"A escultura atual de Virginia Sé
... A adesão de Virginia Sé à escultura foi precedida por mais de dez anos de desenho e pintura, e de um extenso período de aprendizado que inclui dois cursos regiulares, um dos quais de licenciaturas em artes plásticas, e cursos livres com vários professores.
Presentemente Virginia Sé desenvolve uma obra escultórioca centrada na idéia da construção e que tem como fulcro a paisagem urbana. Suas esculturas atuais afastaram-se de um linearmento organico para adentrar o terreno da geometria arquitetural, o edificado e estruturado. O salto qualitativo é evidente. A maioria de suas peças atuais apresentam um arcabouço sólido, preciso, claro, formado por poucas partes que se conjugam na formação de um todo coerente, em que há coesão e adesão recíproca.
... Algumas peças remetem à idéia da assemblage...
Virginia Sé ingressa num outro patamar de sua carreira e nos coloca em sintonia com uma poética escultórica pessoal, organizada e sensível."
Enock Sacramento - 1998
"A arte como mensagem
A escultura de Virginia Sé tem uma clara conotação espiritual. Ela é feita de ritmos ascendentes e combinações cromáticas de históricas relações com estados de consciência e identificação com vários estágios da energia, segundo concepções místicas. É uma arte gerada por conceitos metafísicos e que busca harmonias ocultas. A artista deixa evidente, em cada trabalho, a sua opção e, em nenhum momento, impregna o seu fazer de dúvidas ou ironia. Não é uma arte retórica que comenta a si mesmo, mas uma que se expõe íntegra e que se sujeita, honesta, ao diálogo e ao possível ceticismo.
Do ponto de vista formal, esta escultura alinha-se na vertente construtivista e, na sua realização utiliza materiais conteporãneos, tais como alumínio, resinas e pigmentos não organicos...
A escultura atual destaca-se por sua objetividade. Cada escultura tem sua vida própria e única e uma só idéia a presidi-la. O conjunto nos apresenta uma artista em processo, no momento do mergulho, envolvida com o destino da espécie e meditando sobre o futuro. Trata-se de imaginar o modo de vida essencial do ser, as novas formas do humanismo..."
Jacob Klintowitz - 1998