NOVO CORPO

Tatuar, escarificar, queimar, amputar, esticar, liposugar, e outras coisas acabas em ar ou em er ou em ir ou or, estes são apenas algumas das técnicas de tranformação do corpo humano.

Trans-formar, ir para além da forma, neste caso, a forma humana, náo é uma obsessão de hoje. Muito pelo contrário, o investimento no corpo como uma matéria plástica em permanente mudança era prática corrente de antepassados do homem de 20 mil anos. No entanto, também é certo que nos nossos dias novas técnicas de transformação corporal são somadas a uma extensa lista redigida ao correr dos séculos.

Se a inserir silicone é algo já banal, o mesmo não se pode dizer da injecção de salina nos genitais (masculinos e femininos), com o fim de aumentar o volume dessa parte do corpo. Ainda que as práticas mais radicais de transformação do corpo não tenham a divulgaçaão e visibilidade das tatuagens e dos piercings, há quem seja tente publicitá-las da melhor forma. Este é o caso do guru dos modernos primitivos, Fakir Mustafa, e da artista plástica Orlan. Um caso bem interessante é o de Michael Jackson, que talvez fique a ser mais conhecido pelas suas transformações corporais mais do que pela sua música e passos de dança.

A um outro nível de metamorfose, o projecto do Genoma Humano é alimentado e justificado pela hipotese da manipulação genética transformar o corpo a uma escala microscópica, molécular. Das imagens do corpo de Vesalius ao projecto Visible human a ciência prosegue o seu trabalho de dissecação, sempre apurado graças às novas tecnologias de visão. Long Live the the new flesh, proclamava Max no final do perturbante Videodrome de David Cronenberg. A uma longa vida à carne nova, seja lá o que fôr que esta frase queira dizer