Pinto a boca
A imagem refletida me é agradável
Gosto desta parte de mim
Lápis marrom
Passo de leve a língua nos lábios
Perfume jasmim
Os olhos, estes sim
Verde-claro-brilhantes
Segundo minha avó: "Tais quais do gato preto"
São grandes
Cantos levemente erguidos
Mas me entregam sempre
Brilhantes normalmente
Faiscantes na fúria
Enchente de lágrimas na tristeza
Incandescentes na paixão
É o que de mim fica exposto
Dos cabelos os cachos
Voltas e voltas
Caem dos ombros as costas
A moldura da expressão, do olhar
Este é o rosto
O peito se eleva
Atrás as batidas
Suspiros contidos
O ventre trouxe o fruto
As pernas me levam pelo caminho
Minha roupa: O corpo
Cobre a alma quase que totalmente
Somente nos olhos ela se deixa ver
Sobra um pouco aqui e ali
Mas me serve assim
Me leva por esta curta passagem
E quando eu for embora
Vou nua
Minha roupa fica aqui
Nos olhos um vazio
O corpo inerte
A alma liberta
Novo rumo
Nova dimensão
Ou quem sabe até
Novo corpo.

 

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