Lourinha Bombril
( Diego Blanco y
Bahiano - Versão: Herbert Vianna )
Pára e repara
Olha como ela samba
Olha como ela brilha
Olha que maravilha
Essa crioula tem o
olho azul
Essa lourinha tem cabelo bombril
Aquela índia tem sotaque do sul
Essa mulata é da cor do Brasil
A cozinheira tá falando alemão
A princesinha tá falando no pé
A italiana cozinhando feijão
A americana se encantou com Pelé
Häagen-dazs
de mangaba
Chateau canela-preta
Cachaça made in Carmo dando a volta no planeta
Caboclo presidente
Trazendo a solução
Livro p'rá comida, prato p'rá educação
Outra
Beleza
( Herbert Vianna /
Lulu Santos )
Outra beleza
Outra beleza você tem
Que põe cama e mesa
E mais beleza no mundo também
Não tá no
frio da pedra, do bronze ou da tela
Tá no olhar, tá no movimento dela
Em cada suspiro de amor
Cada gesto de mão, cada novo sabor
Cada ocasião em que a alma se revela
O sol se põe na
paisagem da minha janela
Se o telefone tocar já sei que é ela
De caras e bocas e marcas
De ostentação, de comparação
Não precisa não
Você é muito mais bela
La Bella Luna
( Herbert Vianna )
Por mais que eu
pense
Que eu sinta, que eu fale
Tem sempre alguma coisa por dizer
Por mais que o mundo dê voltas
Em torno do sol, vem a lua me
Enlouquecer
A noite passada
Você veio me ver
A noite passada
Eu sonhei com você
Ó lua de cosmo
No céu estampada
Permita que eu possa adormecer
Quem sabe, de novo nessa madrugada
Ela resolva aparecer
De Música Ligeira
( G. Cerati / Bosio
- Versão: Herbert Vianna )
Ela deitou
Seu calor se espalhava
Eu despertei e ainda sonhava
Algum tempo atrás
Escrevi uma carta
Que nunca escolhi
As armas do amor
E daquele amor
De música ligeira
Nada nos livra
Nada mais resta
Não lhe enviarei
Mentiras e rosas
Nem penso evitar
O toque secreto
Capitão de Indústria
( Marcos Valle /
Paulo Sergio Valle )
Eu às vezes fico a
pensar
Em outra vida ou lugar
Estou cansado demais
Eu não tenho tempo
de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei
Eu não vejo além de fumaça
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
Eu acordo pr'á
trabalhar
Eu durmo p'rá trabalhar
Eu corro pr'á trabalhar
Eu não tenho tempo
de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
Eu não vejo além da fumaça que
Passa e polui o ar
Eu nada sei
Eu não vejo além disso tudo
o amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
O Caminho Pesado
( Herbert Vianna )
Da cama pra cama, do
banho pra sala
O sono persiste, o sol não tarda
A vida insiste em servir um velho ritual
Que sempre serve a tantos outros
O mesmo pão comido aos poucos
Se senta e abre o jornal
Tudo parece normal
Um dia a menos, um crime a mais
No fundo, no fundo, no fundo tanto faz
Já é hora de vestir o velho paletó surrado
E caminhar sobre o caminho pisado
Que o conduz rumo à batalha que inicia cada dia
Conseguir um lugar pra sentar e sonhar no lotação
E é tudo igual, igual, igual, igual....
No fim dos dias
úteis há dias inúteis
Que não bastam pra lembrar ou pra esquecer de quem se é
O ar pesado nesse bairro pesado em plena barra pesada
A mão pesada vem oferecer
E conta os trocados contando vantagem
E toma uma bola, começa a viagem
E enquanto não chegar a velha hora
Que inicía cada dia
Em várias partes da cidade, por lazer ou rebeldia
A mão pesada se abrirá
Oferecendo a garantia barata de que tudo vai mudar
E é tudo igual, igual, igual...
Busca
Vida
( Herbert Vianna )
Vou sair pra ver o
céu
Vou me perder entre as estrelas
Ver d'aonde nasce o sol
Como se guiam os cometas pelo espaço
E os meus passos
Nunca mais serão iguais
Se for mais
veloz que a luz
Então escapo da tristeza
Deixo toda dor pra trás
Perdida num planeta abandonado
No espaço
E volto sem olhar pra trás
No escuro do
céu mais longe que o sol
Perdido num planeta abandonado
No espaço
Ele ganhou dinheiro
Ele assinou contratos
E comprou um terno
Trocou o carro
E desaprendeu a caminhar no céu
E foi o princío do fim
O Caroço da Cabeça
( Nando Reis /
Marcelo Frommer / Herbert Vianna )
P'rá ver
Os olhos vão de bicicleta até enxergar
P'rá ouvir
As orelhas dão os talheres de escutar
P'rá dizer
Os lábios são duas almofadas de falar
P'rá sentir
As narinas não viram chaminés sem respirar
P'ra ir
As pernas estão no automóvel sem andar
E os ossos serão nossas sementes
Sob o chão
E dos ossos as novas sementes
Que virão
Sempre te Quis
( Herbert Vianna )
Todo o meu tempo
Todo o meu zelo
Todo o meu prédio já sabe que eu tenho
Um amor
Todo receio
Todo remédio
Tudo que sempre causava
Dor e medo
Se foi
Foi por te ver
andado reto
Entre tudo que há de incerto em mim
E fui andando,
voltei ao zero
Um recomeço é uma forma de se encontrar
Por ser tranquilo, por ser sincero
Não me preocupa
O que não for é o que vai passar
Foi por te ver
andado reto
Entre tudo que há de incerto em mim
Que eu sempre te quis
Sempre te quis assim
Só p'rá mim
Seja
Você
( Herbert Vianna )
Vai sempre ter
alguém
Com mais dinheiro, mais respeito
Mais ou menos tudo o que se pode ter
Vai sempre sobrar, faltar
Alguma coisa, somos imperfeitos
E o que falta cega p'ro que já se tem
Eu não te completo
Você não me basta
Mas é lindo o gesto de se oferecer
O que eu quero nem sempre eu precisa
Mas dê um sorriso quando me entender
Seja você
Seja só você
Na
Nossa Casa
( Herbert Vianna )
Quando anoiteceu
Nenhuma luz na nossa casa se acendeu
Aonde você estava?
Aonde estava eu?
Se tudo parecia nada, ainda assim
O nada era mais do que o que você deixou
No fim
Quando anoiteceu
Quando algo em que a gente acreditava
Se perdeu
Por onde você andava?
Por que não me socorreu?
Não é o fim do
mundo
É só o fim de tudo que fomos nós
Sem flutuar e sem tocar o fundo sempre sós
Um Pequeno Imprevisto
( Herbert Vianna /
Thedy Correa )
Eu quis querer o que
o vento não leva
Pra que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Pra que quem eu amo não mudasse nunca
Eu quis prever o
futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado
Até que num dia
qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa
GRAVADORA: EMI-Odeon
PRODUÇÃO: Carlos Savalla e Os Paralamas
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: João Augusto
TÉCNICOS DE GRAVAÇÃO: Marcio Gama
CAPA E ILUSTRAÇÕES: Gringo Cardia
FOTOS: Maurício Valladares
COORDENAÇÃO GRÁFICA: Patrícia Fernandes
Músicos Convidados
Eduardo Lyra -
percussão
João Fera - teclados
Senô Bezerra - trombone
Demétrio Bezerra - trumpete
Monteiro Jr. - saxofone
Giancarlo Pareschi - violino em A Nossa Casa
José Alves - violino em A Nossa Casa
Jesuína Passaroto - viola em A Nossa Casa
Alceu Reis - cello em A Nossa Casa
Paschoal Perrota - arregimentação em A Nossa Casa
Zenilda - vocal em Outra Beleza
Zélia - vocal em Outra Beleza
Dinorah - vocal em Outra Beleza
Francinete - vocal em Outra Beleza
Rolando Lopes - maracas em Outra Beleza e La Bella Luna
Chico Neves - sampler em Busca Vida