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6/5/1958
Amante da palavra e do sabor dos sons, Fátima Guedes, cantora e compositora carioca, se utiliza de muito lirismo em sua obra. Compositora de estilo bastante singular, Fátima vivência a arte em sua plenitude. Ninguém que algum dia na vida tenha ouvido falar "Faca" ou "Flor-de-Ir-Embora" duvida disso.
Considerada uma das maiores revelações da MPB nos anos 70, Fátima Guedes nasceu no Rio de Janeiro RJ em 06 de maio de 1958. Criada entre a Zona Norte e o subúrbio carioca. Começou a escrever poemas cedo, aos 9 anos, incentivada por sua mãe, professora de literatura. Aos 15 anos, começou a estudar violão por conta própria. Iniciou carreira como compositora em 1973.
A produção inicial foi composta em cerca de três anos. Achava que inventar um a música era mais fácil que tirar uma música, trabalhar a harmonia de uma canção já pronta.
Começou a carreira cantando em festivais universitários, aos l8, participou de um festival no Colégio Helio Alonso em 1976, onde estudava. O Júri, integrado por Maria Bethânia, Paulo César Pinheiro, Hermínio Bello de Carvalho e Roberto Moura, concedeu à "Passional" os prêmios de melhor letra, música e interpretação.
Aos inúmeros elogios e oferecimentos de ajuda para gravar, Fátima respondeu com timidez. Achava que ainda não tinha chegado a sua hora.
Roberto Moura apresentou-a a Renato Corrêa, produtor da Odeon, quem em 1979 lançaria seu LP de estréia chamado Fátima Guedes, com as composições Onze Fita, Meninas da Cidade e Passional, mas o empurrão inicial veio por meio de Elis Regina, que a apresentou ao público em 1978, em seu especial de fim de ano, além de ter perpetuado clássicos como "Onze Fitas", que compôs para a peça O dia da caça, de José Louzeiro.
O seu bem sucedido início de carreira foi caracterizado por uma forte preocupação social, como em "Mais uma Boca", que concorreu no Festival da Nova Música Popular Brasileira/Shell em 1980 e a tornou mais conhecida.
Em 1980 lançou outro disco, também com o nome Fátima Guedes, contendo Cheiro de mato e Mais uma boca, também suas. Em 1981 lançou Lápis de cor, com a composição Arco-íris, e chamou a atenção de toda a critica musical. Em 1983 saiu Muito prazer, em que se destaca Absinto; e, em 1985, Sétima arte, com a composição de mesmo nome.
Fátima Guedes está descobrindo um caminho de composição muito pessoal. Hoje seu critério de seleção de temas para suas canções se baseia unicamente na emoção, na necessidade de colocar pra fora uma mensagem, expressar uma dor ou sentimento. Esse caminho é tão pessoal que ela canta outros compositores para dar um colorido ao seu trabalho. Djavan, Aldir Blanc, Guinga, Moacyr, Luz, Lenine, Sueli Costa e Paulo César Pinheiro estão entre os compositores que tiveram composições registradas na voz de Fátima que está cada vez mais intérprete. É o cuidado de artesã que vemos em interpretações como "Parabolicamará", "Vaca Profana" e "Bye-Bye Brasil".
Fátima se sente hoje mais senhora do palco e consegue retirar o que o palco lhe dá de melhor. Aperfeiçoou seu trabalho a tal ponto, que hoje dá aulas de técnica vocal e postura cênica.
Seu segundo CD, Pra bom entendedor, conta com composições suas (Minha Senhora e Mãos de Jardineiro) e da dupla Guinga e Aldir Blanc.
Do seu CD "Grande Tempo" de 1995 saíram duas das três músicas que disputaram o Prêmio Sharp de melhor de l996, uma façanha, na categoria MPB: "Minha Nossa Senhora" e "Sem Saída".
Com 8 discos gravados e 19 anos de carreira, Fátima tornou-se um nome prestigiado da MPB. Suas composições já tiveram versões nas vozes de intérpretes como Elis Regina (Meninas da Cidade interpretada no show Transversal do tempo e Onze Fitas), Maria Bethânia, Nana Caymmi (Chora brasileira), Simone (Condenado), Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Wanderléia ( Bicho Medo), Zizi Possi, Joanna, Alcione e Beth Carvalho. Seu repertório inclui composições como "Cheiro de Mato", "Condenados", "Onze Fitas", "Absinto", "Lápis de Cor", "Arco-Íris", "Faca" e "Flor-de-Ir-Embora".
Seus maiores êxitos são "Arco-íris", "Mais uma Boca", "Chora Brasileira", "Absinto", "Cheiro de mato", "Condenados" e "Lápis de cor".
"Fátima Guedes tem cristal na voz, tem mármore em suas letras e mel na sua linha melódica." - Simon Khouri