quinta-feira 24.8.2000
2:23 25-08-2000
Hoje estou contente: comprei a câmera digital e o mouse e consegui instalar tudo (esses dois e mais o Palm). O mouse foi fundamental: esse botãozinho tipo joystick no meio do teclado do laptop é um suplício. O Palm é minha agenda preferencial e metade da minha vida está ali. A câmera vai possibilitar a colocação de algumas fotos de Portugal a partir do próximo fim de semana. Fim de semana, aliás, em que fui convidado a passear em Sintra.
Seguindo a recomendação de uma amiga, comprei também o Viagem a Portugal, edição publicada pela Editorial Caminho, com fotografias de Maurício Abreu. A edição brasileira (da Companhia das Letras) não tem as fotos. Roteiro turístico off-guides.
Depois do expediente, fomos até um hipermercado, um Jumbo, um supermercado que existia no Brasil (os mais velhos vão lembrar daquele elefante segurando uma flor) e que se juntou à Eletroradiobrás (o da baleia). Hoje acho que são do Pão de Açúcar (que também existe por aqui).
Mas, Kazi, o que há de tão interessante numa ida ao supermercado? Eu explico: ao entrar no supermercado para comprar coisas e desfazer o vazio da geladeirinha do flat, descubro o quanto a cultura consumista está arraigada nos seres urbanos do fim do milênio. Quem já passou por isso faz idéia do que é ir às compras e não (re)conhecer marca alguma. É o desespero. Você percebe o quanto estava acostumado a distingüir qualidade através do brand. É ridículo não ter noção do que comprar o que é bom, o que é ruim? Os preços dão uma pequena dica: se é mais caro, deve ser melhor; mais barato, de qualidade inferior. A solução é ir na média. Se a situação financeira aperta, testa-se o mais barato e compara-se a qualidade. Em tempos de vacas gordas, testa-se o mais caro e por aí vai, a adaptação do consumismo a outro mercado.
Então é isso que somos: consumidores. Não somos homens, mulheres, brasileiros, portugueses, sampaulinos, corinthianos... Somos o que consumimos. Perspectiva tenebrosa mas, não se diz que reconhecer o problema é o primeiro passo para a cura?
Ah, sotaque... Quando você ouvir alguém sendo chamado de «sotô», saiba que a pessoa está sendo respeitosa. «Sotô» é «Senhor Doutor». Aliás, falando de sotaque, aqui se diz «pishina» (piscina), e não «pissina», «shete» (sete, o número), e não adianta dizer «meia-cinco-dois»: eles não fazem idéia do que seja «meia».
Serviço de utilidade pública: o código telefônico de Portugal é 351. De Lisboa, 21. Para fazer uma ligação local, disca-se o código local antes do número, mesmo que seja para o seu vizinho. Aqui os números para conexão à Internet começam com 67, e não é preciso discar o 21 antes. Para fazer chamada à cobrar para o Brasil, disque 800800550 e siga as instruções do atendimento automático (você vai acabar discando 800800550+1+1+DDD+número do telefone).
Estou acessando a Internet através de um dos provedores gratuitos de Portugal, o Oninet. Há ainda o Clix e o EasyNet. Mesmo esquema do Brasil. A Oninet foi tranqüilíssima pequenas mudanças no Internet Explorer. Mas outros brasileiros tiveram experiências bastante ruins com acessos gratuitos. Principalmente com o acesso do Sapo, o maior portal daqui, com alegados 70% de aundiência, mas esse número vêm de uma conta mágica que ignora os acessos dos portugueses a portais gringos.
Só mais uma anotação: comemos hambúrgueres no almoço. Não dá pra começar a comparar com um A Chapa ou um The 50's, nem com um America. O único detalhe que vale a pena comentar é que a lanchonete (The Great American Disaster, nem vou fazer piada com o nome) fica na rotunda (balão) chamada Praça Marquês de Pombal, final da Avenida da Liberdade, de frente para o Parque Eduardo VII.
Fui. Acabar a apresentação e dormir antes das cinco da matina.
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