São
Bento
- Quem foi São Bento de
Núrsia -
"Houve um varão de vida venerável,
Bento pela graça como também pelo nome, que foi dotado,
desde a mais tenra infância, de uma sabedoria de homem
plenamente maduro". Nasceu por volta
do ano 480 na província de Núrsia - Itália, era de uma
família de alta nobreza e com uma sólida formação
familiar cristã, mas renunciou os estudos superiores,
escandalizado com a vida imoral que encontrou em Roma.
Buscando a solidão num deserto chamado Subiaco era
alimentado por um monge de nome Romano (Trata-se de São
Romano, cuja festa a Igreja passou a celebrar no dia 22
de maio). " Um dia, estando só,
apresentou-se diante dele o demônio tentador. Uma
avezinha negra começou a girar em sua face, de tal sorte
que o santo varão teria podido pegá-la com a mão se o
quisesse; mas, fazendo ele o sinal da cruz, afastou-se a
ave. Nem bem se havia ela afastado quando sobreveio a ele
uma tentação carnal tão violenta, com nunca a sentira.
De fato, ele havia visto outrora uma mulher que o
espírito malígno representava agora vivamente aos olhos
de sua imaginação; e de tal modo o ânimo do servo de
Deus foi inflamado por sua beleza que mal cabia em seu
peito a chama da paixão e, quase vencido, pensava já em
abandonar o deserto. Mas, iluminado pela graça do Alto,
voltou a si, tirou as vestes e lançou-se nu sobre um
espesso matagal de espinhos e urtigas; e tendo-se
revolvido neles longo tempo, trocando o prazer pela dor,
curou a ferida da alma pelas feridas do corpo e venceu o
pecado". Seu lema "ora
et labora" ("reza e
trabalha"), não perdeu ainda hoje a sua
importância e eficácia como desafio e modelo de
santidade perfeita.
- Durante a vida, construiu
mosteiros, curou doentes, ressuscitou mortos, enfrentou
tiranos e fundou a Ordem Beneditina. Iluminado por tantas
graças, Bento tinha o Dom da profecia. Era sua
capacidade de anunciar, com indiscutível precisão,
acontecimentos futuros. A graça da compunção e o Dom
das lágrimas fazia de bento um homem compassivo e
profundamente orante. Como que associado ao Dom da
profecia, as lágrimas lhe desciam os olhos diante das
revelações que Deus o permitia receber.
- De sua morte, sabe-se que
morreu consciente, pois sabia a hora de sua chamada e,
inclusive seis dias antes, mandou preparar o seu túmulo.
Doente e com o corpo abatido pelas severas penitências,
dirigiu-se à Celebração Eucarística, comungou e,
morreu de pé, sustentado por seus discípulos (isso por
volta do ano 547). Mesmo depois de morto ainda realizou,
por meio de seus filhos espirituais, uma obra
civilizadora e evangelizadora colossal. O Papa Pio XII
chamou-lhe, a justo título, Pai da Europa.
- São Bento servia-se do sinal
da cruz para fazer milagres e vencer as tentações.
Daí, veio o costume muito antigo, de representá-lo com
uma cruz na mão.
- Medalha de São Bento - Não é um "amuleto da
sorte". Trata-se de um sacramental, isto é, um
sinal visível de nossa fé.
- Na frente da medalha (veja foto) são
apresentados uma cruz e entre seus braços estão
gravadas as letras C S P B, cujo
significado é, do latim: Cruz Sancti
Patris Benedicti
- "Cruz do Santo Pai Bento".
- Na haste vertical da cruz
lêem-se as iniciais C S S M L
: Crux Sacra Sit
Mihi Lux -
"A cruz sagrada seja minha luz".
- Na haste horizontal lêem-se as
iniciais N D S M D : Non
Draco Sit Mihi
Dux - "Não seja o dragão
meu guia".
No alto da cruz está gravada a
palavra PAX ("Paz"),
que é lema da Ordem de São Bento. Às vezes, PAX é
substituído pelo monograma de Cristo: I H S.
- À partir da direita de PAX
estão as iniciais: V R S N S M V
: Vade Retro Sátana
Nunquam Suade Mihi
Vana - "Retira-te,
satanás, nunca me aconselhes coisas
vãs!" e S M
Q L I V B : Sunt
Mala Quae Libas
Ipse Venena Bibas
- "É mau o que ofereces, bebe tu mesmo os teus
venenos!".
- Nas costas da medalha está
São Bento, segurando na mão esquerda o livro
da Regra que escreveu para os monges e, na outra mão, a
cruz. Ao redor do Santo lê-se a seguinte jaculatória ou
prece: EIUS - IN - OBITU - NRO - PRAESENTIA -
MUNIAMUR - "Sejamos confortados pela presença
de São Bento na hora de nossa morte".
É representado também a
imagem de um cálice do qual sai uma serpente e um corvo
com um pedaço de pão no bico, lembrando as duas
tentativas de envenenamento, das quais São Bento saiu,
milagrosamente, ileso (ver mais abaixo).
-
MILAGRES DE SÃO BENTO
Havia um mosteiro cujo abade havia
falecido, e a comunidade dirigiu-se ao venerável Bento,
rogando-lhe todos os monges insistentemente que os dirigisse. Ele
negou-se durante muito tempo, dizendo-lhes antemão que seu modo
de proceder não se ajustaria ao daqueles irmãos, mas, vencido
afinal por suas insistentes súplicas, acabou por consentir.
Impôs então àquele mosteiro a
observância da vida regular, não permitindo a ninguém
desviar-se ou viver como antes. Os irmãos daquele mosteiro,
irritados com tanta severidade, começaram por se recriminar
terem-lhe pedido que os governasse, pois sua vida
"torta" estava em conflito com aquele modelo de
retidão. Dando-se conta de que sob o governo de Bento não mais
lhes seriam permitidas coisas ilícitas, e doendo-se por terem
que renunciar a seus antigos costumes, pareceu-lhes duro, por
outro lado, verem-se obrigados a adotar costumes novos com seu
espírito envelhecido; por tudo isso, e também porque aos
depravados a vida dos bons parece algo intolerável, tramaram
matá-lo. E depois de decidí-lo em conselho, puseram veneno no
seu vinho - (isso é representado por uma taça
de cristal quebrada com o sinal da Cruz apresentada
nas costas da medalha).
Quando foi apresentada ao abade, ao
sentar-se à mesa, a taça de cristal que continha a bebida
envenenada para que, segundo o costume do mosteiro, a
abençoasse, Bento, levantando a mão, fez o sinal da Cruz e com
ele se quebrou a taça que ainda estava a certa distância.
E de tal modo se rompeu aquela taça
de morte que mais parecia que, em lugar da Cruz, fora uma pedra
que a atingira. Compreendeu logo o homem de Deus que a taça
continha uma bebida de morte, e que não podia suportar o sinal
da vida. Depois disso, relembrou aos monges o que tinha dito a
respeito de suas regras severas que não se adaptaríam a eles, e
deixou este mosteiro.
Um presbítero conhecido de São
Bento, obcecado pelas trevas a tal ponto que chegou a enviar de
presente ao servo de Deus todo-poderoso um pão envenenado. O
homem de Deus o recebeu agradecido, mas não lhe ficou oculta a
peste que no pão se ocultava. Ora, acontecia que à hora da
refeição costumava vir da floresta próxima um corvo, que
recebia pão das mãos de Bento. O Corvo é
representado nas costas da medalha.
Quando então chegou como de
costume, o homem de Deus lançou diante do corvo o pão
envenenado do presbítero, e deu-lhe esta ordem: "Em nome de
Nosso Senhor Jesus Cristo, toma esse pão e atira-o num lugar tal
que não possa ser achado por ninguém". O corvo, então, de
bico e asas abertos, começou a esvoaçar e a crocitar em redor
do pão como se dissesse claramente que queria obedecer, mas não
podia. No entanto, o homem de Deus ordenava repetidas vezes:
"Leva, leva sem medo, e vai jogá-lo onde não possa ser
encontrado". Finalmente, depois de hesitar por muito tempo,
o corvo tomou o pão no bico e , levando-o, partiu. Ao cabo de
três horas voltou sem o pão, que lançara fora, e recebeu das
mãos do homem de Deus a ração costumeira.
- Conta-se,por volta do ano
1647, que feiticeiras da Baviera, acusadas de suas
maldades contra o povo daquela região, confessaram ver
seus feitiços inteiramente anulados pelo poder da Cruz;
e que em todos os lugares, aonde estivesse a Santa Cruz,
seus malefícios nunca tinham efeito.
- Contaram ainda que,
especialmente no Mosteiro de Metten, nunca conseguiram
êxito em suas maldades e concluíam que isto se devia ao
fato da existência de alguma Cruz naquele lugar.
- Por causa disto, as autoridades
locais foram consultar os monges da Abadia de Mette sobre
o assunto. Depois de muito procurarem, localizaram de
fato que o mosteiro era repleto de cruzes gravadas nas
paredes e com uma inscrição acima. Era preciso
descobrir o porque e por quem as cruzes foram gravadas.
- Suas investigações os levaram
à biblioteca, a um antigo livro escrito por ordem do
Abade Pedro, no ano de 1415. O livro transcrevia
antiquíssimos, entre eles vários sobre a Cruz, com
inúmeros desenhos a bico de pena realizados por um monge
anônimo.
- Um destes desenhos era
justamente São Bento tendo na mão direita um bastão em
forma de Cruz, e acima do bastão estava o texto: CRUX
SACRA SIT MIHI LUX NO DRACO SIT MIHI DUX, e da outra mão
sai uma flâmula com as frases: VADE RETRO SÁTANA
NUMQUAM SUADE MIHI VANA, SUNT MALA QUAE LIBAS IPSE VENENA
BIBAS (A cruz sagrada seja minha luz, não seja o dragão
meu guia.Retira-te, satanás, nunca me aconselhes coisas
vãs. É mau o que ofereces, bebe tu mesmo os teus
venenos).
- A medalha é eficaz no combate
direto a satanás, às tentações, contra doenças e
picadas de animais como cobras e na proteção de
automóveis.
- Certa ocasião, havia saído
com os irmãos para trabalhar no campo, quando chegou ao
mosteiro um camponês levando nos braços o corpo de seu
filho morto, chorando amargamente e perguntando pelo
venerável Bento. Quando lhe responderam que estava no
campo com os monges, deixou junto à porta do mosteiro o
filho e saiu a correr em busca do venerável Pai. Naquele
preciso momento, porém, já estava regressando o homem
de Deus com os irmãos. Nem bem o avistou, o infeliz
começou a gritar: "Devolve-me meu
filho". Ao ouvir tais palavras,
deteve-se o homem de Deus e lhe perguntou: "Por
acaso eu roubei teu filho?" Ao que
respondeu: "Ele morreu, ressuscita-o".
Ouvindo isso, o servo de Deus entristeceu-se muito,
dizendo: "Coisas dessas não cabem a
nós, antes são próprias de santos Apóstolos...".
Diante da insistência do infeliz chegou o homem de Deus
junto ao corpinho do meninho, ergueu as mãos ao céu e
disse: "SENHOR, NÃO OLHES OS
MEUS PECADOS, MAS A FÉ DESTE HOMEM QUE PEDE QUE SE LHE
RESSUSCITE O FILHO, E FAZ VOLTAR A ESTE CORPINHO A ALMA
QUE DELE QUISESTE LEVAR". Mal
havia acabado de proferir tais palavras quando, voltando
a alma ao corpo do menino, este estremeceu de tal modo
que todos puderam ver. Bento, tomou a mão do menino e o
devolveu ao pai.
-
Oração
para alcançar alguma graça
Ó glorioso Patriarca São
Bento, que vos mostrastes sempre compassivo com os
necessitados, fazei que também nós, recorrendo à vossa
poderosa intercessão, obtenhamos auxílio em todas as
nossas aflições, que nas famílias reine a paz e a
tranquilidade; que se afastem de nós todas as desgraças
tanto corporais como espirituais, especialmente o mal do
pecado. Alcançai do Senhor a graça ... que vos
suplicamos, finalmente, vos pedimos que ao térnimo de
nossa vida terrestre possamos ir louvar a Deus convosto
no Paraíso. Amém.
|
Oração
de São Bento
Dá-me, benigníssimo
Jesus, a
inteligência que Te entenda, a sabedoria que Te encontre,
o espírito que Te ame,
o ato que Te glorifique,
os ouvidos que Te ouçam,
os olhos que Te vejam,
a língua que Te louve,
a paciência que suporte os
males permitidos por Ti. Dá-me Tua presença; dá-me a feliz ressureição, e como
prêmio, a vida
eterna. Amém! Rogai
por nós, glorioso Patriarca São Bento, para que sejamos dignos das promessas
de Cristo! |
Extraído:
A vida maravilhosa e a Medalha de São Bento - Armando
Alexandre dos Santos - Artpress. Condensação dos livros:
1) Vida e milagres de São Bento - São Gregório Magno,
Papa. Artpress, São Paulo, SP.
2) A medalha de São Bento - Dom Próspero Guéranger,
O.S.B, Abade de Solesmes. Artpress, São Paulo, 1996.
Fotos e orações: Universidades
Renovadas