A formação inicial dos Titãs
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...depois, Charles Gavin.
Tudo começou no Colégio Equipe, em São Paulo, no ano de 1982, com o nome "Titãs do Iê-Iê". Começou com Arnaldo Antunes (voz), Branco Mello (voz), Nando Reis (voz e baixo), Paulo Miklos (voz e sax), Sérgio Britto (voz e teclado), Tony Bellotto (guitarra), Marcelo Fromer (guitarra) e André Jung (bateria). De lá pra cá, as unicas mudanças foram a saída de André Jung (muito criticado, pois dizem que ele não sabia nem tocar rock'n'roll) para a entrada de Charles Gavin, na bateria, e a saída do líder Arnaldo Antunes, em 1993, para seguir carreira solo. Uma pena, pois alí os Titãs perdiam um poeta e seu melhor compositor. No começo da carreira, a busca de uma identidade, meta a ser atingida por toda banda que começa na estrada da música foi muito buscada pelos Titãs. "Fazíamos shows nos lugares mais absurdos, tipo... casas gay", dizia Sérgio Britto. "Tocavamos nos buracos de São Paulo, esperando que alguém nos descobrice". Uma das características dos Titãs sempre foi o modo objetivo de se expressar perante ao público. Ou no início da carreira, com roupas bregas e coreografias estranhissímas, ou desde os tempos mais rebeldes da banda até ao acústico. Falam em suas músicas o que vem na cabeça e o que achavam sobre aquilo, sem medo, criticando a polícia, a igreja, abordando a realidade no pensamento daquela geração. "Quando agente tá parado, aí pega no tranco"._ conclui Fromer.
O primeiro disco,"Titãs", lançado em 1984, tinha um aspecto bastante grudento, com músicas suaves, criticado pela mídia, mas bem reconhecido pelo público. Eu destacaria "Sonífera Ilha, Marvin, Go Back, Toda Cor e Querem meu Sangue". O resultado foi razoávelmente bom. Para uma banda que estava apenas começando...
No segundo lançamento, "Televisão", produzido por Lulu Santos em 1985, as músicas ainda estavam com um rítmo leve, com letras melhores do que no disco anterior, mas que ainda poderiam muito melhorar. Destaco "Televisão, Pavimentação, Não vou me adaptar, Autonomia e Massacre".
Com o terceiro trabalho, "Cabeça Dinossauro", lançado em 1986, um dos melhores discos dos Titãs, alcançaram a fama, com um rítmo pesado, feroz e bastante crítico, bem do jeito Titãnico de ser. Se firmaram definitivamente como uma das melhores bandas do rock nacional. Destaque para todas as músicas, não tem aquela que se possa destacar mais que a outra. Todas são excelentes !!!
O quarto disco "Jesus não tem dentes no país dos banguelas", foi lançado em 1987, com meio milhão de cópias vendidas. Embarcaram para a Europa, para participar do Festival da Suíça. Foi a arrancada para as apresentações no exterior. Destaques: "Comida, Diversão, Jesus não tem dentes no país dos banguelas, Desordem, Lugar Nenhum e Nome aos Bois".
No quinto disco, "Go Back", em 1988, as músicas foram aquelas cantadas na Suíça, pelo Festival de Montreaux. Havia um nervosismo ao se ameaçar que a gravação foi ruím, porém todos gostaram do resultado. Destacam-se: Todas !!! Junto com "Cabeça Dinossauro" um dos melhores discos.
No sexto álbum da banda, "Õ Blésq Blom", em 1989, já era a melhor do Brasil, e vão fazer shows nos Estados Unidos, mas sem nenhum êxito. Ganham o prêmio de melhor videoclip estrangeiro através de "Flores" pela MTV americana. Destaques: "Miséria, Palavras, Flores, O Pulso e 32 Dentes".
Um período de crise afetava o grupo quando lançaram "Tudo ao mesmo tempo agora", o sétimo disco, no ano de 1991, juntamente com uma fita sobre o disco e com um som mais pesado, mais feroz. Arnaldo Antunes, o líder e cérebro do grupo, acaba saindo para seguir carreira solo. A banda diminui para sete, formação mantida até hoje. Foi um disco assim: É um disco só pra gente. E não se importaram com a mídia. Fracasso. Destaques: "Clitóris, Saia de Mim e Não é por não falar".
Em "Titanomaquia", lançado em 1993, acontece o inesperado: apenas 70 mil cópias foram vendidas; um fracasso total, levando-se em consideração a grandeza dos Titãs. E olha que as músicas eram boas, heim (na minha opinião). O videoclip de "Será que é isso que eu necessito?" ganhou o prêmio da MTV americana de melhor clip estrangeiro. Destaques para: "Será que é disso que eu necessito?, Nem sempre se pode ser Deus, Disneylândia, Hereditário e Verdadeira Mary Poppins".
Rezolvem dar um tempo, lançando logo após a coletânea "TITÃS 84 94 um" e "TITÃS 84 94 dois", com músicas que relembravam os Titãs do passado. Arnaldo Antunes continuava com carreira solo. Foi isso que Paulo Miklos e Nando Reis resolveram fazer. Contudo, os discos foram muitíssimos bem aceitos pelos titanicos. Ganharam forças, quando muitos fãs temiam o triste fim dos Titãs.
Veio o ano de 1995, e com ele, o novo sucesso: "Domingo". Um disco onde voltaram as melodias, com músicas não muito pesadas. Foi a confirmação de que os Titãs continuariam pela estrada da música. As músicas não saiam da cabeça dos fãs. Eram tocadas, nos clubes, em recreios escolares, nos carros, através de outras bandas, e por aí ia. Tanto que recebeu indicações dos clips "Eu não agüento" e "Eu não vou dizer nada (Além do que estou dizendo)". Destaques: "Eu não agüento, Domingo, Tudo o que você quiser, Eu não vou dizer nada (além do que estou dizendo), o Caroço da Cabeça e Pela Paz.
Uma das principais característica dos Titãs sempre foram as guitarras de Marcelo Fromer e Tony Bellotto, além do jeito pauleira de tocar. Mas a surpresa maior estava por vir. Noite de luxo no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, em 1997 para a gravação do disco "Acústico MTV". Trocaram as fabulosas guitarras e a raiva, por violões, violinos, harpa, trompetes, trompa,violões celo, sax, trombone, além do jeito comportadinho e engraçado dos Titãs, acomodados a banquinhos. A platéia não tava nem aí. Queriam mesmo é rock. O show é inicializado com "Comida", bem mais envolvente. Na segunda faixa, o argentino Fito Paez, canta com Sérgio Britto "Go Back", em espanhol. Tirada do fundo do baú, "Pra dizer adeus", é o novo hit das paradas de sucesso e a mais aplaudida dos Titãs em sua turnê acústica. Foi realmente uma festa; o eterno Titã Arnaldo Antunes rouba a cena em "O Pulso" voltando a cantar com os amigos; foi uma das maiores emoções da gravação do acústico. Em "Flores", a bela Marisa Monte entra em cena para cantar com Branco Mello. Marina Lima grava em estudios "Cabeça Dinossauro"(a mudança não me agradou). Bichos Escrotos e Polícia não estavam no repertório, porém são marcas registrada dos Titãs. Paulo Miklos e Sérgio Britto cantaram-nas (respectivamente) com o público. Em "Querem meu sangue", quem liderou foi Jimmy Cliff que cantou com Nando Reis a versão "The harder they come". Rita Lee gravou em estúdio "Televisão". As pauleiras "Homem Primata e Hereditário ganharam cara nova. Os acordes de "Família" e a tradicional "Marvin" estavam bem mais interessantes, bem como "Diversão", muito mais alucinante. Além do mais, quatro músicas até então inéditas foram lançadas, com destaques para "Os cegos do castelo", de Nando Reis, e "Nem cinco minutos guardados", de Sérgio Britto e Marcelo Fromer. A banda paulista está mudando para o Rio de Janeiro e seguem com sua turnê acústica por pelo menos um ano. Sem dúvida, os Titãs se reergueram e se firmaram como a melhor banda do rock nacional. Uma vitória na raça e na competencia de uma banda que já tem quinze anos de carreira. E realmente para uma banda existir durante esse tempaço, é necessario mais do que nunca confiança e inteligência, e isso, eles tiveram de sobra.
Depois do grande sucesso que foi o Acústico, os Titãs
resolveram repetir a dose. E em 1998 lançaram o "Vol.
2 ".
O álbum contém nove regravações
de antigos sucessos do repertório dos Titãs, além
de seis músicas inéditas, uma música que não
são dos Titãs e uma introdução de "Senhor Delegado",
um samba antigo de Germano Matias. O primeiro single do álbum
foi "É Preciso Saber Viver", de Erasmo Carlos e Roberto Carlos,
um grande sucesso da dupla dos anos 70. Depois passaram a tocar nas rádios
e TV "Insensível", em uma versão que possui até banjo.
Destaque para: "Sonífera Ilha, Sua Impossível Chance, Caras
Como Eu, Insensível e É Preciso Saber Viver". Os Titãs
entraram em turnê e devem passar por todo o Brasil. Depois da turnê
os Titãs deverão investir um pouco em carreira solo. Não
está previsto ainda uma data para um próximo disco. Mas Sérgio
Britto avisa: _ Não será um acústico.