"O Nome do Cão"
projeto cultural
Poesias de Marco Schneider.
Direção de Luiz Carlos Persy.
Com Flávio Lofêgo.
"O Nome do Cão" é um espetáculo teatral baseado em textos poéticos do autor Marco Schneider, realizado por uma equipe de profissionais competentes e habituados ao trabalho conjunto.
O que oferecemos aos nossos patrocinadores e apoiadores é uma oportunidade única de investimento com risco reduzido e potencialidade de grande retorno, proporcionando uma relação custo-benefício das mais promissoras.
O risco reduzido se deve ao fato de que não necessitamos de recursos externos para a realização do espetáculo, ficando assim a nossa captação externa de recursos limitada à periferia do esforço de produção. Ao analisar as formas de participação no projeto, V. S.a. poderá notar que nossa maior preocupação foi a eliminação do elemento de risco e a potencialização do retorno, visando conquistar a parceria de empresas que de outra forma não se arriscariam com um grupo de artistas desconhecidos do grande público.
Outro fator que potencializa seu retorno são as excursões do espetáculo para várias localidades do território nacional. Estamos apenas começando a agendá-las, mas a boa receptividade inicial nos mostra que o espetáculo deverá participar de vários festivais e ser apresentado durante todo o ano de 98 em diversas excursões.
Sem mais,
subscrevemo-nos,
Flávio Lofêgo
Léxico Produções Artísticas Ltda.
(021)285-0144
O Espetáculo
Com estréia prevista para o mês de março de 98,"O Nome do Cão" é um espetáculo teatral concebido para ser apresentado em casas de espetáculo de pequeno porte, oferecendo ao público uma nova opção em termos de entretenimento.
Mistura de poesia, música e teatro, "O Nome do Cão" vem apresentar ao público uma verdadeira geração de artistas desconhecidos e bastante promissores.
A associação do diretor Luiz Carlos Persy com o poeta Marco Schneider e com o ator Flávio Lofêgo não é circunstancial. Uma real identidade estético-ideológica une os três jovens artistas, e os distancia do trabalho da maior parte dos profissionais de teatro brasileiros.
Luiz Carlos Persy tem 34 anos. Formado pela faculdade da Cidade, teve sua formação aprimorada trabalhando com diretores como Stephan Nercessian, Milton Gonçalves, Anamaria Nunes e Paulo Reis, entre outros. Mergulhou profundamente no universo teatral exercitando-se como cenógrafo, contra-regras e iluminador, a fim de conhecer não só a arte de representar mas tudo que envolve o ato artístico. Há oito anos ministra um curso para atores baseado na obra de Nelson Rodrigues na Escola de Teatro Martins Pena. Estudioso da obra do dramaturgo desde antes da coqueluche provocada pelas adaptações televisivas da obra do mestre, Persy dirigiu várias montagens amadoras de suas obras, e, em 96, "O Beijo no Asfalto" no Espaço 3 do Teatro Villa Lobos. É considerado um dos melhores atores de sua geração, e um dos professores mais cuidadosos. Extremamente dedicado à sua arte possui ainda vasta experiência nos palcos e algumas participações em televisão.
Marco Schneider tem 28 anos, um livro de poesias editado pela Massao Ohno Editora, "Carta a Lilith e Outros Escritos Sangrados", e uma vasta produção literária aguardando publicação. Seu livro inaugural foi prefaciado por Antônio Houaiss, lançado em três capitais, recebeu críticas elogiosas dos maiores jornais do país e mereceu cartas de elogios e incentivo de várias partes do país, inclusive de figuras proeminentes do meio intelectual, como o escritor Ledo Ivo.
Flávio Lofêgo tem 29 anos e trabalha em teatro há 16 anos. Começou como contra-regra no teatro amador, foi promovido a diretor de produção, estreou como ator em 1983 e profissionalizou-se três anos depois. Em 1989 decidiu mudar os rumos de sua carreira e tornou-se assistente de direção primeiro de Carlos Wilson , o "Damião", e depois de José Celso Martinez Corrêa. Em 1993 dirigiu seu primeiro espetáculo, "O Retrato de Dorian Gray", adaptado da obra de Oscar Wilde. Nos últimos cinco anos participou como ator de três curta-metragens em película, dirigiu mais dois espetáculos, atuou em dez, criou várias iluminações para teatro e shows, produziu desde espetáculos teatrais a desfiles de moda e shows de música brega. Além de tudo isso, Lofêgo ainda encontrou tempo para concluir seus estudos, abandonados aos dezesseis anos para se dedicar exclusivamente ao teatro, e prestar vestibular para o Curso de Teatro da Uni-Rio se classificando em primeiro lugar no concurso.
Uma Produção:
Léxico Produções Artísticas Ltda.
Tel. 285-0144
Apoio Cultural
Permuta de serviços ou produtos por espaços para divulgação da marca em material impresso, locução antes do início do espetáculo, opção para display no foyer ou hall do teatro, inserção da logomarca no outdoor de porta do teatro, opção para realização de distribuição de brindes, sorteios ou de entrega de material promocional a cada espectador no momento de sua entrada no teatro. Valor de referência: R$ 300,
Patrocínio Exclusivo
A empresa que custear a campanha de divulgação do espetáculo constará como patrocinadora exclusiva do mesmo em todo material associado ao espetáculo em qualquer veículo de mídia. O custo do patrocínio é igual ao valor do retorno imediato da divulgação de sua marca. A verba poderá inclusive ser encaminhada diretamente a uma agência de publicidade para criação de plano de mídia adequado ao espetáculo. Valor de referência: R$ 12.793,00
carta a um patrocinador com idéias
Fala-se muito da crise do teatro contemporâneo, em todo o planeta. Muitos consideram a famigerada crise um mito, visto que vários espetáculos vêm lotando auditórios por onde quer que passem.
Nós, artistas da equipe de direção do espetáculo, temos a convicção de que a discussão sobre o mercado tem um papel de vital importância na própria busca da qualidade artística do espetáculo. Durante nossas discussões sobre o assunto, fizemos algumas descobertas que gostaríamos de compartilhar com os profissionais da área de marketing cultural com que fizermos contato.
O teatro brasileiro encontra-se, sem dúvida, em crise, mesmo que as platéias dos espetáculos com artistas da televisão estejam cheias. Essa crise se reflete principalmente na formação de novos profissionais de teatro, na qualidade dos espetáculos, e nas dificuldades encontradas para produzir teatro sem subsídios do estado. A comparação entre as condições de produção nos últimos 40 anos podem dar as pistas para uma compreensão adequada da situação. Os grandes produtores teatrais dos anos 50 não dependiam de subsídios do estado ou patrocínios para sobreviver. Eram remunerados pelo próprio público, através da venda de ingressos, com dignidade, realizando até dez espetáculos por semana, em temporada regular. Em 58 foi fundado o Grupo Oficina. Um grupo de jovens artistas arrendou um teatro particular, e lá fundou sua companhia. Quatro anos depois o grupo era um sucesso estrondoso, contando apenas com a bilheteria. Faziam espetáculos de terça a domingo, se dedicavam exclusivamente ao teatro, e viviam disso. Os outros grupos que surgiram no período tiveram histórias semelhantes.
Nos anos 70, durante a repressão política, a situação se tornou atípica. O estado passou a financiar muitos projetos, a censura ditava as ordens do que podia ou não entrar em cartaz, e algumas empresas passaram a investir timidamente em marketing cultural.
Nos anos 80, quando os profissionais de nossa equipe estavam iniciando suas carreiras, o panorama da produção cultural já era bastante diverso daquele dos anos 50/ 60. As temporadas dos espetáculos nos anos 80 passaram a realizar-se de quarta a domingo, apenas uma apresentação por dia (exceto em casos raros). Nos anos 90, as peças são apresentadas apenas de quinta a domingo. Os espetáculos em horário alternativo, que eram realizados às segundas e terças, agora são realizados às terças e quartas. Basta olhar os jornais na segunda feira para estranhar a ausência da seção de teatro.
Aprendemos a falar marketês e a confeccionar projetos culturais, porém as dificuldades são tantas que sempre nos questionamos sobre os motivos de nossa insistência nessa carreira. A resposta é simples: precisamos do teatro, é a nossa única forma de expressão. Mesmo sem dinheiro ou até mesmo levando prejuízo, continuamos e continuaremos a produzir teatro de boa qualidade, embasado numa pesquisa consistente.
"O Nome do Cão" é o início de uma trajetória em direção a condições adequadas de produção para o tipo específico de trabalho que desenvolvemos. Nosso maior trunfo não são os efeitos especiais ou as produções grandiosas, é simplesmente o ator em cena. O trabalho de nosso grupo é, principalmente, desenvolver um método para o ator, e um treinamento adequado para o palco. Esse trabalho nasceu da constatação de que mesmo produções grandiosas e caras estão condenadas ao fracasso artístico se o ator não for levado a cena de maneira competente, criando um universo próprio para cada espetáculo, e submergindo totalmente nesse universo.
A construção desse universo depende da eliminação de todos elementos dispersivos e cotidianos no período de ensaios. Uma criação de um personagem não pode deixar de ser um mergulho na alma de um ser humano, e uma pesquisa sobre como apresentar esse ser humano nas condições da relação palco-platéia que o teatro propõe.
A solução encontrada pela maior parte dos produtores para continuar trabalhando é na verdade um agravante da crise. A melhor maneira de conquistar a parceria de uma empresa patrocinadora é realizar um espetáculo com nomes da televisão. Esses profissionais, em sua maioria extremamente competentes dentro do veículo onde se formaram e se desenvolveram, trazem ao teatro uma interpretação naturalista como a da TV. O trabalho do ator de teatro possui a condição básica da utilização do espaço como elemento estético, o que praticamente inexiste na televisão. O resultado é que os atores de televisão acabam sub-utilizando o espaço cênico, com gestos naturalistas e de pequena amplitude que não propiciam ao espectador das últimas fileiras acompanhar à resposta corporal do ator às situações apresentadas. O ator de televisão representa com o rosto e com a voz, e o espectador das últimas fileiras do teatro pode apenas acompanhar as nuances da voz por causa da distância. Quando o ator representa como no cinema ou na televisão, o teatro sai perdendo, pois o cinema e a televisão apresentam recursos que são impossíveis no teatro. A grande diferença entre o teatro e o cinema ou a TV é a presença física do artista, sem cortes, como na corda bamba. É a iminência do erro que torna o acerto uma real façanha.
Necessitamos de apoio para formar o grupo. Dinheiro vivo é o que menos necessitamos, mas queremos realizar parcerias para maximizar o retorno e a eficiência do apoio. Precisamos de um local de ensaios, refeições para a equipe, transporte para espetáculos em outras praças, e, principalmente, divulgação. Temos certeza de que se mostrarmos nosso trabalho o público voltará mais vezes. Nosso grupo nunca cancelou um espetáculo, não deixa o público esperando, e tem como princípio fundamental a elevação constante da qualidade artística do trabalho.
Esperamos encontrar empresas que saibam avaliar as vantagens que podem resultar da nossa colaboração mútua, e da excelente relação custo benefício em apoiar um grupo jovem com tão poucos riscos.
Equipe de Direção
Poemas de Marco Schneider
Cia. de Teatro de Repertório - Luiz Carlos Persy & Flávio Lofêgo
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