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Coleção de Microcomputadores e Videogames Antigos

Sou colecionador de microcomputadores antigos e videogames, com enfoque principalmente nos microcomputadores de 8 bits: os TKs da Microdigital (TK80, TK82, TK83, TK85, TK90X, TK95, TK2000, TK3000, TKS800), os CPs da Prológica (CP-200, CP-300, CP-400, CP-500), os diversos clones do Apple II (Unitron, Exato, Dismac, etc.), Ringo R-470, MC-1000, NEZ80, NEZ8000, MX1600, Color 64, Codimex CD-6809, D-8000, DGT1000, Apply 300, Commodore, Sinclair, Tandy, Amstrad CPC, Atari, MSX, Matra Hachette, Thomson, Timex, Sega SC3000, dentre outros. Também tenho interesse pelos micros Amiga, Atari ST, Lisa e Mac512 original e da Unitron. Em relação aos videogames, tenho enfoque nos videogames que usam cartuchos fabricados antes do Playstation: Atari, Intellivision, Odyssey, Colecovision, Splicevision, Onyx, Turbo Grafx 16, PC Engine, etc.

Doações: Caso você possua um equipamento antigo que esteja ocupando espaço na sua casa, mesmo que esteja quebrado, e queira doar, por favor entre em contato comigo. Eu pago as despesas de correio. Tenho interesse não só pelo equipamento, mas também pelos acessórios, peças, placas, livros e manuais (xerox servem), revistas (MicroHobby, Micro Sistemas, CPU, etc.), porque também estou coletando informações históricas sobre os micros e videogames da época, pois faltam muitas informações sobre a história de diversos equipamentos que foram produzidos (ou vários que não passaram de protótipo) no Brasil durante o período da reserva de mercado, sejam eles micros ou videogames. Se você foi funcionário de alguma empresa de micros ou videogames e possui informações, até mesmo xerox de artigos/documentos da época, ou de manuais/esquemas eletrônicos, por favor entre em contato.

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Minha História com os Microcomputadores e Videogames

Desde pequeno tive grande interesse por microcomputadores, e também é claro, videogames. Antes de ganhar meu primeiro videogame ou computador, eu me lembro que havia jogado um pouco de Intellivision em uma loja de eletrodomésticos. Posteriormente minha madrinha havia adquirido um Atari com os jogos Enduro e Asteroids, e acabei jogando um pouco e meus pais também. Eu via os anúncios de videogames Atari, Odyssey e Intellivision nas revistas em quadrinhos e acabava despertando ainda mais meu interesse. Após um certo tempo e atormentar muito meus pais, acabei ganhando um Atari de presente, com os cartuchos Adventure e Enduro. O Adventure vinha com o Atari da Polyvox e o Enduro foi adquirido à parte na mesma loja (foram meus pais que escolheram o Enduro). Aliás, o Enduro provavelmente foi o jogo de Atari mais popular no Brasil (juntamente com o River Raid).

Aos poucos fui juntando uma coleção de cartuchos de Atari que prencheu uma caixa de sapatos inteira. Todos os cartuchos ainda estão em perfeito estado de conservação até hoje. Na época havia descoberto uma loja de artigos de couro no bairro de Santana que em um canto (meio escondido) vendia cartuchos de Atari. O mais interessante é que ficava um funcionário responsável pela demonstração dos cartuchos para os clientes, ele tinha uma TV, um Supergame da CCE e um joytick do tipo manche com ventosas sobre o stand. Isso permitia que você visse como era o jogo antes de comprar, já que naqueles tempos geralmente se comprava os jogos pela ilustração na caixa. A loja também aceitava encomendas de cartuchos, assim eu pude adquirir jogos difíceis de se encontrar (no Brasil) como Rivers of Lost Ark, Montezuma's Revenge, e Return of Jedi. Outra coisa legal que eu me lembro naquela loja era o poster do filme War Games na parede do stand de jogos.

O mais interessante é que naquela época imaginava que os cartuchos vendidos nas lojas de eletrodomésticos eram todos originais, e que os jogos que comprava naquela loja de couros eram piratas. Na verdade todos os jogos eram piratas, apenas os da marca Polyvox tinham autorização para serem vendidos no Brasil. Durante um bom tempo a pirataria reinava no Brasil, muitos fabricantes fizeram cópias de micros, videogames e jogos que haviam no exterior e lançaram aqui, algumas vezes com modificações.

Eu tinha uma enciclopédia de informática com dois volumes que havia ganho de um amigo dos meus pais. Passava muito tempo olhando todos os artigos que mostravam os diversos micros existentes e que ensinavam sobre os periféricos e noções de programação. Passei a comprar as revistas Input, que ensinava a programar em linguagem BASIC nos diversos computadores existentes (Apple II, ZX Spectrum, ZX81, TRS Color, MSX).

Comecei a me interessar mais pelos micros da linha MSX e da linha ZX Spectrum (TK90X e TK95), pelos recursos gráficos que eles possuíam na época (resolução gráfica de 256x192 pixels com cores). Dentre os micros disponíveis no Brasil, o MSX era o que mais oferecia recursos em termos de gráficos, cores, e efeitos sonoros. Existiam dois modelos de MSX que foram lançados em 1985 no Brasil, o HotBit da Epcom (Sharp) e o Expert da Gradiente. Optei pelo HotBit, que foi comprado em uma loja da Sears do Shopping Center Norte. Eu já sabia programar em BASIC antes mesmo de ter este micro, só de ler os artigos sobre programação nas revistas Input. Posteriormente eu comprei um gravador de fita cassete da Sharp, para ler e armazer programas e jogos. Fui algumas vezes comprar jogos na Disprosoft, meu primeiro jogo em fita foi o King's Valley, juntamente com o Knight Mare e mais outros dois. As embalagens da Disprosoft eram muito bonitas, infelizmente essa empresa faliu rapidamente.

Desenvolvi um software relativamente grande, um editor gráfico, que chegou a ser comercializado por uma softhouse chamada Softnew. O programa não era grande coisa, era muito lento (feito em BASIC), mas chegou a ser analisado pela revista MSX Micro. Nessa época eu estava no 2º Grau Técnico, cursando eletrônica. A softhouse ficava no mesmo bairro que a escola onde cursava. Com o pouco dinheiro que consegui com esse software, comprei alguns livros e um disk-drive de 5,25" da DDX. Posteriormente adquiri outros periféricos, como uma Megaram de 256k e um joystick estilo fliperama (da Salzani). Depois desenvolvi um editor de sprites, que também foi comercializado, e uma segunda versão do meu editor gráfico, com muito mais recursos, mas não chegou a ser lançado. Desenvolvi um programa para capturar sprites (figuras) de jogos chamado Sprite Scanner, mas quando estava terminando já não havia interesse das softhouses em comercializá-lo. O computador Amiga de 32-bits estava sendo trazido do exterior para o Brasil, bem como os PCs evoluíram bastante (processador 386). As revistas pararam de produzir artigos sobre o MSX e começaram a abordar o Amiga e os PCs.

Comprei na Paulisoft um Expert usado com uma placa de expansão para MSX2.0, e cheguei a usá-lo até o primeiro ou segundo semestre da faculdade. Fiz trabalhos de linguagem Turbo Pascal nele, e editei alguns trabalhos e resumos escritos no Tassword2. Haviam jogos muito bons para MSX2 como o Metal Gear, mas não havia uma grande variedade de programas disponível (inclusive boa parte dos jogos para MSX2 eram em japonês). Chegou uma hora que não tinha mais jeito, precisava de um PC para fazer os programas e trabalhos da faculdade. Assim, veio meu primeiro micro PC, com processador Intel 486 e clock de 66MHz. Curiosamente este também foi meu único micro com processador Intel, posteriormente só tive micros com processadores AMD.

Na era dos PCs acabei descobrindo os emuladores de MSX, ou seja, programas que permitem rodar os jogos de MSX no próprio PC. Assim meu interesse pelo MSX retornou, e com a chegada da Internet, construí minha homepage sobre o MSX em 1997. Aos poucos voltei a adquirir hardware de MSX, inclusive um MSX Turbo-R e um cartucho MegaSCSI. Posteriormente deixei de me concentrar apenas na linha MSX e comprei um TK90X. Assim, fui conseguindo outros micros de 8 bits e montando minha coleção. Com o passar do tempo também comecei a colecionar videogames antigos.

 

Variedade dos Computadores Pessoais de 8 Bits

Hoje em dia, para os usuários de micros pessoais, praticamente só há uma opção ou duas de escolha: o PC e o Macintosh. Não há muita variedade quanto aos PCs, todos são muito parecidos tanto internamente como externamente. A tecnologia evoluiu muito, mas os PCs quase sempre tiveram a mesma aparência, principalmente nesses gabinetes mini-torre que se vê em todos os lugares.

Na era dos micros de 8 bits, havia uma grande variedade de plataformas de computadores disponíveis, com características muito diferentes, sendo que os programas feitos para um computador não executavam em um outro. As pessoas escolhiam um determinado computador adequado às suas necessidades. O perfil dos usuários de micros pessoais era bastante diferente naquela época: muitos aprendiam noções de programação e até faziam seus próprios programas. Para muitos usuários domésticos, os micros eram um hobby, tal como montar um aeromodelo ou ter um kit de eletrônica.

Nos anos 80 existia a reserva de mercado de informática no Brasil, ou seja, não era permitido importar computadores, de forma a proteger a indústria nacional. Isso deixou o Brasil meio isolado do restante do mundo. Os fabricantes nacionais copiavam os micros fabricados no exterior e lançavam versões nacionais por aqui. Por exemplo, os micros TK90X e TK95 eram clones do micro inglês ZX Spectrum; o TK85 e o CP200 eram clones do Sinclair ZX81; o CP300 e o CP500 eram clones do TRS-80; o CP400 era clone do TRS Color Computer; diversos clones do Apple II foram feitos. Até mesmo o Macintosh chegou a ser clonado pela empresa Unitron. Infelizmente um dos computadores mais populares no exterior não chegou a ser fabricado (clonado) no Brasil, o Commodore 64. Parece que ele foi comercializado na Argentina. Aliás, alguns micros brasileiros chegaram a ser exportados para outros países.

Os micros de 8 bits mais populares foram fabricados nos EUA (Apple II, TRS-80, C64), Inglaterra (Sinclair e Amstrad) e Japão (MSX), que também acabaram sendo adotados em diversos outros países do mundo. Porém muitos países tiveraram criações locais de plataformas de microcomputadores: na Austrália foi comercializado o Dick Smith VZ-200, na França o Alice 90, dentre outros. Diversos fabricantes no mundo, principalmente na Asia e na Europa, lançaram micros da linha MSX, todos eles compatíveis entre si, mas adotando variações nos recursos adicionais de hardware, no design, e nos acessórios. Foram produzidos no mundo mais de uma centena de modelos diferentes de MSX.

 

 

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