Histórias Alternativas - Uma Nova Chance
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Capítulo 04: Lobo em Pele de Cordeiro

We three are of one determination
It's time to fight

-= Outer Senshi - Triple Dreams =-

      Aquele realmente não era o encontro ideal que ele havia idealizado. "Bom...", ele pensou, sentado em um dos galhos mais altos de uma árvore próxima. "... se você quer impressionar uma garota, você tem que sacrificar algumas coisas na sua vida... mas ISSO É RIDÍCULO!", ele quase gritou, enquanto uma nuvem cinzenta, com raios e trovões, apareceu sobre sua cabeça, num claro sinal de mau humor se formando.
      Em solo firme, Tieko, Catherin e o cachorro só olhavam para cima enquanto Arthur continuava sentado no galho, sem mostrar qualquer sinal de que desceria um dia. O cachorro estava deitado na grama, curtindo o fato de que Tieko estava coçando sua barriga. Catherin, por sua vez, estava quase sem fôlego de tanto rir.
      - Arthur, não posso acreditar que você está com medo de um cachorrinho tão fofo! - gritou Tieko, brincando com o 'cachorrinho'. - Quer que eu coce um pouco mais pro lado, coisinha fofa?
      - Bom, ele não é mais um FILHOTE! Tem dentes grandes E afiados que podem enterrar-se na minha carne e fazer-me sangrar! - Arthur gritou de volta, sem perceber que estava quase caindo da árvore. - IAU! - e, de alguma maneira, conseguiu recuperar o equilíbrio.
      Cat continuou rindo, parando apenas para respirar.
      - Você... você deveria dar uma chance a ele... -hee hee- Arthur! Ele não morde a não ser que eu -haa haa- o mande fazer isso!
      Arthur quase perdeu o equilíbrio de novo e agarrou-se no galho com toda a sua força, arranhando o couro de sua jaqueta marrom.
      - Um cão é um cão! E eu não gosto de cães! Tieko, por que você não pode gostar de coisas menores, como gatos?! E eles ainda são mais úteis, como aqueles gatos mágicos que sempre aparecem com as Sailor Scouts no Japão!!!
      - O quê?! - exclamou Catherin, pegando uma pedra e jogando-a em Arthur, que mais parecia um alvo. Seus olhos ficaram maiores quando ele viu que a pedra ESTAVA subindo a uma velocidade espantosa.
      Segundos depois, um som bem familiar, de algo GRANDE caindo no chão pôde ser ouvido pela vizinhança.

***
      - Moon Fox... - rosnou Firebird, ao ouvir o que Arthur Crossroads havia dito.
      - Ok, ok, eu sei que eu disse que não havia nenhum tipo de criaturas extra-dimensionais ali... agora você deve estar pensando 'o que raios as SAILOR SCOUTS estão fazendo ali'. Acertei? - disse Moon Fox, tentando acalmar Firebird, que batia a ponta do pé direito no chão, os braços cruzados como se exigisse uma boa explicação. As faixas de tecido laranja que ele usava ao redor de sua cintura tremulavam como se uma rajada de vento passasse por lá. "Desde QUANDO temos janelas abertas por aqui...", pensou Moon Fox, olhando para a cena assustadora que se criara no local.
      - Então...? - e Firebird bateu na mesa onde Moon Fox estivera escrevendo algumas horas atrás.
      - Acreditaria se eu dissesse que, originalmente, NÃO havia qualquer possibilidade das Sailor Senshi... ou Scouts encontrarem Kyn naquela Linha Temporal? - perguntou Moon Fox, notando que seu rosto estava MUITO PERTO de Firebird, cujos olhos faiscavam.
      O Destiny Kishi de Vênus estava quase respondendo àquela pergunta com um soco no nariz de seu amigo quando ouviu o som de algo pesado batendo no chão. Quando olhou para trás, tudo o que pôde ver foi a figura de Chronos, cujas faixas de tecido bordô também moviam-se como se uma janela estivesse aberta.
      - Deveria acreditar nisso, Venus Destiny Kishi. - disse Chronos, deixando a Time Staff sobre a mesa. - Porque é a verdade.
      - Como?!
      - Quando eu enviei a energia de Kyn àquela Linha Temporal, estava a par do que poderia estar fazendo com o destino de todos. Originalmente somente a energia de Art estava destinada a ir àquela Linha. Lembra-se de que ele matou Tieko Aikawa como Earth Destiny Kishi, mas ela não tinha a energia necessária para ser Mercury. - disse Chronos, sentando-se à mesa, pegando algumas folhas de papel em branco e sua Silver Pen. Ele começou a escrever palavras soltas, fazendo alguns esquemas. - A energia dele foi banida da nossa Linha Temporal quando corrigimos os defeitos que ele havia feito nela. Sua sentença foi a de passar por todas as Linhas até descobrir o seu erro... e corrigi-lo. Vimos quase todas as vidas dele durante essas décadas que se passaram no Salão Prateado.
      - Mas por que você enviou a energia de Kyn desta vez? - perguntou Moon Fox.
      - Eu pensei que você notaria a mudança nela durante todo o tempo em que estivemos aqui. Todos mudamos, mas ela nunca me perdoou por ter sido o responsável pela morte de um de seus amigos... e vocês sabem que não estou falando de Art. Isso estava levando-a a uma depressão profunda. Acreditei que a melhor medida a ser tomada seria fazê-la adormecer para que eu pudesse ajudá-los.
      - Chronos, isso NÃO é uma boa razão para bagunçar aquela Linha Temporal. - disse Firebird, sentando-se à mesa e encarando Chronos. - Kyn NUNCA esteve apaixonada por Art. Enviá-la para o corpo de Tieko Aikawa apenas tornará as coisas mais difíceis para ele... e isso também não explica por que você enviou parte da SUA energia para lá.
      - Ah, mas isso é mais fácil do que fazer dois mais dois!
      - E...?
      - Foi tão divertido quando isso aconteceu na nossa Linha Temporal... eu não podia deixá-la se divertir sozinha, podia? - respondeu Martin, sorrindo.
      - E aqui temos o nosso bom e velho Martin de volta... - riu Moon Fox, deixando seu corpo cair sobre a cadeira.

***
      Quando Arthur finalmente abriu os olhos, ficou contente em poder ver o céu azul, sentir a brisa suave em seu rosto e anjos passeando por perto. Um deles parecia estar olhando para ele, com um toque de preocupação em seus olhos negros. "Ela é tão bonita...", ele pensou, sem forças para se levantar ou ao menos erguer seu braço para tocar o rosto angelical que aparecia diante de si.
      Mas ele CONSEGUIU encontrar forças para se levantar e pular no colo dela quando sentiu algo molhado em seu rosto.
      - Não acredito. - falou Cat, amaldiçoando o fato de não estar com sua máquina fotográfica para tirar uma foto daquela cena. - Eu não acredito que você tem TANTO medo de cachorros.
      - Não se ATREVA a comentar isso com os rapazes, tá? - falou Tieko, pronta para derrubar Arthur, quando ouviu um carro se aproximando. - Pro chão.
      - Acho que minha avó tem novos vizinhos... - suspirou Cat, olhando para o Scénic prata que estacionava numa casa ao lado. - E isso significa que logo logo ela vai vir dizendo "Catherin, minha querida neta, por que você não vai até a casa do vizinho novo para convidá-lo - ou convidá-la - para conhecer a vizinhança...? - ela cantarolou, balançando a cabeça para os lados com uma expressão tediosa no rosto.
      - Ei, Cat. - falou Arthur, depois de respirar BEM fundo para conseguir mais coragem e parar de agir como um covarde na frente da garota que ele estava interessado. - Se você tem uma avó morando em Mornington, por que você ainda tá no dormitório feminino?
      Cat resmungou algo em voz bem baixa e colocou as mãos nos bolsos de sua jaqueta.
      - Porque eu não tenho um carro e teria que acordar muito cedo pra chegar à tempo na faculdade. - e ela sentou-se na grama e começou a brincar com seu cachorro enquanto olhava para Tieko. Seu rosto estava corado, como se estivesse com vergonha de estar ali com Arthur.
      Arthur também parecia incomodado, tentando ficar o mais longe possível do cachorro e tentando ficar mais perto de Tieko ao mesmo tempo. Na opinião de Cat, aquela era uma tarefa impossível e algo lhe dizia que aquele seria um domingo muuuuuito chato... se um jovem e bonito rapaz de cabelos e olhos azulados, usando um suéter azul-marinho sobre uma camisa social branca, não aparecesse no jardim com um sorriso incrivelmente charmoso em seu rosto.
      - Com licença... eu sou o novo vizinho. - ele disse, estendendo a mão para Catherin. - Gostaria de me apresentar. O meu nome é Aindrea Terence.
      - Pra... prazer em conhecê-lo. Sou Catherin McKinnion, mas... é... é a minha avó quem mora nesta casa. Eu vou chamá-la. - ela gaguejou, correndo em seguida para dentro da casa antes que alguém pudesse dizer algo.
      - Nossa... eu não sabia que ela era tão tímida. - comentou Tieko, ao sentir a brisa que passou por seu rosto quando Cat correu para dentro da casa.
      - Nem eu. - completou Arthur. - Desculpe-me se estou sendo chato, mas você vai estudar na Universidade Fallen?
      - Sim. - ele respondeu, vendo que Arthur havia se curvado para o lado, provavelmente porque Tieko havia lhe dado um cutucão bem forte nas costelas. - Eu fui transferido para o primeiro período deste semestre.
      - É um prazer... -ai- conhecê-lo... -você podia cutucar um pouco mais fraco, Tieko- Aindrea. Sou Arthur Crossroads, do segundo ano do básico... -isso DOEU!-.
      - Meu nome é Tieko Aikawa. - ela cumprimentou, olhando feio para Arthur. - Aluna de intercâmbio.
      - Intercâmbio? De que país você é...? - começou Aindrea, sendo interrompido por fortes latidos.
      O grayhound de Cat estava latindo de forma muito brava para algo no ar. Um vento forte começou a soprar no jardim e um riso feminino histérico pode ser ouvido em toda a vizinhança. Arthur aproximou-se de Tieko e passou os braços sobre os ombros dela, tentando tirá-la de perto de onde o cachorro estava olhando fixamente. Aindrea deu alguns passos para trás, mas algo lhe dizia para continuar ali e esperar.
      Catherin pode ouvir o riso histérico de dentro de casa e correu para o quintal, preocupada com Tieko. Aquela Kaze-alguma-coisa havia prometido que voltaria, especialmente depois que Cat cortara seu rosto e arruinara sua reputação ao derrotá-la em batalha. Com certeza ela estaria atrás de vingança e tentando cumprir sua missão... isso significaria levar Tieko para a dimensão dela e esse fato era algo que Cat não iria permitir.
      Pois ela era Saturn Guardian. Nunca permitiria que uma criatura doida de outra dimensão simplesmente aparecesse para bagunçar toda a sua vida e a de seus amigos.
      - Saturn Violet POWER!

***
      Quando Saturn Guardian finalmente saiu da casa, tudo o que pode ver foi Kazeko rindo como uma hiena, sem perceber que Tieko, Aindrea e Arthur estavam fugindo dali na ponta dos pés, tentando sair do quintal o mais silenciosamente possível. Aindrea acenou para eles, sussurrando algo que, à distância, podia ser traduzido por 'vamos para a minha casa antes que ela perceba que não estamos mais ali'.
      - Já foi derrotada uma vez e ainda não aprendeu a prestar mais atenção, Kazeko?! - riu Siren, com os braços cruzados. - Quer mais alguns cortes?
      - O quê...?! - exclamou Kazeko, olhando para baixo e para os lados, finalmente percebendo que estava sozinha no quintal. Ela fechou o punho e sua expressão tornou-se a de uma pessoa realmente furiosa. - Você, cujo cabelo é azul como o mais profundo gelo glacial! REVELE SUA VERDADEIRA IDENTIDADE! E... quanto a você... - ela olhou para o cachorro de Cat. - Quieto. - e o grayhound foi jogado para o quintal do vizinho com um simples movimento da youma.
      Quando Kazeko terminou seu 'discurso', Aindrea subitamente parou de correr e, segurando a cabeça com ambas as mãos, gritou de dor, caindo de joelhos e curvando-se como se tentasse proteger-se do que estava acontecendo. Preocupada, Tieko voltou alguns passos e estava quase encostando no ombro de Aindrea quando ele começou a se levantar, lentamente, seus olhos vermelhos e com um estranho sorriso em seu rosto. Um grito de pânico escapou da garganta de Tieko, que começou a andar para trás, tentando fugir daquele que antes, tentava ajudar.
      - AFASTE-SE DELA! - gritou Arthur, pulando sobre Aindrea.
      Ao ver aquela cena, Siren ficou sem saber o que fazer primeiro. Arthur faria o que pudesse para proteger Tieko, seus olhos mostravam isso. Mas Aindrea - ou seja lá quem ele realmente fosse - certamente era mais forte do que um humano comum e, para piorar a situação, caso Siren tentasse ajudar Arthur, Kazeko estaria livre para fazer o que bem entendesse.
      - Arthur, vai ter que cuidar disso sozinho! - gritou Siren, estendendo o braço direito em sua frente e abrindo a mão, fazendo com que uma alabarda semelhante a Silent Glaive surgisse no ar. - Eu cuido da dona Risadinha aqui!
      - Tá! Eu vou tentar... *GAH* - respondeu Arthur, um pouco antes de ser sufocado pelas mãos de Aindrea, que apertavam seu pescoço como se quisessem separá-lo da cabeça.
      Tieko segurou um grito quando viu Aindrea tentando esganar Arthur e correu para pegar um galho de árvore que estava no chão, usando-o para dar uma forte pancada nas costas de Aindrea, com toda a força que possuía nos braços. Entretanto, tudo o que conseguiu fazer foi desviar-lhe a atenção e ele soltou Arthur, que caiu de joelhos, respirando com dificuldade. Os olhos amendoados da descendente de japoneses arregalaram-se de horror quando viram que Aindrea vinha caminhando em sua direção, com um sorriso maligno no rosto.
      - NÃO! gritou Siren, olhando na direção de Tieko.
      - Ahá! Agora, quem é que não está prestando atenção na luta? - riu Kazeko. - Tome ISTO! - ela uniu as mãos na frente de seu corpo e mirou em Siren. Um redemoinho surgiu de suas mãos, forte o suficiente para erguer Siren do chão até a mesma altura da árvore onde Arthur havia estado até alguns minutos atrás. Sorrindo, Kazeko baixou os braços, fazendo o vento cessar, deixando Siren em queda livre.
      "Putz, isso VAI DOER!" - pensou Siren, tentando imaginar uma maneira de amenizar sua queda.
      - Parece que não há mais ninguém para me impedir de levá-la, minha jovem... - disse Kazeko, caminhando lentamente na direção de Tieko.
      Os olhos de Arthur mostravam um claro temor quando viu Aindrea agarrando o braço de Tieko, fazendo-a gritar. Ele precisava fazer alguma coisa, não podia deixá-la indefesa...
      ... mas algo em sua mente o dizia que ela não era uma garota comum. Que ela não era indefesa.
      Finalmente, após meses de descanso, a velha enxaqueca que sempre atormentara a vida de Arthur retornou, forçando-o a abaixar a cabeça até que sua testa encostasse no chão, tornando-o incapaz de erguer o rosto. Ele segurou a própria cabeça com ambas as mãos e tentou ignorar a dor que sentia.

                  -Ela não é indefesa e você sabe disso.-
                        -Você sabe que ela não é uma simples garota.-
                              -Você sabe que ela pode cuidar disso sozinha.-
                                    -Ela não é uma simples humana, assim como VOCÊ!-
                                          -Você carrega um segredo em sua alma, LIBERTE-O!-
                                                -SILÊNCIO! EU NÃO QUERO MAIS OUVIR ISSO! NÃO QUERO!-
                                          -Você está com medo do que pode acontecer no futuro.-
                                    -Você não pode deixar esse medo tomar conta da sua alma.-
                              -Você sabe que essa decisão pode mudar a sua vida.-
                        -Você sabe que essa decisão pode mudar o seu DESTINO.-
                  -Tudo está em suas mãos agora. O que vai escolher?-

      - Podemos ir, garota? Depois de terminar com isso, eu... - começou Kazeko, quando viu algo brilhando na testa de Tieko. - Entendi. Era atrás de você mesma que eu tinha que vir. Você é a que eu procurava.
      - NÃO! - gritou Arthur, levantando-se lentamente, um brilho dourado vindo de sua testa. Seu cabelo castanho parecia estar sendo levado por um vento que afastava os fios que caíam em seu rosto, deixando o símbolo de sua testa à mostra. - Você vai ter que me matar primeiro... Earth Destiny POWER!
      - Peraí! - exclamou Siren, fincando sua alabarda na parede de madeira da casa da Vovó McKinnion. - O Arthur é...
      Uma luz dourada envolveu o corpo de Arthur e suas roupas também foram mudadas. Quando a seqüência de transformação terminou, elas haviam sido substituídas por calças e botas pretas que pareciam ser feitas do mesmo material, quando olhadas de relance, uma camisa branca sob uma jaqueta marrom e uma braçadeira branca com o símbolo da Terra em seu braço direito. No lugar do cinto, estavam presas faixas de tecido marrom, cujas pontas tremulavam com o vento. Em suas costas estava presa a bainha de uma espada, que ele tirou da bainha e preparou-se para atacar.
      - Parece que não há fim para as surpresas por aqui... - disse Kazeko, erguendo o braço esquerdo na frente de seu corpo, criando um pequeno tufão na direção de Arthur, para fazê-lo voar para longe do jardim. Porém, ele saltou sobre o tufão e, com uma cambalhota no ar, conseguiu pousar bem atrás de Kazeko, cutucando-a com a ponta da espada.
      - Então, Kazeko... o que vai fazer agora? - ele perguntou, com um sorriso no rosto. - Sair daqui... ou morrer?
      - Ainda nos encontraremos, guerreiro. - ela respondeu, desaparecendo no ar.
      - Que batalha curta. - comentou Siren, descendo no chão com segurança. - Mas... o que é que vamos fazer com ELE?
      Os olhos de Aindrea ainda estavam vermelhos e seu rosto não havia voltado ao normal. Com a fuga de Kazeko, ele soltara o braço de Tieko e parecia confuso, sem saber o que fazer, olhando para todos os lados antes de finalmente, encarar os dois guerreiros e tomar posição de ataque.
      - Ele é obra da Kazeko. - respondeu Arthur, empunhando sua espada. - Não acho que temos outra escolha senão matá-lo.
      - Tem certeza disso? - perguntou Siren, fazendo sua alabarda desaparecer. - E se esperássemos um pouco mais...
      - Acha que eu vou ficar esperando até que ele nos ataque?! - retrucou Arthur, aproximando-se de Aindrea. - Você parecia ser um cara legal, Aindrea... desculpe por isso. - e ele ergueu a espada para atacar.
      - NÃO! - gritou Tieko, surpreendendo Siren e Arthur, que parou seu ataque e baixou a espada. Ela correu na frente de Aindrea e estendeu os braços. - Você não vai matá-lo, Arthur.
      - Sai do caminho, Tieko! Ele pode te atacar! - gritou Arthur, visivelmente nervoso.
      - Não! Eu sei que podemos encontrar uma maneira de trazê-lo de volta ao normal! É só uma questão de tempo! - ela continuou gritando, balançando a cabeça, com lágrimas nos olhos.
      - É só uma questão de tempo até ele te atacar! Lembre-se do que a Kazeko disse, 'revele sua verdadeira identidade'! Isso é o que ele realmente é! - e Arthur ergueu a espada mais uma vez.
      - Se é assim, mate-me primeiro! Eu não vou ser responsável pela morte de um inocente!
      Siren notou que os olhos de Aindrea começaram a mudar de cor quando ele ouviu a última frase dita por Tieko. Seu corpo tremia e ele abraçou os joelhos, abaixando-se, o que deixou Arthur e Tieko surpresos. Parecia que estava se lembrando de algo de um passado distante.

***
      - JÁ CHEGA, ART! - ela gritou, entrando na frente de Art, usando sua kodachi para bloquear o ataque dele contra o jovem de cabelos azulados. - Isso é só um treino, não uma luta de verdade.
      - Como é que ele vai estar preparado para uma luta de verdade se você não me deixa ensiná-lo o que é o medo de sentir a morte por perto? - retrucou Art, piscando um olho.
      - Nós NÃO somos guerreiros, Art de Endymion. - ela respondeu, ajudando o outro rapaz a se levantar. - Somos protetores. Nunca se esqueça disso. Amerin, tudo bem com você?
      - Kyn, desse jeito você vai mimar o garoto... - riu Art, colocando a espada na bainha. - Eu sei que não somos guerreiros, mas como poderemos proteger alguma coisa se não formos capazes de lutar?
      - Iremos proteger o Tempo e o Destino com as nossas verdadeiras habilidades. - ela respondeu, ajudando Amerin a sair dali. - Essa é a nossa função. E é por isso que estamos estudando com afinco.

***
      Subitamente, o corpo de Aindrea foi envolvido por uma luz azul-marinho, fazendo com que Arthur, Tieko e Siren se afastassem dele. A luz foi ficando cada vez mais forte, forçando-os a fechar os olhos.
      Quando puderam abrir os olhos novamente, tudo o que puderam ver foi um rapaz inconsciente no chão. Suas roupas eram parecidas com as que Kenneth usara quando se transformara em Jupiter Guardian, mas as cores eram diferentes. Sua blusa era azul-marinho e as botas, azul-claro. Uma água-marinha brilhava no meio de sua tiara.
      - Amerin...! - exclamou Arthur, olhando para Aindrea.

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