O Beco
( Herbert Vianna / Bi Ribeiro )

No beco escuro explode a violência
Eu tava preparado
Descobri mil maneiras de dizer o teu nome
Com amor, com ódio, urgência
Ou como se não fosse nada
No beco escuro explode a violência
Eu tava acordado
Ruínas de igrejas, seitas sem nome
Paixão, insônia, doença
Liberdade vigiada
No beco escuro explode a violência
No meio da madrugada
Com amor, com ódio, urgência
Ou como se não fosse nada
Mas nada perturba o meu sono pesado
Nada levanta aquele corpo jogado
Nada atrapalha aquele bar ali na esquina
Aquela fila de cinema
Nada mais me deixa chocado

Bundalêlê
(Herbert Vianna - João Barone - Bi Ribeiro)(intrumental)

Bora-Bora
( Herbert Vianna )

Eu te imagino com outro cara
Numa praia em Bora-Bora
Agora

Eu me imagino embriagado
Jogado no chão de uma espelunca
Nunca!

E já não penso em nada disso
O ciúme é um laço, um artifício
Meu

E já não sou mais tão menino
Pra me pintar da cor do teu destino
Teu!

 

Sanfona
( Herbert Vianna / Bi Ribeiro )

Teu olhar agudo me espreita
Em algum canto do Planeta
Quem sabe em Genebra
Isso tudo se concerta
Quem sabe em Singapura
Seja descoberta a cura
Quem sabe Paquistão
O antídoto do não

Quem sabe algum dia
Numa rua da Bahia
Tudo tenha solução

Tua antena é quem me chama
Em algum ponto desta cama
Quem sabe desta vez
Eu sintonize o teu canal
Quem sabe teu veneno
Já não mais me faça mal
Quem dera eu transformasse
Solidão em carnaval

Quem sabe algum dia
Numa praça da Bahia
Nada mais esteja mal

 

Um a Um
( Edgar Ferreira )

Esse jogo não é um a um
Esse jogo não pode ser um a um
(Se o meu time perder tem zum-zum-zum)
O meu clube tem time de primeira
Sua linha atacante é artilheira
A linha média é tal qual uma barreira
O center-forward corre bem na dianteira
A defesa é segura e tem rojão
E o goleiro é igual a um paredão
O meu clube jogando eu aposto
Quer jogar, um empate é pra você
Eu dou uma zura a quem aparecer
Um empate pra mim já é derrota
Eu confio nos craques da pelota
E o meu clube só joga pra vencer

É encarnado e branco e preto
É encarnado e branco
É encarnado e preto e branco
É encarnado e preto

Fingid
( Herbert Vianna )

Não sei se eu te amo pra sempre ou
Pra nunca mais
Se o futuro é em frente ou
Ficou pra trás
Será que o meu amor é o que basta
Pra nos salvar
Ou meu ódio pra nos separar

Amor mais doente, ódio mais fingido
Difícil encontrar

Por tanto tempo tem sido assim
Teu jeito de não, minha boca de sim
Será que algum dia eu ainda
Vou ter que me atirar
De uma ponte, a teus pés, numa curva
Ou tanto faz

Don't Give me That (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - Peter Clarke)

Uns Dias
( Herbert Vianna )

O Expresso do Oriente
Rasga a noite, passa rente
E leva tanta gente
Que eu até perdi a conta
E nem te contei
Uma novidade quente
Eu nem te contei
Eu tive fora uns dias
Numa onda diferente
E provei tantas frutas
Que te deixariam tonta
Eu nem te falei
Da vertigem que se sente
Eu nem te falei
Que te procurei pra me confessar
Eu chorava de amor
E não porque eu sofria
Mas você chegou, já era dia
E não estava sozinha
Eu tive fora uns dias
Eu te odiei uns dias
Eu quis te matar.

Quase um Segundo
( Herbert Vianna )

Eu queria ver no escuro do mundo
Onde está tudo que voce quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim
Será que você ainda pensa
As vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pelos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas pra te prender
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim
Será que você ainda pensa

 

Dois Elefantes
( Herbert Vianna )

Não sei se hoje é ontem ou anteontem
E do seu telefonema eu não vi nem a cor
Existe uma coisa que me dói perder, existe
Uma coisa que eu custei a ganhar
Meu rosto e teu rosto, rindo
Dois elefantes, no fundo do mar
Me falaram de um trem, eu fui pra estação
E do seu sorriso eu não vi nem a cor
Existe uma coisa que eu queria esquecer, existe
Uma coisa que me dói lembrar
Meu rosto e teu rosto roxos
Dois elefantes sem respirar
E o tempo, o tempo
É um trem que custa a passar
Alguém te viu rindo, eu tava longe
Um elefante pra lá, outro pra cá

 

Três
( Herbert Vianna )

Do outro lado tem alguém
Que não consegue atravessar
Três batidas, um segredo
Tão difíl de falar
Mas é tão simples também
Eu podia ajoelhar
Te chamar com toda a força
Não ia te acordar
Não ia te acordar
Não ia ter ninguém
Mas eu posso te esperar
Outra noite, outro dia
A chuva nem precisa parar
Se fosse morna já me bastaria
Três sombras, três punhais
E uma cama vazia
Tuas lembranças, teus sinais
Não vão me acordar
Não vão me acordar
Não vai haver ninguém

 

Impressão
( Herbert Vianna / Bi Ribeiro / João Barone )

Hum! Até num dia calmo como hoje
Pode haver surpresa
Eu ouço os pingos na janela
Quem me dera não ter nada pra fazer
As plantas tão verdes
Nesse dia tão cinza
Passa um carro amarelo
Colorindo as poças
E me deixa tão só
Tá tudo tão calmo
Continua chovendo
Enquanto eu respiro
Eu vejo o mundo sumindo
Por trás da janela embaçada
Aonde batem os pingos

O Fundo do Coração
( Herbert Vianna )

Ah, se eu soubesse aonde se esconde
Quem nunca aparece
Está sempre tão longe
Hoje eu li no céu o teu nome
Eu quero tudo dessa madrugada
Deixo a luz acesa
Pra tua chegada
Há um carrossel de todas as cores
Nada me espanta
Sou quase feliz
Eu sempre pergunto
Você nunca diz
Se é assim o amor
Sempre por um triz

 

The Can (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - Peter Clarke)

 

 

 

Ficha Técnica

GRAVADORA: EMI-Odeon
PRODUÇÃO: Carlos Savalla e os Paralamas
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Jorge Davidson
TÉCNICOS DE GRAVAÇÃO: Renato Luiz
CAPA E ILUSTRAÇÕES: Ricardo Leite
FOTOS: Maurício Valladares
COORDENAÇÃO GRÁFICA: Ricardo Leite 

 

 

Músicos Convidados

João Fera - teclados
Matos - trombone
Humberto Araújo - saxofone
Don Harris - trumpete
George Israel - sax em O Fundo do Coração
Charly Garcia - piano em Quase um Segundo
Peter Metro - toast em Don't Give me That e The Can

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