Silent
Night
shortfic
by Dohko!
"
Like the brief doomed flare of exploding suns that registers dimly
on blind men's eyes, the beginning of the horror passed almost unnoticed;
in the shriek of what followed, in fact, was forgotten and perhaps
not connected to the horror at all. "
-=
The Exorcist, William Peter Blatty, 1971 =-
*jingles*
Um barulho. Quase imperceptível,
um pouco distante e muito diferente. Abrindo seus olhos repentinamente,
seu coração palpitava assustado diante daquele som desconhecido.
Sono já não era mais a preocupação da sua
mente, seu tato captando o frio da noite e indicando que as trevas ainda
reinavam em seu quarto. Tateando sua mão pelas paredes, tentava
com sua mão pequenina encontrar o interruptor.
Luz sempre espantava as Trevas. Colocando
sua mente nesse pensamento, seu corpo parecia acalmar-se um pouco com
a paz que encontraria. Era como se a luz também fosse espantar
aquele estranho barulho. Muitas haviam sido as vezes em que sua mãe
lhe contara sobre as habilidades da Luz. Em como ela conseguia sempre
espantar a escuridão, as Trevas, por mais pequenina e frágil
ela fosse. A conclusão lógica era de que a Luz espantava
tudo o que era ruim, pois as Trevas era o lugar onde os monstros viviam.
Isso bastava para diminuir o pavor que
sentira no repentino despertar. Porém, não muito depois
que conseguira encontrar o interruptor, o som se repetiu. Desta vez
era mais forte... ou estava apenas prestando mais atenção?
Qualquer que fosse o caso, parecia mais próximo, sua mão
se congelando no caminho para ligar a luz. Para espantar as Trevas.
*jingles*
Barulho infernal. Som infernal. Tão
estranho, tão diferente... por que havia de ser naquela hora
da noite? Por que não quando houvesse luz no recinto? Sua mão
começou a tremer e naquele instante que percebera que o barulho
não se repetia. Engolindo sua própria saliva, pensava
então se deveria agora ligar a luz. Por um lado, gritava para
que acendesse. Espante as Trevas! Espante o Som!
Mas também era medo que guiava
a sua mão. Medo de que ligando a luz, o causador do estranho
ruído fosse atacar quem visse primeiro. E não havia mais
ninguém naquele quarto, restando apenas uma possível vítima
bem próxima ao interruptor. Que decisão então tomar?
Ligar ou não ligar? As batidas de seu coração estavam
ficando fortes, intensas. Como se estivesse entalado em seu pescoço,
a sensação era horrível e desagradável.
Suor formava em sua testa, incerteza
do que fazer e não fazer. Isso sem mencionar coragem. Teria o
suficiente para fazer o que precisava ser feito? Já se perguntara
isso, mas nunca precisou realmente responder. Não até
aquele momento. Era tudo tão estranho... principalmente esses
pensamentos vindo numa hora tão inapropriada. Dali a alguns instantes,
poderia jurar que ouviria o bafo quente e mórbido da criatura
noturna que produzia esse som a roçar em sua nuca. Mas isso não
ocorreu.
Perdendo-se em seus próprios pensamentos
e amaldiçoando-se por sua inabilidade de fazer alguma coisa,
resolveu que esta seria sua reação ao desconhecido. Pensar.
Pensar em coisas distantes, muitas coisas. Várias coisas, tudo
para fugir daquele lugar. Para fugir das Trevas. Para fugir de tudo,
iria simplesmente pensar.
Pensar para não sofrer, para não
tentar adivinhar o que aconteceria consigo enquanto pensava. Pensar,
tão apenas para fugir. Para ali não estar. Era tudo o
que precisava fazer. Não precisaria sofrer para enfrentar a besta,
não precisaria sequer suar para tanto. Apenas pensar, escapar
com sua mente daquele lugar profano que era o seu próprio quarto.
A solução era um tanto drástica, mas nada poderia
ser tão perturbador como aquele barulho.
Aquele barulho que se repetia em sua
mente como uma tormenta, como um sinal de que não havia se preparado
para o que a vida poderia colocar em seu encalço. A solução
só podia ser aquela. Iria fugir. Mas não com suas pernas
lentas, não com aquele corpo fraco e deficiente. Iria fugir com
sua mente. Não iria sofrer, o que seria a pior coisa naquele
momento. Morrer sofrendo era como morrer aos poucos de uma forma brutal.
E por que afinal havia de ter o som?
Por que não eliminar a sua existência sem que precisasse
de seu consentimento ou a consciência do que viria? Quais eram
as razões de tantas tormentas? E, acima de tudo, qual era o motivo
por tanta demora? Ainda estaria com vida? Teria a criatura ido embora
vendo o pavor que provocara?
Deveria estar satisfeita, pois agora
não dormiria mais. Não, não da mesma forma tranqüila
em que estivera antes de tudo começar. Ou estaria então
num pesadelo? Qual era a resposta de suas perguntas? Quais eram suas
perguntas? Persistindo sua mente numa busca invisível, pouco
percebeu que haviam se passado poucos segundos nos quais sua mão
estivera quase imóvel próxima ao interruptor.
Aos poucos, sua respiração
se controlava, seu coração batia num ritmo mais lento
e calmo. Controlando-se, esperava que agora fosse o momento em que iria
acordar. Afinal, já haviam sido tantas as vezes em que se perdia
entre o acordar e o dormir que não poderia dizer o que era um
sonho e o que não era.
*jingles*
Seu coração voltou a bater
num ritmo frenético, os pêlos de seu braços arrepiando-se
diante daquele som tenebroso. Enfim, uma decisão veio à
sua mente. Sua mão se afastou do interruptor. Não iria
ter medo. Não iria fugir. Se assim continuasse, o que poderia
vir de seu futuro? Provavelmente algo pior do que aquele som. Isso se
viesse algum.
Ganhando confiança e coragem cada
vez que respirava mais calmamente, seus pés tocaram o frio chão
de seu quarto. O peso de seu corpo logo era apoiado, enquanto a escuridão
reinava em seus olhos. O que não poderia ver também não
poderia aterrorizar muito. Não teria medo. Não teria medo.
Não teria medo. Aquele foi seu mantra, enquanto ainda não
havia coragem o suficiente para dar o primeiro passo.
Mas não teria medo. Assim foi
dado o primeiro passo na Escuridão, no domínio do Mal.
Não importava mais o som, mas a origem do mesmo. Cerrando seus
punhos, estava preparando-se para vencer esse medo. Iria aprender a
caminhar na Escuridão. Iria aprender.
Sentia uma brisa suave roçar a
sua pele, como se alguma janela estivesse aberta, banhando o lugar da
fera com o luar macabro. Porém, isso não assustaria. Não
mais. Um segundo passo foi dado. Nada poderia lhe fazer mal em sua própria
casa. Tinha coragem, confiança e era tudo o que precisava.
*jingles*
A besta desafiava novamente. Sentindo
o frio do chão em seus pequenos pés, a realidade tomava
conta de seu coração. Passos retos, sempre em frente.
Foi o que ordenara à sua mente para encontrar a fera desse mundo
das trevas. E não teria medo. Três passos já haviam
sido dados. Quatro. Cinco. Seis... em breve estava correndo pelo corredor.
O som tornava-se mais forte, como se
também pressentisse a sua presença, como se a fera estivesse
satisfeita em encontrar um oponente. Não teria medo. Seria esse
oponente tão esperado. Já estava bem perto, faltava apenas
alguns passos mais na direção da fera das sombras. Desta
vez, não seriam jingles que impediriam que defendesse sua própria
casa.
Um passo de cada vez, como sempre iria
fazer. Tão perto e tão distante do que fazer, isso chegava
inclusive ao desejo de amaldiçoar a si mesmo pela imprudência.
Um plano, acima de qualquer coisa incluindo seu medo, deveria ter sido
seu primeiro passo. Mas conhecer seu inimigo era também uma das
primeiras regras.
Não deveria atacar como se fosse
um desesperado em contos-de-fada. Também não estava em
um, o que significava que teria vitória após o confronto.
A criatura das trevas estava apenas esperando, julgando pelo som constante
numa distância fixa. Um plano bem definido poderia garantir a
sua vitória. Ao mesmo tempo, estava agora tendo preocupação
demais. Poderia também não ser uma criatura das trevas.
O que poderia estar dando tanta certeza? Não devia ter julgado
pelo tipo de som noturno produzido.
O medo era uma arma de dois gumes. Com
ele, poderia ser forte e atacar qualquer um. Isso, entretanto, tinha
o preço de sua vida. O desespero acabaria por levar a conclusões
errôneas, mal-colocadas. Pensar bem antes de agir. A escuridão
era a única coisa que separava ambos em sua casa. Que outra coisa
poderia perceber do som?
*jingles*
Próximo à janela. Som claro
de metal, límpido e agudo. Um sinete talvez? Balançando
ao mesmo ritmo que a brisa suave da janela. Um metal leve ou um objeto
leve. Uma espécie de coleira? Se estava próximo à
janela, esta estava aberta... noite de luz cheia, luar ao seu redor.
Estava um pouco frio, portanto devia estar agasalhado ou ter pêlos
grossos.
Respiração quase inexistente,
ou balanceada com o sopro noturno do vento. Não havia qualquer
indicação de seu tamanho, porém precaução
nunca seria demais. Tateando sua mão pelo escuro, encontrava
um guia nas paredes da casa. Aos poucos, com passos silenciosos, aproximava-se
de um quarto especial. Um que apenas entrara uma única vez.
Mas que lembrava-se perfeitamente de
ter encontrado algo que poderia usar para defender-se. Ali. Bem próximo
à porta. Parecia um cajado de metal na primeira vez que tocara,
mas era leve demais. Agora iria precisar dele. Entrando no quarto, procurando
na escuridão o objeto de metal, suas mãos logo encontraram
o que procuravam.
Então veio a luz. Uma luz intensa,
branca e cegante. Uma luz que passava diretamente para sua mente, iluminando
todas as trevas que existiam e se nutriam de seu medo. Seus olhos estavam
fechados com força, mas nada adiantava. Segurando o pedaço
de metal bem firme em suas pequeninas mãos, apenas esperava que
as luzes agora fossem embora.
Estivera tempo demais na escuridão,
não suportava mais a luz. Estava aos poucos se tornando sua própria
criatura das trevas. Como curar? Por que a cura deveria ser dolorosa?
Concentração. Não fugiria de novo. De onde vinha
a luz? Onde estava?
Não havia mais a presença
da brisa suave a roçar suas pernas como quando estivera próximo
do quarto. Era como se agora estivesse mergulhado no éter. Estava
frio. Tudo ao seu redor estava frio. Podia sentir o calor de seu corpo
fluir ao redor de si, escapando aos poucos. Suas mãos começaram
a tremer, mas não soltaram o cajado. Aquela seria sua defesa.
De onde vinha aquela luz gélida?
Parecia vir de todas as direções, como se estivesse mergulhado
dentro dela. Ela o abraçava, como o frio da morte pouco antes
de retriar o calor do corpo de uma pessoa. Como antes de uma pessoa
perder a vida, pouco antes de sua chama se apagar...
Concentração. Sem devaneios.
Não podia pensar em outra coisa. Estava ali para encontrar algo
para derotar a criatura das trevas. Já tinha o que queria, faltava
agora saber para onde ir. Ou melhor, COMO ir. Espere... até agora,
tudo o que havia presenciado era o frio. Frio vindo de todos os lugares.
Não havia uma brisa.
Não havia um chão.
Não havia nada.
Exceto o frio. Somente o frio da morte.
Não havia nada que pudesse ouvir. Nada que pudesse sentir. Nada
que seu olfato pudesse perceber. Nada exceto frio, um frio intenso a
furar sua pele. Suas mãos.
O frio vinha de suas mãos. O frio
vinha do cajado.
Mas suas mãos não soltariam
aquele cajado. Estava então ainda em sua casa. Erguendo um pé,
logo seu corpo firmou seu peso novamente no chão frio da casa.
Estava todo aquele tempo ainda em sua casa. Sempre esteve. Porém,
o cajado parecia tornar tudo muito diferente. Como se estivesse em um
outro mundo. Um mundo silencioso, com a presença apenas do frio
da morte. Era um bom cajado aquele.
Deslizando seus pequenos dedos pela superfície
lisa e metálica do cajado, logo encontrava pequenas partes que
não o faziam mais parecer-se com um cajado comum. Saliências.
Estruturas. Quase como uma chave gigante em suas mãos. Que tipo
de porta aquela chave abriria? Bem, não importava. Concentração.
Era tudo o que precisava.
Andando, controlando seu próprio
corpo, suas próprias sensações, passo a passo aproximava-se
novaemnte da fera noturna. Desta vez, entretanto, havia um diferencial.
Havia um cajado de metal em suas mãos e embora não soubesse
manejá-lo, seria o suficiente para afastar a fera de sua direção.
Ao menos, era o que se esperava da criatura.
Iria conseguir. Breve, estava novamente
na mesma posição anterior, perto da sala onde a fera estava.
A brisa suave novamente a tocar sua pele, o pequeno e tilintante som
do sino, o frio do chão e o calor vindo de uma lareira acesa.
O som, entretanto, era o que mais chamava atenção. Caminhando,
calma e disciplina eram suas ferramentas de auto-controle. Sempre seriam.
Sempre haveriam de ser.
Lições aprendidas, muitas
lições sendo dadas. Sete anos ininterruptos. Uma pequena
vida para não perder-se na Escuridão. Vida. Vida nunca
seria em vão. Cajado firme em mãos, seus passos se aproximavam
cautelosamente da origem do som. Nenhum ataque, nenhuma mordida, nenhum
ferimento. Um último avanço. Mais rápido, quase
a correr.
Finalmente alcançou. Agora, tudo
o que havia era o silêncio. Apenas o som suave da brisa a tocar
levemente sua mão, o sinete preso entre seus dedos. A criatura
não ousaria atacar agora. Porém, havia algo estranho.
Seus dedos subiram, encontrando não uma coleira, porém
uma fita. Uma fita de tecido, subindo pela janela. Como se tivesse sido
um enfeite a chamar sua atenção durante a noite, a dar-lhe
um susto que o fizera inclusive entrar no quarto mais sombrio de todos.
Mas seu medo havia sido superado. Não
o medo do desconhecido. Todos os medos. Não teraia agora medo
para seguir em frente, saberia agora como agir. Afastando-se da janela,
encontrava então algo diferente na sala. A lareira. Ela ainda
estava acesa. Mas quem haveria de acendê-la? Por que não
havia o som da madeira crepitando ao fogo?
Não havia luz para seus olhos,
um objeto estranho logo tocando seu cajado. Suas mãos seguiram
em frente na Escuridão. Não havia mais medo. Uma esfera.
Uma esfera lisa e aparentemente metálica, fria e presa em alguma
coisa. Leve e oca, estava presa numa árvore. Mas não haviam
árvores em sua casa. Muito menos DENTRO da casa.
Estava presa num galho de árvore.
Uma árvore pequena para caber dentro da casa. Ramos ainda verdes,
como se tivesse sido colhido naquele instante. Orvalho fresco ainda
presente entre sua folhas pontiagudas e finas, um ramo de abeto ou pinheiro.
O cheiro... como não havia percebido antes? O cheiro de uma floresta
de pinheiros ainda presente naquela árvore.
Ainda não havia sons, mas isso
não incomodaria mais. Seus pés descalços notavam
a presença de algo novo na sala. Um carpete... não, um
pequeno tapete de veludo. Circular, ao redor da pequena árvore.
Não havia medo em seu coração. Era agora uma pessoa
diferente. Tinha um cajado... uma chave para o mundo da coragem, da
confiança. O seu novo mundo.
A árvore também estava
diferente. Não havia apenas uma esfera adornando um de seus galhos,
mas muitas mais. Não apenas esferas, mas pequenos objetos que
nunca havia visto antes. Casas de madeira, pessoas com asas e um aro
de metal acima da cabeça, meias fofas de veludo... havia inclusive
um cordão macio a circular toda a árvore, de cima a abaixo,
da esquerda para a direita, envolvendo-a por completo.
Pequenas velas que derretiam durante
a noite, enquanto suas chamas chamavam a atenção de suas
mãos, absorvendo o calor que nelas existiam. A árvore
também não era tão alta quanto podia imaginar.
Era baixa, um pouco mais alta do que sua própria pessoa. Para
tocar o topo, apenas precisaria esticar seus pés. Isso foi feito,
suas mãos encontrando então um novo objeto. Uma estrela
de cinco pontas.
Era de metal, pesada... provavelmente
ouro. Sua superfície estava bem trabalhada, feita por um bom
artesão, e deveria estar refletindo a luz que pouco havia na
sala com muito esplendor. Devia ser um bom espetáculo... mas
uma coisa deixava seu coração alegre. Luz.
*click*
A luz invadiu toda a sala, iluminando-a
por completo. No canto, próxima à janela, estava uma pequena
árvore de natal. Ao lado, um garotinho a segurar um objeto deveras
valioso e perigoso. Sua mão tateava pela árvore, enquanto
o pijama folgado ainda mantinha parte do calor de suas cobertas, protegendo-o
do frio daquela noite. A janela aberta mantinha abaixo de si o sinete
dourado preso por uma fita larga em vermelho e branco.
O garoto, entretanto, não poderia
perceber as cores. Sua falta de visão não permitiria e
ela sabia disso. Observando a lareira ainda quente, as cinzas eram o
único sinal da madeira que devia estar crepitando muito tempo
atrás. Não imaginava, porém, que ele acordasse
tão tarde da noite para investigar a sala.
*jingles*
Ou talvez fosse algo que tivesse acordado-o.
Exibindo um meio-sorriso em seus lábios, sabia ela que o garoto
sentia sua presença. Seus sentidos eram bem aguçados para
balancear a falta da visão, embora o que passava dentro de sua
cabeça fosse o que mais havia de surpreendente naquela casa.
- Kaasan? - chamou ele, exibindo certa
preocupação em sua voz e em seu rosto. Como se tivesse
realizado alguma travessura, tentava a todo custo esconder um objeto
atrás de si. Entretanto, o objeto era muito maior do que ele.
E ele sabia.
- Nem completou oito anos... - observou
a mãe, seus olhos jamais deixando a figura quase solitária
do garoto. - ... e já consegue segurar a minha Time Staff. Estou
orgulhosa, meu filho.
O garoto engoliu sua saliva a seco. Não
sabia que carregava a Time Staff de sua mãe até aquele
momento. A Time Staff. O símbolo da Guardiã do Tempo.
O símbolo que representava o trabalho de sua mãe. Era
também muito mais do que um símbolo. Era uma ferramenta.
Uma ferramenta poderosa.
O objeto que permitiu que enxergasse
a luz. Enxergar a luz através das trevas de seus olhos. Alegre
e temeroso ao mesmo tempo, não havia muito o que fazer. Suas
mãos, ainda tremendo devido ao frio que sentira anteriormente,
apenas ofertaram a Time Staff novamente à possuidora original.
Sailor Pluto tomou a arma das mãos
de seu filho, colocando-a ao lado da lareira em seguida. Ele podia não
enxergar com seus olhos, mas enxergava muito mais com outros olhos.
Agora, ele não tinha medo. Não iria nunca ser intimidado
por um obstáculo, por maior que fosse. Afinal, ele era seu filho.
E isso a orgulhava.
A noite continuou a progredir num silêncio,
a Senshi de Plutão abraçada a seu filho que tinha uma
visão diferente do mundo. Uma visão que aos poucos seria
moldada pela Time Staff. Uma visão que seria mudada no futuro,
pois esse seria o destino dele.
- Chronos... - sussurrou ela ao seu ouvido.
Chronos seria seu nome. Chronos, como
Tempo em uma língua futura. Chronos... como o Tempo haveria de
ser, indiferente ao que os olhos eram capazes de ver. Aquele que enxergaria
pelo coração aqueles que o rodeariam um dia... Chronos.
Esse era um bom nome.
- Sumimasen... - desculpou-se ele. -
Eu... eu estava com medo.
- Está tudo bem... Chronos. -
assegurou sua mãe, Fate. - Daijoubu...
Dali até muitos anos, aquela noite
ainda seria lembrada por Chronos. Aquela noite de 30 de Crystal. Aquela
noite mágica de silêncio sagrado. Aquela noite em que seus
medos se extinguiram e a esperança de uma nova vida começaram.
Aquela noite em que tudo mudou.
Aquela noite de Natal.
Merry
Christmas, minna-san.
Notas
do Dohko!
A quem interessar possa, eu gosto de Comentários & Críticas.
Prometo que não irei morder ninguém se me mandarem. Não
apenas isso, como também prometo que uma Noite de Natal é
muito mais do que ela possa aparentar. Para cada um, a Noite de Natal
significa alguma coisa. Presentes, boa comida, esperança, uma
nova vida. O que for.
É um significado especial que
cada um de nós temos. Não importa realmente que seja por
uma noite. Mas é a noite que todos nós damos um significado
especial. Natal significa nascimento e todo nascimento indica uma mudança,
não importando quão pequena ela seja. Natal não
está presente numa data, está presente no que permitimos
sentir nessa data.
Poderia ser qualquer noite a sua Noite
de Natal, e qualquer que seja ela, tenho certeza de que é especial.
A Noite de Natal de todos nós será então a noite
que desejo a todos uma nova vida. Uma vida repleta de emoções,
de vida, de luz. Uma noite em que os desejos se tornam realidade, uma
noite que raros olhos percebem a luz dos corações.
Que seja então uma noite feliz.
Uma noite onde o silêncio transponha o sentido das palavras. Uma
noite que se torne sagrada para cada um.
Um Feliz Natal.
Ah! Antes que eu me esqueça, a culpa é de Saotome! ^^
Por quê? Pergunte a ele. ^^;;;
Thanks
for your time, minna-san! ^_^
Dohko!
21 de Dezembro de 1999
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