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Trabalho! Castigo?

Lembro-me do tempo em que, ainda bem jovem, me aborrecia de levantar bem cedo todas as manhãs para trabalhar. Enquanto vestia, meio sonâmbulo as minhas roupas, pensava com os meus botões: "um dia vou ter uma conversa séria com Adão, pois foi por causa da sua desobediência que o homem agora precisa trabalhar para viver!"

Hoje eu me rio de tais pensamentos, pois foi uma grande bênção que meus pais me ensinaram a trabalhar desde cedo. As habilidades adquiridas me facilitam hoje em muito a minha vida. O amor ao serviço bem feito faz com que a vida se torne sempre uma aventura fascinante. Se o homem não tivesse tarefas a cumprir, metas a alcançar, teria uma vida vazia, sem sentido, sem propósito, enfadonha e aguada.

Quando Deus disse a Adão que este teria de suar muito para comer o seu pão diário, não estava dizendo que o trabalho seria o castigo pela sua desobediência, mas que agora a vida seria dificultada pela entrada do pecado no mundo, agora em caos. A atitude do homem que encara o trabalho como o mal necessário é um dos frutos do pecado, pois o trabalho é bênção que torna a vida saborosa e frutífera.

Aprendemos a encarar o trabalho como propósito de vida, não como uma carga a ser suportada.

O urubu

Uma mulher estava entretida em seu jardim, arrancando matos e cuidando das plantas, quando ouviu um ruído de uma potente aeronave já se preparando para pousar no aeroporto perto de sua casa. Olhou para cima querendo identificar o avião que se aproximava e, qual não foi o seu espanto, voando sobre sua cabeça estava um urubu! Firmou bem os olhos e pensou: - "Não foi isso que eu ouvi. Tenho certeza que o som foi o de um avião, mas o que vejo é um urubu. Não pode ser!"

Depois de muito olhar para cima, lá bem no alto estava a potente máquina mostrando força e poder, roncando em suas turbinas. Ficou contemplando o quadro, atenta ao que o Senhor lhe dizia ao coração: quantas vezes só conseguimos ver "urubus"? atribuímos acontecimentos de nossas vidas a esforços próprios, a intervenção humanas, à capacidade de pessoas e não conseguimos divisar, bem mais alto e potente, a mão de Deus a dirigir e orientar tudo na vida daqueles que são seus filhos.

Mesmo nas pequenas coisas a mão de Deus está a nos dirigir, guardar e cuidar. Não existem coincidências, acaso ou azar para os que são filhos de Deus. Todas as coisas têm propósitos em suas vidas (RM 8, 28). Sendo assim, que aprendamos a perceber cada pequeno instante de nossa vida como sendo mais uma nova bênção de um Deus que nos ama, ampara e guarda.