CHAPADA DOS VEADEIROS

AUTOR: GUSTAVO SANTOS JUNQUEIRA

Esta "home-page" surgiu da vontade de divulgar belos lugares do Brasil e principalmente do fato que estas paisagens passam por um intenso processo de degradação, sendo a nossa intenção incentivar e ajudar com experiências pessoais e 'links' aqueles que desejam conhecer estes lugares.

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Esta pretende ser a primeira de uma série sobre Ecologia, Viagens, Fotografias, que deve contar com:

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros encontra-se no nordeste do estado de Goiás, próximo a fronteira com o estado de Tocantins, a 200km ao norte de Brasília, possuindo como município sede Alto Paraíso de Goiás (cerca de 5.000 habitantes), estendendo-se pelo município de Cavalcanti. O parque surge no papel em 1960, como parque nacional do Tocantins, com 600.000 ha e localizado mais ao sul, no governo Juscelino Kubitschek, como forma de preservar a vegetação do Centro-Oeste, frente a interiorização do país, possuindo hoje cerca de 60.000 ha. A região se caracteriza por um relevo montanhoso, altura média superior a 800 metros, localizando-se em Cavalcanti o ponto culminante do estado, com 1.600 metros. Região abundante de rios, que formam diversas cachoeiras e "canyons", correndo em direção ao norte, ajudando a formar a cabeceira do Tocantins, a cerca de 100 km ao norte, onde desde o final do ano passado, deixou de correr o rio para encher o reservatório da usina hidroelétrica da Serra da Mesa, de 180 metros de coluna d'agua, que formará o maior lago artificial do Brasil em volume d'água.

O acesso a sede do parque é por uma estrada de terra, que liga Alto Paraíso ao povoado de São Jorge, praticamente encravado no parque, onde hoje a maior parte dos seus 300 habitantes, vive do turismo, mas outrora foi centro de extração de cristal. Caso vá para lá, não exite em optar por ficar em São Jorge, pois Alto Paraíso vive hoje um "boom" turístico, que apesar da comodidade do progresso, descaracteriza um pouco a hospitalidade do interior. Apesar da inicial desconfiança, os habitantes de São Jorge são de extrema simpatia, após se acostumarem com a sua cara. Há pousadas e camping vários. Pessoalmente preferi ficar acampado no fundo da casa de um morador, o do Seo João.

ONDE É:

A foto no início não faz jus a beleza da flor do cerrado "chuveirinho", que com suas parentes movimenta parte da economia local, através da coleta para confecção de arranjos, feita com a planta seca no fim do inverno, sendo parte da produção destinada ao exterior.

Indo direto ao assunto, vale dizer que para um paulista do interior como eu, a própria viagem de Brasília para Alto Paraíso foi uma atração, pois a geografia da região é muito diferente da de São Paulo e mesmo do sul de Goiás e Triângulo Mineiro, podendo você ser brindado com a experiência de topar com uma comitiva de tropeiros, deixando o gado descansar no meio da rodovia, que aliás, asfaltada está em melhores condições que as do interior de São Paulo, ou ainda observar os gaúchos tomando chimarrão, no CGT de S.João d'Aliança, atraídos que foram para a região, pelas novas terras abertas no cerrado para o plantio de soja.

As atrações "padrão", encontram se na ponta sudoeste do parque, próximas da entrada do parque, via São Jorge, e em áreas particulares nas proximidades, abertas a visitação frente uma módica contribuição.

A foto acima e a logo abaixo, mostram uma vista do vale do Rio Preto (na ponta sudoeste do Parque), tirada da dura trilha do abismo, que até a bem pouco quase não era visitada, subsequente a foto da queda conhecida pelos guias como "queda de 120", que possuí cerca de 80 metros (o porquê do nome está na soma com 40 metros de profundidade do poço). A trilha do abismo é rápida, mas deve ser feita por quem está bem condicionado e nunca sem guia, aconselho procurar o Neto ou Seo João para guia-los até lá.

A seguinte mostra o "canyon" pelo qual corre o rio Preto após a queda de 120, onde se pode tirar outras fotos da queda, por ângulos diferentes, seguindo para a queda anterior, de cerca de 50 metros, que oferece boas condições para nadar, no período de seca.

Click para visualizar melhor as fotos menores

Após temos o vertedouro e o canyon em sí, do chamado "canyon 2" e depois as fotos da cachoeira das carioquinhas, vistas de duas vistas diferentes superiores e mais um laguinho, que se formou lá embaixo, ao lado desta queda, com a cheia do rio.

Não perca o Vale da Lua, que está em propriedade particular, mas recebeu este nome devido ao aspecto que você pode conferir nas duas fotos acima.

Tendo tempo, visite a 'água quente', que é uma piscina rústica, feita sobre uma fonte de água quente, ao lado da estrada que leva à cidade de Colinas. Apesar da estrada ser de terra e cheia de pedras, é muito interessante e os mais aventureiros vão a noite, nadar a luz de velas e pior que fica no meio da mata. Interessante também é o riacho do 'Raizama', que cai em queda, no canyon do rio São José, que tem uns quarenta metros de profundidade alí, com uma largura de menos de 10 metros. Nesse lugar é possível descer no 'canyon', mas é bem perigoso, quando fui eram crianças de cerca de 8 anos que te levavam lá. No mesmo 'Raizama', um pouco acima há uma pequena queda, que forma um poçinho, onde você pode sentar em uma pedra sob a cachoeira, o pessoal do lugar chama de 'hidromassagem'.

Há outros lugares que você pode ir. O Uiter, presidente da associação dos guias, comentou em janeiro que cogitavam abrir trilhas de três dias cortando o parque, a la Chapada Diamantina, talvez já estejam rolando. Eu fui no verão, quando o cerrado é luxuriante e o volume de água dos rios dão um espetáculo, mas é extremamente perigoso devido as trombas d'água, que fazem um rio subir metros em minutos, portanto para nadar é aconselhável o inverno.

A região é um lugar que tem atrações para umas duas semanas, em todas as direções. Informe no CAT (Centro de Atendimento ao Turista) sobre o Parque Solarion (para quem faz o gênero esotérico) e sobre novas trilhas na região de Cavalcanti, onde a vegetação é de cerradão (porte florestado), estando mais conservada do que nas imediações do parque, fui de carro lá, só para conhecer e voltar e não me arrependi. Dois lugares que eu não fui e me arrependo, é a mineração de níquel(Grupo Votarantin), em Niquelândia, após Colinas, que possuí dimensões gigantescas, com um solo roxo, oferecendo um espetáculo dantesco. A região da Serra da Mesa é um espetáculo por si só, vale conferir o Link, basta falar que a Funai acredita que ainda há remanescentes dos Avá-Canoeiros, arredios na região.

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LINKS INTERESSANTES

Críticas, sugestões e contatos são bem vindos(fotos podem ser enviadas).

Gustavo Junqueira(gjunqueira@usa.net)

O autor desta home-page é Gustavo Santos Junqueira, 25 anos, natural de Barretos (SP), estudante de Engenharia de Produção Mecânica, na Universidade de São Paulo, campus de São Carlos (SP).

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Desde 17/07/97


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