HISTÓRIA E DIVISÃO DA VILA
Origens da Nazaré
A Nazaré é um encontro de três povos : Paredes, que se instalaram no séc. XVI ; Ílhavo, instalado no séc. XVIII, e Pederneira no séc. XIX.
No séc. XV houve uma forte tempestade que arruinou o porto das paredes. A partir daqui começaram a surgir pestes e doenças; o vento era forte e levantava as areias que tapavam e destruíam as casas dos pescadores. Deparada com esta situação, a população decidiu deslocar-se mais ou menos, dois quilómetros, e fixou-se na actual Pederneira. Aí estava mais protegida das epidemias e da pirataria, e pescava a partir da enseada da Nazaré – onde construíram cabanas para recolher os instrumentos de pesca.
Em 1760 houve uma mudança geográfica em Ílhavo, o declínio da barra, razão pela qual surgiram inundações e epidemias, que levaram à fuga das populações. A princípio deslocaram-se para a praia de São Jacinto e para a Costa Nova, onde se começou a utilizar gado bovino para arrastar as redes, pois havia falta de mão de obra. Mas, esta técnica acabou por prejudicar outras áreas onde a mão de obra era abundante e muitos ficaram sem trabalho. Assim, deslocaram-se para a Nazaré, onde começaram por campanhas sazonais, instalando-se nas cabanas junto à enseada, mas mais tarde ficaram permanentes. Segundo consta, era um povo atrasado, quer no modo de falar, quer nas técnicas que usavam, por exemplo a evolução que tiveram foi deixar de puxar as redes com o "cinto" e passaram a exercer a força no "torso e ombro".
Segundo Fernanda Espinosa, o porto da Pederneira encontrava-se em actividade no séc. XVI. "A actividade da pesca era praticada no Verão, não apenas pela abundância de peixe, mas também pelo significativo afluxo de pescadores e de banhistas que, ao frequentarem a praia nessa estação, eram potenciais consumidores de pescado."
Com a secagem da lagoa do porto da Pederneira os pescadores foram para a Pederneira, juntaram-se aos que tinham vindo de Paredes. E mais tarde, como a agressividade do mar tinha condicionado o desenvolvimento da praia, deslocaram-se também para a praia da Nazaré. Só em 1833 é que houve registos de casas na Praia.
No Sítio, os negócios com os romeiros estavam com sucesso, na Praia, a pesca e os banhistas beneficiavam o desenvolvimento da população.