Reações de Hipersensibilidade

"Aquele que tudo adia não deixará nada concluído nem perfeito" ( Demócrito)

 

 

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Aula 19 - Reações de Hipersensibilidade

 

As Reações de hipersensibilidade são processos imunopatológicos onde ocorre uma reação excessivamente violenta frente a um estímulo antigênico, levando à danos no organismo que muitas vezes são de extrema gravidade.
Estas reações foram classificadas por Coombs & Gell em 4 tipos diferentes e recentemente foi acrescentado um quinto tipo:

1. Reação de Hipersensibilidade TIPO I ou Anafilaxia Imediata: É o tipo mais conhecido, confundindo-se do ponto de vista leigo, com o significado do próprio termo hipersenbilidade ou alergia.
O mecanismo patogênico consiste na produção exagerada de anticorpos da classe IgE para determinados antígenos, que então passam a ser chamados de ALERGENOS.
Quando o indivíduo hipersensível entra em contato com este alergeno, ocorre uma grande formação de imunocomplexos IgE-Alergeno, que por sua vez estão ligados à células com receptores para a região Fc das IgE, os MASTÓCITOS.
Ao se completar a tripla ligação IgE-Alergeno-Mastócito, esta célula libera do seu citoplasma as substâncias inflamatórias, sendo a principal a HISTAMINA.
A histamina age sobre os vasos iniciando uma reação inflamatória,cuja intensidade varia de acordo com a quantidade de IgE ou Alergeno disponíveis para o estímulo à célula.
A histamina, devido à sua ação vasoativa , causa ainda edemas que em alguns casos podem ser importantes (edema de glote). Também o espasmo brônquico pode aparecer, levando à insuficiência respiratória e muitas vezes ao óbito do paciente.
As reações graves, oriundas da liberação intensa da histamina e com repercussões sistêmicas são caracterizadas como choque anafilático.
O tratamento sintomático deste tipo de reação pode ser feito através de antagonistas fisiológicos da histamina (vasoconstritores) ou antagonistas farmacológicos (bloqueadores de receptores histamínicos).
A desensibilização dos pacientes pode ser obtida por indução de tolerancia através de administração progressiva e programada do alergeno.
Os principais exemplos clínicos deste tipo de reação são a rinite alergica, a asma brônquica, a urticária e as alergias alimentares.
2. Reação de Hipersensibilidade TIPO II ou Citotoxicicidade Mediada por Anticorpo: Nestes processos existe a formação de anticorpos da classe IgG contra a supefície de células de nosso organismo.
Como exemplo do mecanismo, algumas drogas como a sulfa, ao se metabolizarem, costumam se fixar à superfície de algumas células, como os eritrócitos. Se forem produzidos anticorpos IgG contra estas drogas ou metabólitos de drogas, eles acabarão por se ligar à superfície das células através destes antígenos. Os imunocomplexos formados acabarão por ativar células de fagocitose que por sua vez destruirão as células envolvidas.
3. Reação de Hipersenbilidade TIPO III ou Por Imunocomplexos: Neste tipo de reação ocorre uma formação exagerada de imocomplexos entre anticorpos IgG e antígenos solúveis. A quantidade excessiva de complexos pode ultrapassar a capacidade normal de sua remoção e desta forma eles acabam por precipitar-se em tecidos sadios, atraindo para o local a instalação de um processo inflamatório. A intensa reação local costuma produzir danos nas células sadias do tecido, levando consequentemente a um incremento do processo inflamatório previamente instalado.
As estruturas mais comumente afetadas por estes processos são as articulações (artrites), o fígado, os rins(nefrites) e os vasos sanguíneos (vasculites ou flebites).
4. Reação de Hipersensibilidade TIPO IV ou Retardada: Este tipo de reação é mediada por linfócitos T ativados contra determinado antígeno.
O mecanismo consiste básicamente na ativação de uma clonagem de linfócitos T após a exposição ao antígeno. Desta ativação resulta a liberação de mediadores de resposta imune, as linfocinas ( Fator Quimiotáxico de Macrófagos, Fator de Inibição de Macrófagos e Fator de Ativação de Macrófagos, entre outros). A ação destas linfocinas, quando em excesso leva à uma forte ação de células da imunidade, produzindo uma reação inflamatória.
A reação de hipersensibilidade retardada não pode ser transferida de um indivíduo ao outro, pela transferência de soro, porém isto pode acontecer se tranferirmos os linfócitos de um indivíduo para o outro em um processo conhecido como IMUNIDADE ADOTIVA.
As provas intradérmicas, como a Reação da Tuberculina ou PPD ou ainda Mantoux, são exemplos de indução deste tipo de reação usadas em diagnóstico. A prova consiste na introdução por via intradérmica de um extrato antigênico purificado relacionado com o bacilo da tuberculose. Indivíduos que já foram previamente expostos à esta bactéria, tendem a desenvolver, após 48-72 horas, no local da injeção, uma reação inflamatória, oriunda da migração e infiltração de células na região.
As reações mediadas por linfócitos T aparecem normalmente após 48-72 horas da exposição antigênica e por esta razão são chamadas de reações retardadas. Outro exemplo deste tipo de reação são as dermatites de contato.
5. Reações Esrimulatórias: Este tipo de hipersensibilidade foi recentemente classificado como tal e se baseia no proncípio de que algum elemento da resposta imune pode estimular uma finção orgânica.
O exemplo mais característico é o que ocorre com indivíduos que produzem anticorpos anti receptores de TSH ( estes receptores estão na tireóide). Os anticorpos se ligam nestes receptores, simulando a ação do TSH e induzem a glândula a liberar os hormônios tireoideanos.

QUADRO RESUMO DOS TIPOS DE REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE

 

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