JANE DUBOC NO TERRITÓRIO NACIONAL DA MTV

No programa Território Nacional do dia 24/09 a VJ Soninha entrevistou a cantora Jane Duboc.

Aqui você confere os principais lances da entrevista.

 

Soninha: Esse disco mais recente foi gravado ao vivo no Japão. Essa foi a primeira vez que você foi pra lá?

Jane Duboc: Foi a terceira vez, na verdade. Os arranjos desse álbum foram feitos pelo Roberto Sion, com a participação de Toninho Ribeiro na bateria, sax e flautas do próprio Roberto Sion, enfim um pessoal maravilhoso. Os japoneses admiram muito a música brasileira.

S: É incrível mesmo. Músicos brasileiros que não são conhecidos por aqui, são super populares no Japão. Você tem alguma teoria para explicar esse carinho todo?

J: É uma gratidão muito grande. Há muitas colônias japonesas aqui no Brasil. Eles começam a sentir nossas música, eles têm muita musicalidade.

S: Você percebe na platéia em shows no Japão, brasileiros que foram morar lá e vão ao show pra matar as saudades do Brasil?

J: Sim. Eles cantam, há uma grande mistura de nisseis, sanseis e brasileiros também.

S: Você tem algum disco que foi lançado lá e que não foi lançado aqui no Brasil?

J: Sim, é um CD que teve a participação de Gerry Mulligan, que é um dos precursores do cool jazz. Esse CD foi lançado no Japão. As pessoas conseguem comprá-lo aqui como disco importado.

S: Desse repertório tem alguma música que você percebeu que a platéia japonesa já conhecia?

J: Um senhor do Consulado do Japão indicou algumas músicas para o repertório, formadas por canções conhecidas do público. A gente colocou uma 'roupagem' nova nelas. O repertório é formado por músicas como 'Manhã de Carnaval', músicas genuinamente brasileiras. Tem muita bossa nova, valsa, chorinho e marcha-rancho.

S: A música 'As Pastorinhas' é marcha-rancho...

J: No Carnaval mais antigo tinha muito destas marchinhas. Pode-se dizer que quem faz atualmente uma mistura de marcha-rancho com bossa nova é o Caetano Veloso.

S: Além do Japão, você já esteve em vários lugares do mundo, né?

J: Eu morei 8 anos nos Estados Unidos, fui para a Europa, Rússia, Ásia Central. Viajei muito com diversos tipos de músicas, sempre parti para caminhos diferentes. A música abrange muito mais do que uma mera definição.

S: Você acha que para fazer sucesso no Brasil, você tem que fazer muitas concessões?

J: O lance do sucesso é complicado. Você tem que ter talento, sorte, trabalhar bastante e ter a equipe certa.

S: O fator sucesso é imprevisível. De repente vem uma banda que estoura nas paradas e lança uma nova fórmula de se fazer sucesso e várias outras bandas vão atrás disso.

J: Eu sempre discutia com gravadoras que tentavam adivinhar o que ia dar certo. Você pode ter uma noção, um certo 'feeling', mas não dá pra acertar, é muito contraditório.

S: Você tem quantos discos lançados?

J: 14 discos.

S: Você percebe o redescobrimento da MPB, jovens curtindo esse tipo de música?

J: Eu fico muito feliz com isso. A Marisa Monte e o Lenine são o máximo. Ele compôs duas músicas para o meu disco novo. A banda Mantiqueira é muito boa também. Esses artistas estão lotando casas de espetáculos. Há muito público a fim de ouvir esse tipo de música.

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