Meu pai, Francisco Vieira Soares tem o costume de ao se dirigir à igreja para a missa, levar separado o dinheiro destinado a espórtula. Num domingo, ao entrar na procissão do ofertório, lembrou que não separara o dinheiro. Assim, levou a mão ao bolso e a nota que se soltou ele colocou no recipiente das ofertas.
Na segunda-feira, antes de se dirigir ao armazém para pagar o fornecimento do mês, constatou que seu dinheiro era insuficiente. A nota colocada na oferta fora a de maior valor. Refletiu: Talvez eu venha ofertando pouco e fui levado a dar de uma só vez aquilo que venho regateando semanalmente! Não irei me aborrecer pelo acontecido! Afinal, Deus é quem me dá tudo na vida. Tenho certeza que Ele me proverá e este dinheiro não irá me fazer falta. Ao dono do armazém darei uma parte do que devo e no vale da primeira quinzena acertarei o restante.
À tarde um senhor bateu em sua porta. Ao atender este perguntou:
Lembra-se de mim? E sem esperar resposta continuou. Como o senhor deve estar se recordando, cheguei a esta cidade com uma mão na frente e outra atrás. Naquela oportunidade comentei as dificuldades que estava enfrentando e falei que não conseguira um local para me alojar. O senhor demonstrou preocupação e me indicou um quarteirão vago, aqui no bairro, onde existia um cômodo rústico, construído por um casal que passara vários dias aqui em Santa Rita. Localizei-o facilmente. Como sou profissional, no outro dia já estava trabalhando. Fui melhorando o cômodo e após alguns meses, procurei a firma proprietária do loteamento e adquiri o lote, comprando em prestações e comecei a construir em definitivo. Uma patrol limpou as ruas do quarteirão e outras construções foram surgindo. Recentemente recebi um chamado de parentes que residem em São Paulo. Eles estão muito bem. Vendi minha propriedade e estou indo embora. Como o que tenho, presentemente, é graças ao senhor, vim lhe agradecer e me despedir, colocando-me ao seu dispor na rua tal, número tal, na capital paulista.
Ao se despedir, ele colocou algo no bolsinho da camisa do meu pai, dizendo: isto é para uma cerveja. Após sua saída , meu pai levou a mão ao bolso pra ver do que se tratava. Estremeceu! Era uma nota no mesmo valor que ele ofertara na missa.
Confrade Francisco de
Paula Soares
Governador Valadares
Home Page - Links vicentinos - email:vicentinosonline@yahoo.com.br |