quinta-feira 17.8.2000
22:11 18-08-2000
A manhã de quinta-feira é linda e me levam a tomar café na mesma praça do Príncipe Real. O sol passando por entre as folhas deixa a praça ainda mais bonita e os casarões ajudam a nos remeter a épocas mais calmas e de mais atenção ao que importa. A intenção primeira era uma pastelaria na Calçada Bagatela (ou, nome mais recente, Páteo Bagatela), que se encontrava fechada e o atraso levou-nos a encontrar o terceiro membro da «equipa» e partir para a reunião.
A tal reunião é no lado novo da cidade, novo porque a maioria dos prédios tem menos de 70 anos. É bom para conhecer um pouco mais. Já conheço, por exemplo, o «Rato», o Largo do Rato, entroncamento de umas cinco ruas e por onde passei umas dez vezes em três dias.
Ainda não as freqüento, mas já aprendi que as pastelarias não vendem pastéis, ao menos não os pastéis de paulistanos, mas pasteizinhos doces. Pastelarias são o equivalente às nossas padarias e também podem ser chamadas leitarias e cafetarias. E têm, as lojas, nomes como Copacabana, Brasil, Bela Ipanema, Brasília, Maracanã, Novo Leblon
Esses caras adoram o Brasil especialmente o Rio.
Estou cada vez mais convencido que esta é a cidade do improvável. Estacionamos numa viela e há a velha na janela, de preto, olhando a vida da rua. No prédio ao lado um velho sentado à janela está a bordar.
A rotina que achei deixar no Brasil volta, e volto a trabalhar 12 horas ou mais por dia. Quero acreditar que é só agora, no começo, que muito há o que fazer, mas acho que apenas mudei de endereço. É por isso também que me encontro a flertar com a cidade: vejo nela a promessa de novidade onde, até agora, não há.
Não resistiu muito minha resolução gastronômica. À noite, após o trabalho, resolvem comer no McDonald's. Tinha de ser. E eles não têm o McCheddar, lamenta nosso amigo carioca.
Fechamos a noite discutindo carros. Estou meio velho para começar a falar desse tipo de assunto, mas a saudade nos faz nostálgicos. Homesick already? You betcha!
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