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A Casa do Dr Scott



sobre o autor

As coisas mais estranhas aconteciam na casa do Dr. Scott, o sobrado na curva da estrada, uns dez minutos depois da vila, pra quem ia em direção a Stillvenston.

Uns diziam que a casa era abandonada. Outros que era habitada por espíritos. Já os mais fantasiosos defendiam haver realmente um Dr. Scott, que viveria ali e seria um cientista renomado e muito ocupado, e que por isso nunca saía de casa.

Isso explicaria os barulhos e luzes que alguns juravam ter visto e ouvido virem do casarão em noites de lua. Mas não esclarecia como o tal doutor viveria, sem comida, sem querosene ou lenha e sem nunca sair pra luz do sol. Também ninguém perguntava ao Seu Fittzenam, da mercearia, se ele recebia encomendas do casarão. Até porque não adiantaria: aquele era mais mentiroso do que qualquer um na vila.

Por via das dúvidas, entrar no casarão ninguém se arriscava. Nem os mais céticos. O Juca Wiegen, da farmácia, dizia que não acreditava em nada, por isso não ia. Pra que? Pra saber o que eu já sei, que a casa é abandonada? Até o padre Weilfred se esquivava. Nos sermões, condenava as crendices em torno do assunto e defendia que os cidadãos de fé da vila invadissem a casa em caravana e a transformassem em escola. Fora da igreja, evitava discutir o assunto, talvez por medo de ser nomeado líder da caravana.

Muitas lendas em torno do sobrado. Fato, só um: a mansão do Dr. Scott permanece, há anos, um mistério atiçando a imaginação dos simplórios moradores de Scottenstone...




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