Volta 

 Praça Tiradentes

Rua Visconde do Rio Branco

Rua da Constituição

Palacete do Barão do Rio Seco

Teatro João Caetano

Teatro Carlos Gomes

Avenida Passos

Igreja da Lampadosa

Igreja do Santíssimo Sacramento

Rua Luís de Camões

Praça Olavo Bilac

Igreja Nossa Senhora do Rosário

Largo de São Francisco de Paula

Igreja de São Francisco de Paula

Bibliografia

 

 

 

      PRAÇA TIRADENTES

A Praça Tiradentes está localizada entre as ruas da Constituição e Visconde do Rio Branco, Sete de Setembro e da Carioca, avenida República do Paraguai e Avenida Passos .

A Praça tem forma retangular e está um pouco acima do nível das ruas. É totalmente caçada com pedras portuguesas. Ao centro ergue-se o monumento a D. Pedro I que tem base de granito e pedestal de bronze octogonal, apresentando ainda alegorias indígenas que simbolizam os grandes rios Amazonas, Madeira, São Francisco e Paraná. Sobre o pedestre, a estátua do Imperador, em uniforme de general com o braço direito alçado, representa o ato da Independência do Brasil. A altura do monumento é de 3,30m até o alta da cantaria.

A origem da atual Praça Tiradentes remonta ao século XVII, quando em 1690, se constitui o tradicional Largo do Rossio Grande ou Rossio da Cidade, que era, na verdade um campo de serventia pública, onde se estacionavam carruagens, realizavam-se feiras e leilões, além de outras atividades coletivas. A área resultou do desmembramento do Campo de São Domingos e abrangia os terrenos pantanosos da chácara de Gonçalves Nunes.

Já no século XVIII, chegaram ao Brasil, várias famílias de ciganos deportados de Portugal que se estabeleceram naquele local. O Largo do Rossio passou a ser conhecido como Campo dos Ciganos.

No governo do Vice-rei Luís de Vasconcelos e Souza (1779-1790), iniciou-se o processo de saneamento do terreno e os ciganos se deslocaram em direção ao Campo de Santana, instalando-se ao longo da atual Rua da Constituição.

Em 1747, construi-se a capela Nossa Senhora da Lampadoza (na atual avenida Passos), inaugurada um ano depois. Todo o terreno em frente à igreja que se ligava ao Campo dos Ciganos passou a ser chamado de Campo da Lampadoza.

Em 1808, ocorre nova alteração, quando se constrói um novo pelourinho ou polé, no centro do largo, que, a partir de então, fica conhecido como Campo do Polé.

No ano de 1821, um fato histórico será determinante para mais uma mudança no se nome: o juramento da Constituição do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve por D. João VI e pelos príncipes D. Pedro e D. Miguel. Em memória deste ato, o Ministro José Bonifácio de Andrade e Silva transforma o campo em Praça da Constituição.

O monumento que hoje se ergue na praça é uma homenagem ao acontecimento histórico que ocorreu um ano depois, no dia 7 de setembro de 1822, quando D. Pedro de Alcântara, rompendo com Portugal, proclama a independência do Brasil e é conclamado Imperador do Brasil. A proposta de construção do monumento partiu de Haddock Lobo por ocasião do trigésimo aniversário da independência. O desenho escolhido foi do escultor brasileiro João Maximiliano Mafra, professo da Academia de Belas-Artes. O estatutário francês Luís Rochet, contratado para fundição, introduziu-lhe modificações que terminou por quebrar a severa sobriedade do projeto original. A obra foi inaugurada de modo festivo em 30/03/1862, com a presença de D. Pedro II, a corte e autoridades diversas.

Em 1890, quando se aproximava o primeiro centenário da morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, através de proposta do Capitão de Fragata Frederico Guilherme Lorena, a praça passa a se chamar Tiradentes, prestando assim homenagem ao mártir da Independência, cuja forca fora armada no local, próximo de onde hoje se ergue o monumento de D. Pedro I.

Um portaria de 1950, determinava uma nova mudança ao nome da praça, desta feita para Praça da Independência. Todavia, a modificação na se efetivou, pois o povo já havia consagrado a denominação anterior. Três anos depois, um outro decreto restabeleceu o nome da Praça Tiradentes.

 

 

Praça Tiradentes

 

 RUA VISCONDE DO RIO BRANCO

A Rua Visconde do Rio Branco, que se estende da Tiradentes à Praça da República, foi primeiramente chamada de Rua do Conde, em homenagem a um morador ilustre, o Conde da Cunha. Em seguida, Rua Conde d’Eu e, a partir de 1871, em visível desagrado ao esposo da Princesa Isabel, passou a Ter o nome atual. José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco, nasceu em Salvador em 1810 e morreu no Rio de Janeiro em 1880. Foi diretor da antiga Escola Militar, deputado provincial do Rio de Janeiro, senador por Mato Grosso, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Presidente do Conselho que promulgou a Lei do Ventre Livre.

Enquanto diplomata, ministro plenipotenciário, negociando com as repúblicas da Argentina, do Uruguai e do Paraguai, promoveu um acordo de paz com o governo provisório do Paraguai. Foi ainda Conselheiro de D. Pedro II e tornou-se visconde em 1870.

 

 

 RUA DA CONSTITUIÇÃO

  A Rua da Constituição começa na Praça Tiradentes e termina na Praça da República. Foi aberta por ocasião do Vice-reinado do Conde de Cunha. Era conhecida como Rua dos Ciganos, que por ali se instalaram. Em 1865, tornou-se Rua da Constituição. No número 11 desta rua se achava instalada a Sociedade Filarmônica Fluminense em cujo prédio funcionou depois o Diário de Notícias, fundado pelo jornalista Orlando Dantas.

 

 

 

 PALACETE DO BARÃO DO RIO SECO

O prédio no número 67 da Praça Tiradentes, na esquina com a Rua Visconde do Rio Branco, pertenceu ao Dr. Antonio Petra de Bittencourt, Juiz de fora e Presidente do Senado da Câmara. Em 1812, foi vendido ao Barão do Rio Seco que se tornou famoso pelos inúmeros bailes que organizava. Posteriormente, se novo proprietário, o Barão de Taquara, alugou-o ao Clube Fluminense, que funcionou até 1876, ano em que o governo imperial adquire a propriedade para instalar a sede da Secretaria da Justiça e dos Negócios do Interior. Apesar das reformas por que passou, o prédio mantém a mesma fachada colonial que é, talvez, a mais antiga da praça. O traço marcante de sua arquitetura é uma ampla porta por onde saiam as damas em suas liteiras.

 

 

 TEATRO JOÃO CAETANO

O teatro João Caetano, antigo Teatro Real de São João, foi inaugurado em 12 de outubro de 1813 em presença do próprio D. João e toda a corte.

Sempre em evidência e muito freqüentado pela sociedade local, o teatro foi cenário de importantes momentos da vida política do país. De sua sacada, D. João VI, em 1821, jurou obediência à constituição do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. No mesmo ano, comemorou-se o aniversário da Revolução do Porto. Ao retornar de São Paulo, após a proclamação da Independência, D. Pedro comemorou no teatro em noite festiva. Em 12 de setembro de 1822, nova comemoração: sua aclamação como imperador do Brasil. Em 1824, em seção solene, processa-se o juramento à primeira constituição brasileira, com a presença de D. Pedro I e da Imperatriz Leopoldina. Durante a cerimônia, é executado o Hino à Independência, composto pelo próprio Imperador. Ao baixar-se o pano, irrompe um incêndio que destrói todo o teatro. Seu proprietário o reconstrói e, em 1826 inauguram-se as novas instalações, com a nova denominação de Imperial Teatro de São Pedro de Alcântara.

Com a abdicação de D. Pedro I em 1831, o povo invade e depedra o teatro, exigindo a mudança de seu nome, que passa a ser Teatro Constitucional Fluminense. Passou então sete anos fechado, foi leiloado pelo Banco do Brasil e reaberto em 1838, com o nome de Teatro São Pedro de Alcântara. Depois foi arrendado a João Caetano dos Santos. Em 1851, mais uma vez pega fogo. No ano seguinte, João Caetano dá início mais uma vez à reconstrução. Reabre em 1855, porém em 1856 incendia-se mais uma vez. Desta feita, porém, a violência das chamas o reduz a escombros. Esta sucessão de tragédias cria para o teatro uma espécie de tradição fatalista.

Reconstruído uma vez mais por João Caetano, reabre-se em 1857. Seis anos mais tarde falece o grande ator brasileiro. Em 1829, o então prefeito Prado Júnior determina a demolição do velho prédio, para construção de um novo, que é inaugurado em 1930. Recebe o nome de João Caetano, em homenagem ao ator.

De 1960 a 1965, foi fechado para reformas e modernização. Reaberto ao público, mantém seu prestígio ate os dias de hoje.

 

 

TEATRO CARLOS GOMES

Antigo teatro Franco-brésilien foi inaugurado em 1° de fevereiro de 1872. Em 1880, passou a se denominar Teatro de Santana e, em 1905, após demorada reforma, recebeu o nome que mantém até hoje. Três incêndios marcaram sua história: o primeiro em 1909, o segundo em 1950 e o último em 1960. Em 1950, tentou-se transformá-lo em cinema, mas o estado frustrou a tentativa em 1963.

Seu nome atual é uma homenagem ao grande músico brasileiro Antônio Carlos Gomes, paulista, nascido em Campinas a 11/07/1836, que se estabeleceu no Rio de Janeiro em 1860, para freqüentar o Conservatório de Música. Carlos Gomes compôs obras sacras e profanas, da qual se destaca O Guarani, ópera escrita sobre o romance de José de Alencar. Ao morrer, em 16/06/1896, deixou muitos trabalhos incompletos.

 

 

 AVENIDA PASSOS

A Avenida Passos começa na Praça Tiradentes e termina na Avenida Marechal Floriano. O alargamento da avenida foi planejado em 1890, mas só foi levado a efeito durante a administração do Prefeito Pereira Passos. A denominação "Avenida Passos", que era bastante popular em função das obras do prefeito, só foi oficializada em 1910, ou seja 7 anos após a inauguração da nova via pública.

Antes desses melhoramentos, a rua era conhecida pelo nome de Rua da Lampadoza. No ano de 1814, entretanto, com a construção do novo edifício para o Real Erário, passou a se chamar Rua Real Erário, ou simplesmente Real Erário. Em 1820, tendo inaugurada a Igreja do Santíssimo Sacramento, ocorre outra mudança de nome, desta feita para Rua do Sacramento.

No século XIX, na esquina da Rua da Lampadoza e do Campo de mesmo nome (Praça Tiradentes), Manuel Luís Ferreira construiu sua casa, que depois pertenceu a José Bonifácio. D. Pedro I utilizou-a por várias vezes para despachar. Anos depois, instala-se, na parte baixa, um café conhecido como Café do Braguinha, ponto de encontro de intelectuais e artistas. Demolida a casa, instala-se ali um novo prédio, o café restaurante Criterium. Por ocasião das obras de alargamento da avenida, como se obedecesse a uma tradição, um novo café é aberto na esquina, o Café Capital, que funciona ali até hoje.

 

 

Prolongamento da rua do Sacramento, atual Av. Passos

Foto Augusto Malta, 1903

Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro

 

 

. IGREJA DA LAMPADOSA

 

Em 1748, uma confraria de homens de cor, seguindo o exemplo dos irmãos do Rosário e São Bento, conseguem da Câmara a doação de um terreno na região e edificam a Igreja da Lampadosa, que deu nome à rua. Decorridos anos, a Irmandade de Nossa Senhora da Lapadosa (ou Nossa Senhora das Candeias) progride até se transformar na Ordem Terceira. E a velha capela cede lugar a um templo mais imponente e sóbrio, de linhas elegantes, que em nada fica a dever à igreja vizinha do Santíssimo Sacramento.

Toda Segunda-feira, dia consagrado às almas, é intenso o movimento dos fiéis que vão a lampadosa acender velas e fazer orações à Nossa Senhora das Candeias.

Em 21 de abril de 1782, ali adorou e eucaristia por alguns instantes o inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, sendo supliciado na forca alguns metros adiante minutos depois.

A construção da Igreja Nossa Senhora da Lampadosa data de 1749 e sua inauguração mor foi em 1772. Em 1930, demoliu-se a igreja para construção de uma nova igreja projetada em 1929 pelos arquitetos Paulo Candiota e Eduarto de Sá, inaugurada em 1934. Em 1945 constrói-se uma nova capela.

A decoração interna foi projetada pelos dois arquitetos em 1929. A capelinha, construída em 1945, também é projeto desses arquitetos. Os santos e demais paramentos são modernos. A igreja e tudo que ela contém é um estilo "neo-colonial" com influência da arquitetura mexicana.

 

As ruas do Sacramento e Camerino antes das obras

Foto Augusto Malta, 1903

Museu da Imagem e do Som

 

 

 

 

 IGREJA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

A origem da Igreja do Santíssimo Sacramento está ligada, como tantos outros templos, às dissidências entre irmandades. Os irmãos do Sacramento e os de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito desentendiam-se com freqüência. Resolveram então construir seu próprio tempo. Em 1826 adquiriram o terreno e em 1959 foi concluída a obra.

O frontispício do templo não sofreu nenhuma mudança fundamental que alterasse suas linhas arquitetônicas. Estas, por sua vez, obedecem ao estilo Luís XV, resvalando para o barroco. Na entrada da igreja, observa-se a magnífica obra de talha do artista Antônio de Pádua e Castro. O pórtico principal e as duas portas laterais são de pedra. A luz natural penetra através das cinco janelas existentes: três no coro e uma em cada coluna das torres. Ao alto do entablamento, um nicho de granito guarda a estátua da Fé, esculpida em mármore branco. O batistério, abaixo do coro, possuía a pia mais antiga do Rio de Janeiro e tem ao fundo um quadro evocativo do batismo de Cristo, obra do pintor Raimundo da Costa e Silva.

Há cinco altares no templo. Os laterais são dedicados a Nossa Senhora de Fátima. Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora do Terço e São Miguel. O Altar-mor é formado por quatro colunas coríntias e ressalta ao fundo, no alta, em retábulo, a Ceia do Senhor. A direita da Capela-mor, a Capela de Nossa Senhora da Piedade.

 

Inauguração do prolongamento da rua do Sacramento

Foto Augusto Malta, 1903

Museu da Imagem e do Som

 

 

 

 

 RUA LUÍS DE CAMÕES

A Rua Luís de Camões começa no Largo de São Francisco de Paula e termina na Rua Regente Feijó. A rua teve inicialmente o nome de Rua da Cruz por ser considerada prolongamento, embora torto, da Rua do Ouvidor. Passous a ser chamada de Rua da Lampadosa em razão da igreja construída na esquina da Rua do Sacramento ocasião da inauguração do Real Gabinete Português de Leitura, como parte das comemorações do centenário dos "Lusíadas", recebeu o nome que tem até hoje.

 

 

Real Gabinete Português de Leitura

Estilo Manoelino aplicado ao gótico florido

(cópia do Mosteiro dos Jerônimos em Lisboa)

 

 

 

 

 PRAÇA OLAVO BILAC

A Praça Olavo Bilac tem seu nome em homenagem ao poeta Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac (1865 – 1918), considerado a maior figura do parnasianismo brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras, propagandista do serviço militar obrigatório. Na praça se situa hoje o famoso Mercado das Flores.

 

 

 

 

 IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito foi fundada em 1631 na antiga igreja de São Sebastião, no Morro do Castelo. Em 1700, a Irmandade resolveu construir um templo próprio, cujas obras iniciadas em 1708 foram concluídas em 1736. A Igreja foi catedral de 1739 a 1808. Sediou o Senado de 1809 a 1812 e de 1820 a 1825, razão pela qual foi cenário de grandes acontecimentos históricos nacionais, como no episódio do "Fico", para a permanência de D. Pedro no Brasil e da própria campanha abolicionista. Nela foi enterrado em 1813 o grande artista nacional Mestre Valentim da Fonseca e Silva. Em 1967, a igreja sofreu pavoroso incêndio, sendo reduzida às paredes externas. Foi recentemente restaurada e hoje abriga o Museu do Negro.

A Igreja está descaracterizada. A fachada é do século XIX e a decoração interna foi destruída.

 

 

 LARGO DE SÃO FRANCISCO DE PAULA

Cortado ao sul, no sentido leste-oeste, pela rua Ramalho Ortigão, o largo de São Francisco tem ao norte as ruas Luís de Camões e do Teatro; a leste, a rua da Conceição, rua dos Andradas e o Beco do Rosário.

Muito próximo da Praça Tiradentes, o Largo de São Francisco, como é mais conhecido popularmente, é quase a sua extensão natural (talvez em razão dos tempos em que formavam um só campo, o São Domingos). A ligação entre as duas áreas se faz através da rua Luís Camões, que começa no Largo e faz esquina com uma pequena travessa se nome quase um prolongamento da Praça Tiradentes.

De forma quadrangular, o largo tem na face oeste a Igreja de São Francisco de Paula; ao norte, a antiga Escola de Engenharia que ocupa o quarteirão em direção à Praça Tiradentes.

No centro do largo ergue-se o monumento a José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da Independência. No século XVIII, em 1742, deu-se a demarcação do terreno, cedido pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, desmembrado do Campo de São Domingos, que serviria para a construção da praça (ou largo) da Sé Nova. Cinco anos depois, foram lançados os alicerces para a construção da Igreja Catedral do Bispado. As obras foram paralisadas e o material abandonado passou às mãos de Fernando José de Almeida, construtor e proprietário do Real Teatro de São João.

Mais tarde, sobre aquelas fundações ergueu-se o prédio da Academia Militar, que ali se instalou em 12/04/1812. A Academia teve seu nome mudado várias vezes em 1851, Escola Central; em 1874, Escola Politécnica; e, posteriormente, Escola de Engenharia. Hoje ali funcionam alguns dos cursos de Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

 

Largo de São Franciso.

Ao fundo o prédio da Escola Politécnica,

antes das reformas realizadas na República

Foto Malta s/d.

Mas, se a Catedral não foi construída, nem por isso, o Largo deixou de Ter a sua igreja. Em 1756, institui-se no Rio de Janeiro a Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula. A 04/04/1857, iniciou-se a construção da pequena ermita de São Francisco de Paula, inaugurada em janeiro de 1758. Mas os religiosos não tardam em substituí-la por um templo por um templo maior e mais elegante. Assim sendo, em 1759, numa importante solenidade a que compareceram autoridades civis e eclesiásticas, lançaram-se as suas fundações e mudou-se o nome da praça para Largo de São Francisco de Paula. Na ocasião em que o Brasil comemorava 50 anos de independência, por iniciativa do Instituto Histórico, inaugurou-se, a 7 de setembro, o monumento José Bonifácio de Andrada e Silva. O local escolhido para a Segunda estátua levantada em praça carioca foi o Largo de São Francisco de Paula. Em 1897, rebatizou-se o largo, que passou oficialmente a se chamar Praça Coronel Tamarindo, homenageando Pedro Nunes Tamarindo, morto em canudos.

 
Largo de São Francisco 

 

 

 IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE PAULA

A Igreja de São Francisco de Paula está localizada no lado oeste do largo, tendo nos fundos (do lado da rua 7 de Setembro) um pequeno jardim com chafariz veneziano. Este templo constitui uma verdadeira relíqui artística da cidade. A pedra fundamental de sua construção foi lançada em 07/01/1759, mas só depois de 42 anos, concluída em seu aspecto essencial, os irmãos franciscanos puderam efetivar a transferência da imagem do padroeiro da pequena ermita onde se achava instalada. Data de então o início do trabalho artístico de seu interior. A igreja foi oficialmente considerada concluída em 7 de março de 1865. Antes dessa data, porém, muitos foram os acontecimentos cívico-religiosos comemorados na São Francisco de Paula.

Quando o Brasil foi elevado a Reino (16 de dezembro de 1815), o Senado da Câmara ali realizou solene "Te-Deum, a 21 de janeiro de 1816, para celebrar o evento. Os editais anunciando a programação das festividades e conclamando o povo a participar delas foram lidos em praça pública ao som de bandas de música e fogos de artifícios, sendo, posteriormente, afixados em todas as esquinas. Ao ato compareceram o Príncipe D. João, acompanhado de suas filhas, o corpo diplomático, os representantes do Senado da Câmara, altas autoridades civis e o Bispo.

A festa que oficializou o término da edificação da Igreja de São Francisco de Paulo compareceram os imperadores D. Pedro II e D. Tereza Cristina, protetores perpétuos da Ordem, e sua corte, seguidos do Conselho de Ministros e demais autoridades civis e eclesiásticas. Uma orquestra regida por Francisco Manoel Silva, antes do Hino Nacional, executou várias peças sacras.

  CONTINUA – CONTINUA – CONTINUA – CONTINUA - CONTINUA

 

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Bibliografia:

Este trabalho foi feito a partir de trechos compilados das seguintes obras:
 
 

COARACY, Vivaldo, Memórias da Cidade do Rio de Janeiro, Editora Universidade de São Paulo, 1988.
DEL BRENNA, Giovana Rosso, O Rio de Janeiro de Pereira Passos: Uma Cidade em Questão II, Rio de Janeiro, Index, 1985
SANTOS, Affonso Carlos Marques, O Rio de Janeiro de Lima Barreto por Affonso Carlos Marques dos Santos, Francisco de Assis Barbosa e Paula Beiguelman, Rio de Janeiro, Rioarte, 1983, vol 1.
SANTOS, Affonso Carlos Marques, O Rio de Janeiro de Lima Barreto por Affonso Carlos Marques dos Santos, Francisco de Assis Barbosa e Paula Beiguelman, Rio de Janeiro, Rioarte, 1983, vol 2.
EMBRATUR, Rio Antigo: Roteiro Turístico-cultural do Centro da Cidade, Rio de Janeiro, AGGS, 1979.


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