Histórias
Alternativas - Uma Nova Chance
©2001
Ami Ikari - ami.ikari@bestway.com.br
Capítulo
04: Lobo em Pele de Cordeiro
We
three are of one determination
It's time to fight
-=
Outer Senshi - Triple Dreams =-
Aquele realmente não era o encontro ideal que ele havia idealizado.
"Bom...", ele pensou, sentado em um dos galhos mais altos
de uma árvore próxima. "... se você quer impressionar
uma garota, você tem que sacrificar algumas coisas na sua vida...
mas ISSO É RIDÍCULO!", ele quase gritou, enquanto
uma nuvem cinzenta, com raios e trovões, apareceu sobre sua cabeça,
num claro sinal de mau humor se formando.
Em solo firme, Tieko, Catherin e o cachorro
só olhavam para cima enquanto Arthur continuava sentado no galho,
sem mostrar qualquer sinal de que desceria um dia. O cachorro estava
deitado na grama, curtindo o fato de que Tieko estava coçando
sua barriga. Catherin, por sua vez, estava quase sem fôlego de
tanto rir.
- Arthur, não posso acreditar
que você está com medo de um cachorrinho tão fofo!
- gritou Tieko, brincando com o 'cachorrinho'. - Quer que eu coce um
pouco mais pro lado, coisinha fofa?
- Bom, ele não é mais um
FILHOTE! Tem dentes grandes E afiados que podem enterrar-se na minha
carne e fazer-me sangrar! - Arthur gritou de volta, sem perceber que
estava quase caindo da árvore. - IAU! - e, de alguma maneira,
conseguiu recuperar o equilíbrio.
Cat continuou rindo, parando apenas para
respirar.
- Você... você deveria dar
uma chance a ele... -hee hee- Arthur! Ele não morde a não
ser que eu -haa haa- o mande fazer isso!
Arthur quase perdeu o equilíbrio
de novo e agarrou-se no galho com toda a sua força, arranhando
o couro de sua jaqueta marrom.
- Um cão é um cão!
E eu não gosto de cães! Tieko, por que você não
pode gostar de coisas menores, como gatos?! E eles ainda são
mais úteis, como aqueles gatos mágicos que sempre aparecem
com as Sailor Scouts no Japão!!!
- O quê?! - exclamou Catherin,
pegando uma pedra e jogando-a em Arthur, que mais parecia um alvo. Seus
olhos ficaram maiores quando ele viu que a pedra ESTAVA subindo a uma
velocidade espantosa.
Segundos depois, um som bem familiar,
de algo GRANDE caindo no chão pôde ser ouvido pela vizinhança.
***
- Moon Fox... - rosnou Firebird, ao ouvir
o que Arthur Crossroads havia dito.
- Ok, ok, eu sei que eu disse que não
havia nenhum tipo de criaturas extra-dimensionais ali... agora você
deve estar pensando 'o que raios as SAILOR SCOUTS estão fazendo
ali'. Acertei? - disse Moon Fox, tentando acalmar Firebird, que batia
a ponta do pé direito no chão, os braços cruzados
como se exigisse uma boa explicação. As faixas de tecido
laranja que ele usava ao redor de sua cintura tremulavam como se uma
rajada de vento passasse por lá. "Desde QUANDO temos janelas
abertas por aqui...", pensou Moon Fox, olhando para a cena assustadora
que se criara no local.
- Então...? - e Firebird bateu
na mesa onde Moon Fox estivera escrevendo algumas horas atrás.
- Acreditaria se eu dissesse que, originalmente,
NÃO havia qualquer possibilidade das Sailor Senshi... ou Scouts
encontrarem Kyn naquela Linha Temporal? - perguntou Moon Fox, notando
que seu rosto estava MUITO PERTO de Firebird, cujos olhos faiscavam.
O Destiny Kishi de Vênus estava
quase respondendo àquela pergunta com um soco no nariz de seu
amigo quando ouviu o som de algo pesado batendo no chão. Quando
olhou para trás, tudo o que pôde ver foi a figura de Chronos,
cujas faixas de tecido bordô também moviam-se como se uma
janela estivesse aberta.
- Deveria acreditar nisso, Venus Destiny
Kishi. - disse Chronos, deixando a Time Staff sobre a mesa. - Porque
é a verdade.
- Como?!
- Quando eu enviei a energia de Kyn àquela
Linha Temporal, estava a par do que poderia estar fazendo com o destino
de todos. Originalmente somente a energia de Art estava destinada a
ir àquela Linha. Lembra-se de que ele matou Tieko Aikawa como
Earth Destiny Kishi, mas ela não tinha a energia necessária
para ser Mercury. - disse Chronos, sentando-se à mesa, pegando
algumas folhas de papel em branco e sua Silver Pen. Ele começou
a escrever palavras soltas, fazendo alguns esquemas. - A energia dele
foi banida da nossa Linha Temporal quando corrigimos os defeitos que
ele havia feito nela. Sua sentença foi a de passar por todas
as Linhas até descobrir o seu erro... e corrigi-lo. Vimos quase
todas as vidas dele durante essas décadas que se passaram no
Salão Prateado.
- Mas por que você enviou a energia
de Kyn desta vez? - perguntou Moon Fox.
- Eu pensei que você notaria a
mudança nela durante todo o tempo em que estivemos aqui. Todos
mudamos, mas ela nunca me perdoou por ter sido o responsável
pela morte de um de seus amigos... e vocês sabem que não
estou falando de Art. Isso estava levando-a a uma depressão profunda.
Acreditei que a melhor medida a ser tomada seria fazê-la adormecer
para que eu pudesse ajudá-los.
- Chronos, isso NÃO é uma
boa razão para bagunçar aquela Linha Temporal. - disse
Firebird, sentando-se à mesa e encarando Chronos. - Kyn NUNCA
esteve apaixonada por Art. Enviá-la para o corpo de Tieko Aikawa
apenas tornará as coisas mais difíceis para ele... e isso
também não explica por que você enviou parte da
SUA energia para lá.
- Ah, mas isso é mais fácil
do que fazer dois mais dois!
- E...?
- Foi tão divertido quando isso
aconteceu na nossa Linha Temporal... eu não podia deixá-la
se divertir sozinha, podia? - respondeu Martin, sorrindo.
- E aqui temos o nosso bom e velho Martin
de volta... - riu Moon Fox, deixando seu corpo cair sobre a cadeira.
***
Quando Arthur finalmente abriu os olhos,
ficou contente em poder ver o céu azul, sentir a brisa suave
em seu rosto e anjos passeando por perto. Um deles parecia estar olhando
para ele, com um toque de preocupação em seus olhos negros.
"Ela é tão bonita...", ele pensou, sem forças
para se levantar ou ao menos erguer seu braço para tocar o rosto
angelical que aparecia diante de si.
Mas ele CONSEGUIU encontrar forças
para se levantar e pular no colo dela quando sentiu algo molhado em
seu rosto.
- Não acredito. - falou Cat, amaldiçoando
o fato de não estar com sua máquina fotográfica
para tirar uma foto daquela cena. - Eu não acredito que você
tem TANTO medo de cachorros.
- Não se ATREVA a comentar isso
com os rapazes, tá? - falou Tieko, pronta para derrubar Arthur,
quando ouviu um carro se aproximando. - Pro chão.
- Acho que minha avó tem novos
vizinhos... - suspirou Cat, olhando para o Scénic prata que estacionava
numa casa ao lado. - E isso significa que logo logo ela vai vir dizendo
"Catherin, minha querida neta, por que você não vai
até a casa do vizinho novo para convidá-lo - ou convidá-la
- para conhecer a vizinhança...? - ela cantarolou, balançando
a cabeça para os lados com uma expressão tediosa no rosto.
- Ei, Cat. - falou Arthur, depois de
respirar BEM fundo para conseguir mais coragem e parar de agir como
um covarde na frente da garota que ele estava interessado. - Se você
tem uma avó morando em Mornington, por que você ainda tá
no dormitório feminino?
Cat resmungou algo em voz bem baixa e
colocou as mãos nos bolsos de sua jaqueta.
- Porque eu não tenho um carro
e teria que acordar muito cedo pra chegar à tempo na faculdade.
- e ela sentou-se na grama e começou a brincar com seu cachorro
enquanto olhava para Tieko. Seu rosto estava corado, como se estivesse
com vergonha de estar ali com Arthur.
Arthur também parecia incomodado,
tentando ficar o mais longe possível do cachorro e tentando ficar
mais perto de Tieko ao mesmo tempo. Na opinião de Cat, aquela
era uma tarefa impossível e algo lhe dizia que aquele seria um
domingo muuuuuito chato... se um jovem e bonito rapaz de cabelos e olhos
azulados, usando um suéter azul-marinho sobre uma camisa social
branca, não aparecesse no jardim com um sorriso incrivelmente
charmoso em seu rosto.
- Com licença... eu sou o novo
vizinho. - ele disse, estendendo a mão para Catherin. - Gostaria
de me apresentar. O meu nome é Aindrea Terence.
- Pra... prazer em conhecê-lo.
Sou Catherin McKinnion, mas... é... é a minha avó
quem mora nesta casa. Eu vou chamá-la. - ela gaguejou, correndo
em seguida para dentro da casa antes que alguém pudesse dizer
algo.
- Nossa... eu não sabia que ela
era tão tímida. - comentou Tieko, ao sentir a brisa que
passou por seu rosto quando Cat correu para dentro da casa.
- Nem eu. - completou Arthur. - Desculpe-me
se estou sendo chato, mas você vai estudar na Universidade Fallen?
- Sim. - ele respondeu, vendo que Arthur
havia se curvado para o lado, provavelmente porque Tieko havia lhe dado
um cutucão bem forte nas costelas. - Eu fui transferido para
o primeiro período deste semestre.
- É um prazer... -ai- conhecê-lo...
-você podia cutucar um pouco mais fraco, Tieko- Aindrea. Sou Arthur
Crossroads, do segundo ano do básico... -isso DOEU!-.
- Meu nome é Tieko Aikawa. - ela
cumprimentou, olhando feio para Arthur. - Aluna de intercâmbio.
- Intercâmbio? De que país
você é...? - começou Aindrea, sendo interrompido
por fortes latidos.
O grayhound de Cat estava latindo de
forma muito brava para algo no ar. Um vento forte começou a soprar
no jardim e um riso feminino histérico pode ser ouvido em toda
a vizinhança. Arthur aproximou-se de Tieko e passou os braços
sobre os ombros dela, tentando tirá-la de perto de onde o cachorro
estava olhando fixamente. Aindrea deu alguns passos para trás,
mas algo lhe dizia para continuar ali e esperar.
Catherin pode ouvir o riso histérico
de dentro de casa e correu para o quintal, preocupada com Tieko. Aquela
Kaze-alguma-coisa havia prometido que voltaria, especialmente depois
que Cat cortara seu rosto e arruinara sua reputação ao
derrotá-la em batalha. Com certeza ela estaria atrás de
vingança e tentando cumprir sua missão... isso significaria
levar Tieko para a dimensão dela e esse fato era algo que Cat
não iria permitir.
Pois ela era Saturn Guardian. Nunca permitiria
que uma criatura doida de outra dimensão simplesmente aparecesse
para bagunçar toda a sua vida e a de seus amigos.
- Saturn Violet POWER!
***
Quando Saturn Guardian finalmente saiu
da casa, tudo o que pode ver foi Kazeko rindo como uma hiena, sem perceber
que Tieko, Aindrea e Arthur estavam fugindo dali na ponta dos pés,
tentando sair do quintal o mais silenciosamente possível. Aindrea
acenou para eles, sussurrando algo que, à distância, podia
ser traduzido por 'vamos para a minha casa antes que ela perceba que
não estamos mais ali'.
- Já foi derrotada uma vez e ainda
não aprendeu a prestar mais atenção, Kazeko?! -
riu Siren, com os braços cruzados. - Quer mais alguns cortes?
- O quê...?! - exclamou Kazeko,
olhando para baixo e para os lados, finalmente percebendo que estava
sozinha no quintal. Ela fechou o punho e sua expressão tornou-se
a de uma pessoa realmente furiosa. - Você, cujo cabelo é
azul como o mais profundo gelo glacial! REVELE SUA VERDADEIRA IDENTIDADE!
E... quanto a você... - ela olhou para o cachorro de Cat. - Quieto.
- e o grayhound foi jogado para o quintal do vizinho com um simples
movimento da youma.
Quando Kazeko terminou seu 'discurso',
Aindrea subitamente parou de correr e, segurando a cabeça com
ambas as mãos, gritou de dor, caindo de joelhos e curvando-se
como se tentasse proteger-se do que estava acontecendo. Preocupada,
Tieko voltou alguns passos e estava quase encostando no ombro de Aindrea
quando ele começou a se levantar, lentamente, seus olhos vermelhos
e com um estranho sorriso em seu rosto. Um grito de pânico escapou
da garganta de Tieko, que começou a andar para trás, tentando
fugir daquele que antes, tentava ajudar.
- AFASTE-SE DELA! - gritou Arthur, pulando
sobre Aindrea.
Ao ver aquela cena, Siren ficou sem saber
o que fazer primeiro. Arthur faria o que pudesse para proteger Tieko,
seus olhos mostravam isso. Mas Aindrea - ou seja lá quem ele
realmente fosse - certamente era mais forte do que um humano comum e,
para piorar a situação, caso Siren tentasse ajudar Arthur,
Kazeko estaria livre para fazer o que bem entendesse.
- Arthur, vai ter que cuidar disso sozinho!
- gritou Siren, estendendo o braço direito em sua frente e abrindo
a mão, fazendo com que uma alabarda semelhante a Silent Glaive
surgisse no ar. - Eu cuido da dona Risadinha aqui!
- Tá! Eu vou tentar... *GAH* -
respondeu Arthur, um pouco antes de ser sufocado pelas mãos de
Aindrea, que apertavam seu pescoço como se quisessem separá-lo
da cabeça.
Tieko segurou um grito quando viu Aindrea
tentando esganar Arthur e correu para pegar um galho de árvore
que estava no chão, usando-o para dar uma forte pancada nas costas
de Aindrea, com toda a força que possuía nos braços.
Entretanto, tudo o que conseguiu fazer foi desviar-lhe a atenção
e ele soltou Arthur, que caiu de joelhos, respirando com dificuldade.
Os olhos amendoados da descendente de japoneses arregalaram-se de horror
quando viram que Aindrea vinha caminhando em sua direção,
com um sorriso maligno no rosto.
- NÃO! gritou Siren, olhando na
direção de Tieko.
- Ahá! Agora, quem é que
não está prestando atenção na luta? - riu
Kazeko. - Tome ISTO! - ela uniu as mãos na frente de seu corpo
e mirou em Siren. Um redemoinho surgiu de suas mãos, forte o
suficiente para erguer Siren do chão até a mesma altura
da árvore onde Arthur havia estado até alguns minutos
atrás. Sorrindo, Kazeko baixou os braços, fazendo o vento
cessar, deixando Siren em queda livre.
"Putz, isso VAI DOER!" - pensou
Siren, tentando imaginar uma maneira de amenizar sua queda.
- Parece que não há mais
ninguém para me impedir de levá-la, minha jovem... - disse
Kazeko, caminhando lentamente na direção de Tieko.
Os olhos de Arthur mostravam um claro
temor quando viu Aindrea agarrando o braço de Tieko, fazendo-a
gritar. Ele precisava fazer alguma coisa, não podia deixá-la
indefesa...
... mas algo em sua mente o dizia que
ela não era uma garota comum. Que ela não era indefesa.
Finalmente, após meses de descanso,
a velha enxaqueca que sempre atormentara a vida de Arthur retornou,
forçando-o a abaixar a cabeça até que sua testa
encostasse no chão, tornando-o incapaz de erguer o rosto. Ele
segurou a própria cabeça com ambas as mãos e tentou
ignorar a dor que sentia.
-Ela não
é indefesa e você sabe disso.-
-Você sabe que ela não é
uma simples garota.-
-Você
sabe que ela pode cuidar disso sozinha.-
-Ela não é uma simples humana, assim como VOCÊ!-
-Você carrega um segredo em sua
alma, LIBERTE-O!-
-SILÊNCIO!
EU NÃO QUERO MAIS OUVIR ISSO! NÃO QUERO!-
-Você está com medo do que
pode acontecer no futuro.-
-Você não pode deixar esse medo tomar conta da sua alma.-
-Você
sabe que essa decisão pode mudar a sua vida.-
-Você sabe que essa decisão
pode mudar o seu DESTINO.-
-Tudo está em suas mãos agora. O que vai escolher?-
- Podemos ir, garota? Depois de terminar com isso, eu... - começou
Kazeko, quando viu algo brilhando na testa de Tieko. - Entendi. Era
atrás de você mesma que eu tinha que vir. Você é
a que eu procurava.
- NÃO! - gritou Arthur, levantando-se
lentamente, um brilho dourado vindo de sua testa. Seu cabelo castanho
parecia estar sendo levado por um vento que afastava os fios que caíam
em seu rosto, deixando o símbolo de sua testa à mostra.
- Você vai ter que me matar primeiro... Earth Destiny POWER!
- Peraí! - exclamou Siren, fincando
sua alabarda na parede de madeira da casa da Vovó McKinnion.
- O Arthur é...
Uma luz dourada envolveu o corpo de Arthur
e suas roupas também foram mudadas. Quando a seqüência
de transformação terminou, elas haviam sido substituídas
por calças e botas pretas que pareciam ser feitas do mesmo material,
quando olhadas de relance, uma camisa branca sob uma jaqueta marrom
e uma braçadeira branca com o símbolo da Terra em seu
braço direito. No lugar do cinto, estavam presas faixas de tecido
marrom, cujas pontas tremulavam com o vento. Em suas costas estava presa
a bainha de uma espada, que ele tirou da bainha e preparou-se para atacar.
- Parece que não há fim
para as surpresas por aqui... - disse Kazeko, erguendo o braço
esquerdo na frente de seu corpo, criando um pequeno tufão na
direção de Arthur, para fazê-lo voar para longe
do jardim. Porém, ele saltou sobre o tufão e, com uma
cambalhota no ar, conseguiu pousar bem atrás de Kazeko, cutucando-a
com a ponta da espada.
- Então, Kazeko... o que vai fazer
agora? - ele perguntou, com um sorriso no rosto. - Sair daqui... ou
morrer?
- Ainda nos encontraremos, guerreiro.
- ela respondeu, desaparecendo no ar.
- Que batalha curta. - comentou Siren,
descendo no chão com segurança. - Mas... o que é
que vamos fazer com ELE?
Os olhos de Aindrea ainda estavam vermelhos
e seu rosto não havia voltado ao normal. Com a fuga de Kazeko,
ele soltara o braço de Tieko e parecia confuso, sem saber o que
fazer, olhando para todos os lados antes de finalmente, encarar os dois
guerreiros e tomar posição de ataque.
- Ele é obra da Kazeko. - respondeu
Arthur, empunhando sua espada. - Não acho que temos outra escolha
senão matá-lo.
- Tem certeza disso? - perguntou Siren,
fazendo sua alabarda desaparecer. - E se esperássemos um pouco
mais...
- Acha que eu vou ficar esperando até
que ele nos ataque?! - retrucou Arthur, aproximando-se de Aindrea. -
Você parecia ser um cara legal, Aindrea... desculpe por isso.
- e ele ergueu a espada para atacar.
- NÃO! - gritou Tieko, surpreendendo
Siren e Arthur, que parou seu ataque e baixou a espada. Ela correu na
frente de Aindrea e estendeu os braços. - Você não
vai matá-lo, Arthur.
- Sai do caminho, Tieko! Ele pode te
atacar! - gritou Arthur, visivelmente nervoso.
- Não! Eu sei que podemos encontrar
uma maneira de trazê-lo de volta ao normal! É só
uma questão de tempo! - ela continuou gritando, balançando
a cabeça, com lágrimas nos olhos.
- É só uma questão
de tempo até ele te atacar! Lembre-se do que a Kazeko disse,
'revele sua verdadeira identidade'! Isso é o que ele realmente
é! - e Arthur ergueu a espada mais uma vez.
- Se é assim, mate-me primeiro!
Eu não vou ser responsável pela morte de um inocente!
Siren notou que os olhos de Aindrea começaram
a mudar de cor quando ele ouviu a última frase dita por Tieko.
Seu corpo tremia e ele abraçou os joelhos, abaixando-se, o que
deixou Arthur e Tieko surpresos. Parecia que estava se lembrando de
algo de um passado distante.
***
- JÁ CHEGA, ART! - ela gritou,
entrando na frente de Art, usando sua kodachi para bloquear o ataque
dele contra o jovem de cabelos azulados. - Isso é só um
treino, não uma luta de verdade.
- Como é que ele vai estar preparado
para uma luta de verdade se você não me deixa ensiná-lo
o que é o medo de sentir a morte por perto? - retrucou Art, piscando
um olho.
- Nós NÃO somos guerreiros,
Art de Endymion. - ela respondeu, ajudando o outro rapaz a se levantar.
- Somos protetores. Nunca se esqueça disso. Amerin, tudo bem
com você?
- Kyn, desse jeito você vai mimar
o garoto... - riu Art, colocando a espada na bainha. - Eu sei que não
somos guerreiros, mas como poderemos proteger alguma coisa se não
formos capazes de lutar?
- Iremos proteger o Tempo e o Destino
com as nossas verdadeiras habilidades. - ela respondeu, ajudando Amerin
a sair dali. - Essa é a nossa função. E é
por isso que estamos estudando com afinco.
***
Subitamente, o corpo de Aindrea foi envolvido
por uma luz azul-marinho, fazendo com que Arthur, Tieko e Siren se afastassem
dele. A luz foi ficando cada vez mais forte, forçando-os a fechar
os olhos.
Quando puderam abrir os olhos novamente,
tudo o que puderam ver foi um rapaz inconsciente no chão. Suas
roupas eram parecidas com as que Kenneth usara quando se transformara
em Jupiter Guardian, mas as cores eram diferentes. Sua blusa era azul-marinho
e as botas, azul-claro. Uma água-marinha brilhava no meio de
sua tiara.
- Amerin...! - exclamou Arthur, olhando
para Aindrea.
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