Fiz uma oficina
de Fotografia Pin Hole de setembro a novembro de 1997,
com o Prof. Alejandro Luna. A minha relação com a fotografia nunca mais foi mesma desde então. |
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O
absoluto despojamento dos recursos mais básicos da
fotografia tradicional, como a ausência de lente,
disparador e visor, por exemplo, reduzem a captação das
imagens a uma rígida observação da luz. Isso me
conduziu necessariamente a um olhar " especial
", seletivo, sobre as menores variações de tons,
texturas e dimensões. Ao mesmo tempo, o enquadramento
passou a ser completamente intuitivo, assim como o tempo
de exposição, estabelecido através de sucessivos
testes, mas sempre determinado pela observação
minuciosa dos assuntos focalizados. Além desses aspectos técnicos. O que muito me atraiu nessa fotografia primitiva foi a relação entre o fotógrafo e seu sujeito, que nem sempre percebe tratar-se de uma fotografia e pode deixar-se captar com grande naturalidade. ( E até mesmo quando informadas, algumas pessoas ainda refutam o fato de que pode-se fotografar sem um aparelho tradicional ). A curiosidade das pessoas também desperta: o fotógrafo de pinhole é um fenômeno estranho, em qualquer que seja o meio em que se encontre, pois não se sabe bem o que ele está fazendo, diferentemente de um fotógrafo que usasse uma câmera reconhecível, que o identifica como " fotógrafo "... Em algum momento, me senti como os pioneiros devem ter sentido, redescobrindo o que eles descobriram: os recortes, as formas, a composição da imagem, a impressão da luz e a sensibilidade do suporte. A fotografia pin hole é uma máquina do tempo. |
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