Conflitos
e Violência
Que bonito
é
As bandeiras
tremulando
A torcida
delirando
Vendo a
rede balançar
QUE BONITO
ERA
" Torcida
Organizada não pode virar crime organizado"
Eles chegam
cedo com porretes, bombas e revólveres. Não, não se
trata de
uma tropa
de choque. São torcedores. Pessoas que não têm nenhum
amor por
seu time
e sim, um lamentável ódio pelo time dos outros. Delinqüentes
que
agridem,
matam e espalham pânico. Em nome daqueles que amam o futebol, não
a violência,
que querem gols, não tragédias, que vibram com boas jogadas
,não
com sangue,
fazemos um apelo aos chefes de torcida: não deixem que esses
marginais
camuflados de torcedores, estraguem o espetáculo. Torcemos
por uma solução. Futebol é arte. Violência é
crime. Violência nos estádios
De início,
era uma boa idéia. Alguns amigos se reuniam antes dos jogos e iam
aos
estádios
torcer por seus clubes. Ficavam juntos, e com o tempo foram
ganhando
notoriedade, importância e mais integrantes. De uma hora para outra,
já eram milhares, e se por um lado faziam lindas festas na
arquibancada , por
outro levavam
a estas perigo e muita, muita violência. De um modo geral, este foi
o
começo
da grande maioria das torcidas organizadas dos nossos clubes. Sem
exceção
,todas se diziam e ainda se dizem independentes, mas na prática
não
houve uma
única sequer que pelo menos em algum momento não tenha obtido
apoio,
incentivo ou facilidade dos dirigentes dos seus clubes.
Como a
violência é intrínseca à
sociedade , não demorou para que ela
se
instalasse
entre as facções. Primeiro, foram apenas ofensas verbais;
em
seguida,
algumas brigas isoladas; o terceiro passo foi a fabricação
de bombas
caseiras,
algumas explodidas, outras não; e, por fim, os assassinatos. De
1988,
quando
o Cléo, então presidente da mancha verde, foi morto com dois
tiros diante
da sede
da agremiação, até o assassinato de Márcio
Gasparin, na luta campal que
transformou
o gramado do Pacaembu em campo de guerra, foram nada menos do
que 17
pessoas que perderam suas vidas em praças esportivas. Na verdade,
o
que houve
entre as tais torcidas organizadas foi uma deturpação da
real razão de
suas existências.
Em vez de servirem apenas como meio de incentivo ou
protesto
dos torcedores, elas passaram a ser, para seus sócios, mais importantes
do que
os próprios clubes que representam. Ou seja, de repente, os
integrantes
das organizadas não eram mais corintianos, flamenguistas, tricolores:
eram "fiéis",
"jovens" e "independentes", por exemplo. Com a paixão à flor
da pele,
não
foi difícil acontecerem confrontos entre grupos ligados ao mesmo
clube ,
seja
por um melhor lugar nos estádios, seja por uma questão de
auto-afirmação.
Para piorar,
muitos marginais passaram a fazer parte destas facções e
as usarem
para externar
suas índoles violentas.
Diante
de tal quadro, não se poderia esperar outra coisa senão a
fuga do bom
torcedor
de nosso estádio. Correndo risco de ter sua integridade física
prejudicada
ou, até
mesmo, de ser morto só por ir ao futebol, o torcedor tradicional
foi se
afastando
e, hoje, a luta para trazê-lo de volta é árdua e ainda
está longe, muito
longe de
ser vencida. Os traumas que ele ganhou ao ver tantas pessoas perderem
suas vidas
em campos de futebol o fazem, agora, pensar duas vezes antes de sair
de casa
e ir torcer pelo seu clube. (Show de Bola)
Retrato
falado de um torcedor violento
Idade :
de 16 a 25 anos
Classe
econômica : Média baixa e baixa ( representa famílias
que ganham de um a
dez salários
mínimos )
Onde moram
: Periferia
Lema :
Honrar a camisa
Porque
brigam :Porque é legal
Troféu
: Chegar em casa machucado ou ter passado pela polícia
A morte
é o limite ? : A camisa está acima de tudo
Promoção
: Assumir uma bronca, ou seja, ser preso, faz o torcedor ganhar moral
em sua
torcida
Armas que
mais usam em brigas
Dentro
do estádio: instrumentos musicais e mastros de bandeiras
Nas imediações
: bombas caseiras e garrafas
Longe dos
estádios : bombas caseiras e armas de fogo Onde acontecem os
confrontos
64 % das
brigas acontecem longe dos estádios, na volta para casa
32 % nas
imediações dos estádios
4 % nos
estádios
(Folha
de São Paulo)
QUANDO
COMEÇOU A VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS
1920 -
Primeiros incidentes com torcedores de futebol de que se tem notícia
, na
Escócia.
1972 -
Torcedores do Rangers, também do Escócia, entram em choque
com a
polícia
de Barcelona depois da Final da Recopa Européia, contra o Dínamo
de
Moscou.
O saldo: um morto e 150 feridos. Havia tantos cacos de vidro deixados na
briga que
o gramado do Barcelona teve que ser replantado.
1974 -
Os ingleses do Tottenham perdem a Final da Copa da Uefa para os
holandeses
do Feyenord, em Roterdã. Setenta pessoas são presas e 200
ficam
feridas.
1975 -
O Leeds United, da Inglaterra, perde a Final da Copa da Europa para o
Bayern,
da Alemanha. Quarenta pessoas saem feridas, 27 presas e o Leeds é
banido
da competição por dois anos.
1976 -
Briga entre torcedores do Southampton (Inglaterra) e do Olimpique de
Marselha
(França), em jogo da Recopa deixa 200 feridos.
1985 -
Tumulto na partida Juventus (Itália) x Liverpool (Inglaterra) que
decidiam o
título
europeu de clubes no Estádio Heysel, em Bruxelas, Bélgica.
Saldo de 38
mortos.
(Ver texto abaixo)
1989 -
Liverpool x Nottingham Forest se enfrentam no superlotado Estádio
de
Sheffield
(Inglaterra), deixando 95 mortos.
1995 -
No dia 20 de agosto, a decisão da Supercopa dos Campeões
da Copa São
Paulo de
Juniores , entre Palmeiras e São Paulo , no Pacaembu ,se transformou
em
tragédia.
As torcidas invadiram o campo para se digladiar. Resultado: uma vítima
fatal e
101 feridos. (Placar)
ESCALADA
DA VIOLÊNCIA NO BRASIL
ANOS 60
Brigas
causais, sem maiores conseqüências , geralmente provocadas por
algum
torcedor
bêbado, logo contornado.
ANOS 70
Conflitos
se acentuam, com a participação de grupos mais numerosos,
principalmente
no final da década.
ANOS 80
As torcidas
organizadas crescem rapidamente e na segunda metade da década
aparecem
as primeiras armas de fogo. Na época, pedaços de ferro, madeira
com
pregos
na ponta, facas já eram populares entre os brigões. Começam
as mortes de
torcedores
baleados.
ANOS 90
Divididas
em grupos por regiões das grandes cidades, as torcidas passam a
brigar
em qualquer
hora, independentemente de ser , ou não, dia de jogo. Armas de fogo
passam
a ser utilizadas com freqüência e as mortes se multiplicam,
assim como as
brigas,
espalhadas por dezenas de focos. (Revista do Futebol)
"A violência
está aí na sociedade e isso tem repercussão nos estádios.
Precisa
melhorar
o país, a polícia, tudo" (Sérgio Cabral - escritor
e jornalista)
"Brigar
é a única forma de afirmação desses jovens.
A sociedade precisa encontrar
um jeito
de oferecer alguma perspectiva para eles. Pense no moleque: ele não
tem
emprego,
não tem o que comer, não tem nada. Acabar com a violência
significa
mudar a
sociedade." (Plínio Marcos - dramaturgo)
COMO
ENFRENTAR O CAOS :
Existem
soluções , sim. Aqui estão medidas que deram certo
em outros países
1.Legislação
específica para crimes que ocorram em praças esportivas.
2.Proibição
do consumo de bebidas alcoólicas nos estádios e arredores.
3.Instalação
de circuitos internos de TV com câmeras em pontos estratégicos
4.Criação
de postos de polícia móveis nos estádios com delegados,
escrivães,
promotor
e defensor público, como num tribunal de pequenas causas. O infrator
seria julgado
e teria sua pena definida na hora.
5.Instituir
uma divisão de polícia especializada.
6.Torcedores
violentos são proibidos de freqüentar estádios. Quem
já tiver
causado
problemas precisa comparecer a uma delegacia no horário do jogo
do
seu time.
7.Perda
de pontos da equipe cuja torcida provocar a confusão (Placar)
VIOLÊNCIA
NAS ARQUIBANCADAS
"Na briga
, Harry atirou um dos policiais ao chão, ergue - o pelo peito e
então deu
- lhe uma
cabeçada, causando - lhe uma rachadura na testa (...). Harry agarrou
- o
pelas orelhas,
levantou a cabeça até a altura do próprio rosto e
se pôs a sugar um
dos olhos
do policial, até senti - lo estalar atrás de seus dentes.
Então arrancou de
vez." Esta
história macabra é do jornalista americano Bill Buford, que
por quase
quatro
anos conviveu com os hooligans ingleses ,membro da gang Chelsea de
Londres.
No livro
"Entre os vândalos", Bill Buford conta ainda que no mesmo dia que
aterrorizou
Londres, espancando inocentes e cegando um policial . Harry , então
um pedreiro
casado e pai de três filhos, deixou seus amigos simpatizantes do
Chelsea
e foi em casa buscar a mulher. Levou-a a um pub para beber cerveja e
comer coxinhas
de galinha como se nada de anormal tivesse acontecido. Pouco
depois,
ainda com a camisa ensangüentada , foi preso pela polícia para
ser
condenado
pela quarta vez por atos de selvageria. Mesmo com o rigor da lei , os
hooligans
ainda aterrorizam a Inglaterra. (Revista do Futebol)
O MASSACRE
DE BRUXELAS :"Se o futebol tem de matar, que morra o
futebol".
Jamais
o futebol poderá esquecer o dia 29 de maio de 1985. Juventus, da
Itália,
e Liverpool,
da Inglaterra, ainda não haviam entrado no gramado do Estádio
de
Heysel
para a final da Copa da Europa, quando os ensandecidos torcedores
ingleses
transformaram a paixão em fúria e partiram para agredir os
italianos.
Resultado
trágico: 38 mortos e 450 feridos. " O futebol foi assassinado" ,
resumiu,
com propriedade,
a manchete de L'Equipe ,o principal jornal esportivo da França.
Ficou sendo
este o sentimento do mundo.
O clima
exibia a clássica mistura de nervosismo e euforia, temperada pelo
ar
geral de
festa que costuma anteceder os grandes acontecimentos esportivos, mas
o que acabou
por assinalar aquela noite - uma noite que passou para a história
do
futebol
mundial com mais força do que muitas decisões de Copas do
Mundo- foi
um inédito
espetáculo de barbárie, horror e morte - patrocinado mais
uma vez
pelos torcedores
ingleses que nos últimos anos vêm espalhando o terror nos
estádios
da Europa com seu comportamento selvagem. Em vez de gritos de alegria
ouviram
-se gritos de socorro. Em vez do colorido das bandeiras, destacou-se
dramaticamente
o vermelho do sangue. Desencadeada por uma monumental briga
de torcidas
e prolongada pela derrubada de um muro, sem falar nas inevitáveis
correrias,
no pânico e nos pisoteamentos, uma tragédia tomou conta do
estádio de
Heysel
- uma das maiores da história das competições esportivas.
As cenas
de horror duraram 1 hora e 15 minutos - e tornaram decididamente
irrelevante
o resultado do jogo. A Juventus venceu por 1 a 0 ,gol marcado por
Platini
de pênalti, e conquistou pela primeira vez a Copa Européia.
Mas faltou
ânimo
para qualquer comemoração. Tanto para jogadores e torcedores
presentes
ao estádio
quanto para milhões de telespectadores que testemunharam pela
televisão
o massacre de Bruxelas. Ficará para sempre na memória outro
placar,
muito mais
chocante: 38 mortos e 450 feridos, 270 dos quais hospitalizados.
(Placar)
VIOLÊNCIA
: UM PROBLEMA MUNDIAL
As torcidas
organizadas não pretendem fugir de toda a responsabilidade pela
violência
nos estádios. É claro que podemos colaborar e estamos abertos
para
qualquer
debate construtivos e sem demagogia.
Estatísticas
mundiais mostram que tem aumentado a violência nos grandes
centros
urbanos. Especialistas de países desenvolvidos como Estados Unidos
e
Inglaterra
discutem o assunto até à exaustão, e o pior , chegam
a poucas
conclusões.
Aqui no
Brasil, um tema complexo e cheio de variáveis como esta é
analisado
de forma
"míope" e limitada por parte da imprensa esportiva que responsabiliza
as
torcidas
organizadas enquanto entidades por todos os males. Alguns chegam a
afirmar
que somos facções para - militares.
Não
é preciso ser advogado para saber que o responsável por uma
infração é
o indivíduo
que a comete e não o boné ou a camisa que ele usa. Cada cidadão
maior de
idade é responsável por seus atos.
Será
que o aumento da violência não está totalmente relacionado
à
impunidade
dos responsáveis ?????? Que culpa as torcidas organizadas têm
se
os responsáveis
não são punidos ??????? Acabar com as torcidas organizadas,
talvez
não seja a solução mais fácil para ofuscar
a incompetência dos dirigentes ,
cartolas
e da polícia militar que preferem culpar os outros por sua falta
de
capacidade
???????(G.G.F.T.)
O FECHAMENTO
DAS TORCIDAS ORGANIZADAS
Num país
que se pretende democrático, o direito à organização
de seu povo é
fundamental
para o próprio desenvolvimento. Todas as vezes em que esse
conceito
foi jogado na lata do lixo da história, nações inteiras
encontraram um
destino
certo: regimes de exceção. Exemplos transbordam , à
esquerda ou à
direita.
O Brasil é rico nesse sentido. Desde a sua colonização,
são raros os
períodos
que se podem considerar democráticos.
A liberdade
de expressão e de organização é princípio
básico da democracia
.Por isso
há centrais sindicais, partidos políticos, ONGs, igrejas
e instituições
várias.
Essas entidades sustentam a democracia e as relações interpessoais.
Refletem
os hábitos e costumes de um povo. Quanto mais organizações
existirem
,mais desenvolvido
e livre será esse povo. Infelizmente, construir a democracia não
é
tarefa fácil. Muitos acham que, por qualquer divergência,
a solução é cercear
direitos.
O procurador Fernando Capez requereu à Justiça a proibição
das torcidas
organizadas,
de realizarem atividades relacionadas ao futebol. Alegou o
envolvimento
de torcedores com a criminalidade. É um argumento vazio e sem
consistência.
Uma coisa é clara: é inadmissível a violência
que integrantes dessas
torcidas
praticam. Mas também é inadmissível que órgãos
constituídos cassem
direitos
ou punam economicamente instituições, decretando o seu fim.
Se
integrantes
das Torcidas estão metidos com a criminalidade, que sejam
severamente
responsabilizados . Se promovem a violência nos estádios,
que
sejam punidos.
Porém condenar muitos pela prática de poucos é desrespeitar
a
democracia
e o bom senso .Não creio que nos estatutos de qualquer Torcida
prevejam
táticas de violência para estratégias determinadas
Ninguém
ousou (acertadamente) pedir o fechamento do Congresso durante os
tristes
episódios das CPIs de PC e Collor, do Orçamento ou dos Precatórios,
quando
se identificaram parlamentares ineptos. Ninguém pediu a extinção
da
Polícia
Militar devidos aos massacres de Vigário Geral, Carandiru, etc.
ou dos
incontáveis
atos de violência contra manifestações populares por
parte de policiais
despreparados.
Mas, infelizmente ainda condenam de antemão aquele que
reivindica
direitos. Tentam quebrar o MST e apagar a idéia de reforma agrária
e
tentam
,agora, amordaçar a paixão de uma torcida pelo seu time.
Mais uma
vez se tenta quebrar a organização popular, amordaçando
,por força
da lei,
a liberdade de expressão e de opinião. O ato do promotor
,abre caminho
para requerer
a censura à mídia e as artes, a extinção de
instituições e quem sabe
até
o fechamento do Congresso. Isso seria um duro golpe contra a ainda débil
democracia
que construímos. Liberdade as Torcidas!!!! (José Lopez Feijó)
Por
que o público não vai aos estádios ????
Quem vai
ao estádio percebe que muitos jornalistas jamais se sentaram em
uma
arquibancada
ou entraram em alguma fila para comprar ingressos . Muitos chegam
a afirmar
que o público fugiu dos estádios por causa das torcidas organizadas
e
que a ausência
delas faria o público retornar .Os cartolas e os administradores
de
nosso futebol
vibram com a descoberta. Eles também nunca sentaram numa
arquibancada.
Jornalistas e cartolas deram com os "burros n`água".
O público
não retornou e os verdadeiros motivos da fuga do público
dos
estádios
foram deixados de lado. Mas nós torcedores que pagamos nosso
ingresso
e sustentamos nosso futebol podemos apresentar alguns dos motivos da
fuga de
público dos estádios :
1. Calendário
mal organizado
2. Arbitragens
duvidosas
3. Inúmeros
jogos que não valem nada
4. Ingressos
caros para a realidade do Brasil
5. Policiamento
agressivo e mal preparado para lidar com o torcedor
6. Estádios
pessimamente mal conservados com banheiros imundos
Ou seja,
o que falta é respeito pelo torcedor .De todos os citados acima
são os
torcedores
que literalmente pagam a conta. (G.G.F.T.)
A democracia
e o futebol
Diz um
artigo dos menos polêmicos de nossa Constituição que
as pessoas, os
cidadãos,
possuem o direito de ir e vir. Também diz a Constituição
que temos o
direito
a liberdade de expressão. Gostaríamos de saber com que interesse
as
autoridades
de nosso futebol "passam" por cima da Constituição proibindo
torcedores
de usar determinada camisa, boné ou qualquer coisa com o nome de
uma torcida
organizada ??? A pena decretada pela Federação Paulista de
Futebol
é
a proibição via Polícia Militar de entrada do torcedor
no estádio. Dizem que
vivemos
democraticamente, mas no que depender destes comandantes a ditadura
estará
prevalecendo nos estádios.
Repudiamos
qualquer tipo de ditadura e, não podemos ficar imunes ao
autoritarismo
dos Dirigentes do Futebol Paulista que impediram o verdadeiro
torcedor
uniformizado de espalhar incentivo e entusiasmo ao seu clube do
coração.
Nas arquibancadas do Brasil, somos nós, quem gritamos, sofremos
e
vibramos
sob o sol, a chuva e o frio na busca pela conquista, sem levarmos em
consideração
o péssimo regulamento do futebol brasileiro, os constantes
aumentos
de ingressos e a péssima e a decadente infra-estrutura dos estádios
nacionais
e regionais.
O fundamental
é que esta ação além de inconstitucional, ainda
fere o torcedor
organizado
contrariando a Constituição Federal .As Torcidas foram banidas
do
seio do
futebol, sem ter para quem recorre. Aonde está a democracia, se
nem
mesmo os
direitos humanos são respeitados??? Um segmento da sociedade está
sendo marginalizado
e discriminado sem direito a resposta por uma imprensa
anti-democrática
que não respeita seu próprio código de ética.
Uma boa parte da
imprensa
utiliza covardemente o poder que possui (atingir milhares de pessoas via
televisão,
rádio e jornal) deturpando a imagem das torcidas. Com que direito
muitos
afirmam: "Torcida organizada tem de acabar"! Será que eles são
os donos
da verdade
??? A maior frustração destes indivíduos que se intitulam
amantes do
futebol
é que nunca terão um sentimento equivalente ao nosso e jamais
conseguirão
reprimir o amor que cada torcedor carrega dentro de si.
Ao torcedor
que encontrou o verdadeiro sentido de vida em sua agremiação
só
resta sonhar com a justiça. (G.G.F.T.)
PM, torcidas
e chacinas
É
impressionante a força que determinados preconceitos têm no
Brasil e mais
surpreendente
ainda o espaço que alcançam na imprensa. Um caso exemplar
é o
do ataque
em massa às torcidas organizadas .De um momento para outro a culpa
de tudo
que ocorre no país é de um setor composto basicamente por
jovens das
camadas
mais pobres da sociedade, quase todos moradores de periferia ,que não
têm
acesso a uma escola pública decente, transporte condigno ou mesmo
a uma
profissão.
Não é segredo para ninguém os índices elevados
de desemprego,
principalmente
entre a mão-de-obra pouco qualificada .A torcida organizada ,então,
cumpre
um dever que deveria ser do estado , e cria um ambiente em que o jovem
de baixa
renda se sente cidadão.
Adolescentes,
obviamente, comentem bobagens, o que faz parte até do perfil
psicológico
dessa época da vida. Para citar exemplos objetivos e conhecidos
podemos
citar o fato de Chico Buarque de Hollanda que, adolescente, roubou um
automóvel
para dar um passeio junto com seu amigo, sendo inclusive preso, fato
que originou
uma canção do seu último disco, ou o governador do
Rio Grande do
Sul, Antonio
Brito, que por motivos obscuros, foi expulso do colégio militar.
Hoje,
ambos são
pessoas respeitadas, superaram os pequenos desvios próprios de
uma idade
crítica. Muito mais que qualquer ato relativo às torcidas
organizadas,
são
as traquinagens dos adolescentes das classes mais elevadas que,
motorizados,
disputam rachas sistematicamente em vias públicas. É comum
que
pessoas
que estejam em locais como ponto de ônibus sejam atropeladas por
menores
disputando rachas, tragédias que ocupam pouco espaço nos
veículos de
comunicação
principalmente em função da origem humilde dessas vítimas.
Há
algum esquema
sistemático de repressão policial aos rachas, aos "filhinhos
de
papai",
menores de idade, que dirigem sem habilitação? Claro que
não. E, se
houver,
raramente há punição. Lei no país é
quase que exclusivamente para os
chamados
dois "pés": pretos e pobres . Filhos das camadas mais carentes da
sociedade,
quase todos os membros das torcidas organizadas se incluem neste
perfil:
são pretos e pobres.
A repressão
policial às torcidas organizadas é fruto de racismo e preconceito.
A função
da polícia é reprimir e prender quem comete delitos. Cor
de pele ou ser
membro
de torcida organizada, oficialmente ,não são crimes. Só
no ano passado,
sob o governo
Mário Covas, ocorreram 49 chacinas na Grande São Paulo, sendo
que poucas
delas foram esclarecidas. A única morte ocorrida envolvendo torcidas
organizadas
foi num jogo de jovens onde, além da falta de policiamento em
número
adequado - havia uma quantidade enorme de material de construção
à
disposição
dos torcedores - displicência da administração do estádio.
Nada disso
é
motivo para que policiais do nítido viés autoritário,
nostálgicos da época da
ditadura
militar, cassem os direitos constitucionais de ir e vir, de livre expressão
do
pensamento
e de associação dos torcedores organizados. A polícia
poderia
ocupar-se
melhor apurando as 49 chacinas que são a grande" obra" do governo
Covas.
(Goulart)
"Para que
temer, se o futuro é a morte."
Você
já participou de algum conflito dentro ou fora dos estádios???
Já
sofreu algum tipo de violência antes, durante ou depois de
um jogo???
Mande
um e-mail para nós contando sua história!!!
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Texto elaborado
por PerdidoW-ZS