O ideal é que seja REUTILIZADO (usar os dois lados da folha, reaproveitar papéis jogados no lixo, etc). Quando for inevitável comprar papel, opte pelo RECICLADO e NÃO-BRANQUEADO (ou PARDO). Essas opções resultarão em ÁRVORES poupadas, além de menos poluição lançada no meio (ar e água), pelas fábricas de papel - inclusive as temíveis DIOXINAS oriundas do processo de branqueamento do papel com o uso de cloro. O espectro total de poluentes gerados pela indústria do papel ainda é desconhecido, mas é sabido que, dentre as mais de mil substâncias diferentes já classificadas, setenta e cinco compostos se destacam, devido à sua periculosidade, e formam a família das dioxinas (dibenzo-para-dioxinas-policloradas), a cuja variedade de moléculas corresponde um número infinitamente maior de problemas causados aos seres vivos. Além de outras inconveniências, esses compostos são cumulativos, têm grande afinidade com a gordura, e podem permanecer inativos (e imperceptíveis) por um longo tempo, depositados nos tecidos, se constituindo num perigo em estado potencial que pode ser ativado, a qualquer momento, se manifestando sob a forma de sintomas - que variam muito de tipo e intensidade - decorrentes, às vezes, de graves problemas de saúde, que podem ser fatais, e também podem ser associados, equivocademente, a outras causas - o que, facilmente, pode ocorrer durante um período de convalescência - após um acidente, por exemplo - quando o organismo recorre às suas reservas de nutrientes, sem a necessária seletividade para evitar alguma surpresa intoxicante aí armazenada. Antigos conceitos, instituições (ou valores sociais) - como progresso, patriotismo, os limites entre a submissão (ou ingênua e cômoda confiança direcionada) a políticos, empresários, e os ditos órgãos competentes, e o devido exercício da cidadania - tiveram de ser reavaliados, devido a um aumento localizado (um surto) de casos de TERATOGENIA (deformações em fetos, transformando-os em seres "monstruosos"), DEFICIÊNCIA IMUNOLÓGICA (como a provocada pela AIDS), CÂNCER e mortes admitidas oficialmente, como decorrentes da ação de substâncias até então desconhecidas - as quais foram apelidadas de substância X ou, simplesmente, de ultravenenos), por causa de superarem o grau de toxicidade de todas as substâncias até então conhecidas. O período de caos logo após a Segunda Grande Guerra, o enfrentamento diário do cidadão a situações de calamidade, intensificou a mobilização das massas populares, em defesa de seus direitos. Fábricas do porte de multinacionais foram fechadas, após um longo, e desigual, debate entre a população - atingida pela ação quase imperceptível, porém nefasta, dessas substâncias - e todos os que obtinham algum lucro financeiro com a exploração de uma tecnologia mórbida, que visava interesses "maiores'" do que, propriamente, o bem-estar público. Por demasiado tempo, as "autoridades" locais negaram, veementemente, os argumentos "não-científicos" - às vezes definidos como resultantees de alucinações coletivas - ridicularizando as queixas individuais ou de grupos civis. Inicialmente a classe dominante pôde contar com o apoio inclusive dos empregados nas indústrias que produziam essas substâncias, apesar de serem - sem o saber - os mais suscetíveis aos malefícios que estas provocavam, por terem um contato maior com as mesmas. Com o aumento do contingente de vítimas, eles foram constatando que a defesa de seu salario, e de um emprego ou até de uma carreira profissional, ou qualquer bem que pudesse ser adquirido, através de dinheiro, não compensaria a saúde seriamente prejudicada ou a vida aniquilada de um modo obscuro, por um agente desconhecido e sorrateiro, porém de efeito fulminante. O desnível do debate foi invertendo de lado, e o que era considerado um conjunto de "boatos" tolos de alguns "românticos" ecologistas, ou de "subversivos" cidadãos, contrários ao "progresso", assumiu um tonus de grave problema cuja solução exigia seriedade e se tornara urgente, sob o peso dos fatos, cada vez mais horríveis e o aumento do número de vítimas, tornando a situação insustentável. Na virada da mesa, muitas informações sigilosas emergiram, transformando-se em escândalos, que denunciavam, como de praxe, corrupção nos altos escalões. Apesar de abafados com o costumeiro método de censura dos meios de comunicação, e a tomada de (demagógicas) providências, esses episódios abalaram alguns alicerces da estrutura social vigente, em especial, aquele que determina plena confiança nos órgãos responsáveis pela saúde pública. A nova postura social, assumida então, obrigou também outras indústrias com nível de nocividade ambiental semelhante, a emigrar com as suas tecnologias sujas, para países menos "exigentes" quanto ao bem-estar da população, onde o poder destrutivo dessas substâncias fosse ignorado e mantido em segredo por governantes subornáveis - características típicas de Terceiro Mundo. O gigante adormecido em berço esplêndido, como sempre, estava oficialmente receptivo à qualquer modernidade alienígena que se mostrasse lucrativa aos bolsos das autoridades (in)competentes, sem muito exame, cautela, ou o dispendioso labor de informar os dados corretos e completos da situação, para depois ouvir a opinião pública. Graças a esse descalabro, muitas grandes empresas, expulsas do Primeiro Mundo, se instalaram aqui, bem debaixo do nosso nariz, e estão destruindo o que resta das condições de vida em nosso meio. Um exemplo, dentre os vários possíveis, é a presença de uma fábrica de papel em local impróprio, junto à margem do Guaíba, cuja localização foi considerada inadequada por dois laudos técnicos consecutivos - os quais foram negados, até que um terceiro laudo (bastante suspeito) enfim, deu guarida aos interesses da empresa e de alguns membros da ditadura militar, envolvidos na questão. Na matriz européia, essa empresa teve de mudar a sua tecnologia, abolindo o uso de CLORO, dos processos de produção. Aqui, ela incluiu em seu quadro de dirigentes, a presença intimadora de um militar graduado, de modo a inibir, sobremaneira, a reação popular e dos meios de comunicação através da censura muito comum nesses anos de chumbo da ditadura. Quando o pêndulo do poder voltou-se para o lado civil, a Borregaard passou a denominar-se Riocell, e excluiu os resquícios desses tempos abomináveis em que poluia de modo explícito, e adotou a fachada de uma empresa ecológica. Para limpar a reputação, além de mudar o nome, tomou algumas providências em obediência a normas da legislação. Dois pontos, a meu ver, tiveram a sua importância diluída: em primeiro lugar, não é nenhum favor - mas sim uma obrigação - o cumprimento da legislação em vigor; e, em segundo, o mínimo que se pode esperar de uma empresa que se autodenomina ecológica, é que elimine processos sabidamente impactantes, por alternativas menos nocivas. É difícil entender a lógica da empresa, quando se diz preocupada com o meio ambiente, e insiste em utilizar CLORO, gerando algumas das mais temíveis DIOXINAS, sendo que tem capacidade já instalada para produzir um tipo de papel isento dessas substâncias, cuja marca é ECOGRAPH, o qual só é produzido, eventualmente, na insignificante proporção de DOIS POR CENTO do total da produção. Simultaneamente aos outros danos causados pela substituição da mata nativa por monoculturas de espécies exóticas - como o pinus eliotis - criando os desertos verdes denominados de reflorestamento, mais a poluição gerada pelo transporte da madeira e, posteriormente, do papel, há um intrincado mosaico de possíveis riscos relacionados com a enorme quantidade de água utilizada e contaminada com uma quantidade de DIOXINAS considerada "aceitável", segundo a tolerante legislação que estipula o limite máximo de suas concentrações, o qual pode variar de acordo com a pressão da consciência popular de cada nação; inexplicavelmente esse limite é bem mais amplo para o Terceiro Mundo, como se os habitantes daqui fossem menos vulneráveis do que os europeus, aos efeitos dessas substâncias. Também o lançamento de gases nocivos, por meio de chaminés mais altas, a alguns metros acima da altura em que eram lançados (ou seja, da altura contaminada) anteriormente, não soluciona a questão, apenas transpõe o problema para mais além no tempo e no espaço, os quais irão se manifestar com maior ou menor intensidade, conforme as condições meteorológicas (vento, pressão atmosférica, etc) dentre outros fatores - algo semelhante a varrer a sujeira para baixo do tapete. Embora o CLORO seja o elemento essencial para a geração das DIOXINAS, essa empresa "ecológica" tentou, recentemente, duplicar a sua planta industrial, que incluia uma fábrica de CLORO-SODA, demonstrando, obviamente, que não está preocupada com as consequências ambientais. Felizmente, ela retrocedeu nessa decisão por força de inconveniências econômicas, relacionadas com a diminuição das exportações. Aliás, quase toda a sua produção é exportada, ou seja, para nós (habitantes de seu entorno), fica a diminuição das condições de vida, através da depredação do meio ambiente (os desertos verdes substituindo a flora e a fauna nativas, um coquetel diário de poluição, contribuindo para a morte do Guaíba, e para empestear a atmosfera com gases nocivos e fedorentos...). Tudo isso para que?! ...Para que uma parcela ínfima da população tenha um salário relativamente vultoso, empregados numa grande empresa, cuja atuação gera doenças e sofrimentos desnecessários a todo o meio... portanto, inclusive a eles próprios?! Decerto que qualquer indústria - como qualquer atividade humana, em princ&ípio, gera algum impacto ambiental, por menor que seja - provoca danos ao meio, porém as fábricas de papel se destacam como demasiadamente poluidoras; de modo análogo, as DIOXINAS se destacam devido ao seu alto grau de toxicidade, cujos efeitos se manifestam desde quantidades inimagináveis: desde bilhonésimos de grama - doses tão infinitesimais que pouquuíssimos laboratórios têm instrumental capacitado para medi-las. Por isso, foram enviados amostras de seus efluentes, a laboratórios europeus para que fosse determinada a dose diária dessas substâncias lançadas no meio pela Riocell. O laudo que chegou foi considerado por representações políticas e ambientalistas em geral, como tendo um conteúdo confuso e contraditório - mesmo assim foi respeitado pelos órgãos governamentais competentes. Contudo até hoje não se sabe a quantidade desses ultravenenos lançada no meio; mas se sabe que cerca de trezentos gramas apenas, seriam suficientes para aniquilar toda a população de uma cidade como Nova Iorque (se cada habitante ingerisse a sua dose)! Apesar de que já são reconhecidas como causadoras de inúmeros malefícios, essas substâncias são consideradas aceitáveis por algumas instituições, por serem um dos ônus do "progresso". Também há muito pouco interesse em informar a opinião pública sobre o assunto. Aliás, abordar esse assunto com mais profundidade, seria mexer em terreno minado, pois algumas questões ainda não foram satisfatoriamente averiguadas. Por exemplo: a exposição através do simples manuseio de papéis branqueados, pode ser fator de contaminação por essas substâncias, já que é possível que haja resquícios delas impregnados nos mesmos - inclusive no papel denominado de higiênico, o qual pode entrar em contato direto com a mucosa do ânus, quando usado, facilitando a absorção delas. Além disso, o uso desse papel - que é HIGIÊNICO SÓ NO NOME, já que higiênico é o uso de água... não fosse assim, se poderia "tomar banho" esfregando papéis higiênicos no corpo - é mais uma atitude normal, cujo resultado é desastroso para o meio ambiente porque esse papel NÃO PODE SER RECICLADO - o que leva ao corte de mais árvorees para suprir essa demanda. São toneladas desse papel consumidas diariamente em qualquer cidade de porte médio. Isso se traduz em uma quantidade muito maior de madeira para a produção desse papel, além dos outros custos já citados. Simultaneamente o usuário compromete a sua saúde ao permanecer com o ânus sujo de fezes. Várias doenças podem advir desse costume ANTI-HIGIÊNICO (fissuras, hemorróides, etc...). Para alguns povos ditos primitivos, causa perplexidade o fato de ser excluída a água de um ato de higiene, enquanto que, para os civilizados, essa é uma atitude normal.
Quem é beneficiado com esse costume?... (além do bolso dos que negociam papel?)
Que "progresso" houve ao se substituir o bidê higiênico pelo suporte de papel higiênico no banheiro?
Estamos aceitando maus costumes compondo o quadro da normalidade, sendo levados pelos meios de comunicação (movidos por interesses financeiros), etc, a atitudes alienantes (anti-higiênicas, anti-natureza...), portanto anti-naturais?
Quantas vidas terão, ainda, que pagar o tributo dos "benefícios" - exclusivamente humanos e bastante discutíveis - de se consumir tanto papel, principalmente o branqueado? Até quando se pregará a "superioridade" do branco? Tudo alvo... inclusive um deus branco! Cristo loiro de olhos azuis... Tudo tem a ver! Mas essas são idéias de alguns "loucos" que optam por reutilizar papéis, ou usar papel pardo e reciclado, porque preferem a presença de árvores nativas com toda a sua benevolência e magia, em vez da sua transformação em lixo urbano, além da distorção fraudulenta do antigo sonho de viver (mesmo!). Por que fraudulenta?!... Por que este se converteu no consumo de ilusões nocivas, seguindo mentiras emitidas por meios de comunicação, que induzem desejos aberrantes e forjam costumes insensatos, baseados em distorções dos valores tradicionais existentes, resultando numa cultura grotesca, onde a Vida é tratada como lixo... o lixo não é reciclado, pois não é tratado como uma parte do Planeta que foi modificada... o Planeta é mera menção ficcionista e distante, a qual, às vezes, serve de assunto para preencher espaços literários surgidos em decorrência da cegueira imposta, com a finalidade de legitimar e de dar um verniz de "vanguarda" a absurdos e pós-absurdos, com todo o pó que for necessário para formar uma nuvem que embacie a nitidez e iniba as resistências, cujo bom senso insiste numa mudança desse quadro para um modelo social mais equilibrado, através de uma evolução mais coerente com a Natureza, que inverta o sentido e direcione essa civilização, à aventura da plena realização humana, por meio do desenvolvimento completo de seu potencial, em harmonia com as outras espécies. Para chegarmos a isso, a primeira (a mais urgente) atitude, é a de buscarmos a recuperação e a manutenção das condições necessárias a TODAS as formas de vida, pois somos apenas UM elo dessa corrente. Teremos que reaprender a conviver com elas, numa associação de mútuo benefício, partindo do princípio óbvio e fundamental de que todas elas e nós mesmos, somos partes interdependentes como as células de um organismo maior - o qual é a nossa fonte legí;tima: uma quase-esfera linda, que se coloriu de azul para nos fornecer abrigo, (fornecendo tudo de que necessitamos)... além de tudo isso, nos propicia a chance de concretizarmos algum sonho...
O que mais poderíamos querer?!
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