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Menosprezada nas escolas superiores de Design no nosso País, a tipografia
é e sempre será um dos pilares do Design Gráfico e de Comunicação.
No entanto, parece que o facto de se constituir como ponto base, não é
por si suficiente para que se crie uma disciplina obrigatória, exclusivamente
dedicada ao estudo teórico e prático da tipografia.
A tipografia actual é diferente daquela que Guttenberg introduziu na
cultura ocidental. De facto, já não se fabricam tipos metálicos móveis,
apesar de algumas tipografias tradicionais ainda os utilizarem. Hoje, vivemos a era
do digital e a isso não podemos ser alheios. No entanto, apesar do muito atrito
que se verificou com a entrada da tipografia digital no nosso País, ainda hoje
nada desta tecnologia é aprendida nas escolas superiores de Design, o que de
facto, é vergonhoso.
Muitos "contras" foram associados de início ao uso dos tipos
digitais. Acusavam-nos de falta de qualidade e de excessiva diversidade. Se a tecnologia
informática teve em Portugal uma expansão progressiva mas lenta, não
é de facto, nas escolas que os alunos de Design aprenderam o que era a tipografia
digital. Ainda há muitos, senão a grande maioria, que nada sabem desse
assunto.
Mas como a ignorância nunca é boa desculpa, este site irá mensalmente
trazer uma rubrica de tipografia a qual poderá ser seguida por aqueles que tiverem
interesse no assunto.
Sabe-se com segurança, que a escolha e utilização de um tipo
de letra para um objecto de design específico nunca é inocente, se quiser
ser bem sucedida. Muitos casos há, que a má utilização da tipografia,
provocou a quebra de vendas e fracasso em campanhas publicitárias e operações
de marketing. Estes, talvez os casos mais flagrantes, uma vez que logo podemos observar
os resultados, são a prova de que, a tipografia é muito mais que a exposição
do alfabeto e numeração com um certo "estilo". É claro que,
em qualquer objecto no qual sejam utilizados tipos, o risco de sucesso está
sempre relacionado com a eficácia e adequação que se faz dos mesmos.
Se nuns casos o objectivo é comercial, noutros pode ser pedagógico ou informativo.
O profissional do design não pode ser ignorante quanto ao uso da tipografia.
Se nas grandes empresas de design norte-americanas existem profissionais apenas para
tratarem da parte tipográfica, isto não acontece por acaso. A grande diferença
entre esse continente e Portugal, é que alguns ainda contestam o uso de tipos
digitais, apontando a sua falsa "falta de qualidade" (e nostalgicamente
suspiram pelo passado), as grandes firmas de design contractam pessoal especializado
para fazer tipos personalizados para títulos em capas, cartazes, etc., e para
texto, compram os melhores produtos do mercado (tipos digitais, claro).
É curioso notar, que a evolução do tipo metálico para
o tipo digital, passou ainda pela fotocomposição (que utilizava já
o computador para a digitaliação dos tipos). Mas ao que parece, tal passou
despercebido aqui perante tanta aversão à tipografia digital.
Hoje porém, é completamente inútil remar contra o progresso
e também não é solução, pensar que se pode ensinar design
nas escolas saltando este assunto, como que sendo de pouco relevo.
De alguma maneira, este "site", nasceu mesmo por isso. Como uma
pequena luz na imensa escuridão do design nacional. Assim, veremos tratados
aqui, neste e nos próximos números, artigos sobre tipografia e outros temas.
E além disso, temos um glossário
de termos, que será, sempre que possível actualizado. Contamos com a sua
colaboração e convidamo-lo/a a frequentar o site, a escrever artigos (se
quiser) e a dar-nos a sua opinião. Por isso contacte-nos
e divulgue esta morada
a todos os estudantes de design e outros interessados.
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