BLUA NESTO (A Terra é o nosso ninho azul)
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Eu lamento se voce veio até o meu site em busca de informações científicas, ou de considerações técnicas de um "especialista", um profissional de renome ou de um "doutor no assunto". Embora eu tenha pesquisado no meio acadêmico - inclusive cheguei a concluir um curso técnico na área ambiental - o que apresento é bastante empírico. A minha argumentação está baseada no que chamo de bom senso - este por sua vez, se vale do que classifico como conhecimento popular (a meu ver, a parte válida da tradição) - mais do que numa visão cientificista. Isso não significa que eu tenha uma postura, preconcebidamente, contrária à Ciencia. Pelo contrário, estou aplicando, de certa forma, o método científico, segundo o qual a Verdade depende da confirmação pela experiência, em outras palavras, até prova em contrário, o crédito é diretamente proporcional à comprovação, de alguma forma - até aí, qualquer tentativa de explicação do mundo é só uma possibilidade. Se nenhuma prova é imune à erros ou à imprecisão (incerteza), vivemos em um mundo de possibilidades. Apesar de suas restrições, a racionalidade é uma "âncora" que nos provê pontos em comum, e evita que nos percamos nesse aparente oceano de caoticidade que é o mundo. Porém temos que contar com o que está acessível, através de nossas percepções. E o que se percebe - em relação ao mundo social e ao natural - é que vivenciamos uma situa&cceedil;ão dramática e insustentável, a qual tende à aniquilação da Vida. Devido à urgência em se tomar alguma providência, resolvi tentar o que pode parecer, para muita gente, uma perda de tempo, ou um modo de "aparecer", decorrentes de minha ingenuidade ou de minha vaidade. Acontece que eu me desiludi, e desisti de esperar por quem seria mais competente em tratar desse assunto, porque o que tenho percebido é muito discurso de intenções, evasivas... sem coerência com o comportamento do autor do mesmo. Tenho assistido a inúmeras demonstrações de "conhecimentos" que são contrariados pelas atividades cotidianas de pessoas supostamente capacitadas de promoverem ou indicarem soluções para se prevenir o pior - o que implicaria numa revolução na conduta social, a qual essas pessoas não se mostram capazes de realizarem consigo próprias, quem dera expandir a outras. Também considero válido tentar persuadir qualquer pessoa a essa mudança - porque esta é imprescindível e urgente - independentemente do conhecimento, índice de inteligência (o discutível Q.I.), posição social ou qualquer outro suposto quesito que a autorize a atuar no sentido de melhorar (pelo menos, amenizar) a situação atual. Simultâneo ao cuidado com a minha conduta, procurei algumas maneiras de motivar outras pessoas a essa mudança, em vez de esperar que ela ocorra de cima para baixo no meio social - ou seja, de esperar por providências tomadas pelas autoridades ditas competentes, ou pelas pessoas supostamente dotadas de capacidade e vontade para isso. Porque essas pessoas, aparentemente, tem sua vontade comprometida, estão muito envolvidas, e não querem renunciar a alguns privilégios sociais, comodismos, etc. Resolvi "apostar" numa mudança de baixo para cima.
Espero que voce não tenha muito a "perder" no meio social, de modo a que também se decida a mudar. Em suma, essa é uma tentativa que faço de persuadi-lo a mudar e a participar desse intento, passando adiante essa idéia e opinando no sentido de aprimorá-la. Mas me envie a sua opinião - de nada adiantará "retê-la" para si mesmo. Talvez possamos iniciar um movimento social que valorize o bom senso no comportamento das pessoas de modo geral. Esse será, sem dúvida, um intento benéfico a todos.
O que me impele a esta tentativa de persuação - além de almejar uma melhoria real às condições de vida para todos, portanto, inclusive, a mim mesmo - é algo muito mais forte do que todas as possíveis benesses oferecidas pela sociedade - e a palavra que o define melhor, talveez seja "sentimento". Poderia considerá-lo uma exclusividade, devido ao que me aparenta se constituir o modo normal de ser e de agir da maioria das pessoas. Mas conto ainda com a possibilidade de estar equivocado nessa minha percepção do meio social. Se minha proposta produzir "eco", terei logrado algo lisonjeiro, mas insatisfatório, incompleto, aparentemente inútil. Porém se, além de um fator de motivação, ela promover e concretizar mudanças que evitem o absurdo ao qual a humanidade se direciona - do qual o Planeta pode ser uma vítima - ficarei satisfeito; terei, em meu âmago, uma suave (mas, também, firme e perene) sensação de plenitude, tão grandiosa como é a imagem que tenho do Planeta, tão admirável quanto a sua beleza!
Apesar de me parecer, às vezes, um tanto ingênua, essa
minha esperança faz sentido, pois há evidências de
que cada ser humano tem um potencial fantástico de atributos (como
uma ferramenta muito versátil e poderosa) que podem ser direcionados
tanto para as atitudes estúpidas - como as que vêm sendo praticadas
com as outras formas de vida, e com a sua própria fonte de vida
- quanto para um modo sensato e criteriooso que valorize a harmonia, e considere
o bem mútuo que pode ser obtido, através da sua adequação
a esse propósito, se desvencilhando do peso e do custo que constituem
o modo normal de ser, o qual é confundido
com o natural. Assim, aberrações como o
consumismo
que é praticado cotidianamente, por cidadãos de qualquer
classe social, ou seja, por pessoas normais - e que varia quantitativamente,
conforme o poder aquisitivo destas; mas é, proporcionalmente, idêntico
no aspecto qualitativo - cederiam lugar à aventura gloriosa de se
atingir a autêntica condição humana (desenvolvendo
todo o potencial inerente a mesma). Talvez seja só o que falta para
celebrarmos a existência do "paraíso" - o qual é o
Planeta onde estamos, e que estamos transformando num "inferno". Espero
que ainda haja tempo e condições de reconstruír esse
"paraíso". Essa reconstrução começa com uma
reforma comportamental - e esta é um reflexo de nossa condição
interior, sendo manipulada por fatores externos (as normas e valores sociais),
os quais obedecemos, ora por imposição, ora por efeito de
sedução ou de acomodações. A nossa condição
interior tem como fator fundamental e determinante de nossas escolhas,
o que chamo aqui de "sentimento". Talvez uma pequena centelha de um sentimento
semelhante (ou quiçá, o mesmo) que eu tenho, esteja sufocada
por grossas camadas de contradições que compõem
o modo normal de ser, em cada ser humano. Espero poder reacendê-la,
de algum modo, em voce. Ao queimar esse "véu", talvez voce se disponha
a encarar uma aventura sua, exclusiva, com a sua identidade, mesmo que
esta não traga ou inclua um esplendor e destaque fora do comum...
que seja - no mínimo - saudável; portanto, válida!
Quem
sabe...
...nos
veremos em aventuras similares?
...nossos caminhos se cruzarão?
afinal...
somos
todos parte do Planeta, onde agora me encontro desde que, num pequeno ponto,
da
mais fecunda e malfadada, dentre as ilhas que compõem essa condição
esférica,
eclodi
como elemento da história (malcontada e maltrapilha) que denominou-a
"latinoamérica".
mas,
um dia...
ainda
hei de trilhar o caminho perfeito.
Por
ora ele se mostra demasiado estreito, sobre um abismo de mistérios
infinitos.
Em
vão, tento percorrê-lo lentamente, procurando sinais...estranhos
avisos...
Por
favor...
clareie
um pouco a minha trilha:
retribuirei
amenizando a sua espera,
pois
num mar de diferenças,
somos
ilhas que se conectam,
já
que nossas bases são a Terra.
Pretendo
vazar esse âmbito normal, que é tão pouco,
quando
posso deslizar na desabitual planura.
Se,
a meu modo, eu luto (tachado de louco),
percorro
a mutante superfície da loucura;
a
qual nunca termina,
e
é habitada por surpresas que, a cada instante,
reprimem
a rotina.
Tropeçando
em mendigos,
a
vagar pela cidade,
eu
tento levar comigo
os
cacos de dignidade,
que
ainda cato no lixo,
entre
vícios e falsidades.
Prefiro
um outro hospício,
onde
as ações populares,
sejam
mais do que comícios,
ou
balbúrdias pelos bares.
Que
ele seja mais orgânico...
...e
que inclua (o seu modelo)
os
fundamentos da infância...
e
que precise, pra tecê-lo,
o
doce silêncio das plantas
e
a terna confiança dos animais.
Por enquanto há esperança, já que...
um
indício da antiga chama de rebeldia, que ainda perdura,
reacende
resquícios, reage e reclama contra a extinção da aventura,
e
pela metamorfose dos que desfazem a reconstrução do paraíso.
Queimando
o véu que cobre essa azulada mensagem
que
paira no céu e o mergulha no mar,
irá
revelar, afinal, o último aviso!
Mesmo
que pequena centelha, a grandiosidade estará intacta,
enquanto
as gotas de seiva ainda fecharem o ciclo das matas,
e
árvores seculares perfumarem o vento com sua maviosidade!
Esse
sentimento, que em poesia se traduz,
eu
acho que será o meu guia, o facho de luz
que
me indicará a trilha da liberdade,
pela
qual - indo e vindo em zigue-zague -
percorro
o falso limbo, entre o sonho e a realidade,
para
ir de vez, (numa viagem sem retorno),
navegar
sobre os rios de mensagens
que
vejo, desde já, por breves instantes,
passando
espessos pelas frestas que se abrem,
quando
me esqueço pelos cantos das paisagens.
Minha
realização está muito além de poder fazer sexo,
ou
da ilusão de possuir a Natureza na forma de objetos;
e
dela, por enquanto, eu só tenho amostras,
quando,
por exemplo, me surgem respostas,
após
o acasalamento da terra e da chuva,
e
as gotas retornam, em sublime ascenção,
com
a dança do vento; e, embora sendo mudas,
formam
os rios de mensagens que me seduzirão.
Quando
quiser, me envie a sua opinião - ela é importante para mim!
Mas...
não
me envie cartões de felicidades
(eles
são árvores assassinadas),
pois
isso me deixará infeliz;
nem
me venha com essa mania de dias de Natal,
das
glórias da Pátria, etc e tal...
porque...
qualquer
dia, cada vez mais, me determina
uma
chance de quebrar o gelo e a rotina,
e
de atender ao apelo que arde no meu interior.
Quero
queimar, com esse fogo, tudo o que sou.
(partes do poema OCEANU)
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