maio/2000

Editorial

"Vicentinos na política"

Muitos vicentinos e vicentinas irão, neste ano, candidatar-se a cargos eletivos. É bom e necessário que se esclareça de maneira clara, não ser proibido a qualquer confrade, consócia ou aspirante desejar ingressar na política. Seria na verdade um ato de intolerância, incompatível com os princípios da Sociedade Vicentina, pensar em tal absurdo.

De se lembrar no entanto, o pensamento que vigorava anteriormente. Quando algum membro apresentava-se como candidato a algum cargo eletivo, ocorria uma espécie de exclusão e ele era visto como pessoa indesejável em nosso meio. Tudo em nome de um posicionamento na Sociedade, de afastar-se.

O tempo passa e os pensamentos e posições mudam. Enquanto nós, vicentinos e católicos nos omitimos , outros credos religiosos, alguns sem nenhum espírito cristão, elegeram bancadas poderosas no Congresso Nacional, Assembléias e Câmaras Municipais e nós ficamos como se diz, a ver navios.

Em política, não dá mais para ficarmos apenas de espectadores, vendo o poder agigantar-se nas mãos de pessoas sem compromisso com o social , porém , altamente comprometidas com a corrupção que floresce e campeia livremente.

Precisamos reaprender a votar. Em épocas remotas, a maioria dos candidatos apontados pelos partidos, tinham um passado respeitável o que por si só os credenciava a pleitearem os cargos. Hoje, impõe-se, o que tem mais dinheiro, o que mais gasta. O eleitor fica aturdido com os recursos de propaganda enganosa e escolhe mal.

As ciladas colocadas em torno de nosso voto são muitas. No pleito municipal por exemplo, passam pelos candidatos que se propõem a trazer melhorias para o bairro e quando eleitos, têm de se aliarem ao prefeito, que é quem executa essas melhorias. Outros, os denominados "alavanquinhas" entram no pleito apenas para fazerem quociente eleitoral. Você dirige seu voto para ele, mas quem se elege é outro, sem nenhum compromisso com você e sua comunidade.

Ainda este ano, o Conselho Nacional do Brasil da Sociedade de São Vicente de Paulo, estará baixando algumas orientações práticas e éticas sobre este importante assunto. O Presidente, confrade Wiler José de Lima está preocupado e com razão. Deseja e espera que muitos vicentinos se candidatem, mas se eleitos, tenham uma conduta compatível com a formação cristã, pena de , comprometerem o bom nome de nossa Sociedade.

Pensemos e muito sobre este importante assunto.