CD - Garota Nacional
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Produzido por Dudu Marota
e Skank
Direção Artística: Jorge Davidson
Coordenação de Produção: Ronaldo Viana
Produção Executiva: Fernando Furtado
Samuel Rosa / Nando Reis
Bola na trave não altera o placar Bola na área sem ninguém pra cabecear Bola na rede pra fazer um gol Como jogador Quem não sonhou Em fazer um gol, e ser jogador de futebol? A bandeira no estádio é um estandarte A flâmula pendurada na parede do quarto O distintivo na camisa do uniforme Que coisa linda É uma partida de futebol Posso morrer pelo meu time Se ele perder, que dor, imenso crime Posso chorar se não ganhar Mas se ele ganha Não adianta Não há garganta que não para de para de berrar A chuteira veste a meia que veste o pé descalço O tapete da realeza é verde é o gramado Olhando para bola eu vejo o sol Está rolando agora É uma partida de futebol O meio campo é lugar dos craques Que vão levando o time todo pro ataque O centroavante, o mais importante Que emocionante É uma partida de futebol O meu goleiro é um homem de elástico Só os dois zagueiros tem a chave do cadeado Os laterais fecham a defesa Mas que beleza, com certeza É uma partida de futebol
Samuel Rosa / Chico Amaral
Quando eu disse a ela Que o amor passou A cidade levemente Flutuou Ondas amarelas Na Contorno cheia A cidade simplesmente Me odeia Quando eu disse a ela Que o amor morreu A cidade sutilmente Estremeceu Bestas e janelas Êxtase no breu A cidade nos meus dentes Tu e eu Mesmo sabendo que a vida nos engana Mesmo sabendo que a Opala não é plana Mesmo sabendo que a dor cartesiana Mesmo sabendo que só música baiana Eu disse a ela que Eu disse a ela então Eu disse a ela que Eu disse a ela não
Samuel Rosa / Chico Amaral
Quem é aquele cara, aquele tipo, aquele ali Cabelo preto, bigodinho e a barriga aqui Que é aquele que belisca aquela tentação Papo furado, piscadinha e ela dando atenção Deus do céu, well, well É o Zé O nosso prezado Zé Ele é um crápula inocente e um amante otimista Atiça a fúria dos homens e some sem deixar pista Sua mulher vai à forra, ele se borra e mija Também o Zé sempre tá com mão e pé na botija Quem chegou, don´t you know Mister Joe O nosso prezado Zé Conversando com Cantinflas num canto do salão Zé curtia um charuto e prestava atenção Mas passou uma doutoura diplomada em exagero Parecendo a pimenta certa pro seu tempero Zé piscou, disse adiós Deu no pé Pro galho dessa mulher Zé Trindade chegou Na cidade voltou Senhoras e senhores com vocês O grande Zé outra vez
Samuel Rosa / Chico Amaral
Aqui nesse mundinho fecha do ela é incrível Com seu vestido preto indefectível Eu detesto o jeito dela, mas pensando bem Ela fecha com meus sonhos como ninguém Conhece-te a ti mesmo e eu me conheço Sou um qualquer vulgar, bem, às vezes esqueço E finjo que não finjo ao ignorar Que ela me domina no primeiro olhar Porque ela derrama um ban- quete, um palacete Um anjo de vestido, uma libido do cacete Ela é tão vistosa que talvez seja mentira Quem dera minha cara fosse de sucupira Beat it laun,daun daun Beat it loom, dap´n daun Beat it laun, baun baun Eu quero te provar Cozida a vapor Eu te quero te provar Sem medo e sem amor
Samuel Rosa / Chico Amaral
Cê sabe que seu sinto a sua falta Não posso esperar tanto tempo assim O nosso amor é novo É o velho amor ainda e sempre Não diga que não vem me ver De noite eu quero descansar Ir ao cinema com você Um filme à toa no Pathé Que culpa a gente tem de ser feliz Que culpa a gente tem, meu bem O mundo bem diante do nariz Feliz aqui e não além Cê sabe que eu faço tanta coisa Pensando no momento de te ver A minha casa sem você é triste E a espera arde sem me aquecer Não diga que você não volta Eu não vou conseguir dormir À noite eu quero descansar Sair à toa por aí Que culpa a gente tem de ser feliz Eu digo ele ou nós dois O mundo bem diante do nariz Feliz agora e não depois Me sinto só, me sinto só, me sinto tão seu Me sinto tão, me sinto só e sou teu
Samuel Rosa / Chico Amaral
Tenente Gama estará na barra do Brooklin atento Zé da Navalha na boca do rio Urutu Quatro patrulhas vão cobrindo os quatrorizonte Nego DJ Adílio leva o rádio
Aurili bon bonga A cobra vai pular Aurili bon bonga Permisso, êêêêêê!
Eles pitimbam, negarfam, então hão de ter Bate o bongô, drum machine, bate o xequerê Batecumã nego véi de guerra Colono branco e a lua estratagema Aurilibilim bagé pajé pai chamou No cabo do teletrônico mensageou
Na terra dos sem-terra A barra vai pesar Quem ignora erra Quem quer ignorar
Sofrer o baque todos eles já sofreram No Paraná, no Pará, Espírito Santo Bate imigrante nego véi de guerra Quebratabaque o atraso, o quebranto
Na terra dos sem-terra A barra já pesou Quem ignora erra Quem ignora errou
Samuel Rosa / Chico Amaral
Meu coração tá batendo De amor e de cansaço Saudade de abraço Do morno regaço Onde eu deixei Um pedaço de mim
Meu coração parecendo Um lobo rubro aço Ficou mudo no abraço É de veludo o laço Com que eu atei Um pedaço de você
Com você eu vou mais longe Que os cristos, que as crenças Que o bonde de Valença Com você eu vou mais longe Com você eu vou mais longe Que a ilha de Mallorca Onde a porca torce o rabo E o diabo nos esconde Meu coração parecendo Um troço, um erro crasso Tipo ¨lost in the space¨ Não entende o estilhaço Que é só, eu sei Um balaço de amor Meu coração é o seu Seu coração é o meu
Chico Amaral
Na espuma das ondas As meninas se lançam As cadeiras redondas Onde as ondas se amansam Todo dia é na prais Todo minuto é pra um Todo dia é do tempo O tempo todo, tempo algum
Eu passei lá na vila Ele é de Vila Isabel Meu nego meu jongo Hoje eu chego na barra do céu
Você me entenda Dança de Oxum é assim Se joga no mundo Cai nas ondas e volta pra mim
Hoje é final de século Hoje é um dia qualquer Você vai ao cinema Ou toma um foguete, ou toma um café Hoje bobagem, drama Hoje é um dia comum Você deita na cama Com os pés no século vinte e um Então corre pra ver Então fica pra ver Então corre pra ver Beleza do mundo descer
Toda rua começa Onde acaba meu mal De conversa em conversa Eu já passei da capital Era um filme domingo Penas do paraíso Eu só guardo o que me ensinou Que tocar é preciso
Samuel Rosa / Chico Amaral
Los pretos que tienen casas Los pretos que nos las tienen Los pretos que tienem cosas Los pretos que no las tienen ¿Quiénes son los pretos? Los pretos deben ser hermosos Ahora mismo debem serlo Añadir su gran elegancia A la fiesta del occidente
A las puertas del novo siglo Miro a uno detrá del cigarillo Su porte esgío y correcto Como un hijo de dioses originales ¿Quiénes son los pretos? Los pretos que quieren cosas Los pretos que no las tienen Me siento como uno de ellos Yo que quiero ser álguien
Toda esperanza a los pretos Toda esperanza a nosotros Los pretos de Manhattan, los pretos de los guetos Los pretos de ojos en los astros
Samuel Rosa / Chico Amaral
Sol nasceu Ninguém que eu saiba morreu Ninguém me viu lá em baixo Só no riacho Sul da América Um ponto luminoso Entre milhões um ponto lá Chamado amor Aurora joga o anzol sobre nós Vamos cantar o amor do sol O sol que volta no varal Do horizonte extenso, nacional Pedimos o fim da guerra civil Pedimos e podemos isso Pedimos um café pra tocar Pedimos fé no Brasil É tanta cidade que já passei É tanto nome que não lembrei É mágoa amiga que não rezei Pra não voltar nessa hora boreal Há muito tempo que eu tô na estrada Já vi planícies ensolaradas Já vi baías, rios, planaltos E todo amor é salto vertical Um dia isso vai ter que passar Um dia eu volto pro meu lugar Há sempre alguém a nos esperar Um dia eu volto pra lá Dormindo no chão do aeroporto Como se eu fora um poeta morto Aero acesa a minha esperança Que hoje me alcança, diagonal
Chico Amaral
No forró do lengo lengo no forró bodó O dengo dessa menina é um perigo só No forró do lengo lengo no forró mundun O dengo dessa menina ainda mata um Todo mundo sabe o meu fraco é mulher Uma coisa linda dessa faz de mim o que bem quiser Minha boneca, boneca de Poconé Pra ganhar um beijo seu, eu vou até a pé Ela mora longe (eu vou até a pé) Ela mora na ponte (eu vou até a pé) Ela gosta de coco (como é que é) Ela mora no poco(no Poconé) Todo mundo acha que eu vivo como um rei Mas a minha solidão ainda não curei Minha boneca, boneca de Poconé Pra ganhar um beijo seu, eu vou até a pé