A letra do Hino Acreano foi escrita pelo poeta médico Dr. Francisco Mangabeira
em 05 de outubro de 1903, no acampamento do exército de Plácido de Castro no seringal Capatará,
situado acima do igarapé Distração, na cidade de Rio Branco, onde prestava seus serviços médicos.
A música é do maestro amazonense Mozart Donizeti, que viveu nas cidades de Tarauacá e Cruzeiro do Sul.
I
Que este sol a brilhar soberano
Sobre as matas que o vêem com amor
Encha o peito de cada acreano
De nobreza, constância e valor...
Invencível e grandes na guerra,
Imitemos o exemplo sem par
Do amplo rio que brilha com a terra,
Vence-a e entra brigando com o mar.
Estribilho
Fulge um astro na nossa bandeira,
Que foi tinto com sangue de heróis
Adoremos na estrela altaneira
O mais belo e o melhor dos faróis
II
Triunfantes da luta voltando,
Temos n'alma os encantos do céu
E na fronte serena, radiante
Imortal e sagrado troféu,
O Brasil a exaltar acompanha
Nossos passos, portanto é subir,
Que da glória a divina montanha
Tem no cimo o arrebol do porvir.
III
Possuímos um bem conquistado
Nobremente com as armas na mão...
Se o afrontarem, de cada soldado
Surgirá de repente um leão.
LIBERDADE - é o querido tesouro
Que depois do lutar nos seduz:
Tal rio que rola, o sol de ouro
Lança um manto sublime de luz.
IV
Vamos ter como prêmio da guerra
Um consolo que as penas desfaz,
Vendo as flores do amor sobre a terra
E no céu o arco-íris da paz.
As esposas e mães carinhosas
A esperar-nos nos lares fiéis
Atapetam as portas de rosas
E, cantando, entretecem lauréis.
V
Mas se audaz estrangeiro algum dia
Nossos brios de novo ofender,
Lutaremos, sem cair, sem tremer...
E ergueremos então destas zonas
Um tal canto vibrante e viril
Que será como a voz do Amazonas
Ecoando por todo o Brasil.