História


Circuito de São Gonçalo

Algumas informações desencontradas descrevem a corrida de automóveis realizada em São Gonçalo, abaixo o que o Jornal do Commércio relatou na época e o Globo e Jornal do Brasil em 1996.


Jornal do Commércio - Sábado - 18/09/1909
SPORT
Automobilismo
- Circuito de São Gonçalo - Além da taça que, conforme já foi noticiado, offerecem o Sr. Dr. Backer, Presidente do Estado do Rio, exposta actualmente na ourivisaria Moreira, o Sr. Visconde de Morais ainda offereceu outra, como a primeira, de grande valor artístico. Esta taça foi adquirida na Casa Rezende, onde tem sido muito admirada. O Automóvel-Club do Brasil comprou ainda taças e objectos artísticos para categorias menores.


Jornal do Commércio - Domingo - 19/09/1909
SPORT
Corrida de automóveis
- Circuito de São Gonçalo - Realiza-se hoje, no circuito de S. Gonçalo, a corrida de automóveis que tanto interesse tem dispertado no mundo elegante do Rio de Janeiro e onde se encontrarão os genuínos sportmen que com vivo enthusiasmo acompanharão as peripécias e venturas dos ousados corredores.
O Automóvel-Club do Brasil, soube organizar uma festa que despertou inteira curiosidade e que será fartamente apreciada.
Os primeiros carros partirão das Neves - ponto inicial - a uma hora da tarde em ponto.
Hontem, já era solicitadas com avidez, entradas para as archibancadas e para o recindo reservado aos automóveis.
Será numerosa a concurrência e escolhida a bella soiedade (sic) que com tanto interesse impulsiona este novo divertimento.

Automobilismo - O segundo número da revista AutomóvelClub do Brasil, órgão da sociedade que lhe dá o nome, traz alguns trabalhos interessantes acompanhados de gravuras nitidamente impressas. O circuito de S. Gonçalo ocupa algumas páginas da revista.


Jornal do Commércio - Segunda-feira - 20/09/1909
CAPA
Rio de Janeiro
- Realizou-se o circuito de S. Gonçalo com grande concurrência. Chegou em 1o. lugar a machina no. 2, dirigida pelo Sr. João Borges Filho, e em 2o. a de no. 4, dirigida pelo Sr. Gastão Almeida, verificando-se o percurso da 1o. em 1 hora e 10 minutos, um segundo e um quinto; da 2o. machina em 1 hora, 4 minutos e 54 segundos, vencendo esta.


Jornal O Globo - Domingo - 11/08/1996
Caderno de Bairros - Niterói
Reportagem de Tina Vieira
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Carros da primeira metade do século enfileirado, motoristas vestidos a caráter (botas, calça sanfonada, luvas e casaco de couro, capacete e óculos), dá-se a partida e a poeira levanta. Esse será o cenário da Retrospectiva da 1o. Corrida de Automóveis do Brasil, que acontecerá dia 1o. de setembro, em São Gonçalo. Os participantes do evento, que tem início previsto para as 9h, percorrerão cerca de 30 km entre o Largo de Neves e a Fazenda Engenho Novo. Segundo o diretor de carros antigos Albino Pina Rodrigues, a corrida reproduzirá a primeira disputa oficial do gênero no Brasil, realizada no dia 19 de setembro de 1909.
-- Há uma briga entre os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro para saber quem sediou a primeira corrida. Mas a oficial foi mesmo no Rio, mas precisamente em São Gonçalo - conta Rodrigues, que ocupa ainda o cargo de vice-presidente do Niterói Clube de Veículos Antigos.
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Jornal do Brasil - Domingo - 31/03/1996
Caderno Especial - Fórmula 1, 25 anos de Brasil
Distrubuído jundo com o Jornal
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1908 dia 26 de julho; Parque Antártica, São Paulo. O Brasil nasce para o automobilismo e vice-versa. O conde Sílvio Penteado venceu a primeira corrida após completar o percurso montado sob a supervisão pessoal do presidente Washington Luís, com velocidade média de 50km/h, diante de 15 mil pessoas que pagaram bilhetes de 2 mil réis pelo privilégio de ver os 15 melhores pilotos do continente.
Começou nessa época a rivalidade das pistas entre o Rio de São Paulo. O automobilismo deixou a capital do café para buscar um desafio mais verdadeiro no famoso Trampolim do diabo, a pista montada nas ruas do bairro carioca da Gávea. E o público, já fanático e viciado em vitórias, recebeu na pré-história da F 1 brasileira os melhores talentos do universo. Juan Manuel Fangio, Hans Von Stuck, Piero Taruffi, Manuel de Teffé e Pintacuda - o ítalo-argentino que virou letra de marcha carnavalesca. Todos correram atrás do risco em ruas brasileiras, mas nenhum conseguiu reunir aqui o mesmo sucesso de Chico Landi, o paulista que recebeu do engenheiro Enzo Ferrari a honra de poder pintar uma máquina produzida em Maranello com as cores verde e amarelo.


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Bibliografia:

Já foi acima descrita. Pesquisa feita por Renato Pessanha junto à Biblioteca Nacional, Jornal O Globo e Jornal do Brasil.

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