As esculturas que faço normalmente co-
meçam a tomar forma nas cerâmicas.  Onde
moldo a argila, solto as formas e materiali-
zo a criação.  Nestas as linhas geométricas
são predominantes, e também o encontro
dos opostos: como o cheio e o vazado, liso
e texturado, etc.
      Pronta a cerâmica, procuro formas que
se hamonizem com a mesma.  E muitas des-
tas são encontradas em ferros-velhos, pois
é lá onde estão objetos refugados pela so-
ciedade da era do descartável: a roda ve-
lha, a engrenagem gasta ou o vergalhão de
aço enferrujado.   Só então se unem a ce-
râmcia e o aço ou a borracha, que então in-
terpreto, interfiro e os torno arte. 
      Acima deste fazer, ou junto com ele es-
tas esculturas trazem para mim em suas for-
mas significados especiais: místicos, núme-
rológicos,  transcendentais...

                  Valter França

escultor.jpg (8863 bytes)                                       Fotógrafo: Nino Andrés

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