Preconceito e racismo
"As crianças negras tem o coeficiente de inteligencia inferior ao das crianças brancas". "Os judeus são avarentos". "Os alemães pertencem à uma raça superior". "A mulher é menos inteligente que o homem".
Todas essas afirmações tem muito em comum: nelas se emitem conceitos falsos, julgam-se as pessoas através do grupo a que pertencem e cometem-se generalizações indevidas. Além disso, são crenças apenas emocionais, sem nenhuma base científica.
O pior de tudo é que , muitas vezes, esses preconceitos não se limitam apenas as opiniões, mas são seguidos por atitudes que discriminam todo um grupo de indivíduos. Nesse caso está o racismo, um preconceito que afirma a superioridade de um grupo racial sobre o outro e que tem sido particularmente danoso à saúde física e mental de muitos indivíduos.
A espécie humana pode ser dividida em raças?
As numerosas populações existentes no mundo diferem umas das outras pela cor da pele, pelo tipo de cabelo, pelos olhos, pelo nariz, pelos lábios, pela estatura, etc. Essas e outras diferenças levaram aos cientistas a dividir a espécie humana em raças. Entretanto, com as migrações e o desenvolvimento dos meios de transporte, a mistura entre as populações tornou cada vez menos nítida a separação da espécie humana em raças diferentes, tornando esse conceito muito impreciso.
O mito da "raça pura"ou da "raça superior"
A grande variedade genética da espécie humana torna absurda a idéia de uma "raça humana pura". Sua existência não apenas é impossível como seria altamente indesejável, pois a variedade genética dentro de uma população é um fator importante para haver êxito na luta pela sobrevivência. Mais absurdo ainda do ponto de vista biológico( para não falar no aspecto ético e social ) é tendencia que alguns tem de conferir certas características( positivas ou negativas ) a toda uma raça, classificando-a, por exemplo, como "muito inteligente" ou "inferior". Neste caso, ignora-se não apenas a grande diversidade genética de nossa espécie, mas também a influência do ambiente sobre diversas de suas características.
Algumas pessoas se servem da história para demonstrar teorias de superioridade racial. Argumentam elas que certas raças atingiram maior grau de civilização que outras. Entretanto, uam análise objetiva mostra que isso não é verdadeiro, pois na realidade a supremacia política e cultural não é privilégio de nenhum grupo étnico. Ao longo da história, quase todos os grupos étnicos conheceram fases de intenso desenvolvimento e fases de decadência. Além disso, qual é o critério para considerar um grupo mais desenvolvido que o outro? Será que o homem moderno, capaz de destruir toda a humanidade com armas nucleares pode ser considerado superior às civilizações indígenas, que vivem em equilíbrio com a natureza?
Como surge o racismo?
O preconceito racial é sempre adquirido através da aprendizagem. Em geral, a pessoa é levada desde criança a ter idéias e atitudes racistas, por viverem numa sociedade em que predominam valores racistas.
Sob o ponto de vista histórico, o racismo serviu frquentemente para justificar a dominação e a exploração de um grupo por outro. Durante a expansão colonial, por exemplo, os países da Europa que conquistaram e exploraram parte da Ásia, África e América obtinham vantagens econômicas ao negarem direitos iguais aos povos colonizados. Álem disso, considerando os povos dominados seres inferiores, os dominadores justificavam também o sofrimento que lhes infligiam - a escravidão, por exemplo.
No caso do anti-semitismo na Alemanha nazista, também houve motivos econômicos, já que os nazistas prometiam a seus adeptos os bens e os postos ocupados pelos judeus. Álem disso, os judeus funcionaram como "bodes expiatórios", sendo responsabilizados por todas as dificuldades econômicas e sociais pelas quais passava a Alemanha na época. A luta racial funcionou então para desviar a atenção dos verdadeiros problemas da sociedade.
O anti-semitismo serve ainda para mostrar que, concentrando as tensões políticas sobre uma vítima indefesa, aumenta-se a soliedariedade de grupo em face de um inimigo em comum, aumentando também a coesão social e fortalecendo o poder do grupo dominante.
O racismo traz gravíssimas dificuldades para as sociedades onde existe. Além de problemas sociais, como a violência, a degradação social, o aumento de doenças entre o grupo discriminado, etc., ele prejudica a sanidade mental não apenas dos indivíduos desse grupo mas também dos racistas.
Finalmente, como se todos esses problemas não fossem o suficiente, o racismo estabelece um círculo vicioso: a partir do momento em que uma sociedade considera um grupo como inferior e o trata com preconceito e discriminação, segregando-o economicamente e não lhe oferecendo condições adequadas de saúde e educação, ela dificulta que suas potencialidades floresçam. Isto por sua vez serve de argumento aos racistas, que atribuem tais limitações a fatores genéticos.
A solução para o racismo é fornecer uma boa educação às crianças estimulando o contato e a cooperação entre grupos étnicos diferentes e eliminando a segregação racial que consiste no confinamento de um determinado grupo étnico em locais específicos( guetos ).
Esta é a página do projeto ACR ( Anarquistas Contra o Racismo )