Nós, vicentinos, todos os anos fazemos a campanha do cobertor e os distribuímos entre os nossos assistidos e outros necessitados. Mas, no afã de distribuir para muita gente, pois muita gente precisa, compramos o cobertor que até já é conhecido nas lojas como COBERTOR DE SÃO VICENTE. É aquele cobertor ralinho, o mais barato. A intenção é boa, mas não sei se estamos fazendo certo. Distribuímos muitos cobertores, mas estamos distribuindo cobertores que não aquecem quase nada.
Outro dia, por circunstâncias, minha filha veio ter seu segundo filho em nossa cidade. E já com dois meses de vida, em pleno inverno, escutei-o chorando em uma madrugada. Fui ver o que era e vi minha filha amamentando-o. Mas ele continuou a chorar. Minha filha pediu: "Pai, tem outro cobertor"? Peguei o meu cobertor e mais um sobressalente e coloquei-os por cima do cobertor que já os cobria. E olha que a criança estava toda enrolada em sua manta e em seu próprio cobertor e ainda aquecido pelo corpo da sua mãe. Não deu outra. Ele parou de chorar e dormiu. Ele estava era com frio.
Olhei para a janela, com o dia já clareando, e vi a vidraça toda embaçada. O orvalho escorria por ela. Aí pensei: Como podemos distribuir o cobertor de São Vicente? Que frio ele segura? Por que não damos um cobertor mais resistente?
Vem aí uma série de conjecturas: "É o que podemos dar, de acordo com as campanhas que fazemos"; "é preferível dar esse cobertor, do que não dar nenhum"; "Deus dá o frio conforme o cobertor"!
Esses conceitos caíram por terra nessa madrugada que relatei. Precisamos melhorar nossa campanha e melhorar os cobertores. É preferível dar um bom cobertor em qualquer circunstância. E Deus não dá o frio conforme o cobertor. Ele espera que nós possamos dar o cobertor de acordo com o frio que a natureza produz.
Fica este recado, para que, se não der para este ano (se você andar depressa, ainda dá sim), que no ano que vem façamos uma distribuição mais condizente.
E é bom lembrarmos que para nossa família não compramos o COBERTOR DE SÃO VICENTE. E ainda assim, sentimos frio. Que nosso gesto aqueça quem necessita e aqueça o nosso coração também.
Você, mesmo não sendo um vicentino, corra! Vá no fundo da gaveta; vá até uma loja. Compre um cobertor. E saia, então, pela cidade, de preferência à noite. Você vai ver quanta gente está chorando de frio. Adultos e crianças!
Nesse momento, esqueça de quem é a obrigação de cuidar dele. Talvez ele só conte com você.
Você vai dormir muito melhor se fizer uma ação dessas.
Vale a pena meditar e agir.
Confrade Aluizio
da Mata,
Pela Internet
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