Quem é Mumia Abu-Jamal? Hoje, tomar partido pela justiça e contra o racismo é tratar do caso de Mumia Abu-Jamal. O que está em jogo? Em 1995, Mumia Abu-Jamal estava a dez dias da execução quando um clamor mundial forçou o governo norte-americano a voltar atrás e conceder uma suspensão da execução. Mesmo assim Mumia permanece sob ordem judicial de execução e o resultado final depende de nossas ações. No século XX, em apenas duas ocasiões ocorreram execuções judiciais de dissidentes políticos nos Estados Unidos. A última delas foi há 40 anos atrás com os Rosenbergs. E o governo não ousou levar adiante a execução legal de um importante revolucionário negro desde os tempos da escravidão. Deixá-los levar adiante tal ato em nossos dias levaria uma mensagem deprimente à sociedade. Afetaria o clima político dos próximos anos. O caso de Mumia Abu-Jamal concentra questões referntes à criminalização dos negros, da suspensão dos direitos dos acusados e uma atmosfera política baseada na culpa e na punição dos mais oprimidos. A conspiração Mumia era um proeminente jornalista que liberava as ondas do rádio para as vozes raivosas e angustiadas dos oprimidos. Em represália, foi acusado injustamente pela polícia da Filadélfia por assassinato. Em dezembro de 1981, Mumia foi baleado por um policial da Filadélfia e quase morreu quando flagrou o espancamento de seu irmão. O policial também foi baleado e morto e testemunhas viram dois homens fugindo do local. Ainda assim, quando a polícia chegou ao local, espancaram Mumia antes de levá-lo ao hospital. Quando descobriram que se tratava de um importante contestador da policia, foi imediatamente acusado de assassinato. O irmão de Mumia e testemunhas dos acontecimentos foram posteriormente perseguidos e levados para fora da cidade. Nenhuma tentativa de identificação dos homens vistos fugindo do local do crime foi feita. E o policial morto tinha em seu poder a carteira de motorista de um terceiro homem. Mas era apenas Mumia que eles queriam. Quando as pessoas começaram a questionar as acusações contra Mumia, a polícia divulgou dois meses após o incidente a absurda estória de que Mumia havia confessado na emergência do hospital e que eles haviam simplesmente esquecido de mencionar este detalhe ou colocá-lo em seus relatórios. Os relatórios e o médico responsável pela emergência dizem que isso nunca ocorreu. Mumia foi posteriormente barrado da maior parte de seu próprio julgamento por protestar contra um incompetente advogado de defesa que havia sido indicado pela própria corte de justiça, que posteriormente foi excluído do foro. Onze recusas prévias foram feitas para retirar quase todos os negros do júri. Evidências indispensáveis foram negadas à defesa, testemunhas foram intimadas e o projétil fatal desapareceu dos arquivos da polícia. A moitivação política da acusação tornou-se clara quando o promotor pediu a pena de morte lendo citações revolucionárias dos escritos políticos de Mumia. Num depoimento recente, uma testemunha de acusação do primeiro julgamento revelou que havia mentido sob coação da polícia. Em represália, ela foi presa no tribunal ao sair do assento de testemunhas de um antigo caso cujo mandado de segurança era de outro estado e do qual ela não sabia nada. Tudo isso acontece num cenário de um enorme escândalo policial na Filadélfia. Dezenas de pessoas foram libertadas da prisão porque haviam sido originalmente condenadas em função de falsas evidências fabricadas pela polícia. A política por trás disso Mumia passou mais de 15 anos na prisão encarando a execução por um crime que não cometeu. Em 1995 foi posto em prisão disciplinar por ter escrito um livro, Live from Death Row( Vivo No Corredor da Morte ). O esquema policial para incriminar Mumia ocorre ao final dos turbulentos anos 60 e 70, quando o governo declarou guerra ao "Black Panther Party"( Partido dos Panteras Negras ) e aos ativistas negros em geral. Na Filadélfia, durante a administração do prefeito Frank Rizzo, muito disso concentrou-se na guerra entre a administração municipal e a militância do grupo MOVE. Uma guerra que culminou no ataque à bomba da polícia em 1985 à sede da MOVE quando 11 ocupantes foram mortos( incluindo 5 crianças ) e no incêndio de 60 casas da vizinhança. Mumia havia exposto um ataque anterior da polícia contra a MOVE e permitido que os ativistas da MOVE apresentassem o seu lado da história no seu programa. Antes disso ele havia sido um membro do Partido dos Panteras Negras na Filadélfia. Quando os advogados de Mumia obtiveram cópias dos arquivos em seu nome no FBI, descobriram que ele estava sendo vigiado desde os 15 anos de idade! Esta injustiça não pode continuar. Agora é a hora de levantarmos a luta! Construindo o Movimento para Libertar Mumia Abu-Jamal. "Refuse & Resist!"( Recuse & Resista! ) é parte do movimento para libertar Mumia, juntamente com a "International Concerned Family & Friends of Mumia Abu-Jamal"( Família e Amigos de Mumia Abu-Jamal Envolvidos Internacionalmente) e muitos outros grupos. Conjuntamente participamos de marchas e programas por todos os Estados Unidos. Centenas foram presos durante os protestos. Parlamentares do Japão, França, Itália, Alemanha e outros países protestaram junto ao governo norte-americano. Seu caso tem sido tomado por ativistas do Brasil ao Bangladesh. Dezenas de artistas e escritores famosos assinaram notas em jornais pedindo um novo julgamento A HBO e a BBC trasnmitiram documentários indiscutíveis que mostram o esquema montado pela polícia. Ainda assim, sua vida permanece incerta. Agora temos que levar a luta mais adiante. Temos que apoiar a luta nos tribunais. E temos que criar uma atmosfera em que o nome de Mumia seja familiar a todos. Há de haver um espírito determinado através do qual as pessoas estejam exigindo um fim às tentativas de levá-lo à Câmara da Morte. Não podemos permitir que o plano do governo em executar Mumia tenha sucesso. Seu plano para silenciar Mumia faz parte de um programa que visa silenciar a juventude negra, aumentar os poderes policiais, prolongar a permanência nas prisões, expandir a pena capital, acelerar as execuções, restringir apelações e silenciar todas as vozes discordantes. É tudo um mesmo ataque. Junte-se ao Refuse & Resist! para mostrarmos o que não pode ser admitido neste caso. Esta grave injustiça tem que ser parada. Não seja alguém que nada faz e simplesmente deixa as coisas acontecerem. Recuse & Resista! A batalha para libertar Mumia Abu-Jamal necessita de organização em nível nacional e local que possam atingir e unir os diferentes setores da sociedade que devem ser trazidos à luta. Refuse & Resist! existe para resistir à agenda política reacionária sendo levada à sociadade. É singular ao unir a juventude, os estudantes, profissionais, donas de casa, artistas, trabalhadores e importantes figuras num esforço comum para construir um movimento e um clima de resistência no qual as pessoas recusem a aceitar ou serem cúmplices em crimes contra o povo. Aos racistas e aos misóginos, àqueles que espancam gays e aos que clamam pela redução dos benefícios sociais, aos que clamam pela redução dos benefícios sociais, aos construtores de prisões e aos carrascos, dizemos: o futuro não lhes pertencem!!!!! Contate Refuse & Resist: 305 Madison Ave, Suite 1166, New York NY 10165, USA. Fone: 001-212-713-5657 E-mail: refuse@calyx.com ou resist@walrus.com Comitê de Apoio e Soliedariedade a Mumia Abu-Jamal Cx Postal 2137, Santos/SP.11060-970. Cx Postal 78, Cubatão/SP.11515-970 Tradução: Georges Kormikiares. Livre adaptação: Ovo. |
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