.20.

*No entanto, alguns há que acreditam ser Lúcifer um tipo da pessoa da Besta, o líder político do império, e não o Anticristo. Isto é possível.

O esboço começa, então, com Isaías 14.28. O profeta registra as várias nações que seriam levadas pelos assírios por ocasião de sua vinda do norte. Essas profecias tiveram seu cumprimento parcial na conquista de Tiglate-Pileser, Salmanasar e Sargom, reis assírios, mas elas apontam para os últimos dias quando os futuros assírios (o Rei do Norte -- Dn 11.40-43) desolarão a terra. O lado histórico destas passagens serve como pano de fundo para os eventos da profecia ainda por acontecer. Filístia (Is 14.28-32), Moabe (Is 15-16), Damasco, a capital da Síria (Is 17), e a terra de Israel (Is 18),* são vistos como colocados sob juízo aplicado por meio dos assírios. Depois da terra de Israel ficar desolada (Is 18.5,6), a conquista assíria continua em direção ao Egito (Is 19) onde os Egípcios e seus aliados, os etíopes (Is 20) também serão julgados. Esta é também uma surpreendente previsão ligada ao ponto nº 2 do sumário.

 

*Muitos destes capítulos não somente dão o ponto principal na seqüência dos eventos, como também cobrem outros detalhes conectados com o assunto. Este capítulo não apenas apresenta o ataque à terra pelos assírios (vv. 5,6) como também mostra o que ocorreu para que os judeus pudessem ser encontrados de volta à sua terra (vv. 1-4).

 

Em seguida, Babilônia, "o deserto do mar", é julgada (Is 21). Este é um tipo do julgamento dos poderes ocidentais liderados pela Besta. Ciro (Is 45), o rei persa, foi levantado por Deus especialmente para executar o juízo sobre Babilônia. Ele é um tipo de Cristo que julgará pessoalmente os exércitos da Besta na Sua vinda. Isto pertence aos pontos 3 e 4.

Muitas outras coisas ocorrerão também quando o Senhor vier do céu, as quais são apresentadas a seguir como tipos. Em primeiro lugar, Sebna, que ocupava uma posição no governo da casa de Davi, é removido de seu ofício e lançado como uma bola em um lugar espaçoso (Is 22.15-19). Isso tipifica a remoção do Anticristo, o falso Messias, que será lançado no lago de fogo (Ap 19.20). Então Eliaquim é trazido para substituir Sebna e o governo da casa de Davi é colocado em suas mãos. Este é um tipo de Cristo assumindo Seu lugar de direito no trono de Davi como o verdadeiro Messias e Rei. (Is 22.20-25.)* Em segundo lugar, Tiro, representando o mundo comercial, também é julgada. Todo comércio cessará (Is 23). Em terceiro lugar, a terra (profética) será esvaziada das pessoas ímpias (Is 24). Esse trabalho é feito por anjos (Mt 13.39-42; 24.39-41). Depois de Deus haver limpado toda a cena, Cristo reinará em Jerusalém (Is 24.23). Essas coisas todas ocorrerão na época abrangida pelo ponto nº 4.

 

*Embora este capítulo apresente o ponto principal que é o Anticristo sendo colocado de lado e Cristo sendo trazido à cena, ele também descreve o saque de Jerusalém pelos assírios (vv. 1-14) que é a causa da remoção do Anticristo. Ele fugirá do seu lugar na terra quando os assírios estiverem atacando. (Zc 11.17.)

 

Em Isaías 25 o remanescente fiel eleva os seus corações em louvor a Deus por sua intervenção em favor deles. Eles esperaram pacientemente pelo Senhor, e tendo Ele chegado, regozijam-se em sua salvação. O remanescente celebrará sua libertação em um cântico de louvor (Is 26). As dez tribos de Israel são também levantadas do pó da Terra para se unir ao reavivamento nacional (Is 26.19; Dn 12.1,2; Ez 37). Isaías 25 e 26 explica o intervalo entre os pontos 5 e 6.

À medida que a Indignação continua, o Senhor encorajará a recém revivificada nação de Israel (todas as doze tribos) a se abrigar por algum tempo até que Ele trate com todas as nações restantes da Terra (Is 26.20,21). O leviatã, a feroz e fraudulenta serpente que é um símbolo do poder de Satanás nas mãos dos assírios (Gogue -- Rússia), é finalmente julgada pelo Senhor. Israel, a vinha de Jeová, será preservada por Seu divino cuidado quando os assírios vierem pela segunda vez (Is 27.1-5). Este é o ponto nº 6.

Depois de tudo, Israel será elevado a um lugar de proeminência no Milênio e será uma bênção a toda a Terra (Is 27.6).

 

(13) Isaías 28-35

 

Os capítulos 28 e 29 formam uma introdução a este esboço profético. Eles apresentam rapidamente os dois ataques dos assírios. Os capítulos seguintes desvendam os detalhes da maravilhosa ordem desses eventos proféticos.

O capítulo 28 mostra as investidas das incursões assírias pela terra de Israel, de norte a sul, na figura de um violento temporal de saraiva e de um grande dilúvio. Efraim (nome usado pelos profetas para designar o reino norte de Israel, do qual Samaria era a capital) foi o primeiro a sentir os efeitos das incursões dos assírios (Is 28.1-13). Isaías segue adiante para alertar os legisladores de Jerusalém de que a "tormenta de destruição" iria passar também por Judá e Jerusalém, e que não haveria lugar onde pudessem se abrigar dela (Is 28.14-22). Este é o ponto nº 2 do sumário.

Então, na última parte do capítulo 28 o profeta faz uso de uma parábola para mostrar que depois que os assírios passassem pela terra, o Senhor restauraria Israel. Israel é visto como o pedaço de terra de Jeová, que Ele protege como um agricultor protege sua fazenda. O que trilha com o arado (os assírios) é contratado para revolver a terra (Israel), quebrando os seus torrões (os judeus apóstatas). A isso segue-se a semeadura, na terra, de sementes novas. O ato de trazer as sementes novas e plantá-las na terra é uma figura das tribos dispersas de Israel sendo trazidas de volta à sua terra e plantadas ali, o que resulta em fruto para Deus (Is 28.23-29). Isso acontece no intervalo entre os pontos 5 e 6.

A seguir, quando todas as doze tribos de Israel estiverem de volta à sua terra, o capítulo 29 mostra que haverá outro ataque dos assírios (Gogue -- Rússia), só que desta vez eles não serão bem sucedidos. "Ariel" (Jerusalém) será cercada por inimigos, mas num instante o Senhor tratará com eles em juízo. Israel será então libertada de toda angústia assim como se vai um sonho quando alguém acorda de seu sono (Is 29.1-8). Este é o ponto nº 6

O profeta segue, no capítulo 29, narrando a condição moral do povo que atraiu as invasões dos assírios (Is 29.9-16). Então, no final do capítulo, o Milênio é visto sendo estabelecido com a situação sendo revertida no que diz respeito a Israel. Os altivos assírios serão humilhados e eles (Israel), que haviam sido humilhados, serão exaltados. A insensibilidade de Israel dará lugar ao discernimento espiritual e zelo concernentes às coisas de Deus (Is 29.17-24).

Tendo exposto rapidamente os dois grandes deslocamentos dos assírios (Is 28-29), o profeta Isaías volta, então, para dar detalhes relativos àquelas circunstâncias. O capítulo 30 expõe a condição de incredulidade dos judeus (apóstatas) na terra, no tempo de Isaías, procurando conseguir do Egito a proteção contra os assírios (Compare com 2 Rs 18.21-24). Mas a ajuda do Egito seria em vão (Is 30.7). Confiar no homem para obter ajuda é considerado pelo Senhor como rebelião e, conseqüentemente, o poder do Egito seria despedaçado como um vaso de oleiro, e seus homens dispersos pelos assírios. Os judeus seriam também deixados como uma árvore no topo de uma montanha, separada dos seus ramos após a passagem dos assírios (Is 30.1-17 -- N.T.: "árvore" é traduzido como "mastro" na versão Almeida). Isso tudo prefigura os eventos vindouros. O Egito subirá à terra de Israel (mas não para a proteção de Israel) e os assírios destruirão os egípcios assim como sua terra. Isto se refere aos pontos 1 e 2.

Em seguida é dado encorajamento àqueles que esperam no Senhor (o remanescente de judeus fiéis). O Senhor promete que eles verão a libertação, habitarão em paz em Sião, e desfrutarão das bênçãos do Reino milenial (Is 30.18-26). Ele promete também que os assírios, que foram como "bordão nas suas mãos" (Is 10.5,6), serão abatidos e encontrarão seu fim no lugar de juízo -- "Tofete" -- o lago de fogo (Is 30.27-33).

No capítulo 31 o Senhor dá ênfase à insensatez de terem confiado no braço de carne (Egito). Ele compara a força do Egito com Seu divino poder de proteção sobre Sião e promete defender a cidade como um leão que, com seu filhote, ruge sobre a presa, e um pássaro que voa para guardar seu ninho (Is 31.1-5). Ele roga ao Seu povo para que se voltem a Ele verdadeiramente, lançando fora seus ídolos, e então os assírios cairiam sob o juízo consumidor do Senhor (Is 31.6-9). Isto talvez possa se referir ao ponto nº 5.

O capítulo 32 mostra o Senhor reinando como Rei em Jerusalém, após os assírios (1º ataque) terem sido julgados. O remanescente de Israel é restaurado e são vistos com Ele desfrutando do abrigo de Sua enorme proteção (Is 32.1,2). Eles terão julgado sua iniqüidade e conseqüentemente terão seus olhos abertos e corações entendidos (Is 32.3-14). Estarão habitando em paz na terra, "em lugares quietos de descanso" (Is 32.15-20; compare com Ez 38.11). Este capítulo seria uma referência à restauração de Israel ao Senhor no intervalo entre os pontos 5 e 6.

Então, no capítulo 33, a grande Assíria é colocada mais uma vez diante de nossos olhos (no 2º ataque). Trata-se de Gogue (Rússia) que descerá à terra de Israel após as 12 tribos de Israel se encontrarem novamente habitando em segurança sob a proteção de Jeová. A Rússia, a grande Assíria, despojou antes a terra, usando para isso a Confederação Árabe sob o comando do Rei do Norte (1º ataque) que era um satélite dela (Dn 8.24), porém ela própria, a Rússia, não foi despojada quando o Senhor interveio em socorro do remanescente e julgou o Rei do Norte, quando não houve quem o socorresse (Dn 11.45). Agora, porém, a Rússia com muitas outras nações sob seu comando desce sobre a terra de Israel (Is 33.1). Quando chegam ao recém-restaurado Israel as notícias do exército que se aproxima, o povo cai de joelhos diante do Senhor e ora por libertação. (Is 33.2). Em resposta à oração do Seu povo, o Senhor repentinamente põe o inimigo em fuga (Is 33.3-9) e os consome com fogo (um símbolo de juízo -- Is 33.10-14). Estando os exércitos de Gogue destruídos, a última parte do capítulo mostra Israel uma vez mais desfrutando de quietude em sua terra, tendo sobre si o Senhor como seu Rei enquanto tem início o Milênio (Is 33.15-24).

O capítulo 34 desvenda mais detalhes quanto à destruição dos exércitos aliados de Gogue (Rússia). Após haver destruído Gogue nas montanhas de Israel (Ez 39.1-5), a indignação do Senhor se estenderá até Edom, onde as nações sujeitas a Gogue estarão se reunindo (Is 34.1-8; 63.1-6). O juízo do Senhor sobre os exércitos confederados sujeitos a Gogue será tão severo que a própria terra de Edom se tornará, para todo o sempre, um deserto perpétuo (Is 34.9-15). Os capítulos 33 e 34 satisfazem o ponto nº 6.

O capítulo 35 encerra esse esboço profético com um quadro do Milênio que se seguirá a esses juízos. A criação é vista sendo libertada da servidão da corrupção (Rm 8.21,22) e os redimidos da terra sobem a Sião com cânticos de eterna adoração (Is 35.1-10).

 

(14) Joel 1-3

 

O capítulo 1 é um relato da invasão de gafanhotos que aconteceu nos dias de Joel e que deixou fome por toda parte. Ele usou a enorme nuvem de gafanhotos como uma ilustração do terrível juízo de desolação que o Senhor traria sobre a terra de Israel num dia vindouro, por intermédio dos exércitos dos assírios (em seu primeiro ataque, Dn 11.40-43). No capítulo 2.1-11, Joel prevê os exércitos dos assírios descendo do norte e assolando toda a terra. Este é o ponto nº 2.

A profecia salta, então, os pontos 3 e 4 pois o inimigo em Joel (assim como em todos os profetas do período assírio) não são os poderes ocidentais (Babilônia). Como resultado da terrível invasão proveniente do norte, os judeus (o remanescente) se humilharão completamente e clamarão ao Senhor por socorro (Jl 2.12-17). Em resposta ao clamor do remanescente, o Senhor virá em seu socorro e removerá o exército que veio do norte (Joel 2.18-20; compare com Daniel 11.45). Este é o ponto nº 5.

Quando o Senhor tiver lançado da terra o exército que veio do norte, Ele confortará o remanescente judeu e restaurará Israel (Jl 2.21-32). Isso explica o intervalo no sumário entre os pontos 5 e 6.

Após Israel haver sido restaurado ao Senhor, muitas outras nações se reunirão para guerrear. Isto poderia ser considerado o segundo ataque dos assírios sob a chefia de Gogue. Eles invadirão a terra de Israel e serão julgados pelo Senhor (Jl 3.1-17). O Senhor bramará de Sião (Ele é visto agora como de volta à terra) e destruirá completamente as nações que se reuniram para guerrear (Jl 3.16). Isso acontece no ponto nº 6 do sumário.

Segue-se o Milênio com a bênção do Senhor sobre a Terra e Sua divina presença em Jerusalém (Jl 3.18-21).

 

(15) Miquéias 1-5

 

Miquéias inicia sua profecia anunciando que o Senhor (Adonai) estava para vir em juízo sobre Israel. Ele iria fazer isso por meio dos assírios que eram Seu instrumento em juízo (Is 10.5-6; Jl 2.11 -- "seu exército"). O primeiro capítulo dá uma vívida mostra dos ataques daquele grande inimigo que o Senhor usará -- o Rei do Norte e a Confederação Árabe --, tipificados pelos assírios daquela época (Salmaneser, Sargom, Senaqueribe). Samaria, a capital do território norte de Israel, seria devastada primeiro quando os assírios descessem provenientes do norte (Mq 1.1-7). Então os assírios prosseguiriam em direção ao sul, para Judá, indo até Jerusalém (Mq 1.8,9). Outras cidades ao longo do caminho seriam também devastadas pela invasão (Mq 1.10-16).

Os capítulos 2 e 3 descortinam as causas morais dos juízos de Deus por meio dos assírios; as ímpias práticas do povo (Mq 2.1-6), e sua rejeição à Palavra de Deus (Mq 2.7-11). No entanto o propósito de Deus em abençoar Israel ainda iria ser cumprido, porém isso diz respeito apenas a um remanescente (Mq 2.12,13).

O capítulo 3 expõe um mal ainda mais sério: os líderes da nação (a classe de pessoas em posição de autoridade, como príncipes, etc.) e os profetas estavam corrompidos (Mq 3.1-7). Portanto Sião (Jerusalém) estava para ser lavrada como um campo e se tornar um montão por meio dos desoladores assírios (Mq 3.8-12). Os capítulos 1 ao 3 atendem ao ponto nº 2 do sumário.

Então, no capítulo 4, Miquéias vê Israel em seus últimos dias, restaurado e abençoado por Deus. Ele vê Jerusalém reconstruída e como o centro de adoração e conhecimento de Deus (Mq 4.1-5). Miquéias fala também das tribos de Israel, que foram dispersas para lugares longínquos, sendo novamente reunidas em sua terra (Mq 4.6-10). Isso poderia atender ao intervalo entre os pontos 5 e 6.

Quando Israel (todas as doze tribos) já se encontra estabelecido na sua própria terra sob a bênção do Senhor, outra confederação de nações se ajunta contra eles. É o segundo ataque dos assírios (Gogue-Rússia). O Senhor destruirá esse inimigo e encorajará os exércitos do Israel restaurado a lutarem e subjugarem as nações que seguem Gogue (Mq 4.11-13). Isso atende aos pontos 6 e 7.

O capítulo 5 vai mais além tratando do cerco assírio. O versículo 2 é um parênteses mostrando a primeira vinda de Cristo e Sua rejeição por Seu povo, e como, conseqüentemente, Ele foi deixado de lado durante este presente período. Então, quando o Senhor tiver voltado (segunda vinda) e Israel (as 12 tribos) estiver restaurado a Si mesmo, Ele Se colocará junto a eles como o Seu grande Protetor, quando os assírios entrarem na terra de Israel (2º ataque - Mq 5.1-5a). Os exércitos do Israel restaurado sairão em uma vitoriosa campanha após o Senhor haver tratado pessoalmente com os assírios. O poder militar de Israel será, nessa época, como o de um leão devorando a sua presa (Mq 5.5b-9). Isto também atende aos pontos 6 e 7. A parte final do capítulo mostra que à medida que o Milênio chega, toda idolatria e auto-confiança serão removidas de Israel e eles irão contar com o Senhor em tudo (Mq 5.10-15).

 

(16) SALMOS 42-49

 

Salmo 42 - O remanescente judeu fiel, repudiado por seus irmãos apóstatas (Is 66.5), é descrito como o cervo encurralado em um lugar distante das fontes que conhece, e que suspira pelas correntes d'água. Abatidos pelo desencorajamento, eles lamentam estar privados do privilégio de adorar na casa de Deus (vv. 1-5). De fora de sua terra eles clamam a Deus para que os sustente em sua tribulação (vv. 6-11).

 

Salmo 43 - Estando desterrado, o remanescente fiel sofre uma dupla perseguição: a de seus irmãos apóstatas ("a gente ímpia", v. 1), e aquela que vem dos gentios ("inimigo", v. 2), para cujas terras fronteiriças a Israel eles foram forçados a fugir. O remanescente clama a Deus (Elohim) para que os leve de volta a fim de poderem novamente se aproximar do altar de Deus e desfrutar dos privilégios do templo (vv. 3-5).

 

Salmo 44 - Enquanto os que fazem parte do remanescente fiel aguardam por livramento, recordam uma ocasião na história de Israel em que a terra também se encontrava entregue à impiedade e idolatria, quando os cananitas a possuíam. À medida que pensam no poder de Deus que lançou fora os idólatras da Antigüidade e introduziu na terra os filhos de Israel, eles compreendem que se tiverem que ser levados de volta, haverá de ser por meio do mesmo divino poder (vv. 1-8). Sentindo a opressão vinda dos gentios, para cujas terras tiveram que fugir (vv. 9-22), eles clamam ao Senhor (Adonai) com toda sinceridade, para que venha e os liberte (vv. 23-26).

 

Salmo 45 - Em resposta aos seus clamores nos salmos anteriores, o remanescente exulta ao ver o Messias vindo em Seu poder e majestade real (vv. 1-5). O Senhor, como um Rei guerreiro e conquistador, abate os Seus inimigos com Sua espada de juízo (Dt 32.41-43). Na ocasião, os inimigos são a Besta (os poderes ocidentais) e o Rei do Norte e sua Confederação árabe, embora eles não sejam aqui mencionados especificamente. Isto se enquadraria nos pontos 4 e 5 do sumário.

Havendo assumido o Seu trono em Sião (Jerusalém), o Senhor reconhece e exalta o afligido remanescente e une-Se a ele em toda a Sua glória, como num matrimônio, em presença de toda a Terra (vv. 6-17). A rainha é Jerusalém. As filhas do Rei são as cidades de Judá. As virgens são os do remanescente, que se mantiveram incontaminados da abominação da desolação estabelecida pelo Anticristo. A filha de Tiro e os ricos do povo são as nações gentias convertidas (Zc 2.11). Todos se prostram voluntariamente diante do Rei, prestando-Lhe homenagem. Isto poderia se referir ao intervalo entre os pontos 5 e 6.

 

Salmo 46 - Os Salmos 46 ao 49 desvendam os gloriosos resultados do advento do Rei. O Salmo 46 mostra que embora o Rei tenha retornado (Salmo 45), o remanescente ainda não se encontra em completo repouso em sua terra. Mais uma vez se voltam a Deus em busca de refúgio e completo livramento, ao verem as nações gentias (particularmente aquelas sob o comando de Gogue-Rússia*) se levantando contra eles como ondas de um mar bravio (vv. 1-3). Os mares são, nas Escrituras, uma figura bem conhecida das nações rebeldes da Terra (Ap 17.15; Sl 65.7; Sl 93.3-4; Is 17.12; etc.) Com o Milênio (os 1000 anos do reinado de Cristo) estando para começar, o que é indicado pelo Senhor habitando em Sião como o "Altíssimo" (Seu nome no Milênio), Ele não permitirá que a cidade seja tomada (vv. 4,5). Compare com Is 59.19,20; Zc 9.8; 12.8; Na 1.9. O Senhor Se levanta em defesa do Israel restaurado e destrói os exércitos pagãos trazendo paz ao mundo transtornado (vv. 6-11). Isto se refere ao ponto nº 6.

 

*A profecia indica que as nações que invadem a terra, após Cristo haver retornado e restaurado Israel a Si, são aquelas lideradas por Gogue. 29

 

Salmo 47 - Tendo sido abatidos todos os inimigos, a Terra é chamada a reconhecer a Cristo como Rei (vv. 1,2). Os exércitos de Israel, ajudados pelo Senhor, serão vitoriosos ao subjugar o que restar das nações nos termos da sua herança. Como resultado disso, Israel será colocado em uma posição de cabeça sobre todas as nações (Dt 28.13; Sl 18.43), conforme o propósito original de Deus para com eles (vv. 3,4). Havendo estabelecido o Seu Reino, o Senhor retorna ao Seu trono nos céus, do qual irá reinar por sobre todo o mundo (vv. 5-9). Compare Sl 103.19. As nações gentias convertidas, de bom grado se unem a Israel e ao seu Deus (v. 9). Veja também Zc 2.11.

 

Salmo 48 - Jerusalém é estabelecida como o centro metropolitano da terra milenial; a principal cidade do mundo. Compare Is 2.2,3. É a cidade do grande Rei, o Senhor Jesus Cristo (vv. 1-3). Todas as nações que se levantaram contra ela terão sido derrotadas pelo Seu poder (vv. 4-7). A cidade é agora o lugar do gozo e adoração de Israel (vv. 8-14).

 

Salmo 49 - O estabelecimento do reino de Cristo é anunciado a todo o mundo. Tanto grandes como humildes, ricos ou pobres, são exortados a confiar não em riquezas, mas no Senhor.

 

(17) SALMOS 79-87

 

Salmo 79 - Este salmo apresenta os efeitos das invasões dos exércitos do Rei do Norte, quando tiverem passado pela terra de Israel destruindo tanto a cidade de Jerusalém como o templo, em sua conquista a caminho do Egito (Dn 11.40-42). Aqueles que fazem parte do remanescente judeu fiel clamam a Deus ao verem a terra de sua herança desolada pelos invasores que vêm do norte. Rogam que Deus derrame rapidamente o Seu juízo sobre eles.

 

Salmo 80 - Enquanto aguardam pela intervenção de Deus, os que pertencem ao remanescente elevam uma tríplice oração pela restauração da nação (vv. 3,7,19 Almeida Versão Atualizada). Eles falam a Deus acerca da nação sob a bem conhecida figura de uma vinha, recordando-Lhe Seu maravilhoso cuidado para com eles nos tempos passados (vv. 1-11). Confusos e atribulados, eles perguntam o por quê de Deus haver permitido que ela fosse pisoteada por um javali selvagem (os exércitos de gentios impuros do Rei do Norte) e queimada com fogo (vv. 12-16). Eles rogam que Deus tenha a Sua mão sobre o Varão da Sua destra (o Messias), reconhecendo que a única esperança de restauração encontra-se nEle (vv. 17-19).

 

Salmo 81 - Prevendo a sua restauração, o remanescente anela que seja soada a trombeta na lua nova (a festa das trombetas, Lv 23), simbolizando a colheita e restauração nacional de Israel (vv. 1-5). Enquanto aguardam pela intervenção do Senhor, Ele fala lembrando-lhes que quando clamaram a Ele no passado, e Ele os livrou, rebelaram-se logo depois (vv. 6-16). Nisto testa a realidade do desejo que o povo tem por Ele. O Senhor testifica, então, que se eles tão somente escutassem à Sua voz e andassem em Seus caminhos, Ele certamente os livraria de todos os seus inimigos.

 

Salmo 82 - A presença de Deus é agora reconhecida em Israel. O Senhor retornou (a vinda de Cristo) em resposta ao clamor do remanescente no salmo anterior. Ele é visto julgando aqueles que se encontram em posição de autoridade na terra de Israel (o Anticristo, o obstinado rei, e outros oficiais do seu governo. Dn 11.39). O julgamento deve começar pela casa de Deus (1 Pd 4.17). Aqueles que se colocaram numa posição de responsabilidade são julgados primeiro (v. 7). O Senhor aplicou este salmo ao tempo da Sua primeira vinda (Jo 10.34), mas não falou de julgamento naquela ocasião pois tinha vindo, então, em graça para salvar. Mas ao vir pela segunda vez, Ele executará juízo em Israel, começando com os legisladores judeus (apóstatas) responsáveis. Este salmo descreve, portanto, o julgamento que o Senhor executará no dia em que vier para livrar o remanescente.* Isto atende ao ponto nº 4 do sumário. O remanescente pede também que o juízo do Senhor se estenda às nações gentias da Terra (v. 8).

 

*Deve-se notar que a Besta (a Confederação Ocidental) não é mencionada como sendo julgada aqui, embora o seja nessa ocasião. As nações ocidentais não são o assunto dos Salmos; Daniel e Apocalipse têm mais a ver com elas. J.N.Darby disse: "Parece-me que, pelo menos no que diz respeito aos resultados, que o Anticristo encontra-se fora de cena quando acontece o Salmo 83. Este salmo se cumpre após a destruição de todos os poderes da Besta". 30

 

Salmo 83* - Tendo o Senhor retornado, Seus juízos continuam. Neste salmo Seu julgamento é visto estendendo-se (como foi pedido pelo remanescente em Sl 82.8) às nações confederadas** sob o comando da Assíria, que devastou a terra. O juízo executado sobre essas nações é em razão de sua aversão ao povo terrenal de Deus, os judeus (vv. 1-8). Isto tem uma correlação com duas significativas vitórias na história de Israel (Baraque e Gideão, Jz 4-8) quando Deus interveio em seu favor na planície de Megido (Armagedom). Aquelas vitórias prefiguravam o julgamento aqui mencionado (vv. 9-17). Isto pode atender o ponto nº 5. Como resultado das nações sob o comando dos assírios, o nome do Senhor torna-se conhecido sobre a Terra (v. 18). "JEOVÁ", nome revelado a Israel como o Seu nome relacionado ao concerto, é agora apresentado. A introdução do nome de JEOVÁ marca uma mudança no livro dos, assim chamados, salmos Eloístas para os salmos Jeovaístas. Do Salmo 42 ao 83, o clamor do remanescente foi dirigido a Deus (Elohim), mas do Salmo 84 em diante elas são dirigidas a JEOVÁ ("Senhor", na versão Almeida). Isso indica que o remanescente foi libertado e está compreendendo as bênçãos do concerto que eles têm em Jeová. 31

 

*J.N.Darby menciona, acerca do Salmo 83 em sua "Synopsis", que essa confederação é a "última confederação". Alguns tomaram sua afirmação como significando que essas nações confederadas se levantam no final com Gogue (Rússia), quando este ataca (Ez 38-39). Creio que isso seja uma compreensão errônea daquilo que Darby quis dizer. Mais adiante em sua "Synopsis" (a respeito de Obadias), ele menciona a "última confederação" atacando e destruindo Jerusalém! Gogue não fará isso. Ele atacará, mas quando o fizer a cidade será defendida pelo Senhor que terá então retornado para libertar o remanescente judeu fiel e restaurar as dez tribos de Israel. Naquela ocasião o Senhor bramará de Sião e destruirá Gogue e os exércitos que o seguirem. É preciso compreender o que Darby quer dizer quando usa a expressão "última confederação". Trata-se da grande Assíria na profecia, que é uma imensa confederação que engloba tanto o Rei do Norte e sua Confederação Árabe (Salmo 83), como também Gogue (Ez 38.1-6). Gogue terá controle de toda a confederação. As nações no Salmo 83 são satélites de Gogue (Dn 8.24). A totalidade da "última confederação" não ataca Israel ao mesmo tempo. O Rei do Norte, com sua Confederação Árabe (provavelmente enviada por Gogue), ao qual se refere este salmo, atacará primeiro e será bem sucedido em destruir a terra (Jl 2.1-11) e a cidade de Jerusalém (Sl 79.1-3; Zc 14.1,2) à medida que avançam em direção ao Egito (Dn 11.40-43). Isto é algumas vezes chamado de primeiro ataque da Assíria. O segundo ataque da Assíria é quando Gogue (Rússia) e seus exércitos descem mais tarde e são destruídos pelo Senhor (Ez 38-39). Ambas são denominadas "última" pois a Confederação Ocidental (a Besta) já terá sido então julgada e estará fora de cena nessa ocasião.

 

** Essa confederação de dez nações não é, evidentemente, a Besta, cujo império é também composto de dez nações (Ap 13.1; 17.12). As nações confederadas sob o comando da Besta são originárias da Europa ocidental, enquanto que as nações neste salmo estão situadas imediatamente ao norte e leste de Israel.

 

Salmo 84 - O princípio deste salmo mais uma vez indica que o remanescente judeu fiel (as duas tribos, Judá e Benjamim) foi libertado. Corá (o mesmo que Coré) e seu grupo que foram destruídos, são uma figura dos judeus apóstatas que rejeitaram a Deus. Seus filhos (os "filhos de Corá") são uma figura do remanescente poupado (Nm 26.10,11). O salmo segue mostrando o exercício das dez tribos dispersas à medida que retornam à terra de Israel após a Confederação Árabe, sob o comando da Assíria (Sl 83), haver sido julgada.* O almejo por Deus se levanta entre eles. Como verdadeiros israelitas eles almejam pelo lugar terreno, como lhes é próprio, nos "átrios do Senhor" (vv. 1-4). Eles invejam os pardais e as andorinhas que encontraram lugar na casa de Jeová e desejam estar ali também. Anelando por Deus e por Sua habitação, os Seus eleitos, vindos dos quatro ventos (Mt 24.31), começam uma jornada que os leva até lá (vv. 5-8). O versículo 5 poderia ser melhor traduzido como "Bendito o homem... cujo coração está nas estradas para Sião" (versão livre da tradução de J.N.Darby). Compare também Is 11.15,16; 19.23; 35.8-10; 49.9-12. Seu caminho os leva através do vale de Baca ("pranto", conforme nota na tradução de J.N.Darby) indicando que haverá uma obra de arrependimento em seus corações à medida que retornam (Jr 31.9,18-21). Eles irão "de força em força" (v. 7 -- N.T.: "de grupo em grupo" conforme versão utilizada pelo autor). Os peregrinos israelitas irão aumentando em número à medida que encontram outros grupos de seus irmãos no caminho, até existir uma enorme multidão dirigindo-se a Sião. O salmo termina com o desejo que têm de verem o Messias ("teu Ungido"), ao qual eles reconhecem como seu Sol e Escudo (vv. 9-12).

 

*"As dez tribos, pelo menos o remanescente delas, encontram-se na terra quando os últimos eventos estão ocorrendo. No Salmo 84 eles sobem outra vez a Jerusalém, e no Salmo 85 ocorre a restauração." J.N.Darby. 32

 

Salmo 85 - O remanescente de Israel é visto agora como tendo sido trazido dos quatro ventos (Mt 24.31) para o favor de Jeová, com seus pecados perdoados e a ira de Deus desviada (vv. 1-3). O salmo segue para mostrar que haverá uma ulterior restauração, em suas almas, após terem sido exteriormente libertados e levados de volta à sua terra, antes que possam estar em liberdade para desfrutar das bênçãos do Reino 33 (vv. 4-7). A súplica ao Senhor, para que Sua ira seja desviada deles, indica que necessitam compreender a extensão do livramento que agora lhes pertence. Eles ainda não têm certeza de como está o coração do Senhor para com eles e, conseqüentemente, não estão em paz*. Para por um fim aos seus temores e acabar com suas dúvidas, o Senhor lhes fala de paz. Fala da grandeza da salvação que lhes foi trazida e os instrui no verdadeiro significado e valor da cruz, onde a misericórdia e a verdade se encontraram, e a justiça e a paz se beijaram (vv. 8-10). Como conseqüência, o remanescente aprende que a obra consumada de Cristo na cruz é o fundamento para as bênçãos do Reino e que dela podem desfrutar pois lhes pertencem (vv. 11-13). Os Salmos 84 e 85 atendem ao intervalo entre os pontos 5 e 6.

 

*Talvez seja algo como os irmãos de José que, após terem sido restaurados a ele, ainda não estavam certos de seu favor para com eles (Gn 50.15-21). 34

 

Salmo 86 - Este salmo mostra que embora o restante de Israel (as dez tribos) tenha retornado à sua terra (Sl 84) e sido restaurado ao Senhor (Sl 85), ainda permanecem sem um completo descanso em sua herança prometida.* A angústia resultante de terem estado cercados de inimigos ("as assembléias dos tiranos", v. 14) os leva a clamar ao Senhor por sua preservação (vv. 1-7). Eles expressam a confiança no Senhor, de que Ele Se levantará em poder para abater seus inimigos até que todas as nações sejam subjugadas e postas sob Ele (vv. 8-10). O reconhecimento que têm do poder do Senhor é indicado pelo fato de usarem sete vezes o nome "Senhor" (Adonai, no original) que se refere ao exercício do Seu todo-poderoso senhorio, ao invés de "SENHOR" (Jeová, no original) que é o Seu nome relativo ao concerto. Eles trazem à memória a maravilhosa libertação, operada pelo Senhor em favor deles, ao destruir seus inimigos anteriores, e confiam que Ele agora fará o mesmo às "assembléias dos tiranos" que se levantaram contra o remanescente (vv. 13-17). O inimigo ("os tiranos") nessa ocasião são os assírios que na sua forma final é a Rússia.** A profecia revela que são as hordas russas (Gogue) que descerão do norte numa tentativa de derrotar o Israel recém-reunido (Ez 37-39, principalmente Ez 38.11,12). O seu caráter de ímpio ateísmo é revelado no fato de não colocarem o Senhor diante dos seus olhos (v. 14). Isto atende ao ponto nº 6.

 

*"O salmo é essencialmente o piedoso apelo, a Jeová, do remanescente de Israel que retornou à terra." J.N.Darby ("Synopsis of the Books of the Bible").

 

** "Creio que o homem ímpio seja o Anticristo; o homem violento (os "tiranos" - versão Almeida), os inimigos subsequentes dos judeus, os assírios." 35 "Gogue será a última forma dos assírios." 36 Homens violentos (ou "tiranos") é um título apropriado para os assírios. Eles eram particularmente conhecidos por sua violência e crueldade (Jn 3.8).

 

Salmo 87* - todos os inimigos são vistos como derrotados. Sião (Jerusalém) é agora restabelecida na terra como a cidade de Deus (vv. 1-3). O remanescente de Israel (as dez tribos) fica sabendo das várias nações como Raabe (Egito, Is 51.9; Sl 89.10), Babilônia (a Besta, os poderes ocidentais), e outras que foram julgadas antes que voltassem à terra. Eles não estavam na terra quando essas nações foram julgadas e portanto aprendem acerca disso após o fato já haver ocorrido (v. 4). Com o início do Milênio** a fama do povo de Jeová se espalhará por todo o mundo (Is 61.9) como tendo nascidos de Deus e conectados por graça com Sião (v. 4). O Senhor manterá um registro de cada um dentre as nações ("os povos", cf. tradução J.N.Darby) que serão também nascidos de novo (v. 6). O versículo final indica que todo o gozo terrenal terá a sua origem e será centralizado em Sião (v. 7).

 

*Historicamente, parece que este salmo foi escrito após a libertação de Jerusalém, quando os exércitos de Senaqueribe, o rei da Assíria, foram destruídos (2 Cr 32.21-23). Se isto é certo, a correta colocação deste salmo é bastante significativa pois Senaqueribe é um bem-conhecido tipo de Gogue (Rússia). Após os exércitos de Gogue terem sido julgados (Sl 86), a glória do Reino de Sião é revelada (Sl 87), como estando associada com o Altíssimo.

 

** O fato do Milênio ter tido início é indicado pelo uso do nome "Altíssimo" para o Senhor (v. 5), o que implica Ele haver tomado posse dos céus e da Terra (Gn 14.19; Sl 2.8).

 

Há muitos outros esboços nos Profetas e nos Salmos que poderiam ser incluídos neste livro para confirmar a ordem da profecia, mas o tempo e o espaço não o permitem. Os esboços acima são suficientes para nosso propósito.

 

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 1. Darby, J.N. "Notes and Jottings", p.132;

                "Collected Writings", vol.30, p.126;

                "Notes and Comments", vol.3, p.65.

    "Christian Truth", vol.7, p.104.

 2. Scott, W. "Exposition of Revelation", p.230;

    Lunden, C.E. "Time Chart", p.11.

 3. Darby, J.N. "Synopsis of the Books of the Bible", vol.2, p.343.

 4. Scott, W. "Exposition of Revelation", p.332.

 5. Kelly, W. "Minor Prophets", p.258;

    Gill, J.R. "The Future", p.30.

 6. Baines, T.B. "The Revelation of Jesus Christ", p.216

 7. Darby, J.N. "Letters", vol.1, p.522; vol.3, p.359.

 8. Lunden, C.E. "Time Chart", p.11;

    Scott, W. "Revelation of Jesus Christ", p.217;

      "       "Doctrinal Summaries", p.48-49.

 9. Kelly, W. "Minor Prophets", p.195;

      "       "Isaiah", p.269;

    Tatford, F.A. "The Prophet of Edom's Doom", p.26-28,35;

    Darby, J.N. "Synopsis", vol.2, "Obadiah".

10. Darby, J.N. "Synopsis", vol.2, "Obadiah".

11. Scott, W. "Revelation of Jesus Christ", p.304.

12. Kelly, W. "Exposition of the Book of Isaiah", p.224.

13. Lunden, C.E. "Egypt, Assyria, Israel", nota p.27;

      "          "Creation, Death and Destiny", p.57.

14. Darby, J.N. "Notes and Comments", vol.4, p.14,94.

15. Lunden, C.E. "Prophetic Scriptures", p.55.

16. Darby, J.N. "Bible - New Translation, nota em Is 26.15.

17.   "         idem nota 16.

18. Darby, J.N. "Collected Writings", vol.5, p.210; vol.30, p.224;

      "         "Notes and Comments", vol.4, p.66.

19. Lunden, C.E. "Time Chart", p.19.

20. Bible Treasury, vol.16, p.2.

21. Darby, J.N. "Notes and Comments", vol.4, p.90-91.

22. Kelly, W. "Minor Prophets", p.195-196;

      "       "Isaiah", p.269;

    Tatford, F.A. "The Prophet of Edom's Doom", p.26-28,35;

    Darby, J.N. "Synopsis", vol.2, "Obadiah"

23.   "         "Notes and Comments", vol.4, p.14,94.

24.   "         "Synopsis", vol.2, p.353, Morrish Edition.

25.   "         "Synopsis", vol.2, "Obadiah".

26.   "         "Synopsis", vol.2, p.289, Morrish Edition.

27.   "         "Collected Writings", vol.30, p.196.

28.   "         "Notes and Comments", vol.4, p.32,94.

29. Hadley, E.C. "Prophetic Events", p.71.

30. Darby, J.N. "Notes and Comments", vol.3, p.174;

    Gaebelein, A.C. "The Book of the Psalms", p.317.

31. Darby, J.N. "Synopsis", Salmo 83.

32.   "         "Notes and Comments", vol.3, p.160,175.

33.   "         "Synopsis", Salmo 85.

34. Lunden, C.E. "Notes for Prophetic Scriptures", p.33-34.

35. Darby, J.N. "Notes and Comments", vol.3, p.264;

36.   "         "Letters", vol.1, p.522-523.

 

 

19-09-92

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