TEATRO DE RUA

UM BREVE RELATO SOBRE A PEÇA:



TRANSGENIA

O MONSTRO NOSSO DE CADA DIA



Relata (e retrata), em linguagem teatral, uma sinopse do quadro atual da sociedade de consumo - mantida, às vezes, inadvertidamente e com alto custo, por nós, seres humanos civilizados - porque esse se mostra assustador.

Perspectivas bastante prováveis - aliás muito previsíveis, e até mesmo óbvias - de que uma projeção digna dos mais horrendos filmes de terror se torne a nossa realidade, estão se tornando cada vez maiores, a cada nova experiência de manipulação genética (confundida com engenharia genética) desprovida de um mínimo de ética e/ou bom senso, ou melhor, respeito pela Vida, além do conhecimento suficiente - já que é ainda incipiente - para assegurar uma relativa segurança e um controle aceitável das possíveis conseqüências advindas dessa tecnologia.

Ao cidadão comum (o alvo principal dos que visam unicamente auferir lucros por meio de alterações de códigos genéticos, dos quais são supostamente conhecidas ínfimas parcelas) vem sendo delegado unicamente o direito de engolir, literalmente, em seu dia-a-dia, uma seqüência de mentiras cada vez mais bizarras. (Por exemplo: foram estudados, até agora, cerca de 20 genes da soja; basta comparar esse número à quantidade total de genes dessa leguminosa - calculado entre 100 a 200 mil - para constatarmos a leviandade das afirmações de “conhecedores” do assunto, de que essa é uma tecnologia sem riscos ou de risco controlado. Mesmo que conhecêssemos todos os genes, isso não garantiria nada em relação à ampla gama dos possíveis efeitos sobre o meio ambiente, para tanto seria imprescindível, no mínimo, que fosse feito um EIA-RIMA conforme, aliás, prescreve a legislação, mas há uma descabida e ilícita pressa em liberar o plantio e o comércio de produtos trangênicos, apesar desse estudo e relatório ainda não haver sido concluído.)

Uma grande variedade de absurdos (considerados como resultado de pesquisas sérias) são criados irresponsavelmente por empresas cuja finalidade suprema é o ganho financeiro; para tanto elas operam sob a conivência ou a dissimulada participação dos órgãos governamentais.

Nós, integrantes do GRUPO CONTESTATORES, enquanto membros (compulsórios) dessa civilização, em vez de nos acomodarmos, como a maioria que busca satisfazer a seus caprichos pessoais - de modo semelhante ao que fazem os poderosos em escala maior - preferimos AGIR! E esperamos que, pelo menos, consigamos induzir a todos, a uma adequada reflexão, seguindo o princípio da cautela, ou o velho e sábio ditado popular: melhor prevenir do que remediar, inclusive porque, no caso das manipulações de códigos genéticos que estão sendo ou que se pretende que sejam realizadas, talvez não haja remédio numa escala de tempo que torne viável e/ou válida uma possível solução, após uma provável disseminação de mutações entre espécies semelhantes e (quem sabe?), até as geneticamente “distantes”, numa cadeia incontrolável de eventos, provocando contínuas gerações de seres mutantes, convergindo todas as formas de vida para uma uniformização suicida, ou a uma disparidade alienante, sem sentido, sem poder de adaptação, ou ainda, a formas híbridas (incapazes de se reproduzirem), ou... a qualquer coisa, “imaginável” ou não! .

Consideramos não apenas relevante, mas também, urgente! denunciar esses fatos que envolvem múltiplos aspectos de interação capciosa e contrária à Vida, por se sucederem por força de uma série de decisões inacessíveis à maioria da população, a qual ignora o perigo a que está exposta no seu cotidiano, ao ingerir o alimento - que pode estar transformado em um ser bizarro, criado artificialmente após exaustivas e caríssimas pesquisas (com cifras de 9 dígitos, ou mais, de dólares) em laboratórios de megaempresas (conglomerados de multinacionais), cujo poder subjuga governos e/ou instituições do porte do FDA (órgão governamental norte-americano encarregado da fiscalização de produtos alimentícios, dentre outros), como expõe a revista THE ECOLOGIST em edição especial, que inclusive, autorizou a publicação desse número, em língua portuguesa, a algumas ONGs (entidades não-governamentais) brasileiras.

Nos parece sensata a versão dos fatos relatados nas reportagens dessa revista; mas estes, infelizmente, não tiveram a divulgação devida, pois, além de ocasionais manchetes de jornais e revistas enfocando essa questão - de modo, escancaradamente, sensacionalista e comprometido a megainteresses - não tem merecido a devida atenção das autoridades (in)competentes - via de regra muito mais interessadas pelo dinheiro que possam auferir daí (lícita ou ilícitamente) - e, por conseqüência, da população em geral, a qual se encaixa na máquina demolidora das condições de vida que é o consumismo, como pequenos parafusos manipulados, sem importância enquanto indivíduos, e que só se tornam relevantes em grupos, mas que são poderosos em grande número. Incitar esse poder coletivo de cada indivíduo - desde o zé-ninguém social até o figurão - do qual não faz uso adequado, em parte por não avaliá-lo corretamente, em parte, por considerá-lo incômodo - e direcioná-lo em defesa da Vida sobre a Terra, cuja condição de natural corre o risco de ser superada pela artificial (inusitada e arriscada, seguindo o que determinam os caprichos dos que detém algum poder no meio social ) é o objetivo maior das atuações de nosso pequeno grupo de teatro, o qual tentamos atingir, mais uma vez, seguindo a mesma trilha da peça anterior (A DIOXINA NOSSA DE CADA DIA), que, na época, enfatizava, além de outras críticas sobre o nosso modelo social atual, questões relativas a essas substâncias (embora presentes, ainda quase desconhecidas pela grande massa popular).

O nosso grupo espera também que a peça apresentada seja, além de útil (incitadora, promovedora de atuação coerente no seu meio), um momento agradável em seu dia-a-dia.

Por tudo isso (e muito mais) TAMO AQUI PRA CONTESTÁ!

Obs.- se voce quer conhecer melhor o nosso grupo, ou está interessado no nosso trabalho, ou tiver alguma sugestão, ou, ainda, se tiver interesse em vir a participar do mesmo (atuando ou ajudando nas atuações), NÃO REPRIMA ESSA VONTADE, ENTRE EM CONTATO... Nós já contamos, eventualmente, com a ajuda de algumas pessoas que - embora não pertençam ao grupo - indicam eventos para possíveis apresentações, ajudam a organizá-las, etc., porém nenhuma delas têm algum contrato ou compromisso permanente conosco. Mesmo seguindo os trâmites costumeiros, às vezes, é bastante dispendioso e complicado efetivarmos as apresentações. Um exemplo recente aconteceu durante o Fórum Social Mundial, quando um dos participantes do grupo teve que assumir, praticamente, todos os custos para apresentar-se sozinho, utilizando um dos personagens da peça (Sua Magnificência: o dinheiro); inclusive ainda não recebeu pagamento de gastos que teve com transporte, o qual lhe foi prometido e descumprido. A maioria das vezes trabalhamos gratuitamente ou com pequenas ajudas de custo, visando - de modo idealista, militante - alertar o meio social, denunciar fatos que são omitidos pela mídia, criticar o modelo social... Apesar de que essa tem sido uma labuta pouco promissora e pouco gratificante, optamos por agir - também dessa forma - em função de uma mudança da realidade, tentando desalienar, principalmente a parte do povão manipulado, chamada, eufemisticamente, de "humilde". Devido a nossa proposta de trabalho, não temos patrocínio de pessoas jurídicas (empresas, etc.), apenas eventuais ajudas de pessoas físicas. Apesar da importância (e urgência) de nossos propósitos - e de que várias pessoas se candidataram a fazer parte do elenco - estamos com falta de atuadores, o que faz com que diversos personagens tenham de ser encenados pelo mesmo ator. Se voce quer atuar - assumindo algum dos personagens dessa peça - entre em contato; pretendemos ampliar o número de participantes do elenco. Entretanto há diversas formas de contribuir com o nosso objetivo - além da atuação como ator ou atriz - e qualquer tipo de participaçào ou ajuda é relevante.

Voce quer ajudar de alguma maneira?



Janeiro de 2002

GRUPO CONTESTATORES


Contatos pelo email:

olintorf_1999@yahoo.com


 

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