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A noite da buzina / última atualização em 07/11/1998

por Roberto Tietzmann / todos os direitos reservados, reprodução proibida.

Buzinas de carro não foram feitas para agradar. Elas servem para alertar, alarmar, chamar a atenção. Buzinas foram feitas para você prestar atenção nelas. À noite fazem você perder o sono e mandar à #$%@%@$ quem diligentemente fincou a mão no volante.

Mas porquê buzinamos?

A importância da buzina na cultura brasileira é controversa e pouquíssimo estudada. Buzinamos para alertar pedestres, apavorar velhinhas na faixa de segurança, zoar em engarrafamentos. Enfim, para afastar pessoas. A buzina é o grito do carro.

Mas a buzina sorrateiramente invadiu também a cultura pop do Brasil. Abelardo "Chacrinha" Barbosa fez da buzina seu instrumento de trabalho e fez dos calouros buzinados os célebres derrotados da música nacional. Buzinado era quem saía do palco. Quem não agradara aos jurados, ao auditório ou ao apresentador. FOM! FOM! Para a coxia. Para longe dos refletores. Sua hora passou!

Vai tempo desde 1982, quando aconteceu a primeira eleição livre para governador do estado desde não se sabe quando. Olivio também foi candidato a governador nesta eleição. Quem levou foi o escanhoado Jair Soares, para alívio da sociedade careta.

Agora, a sinfonia para buzina e orquestra tocada na madrugada do dia 26 de outubro de 1998 vai entrar para a história do estado como uma das mais felizes e ansiosamente aguardadas da história. Na noite da vitória de Olivio Dutra ninguém dormiu cedo. De felicidade (ou desgosto, dependendo da sua escolha).

As buzinas desta noite foram uma expressão de alegria. A felicidade dos motoristas levadas até onde a máquina permitisse. E foram também uma forma de chamar a atenção de quem pudesse ouvir. Cada mão em cada carro estava dizendo "Fui eu!", "Faço parte - sou responsável - por esta alegria também". Uma verdadeira carta aberta de felicidade.

Mas o grande buzinado da noite foi o atual governador. Não agradou a platéia e foi buzinado para fora do Piratini! FOM! FOM! Viva a democracia! FOM! FOM! FOM! Na noite da vitória havia um pouco de Chacrinha em cada um de nós!

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