PARA ONDE VAMOS?
Percebemos, neste final de século, uma tendência marcante na busca de resgatar aspectos humanos e espirituais, que foram esquecidos em meio a tanta tecnologia e conquistas inimagináveis há alguns anos atrás.
Hoje as coisas se desenvolvem e se tornam obsoletas. Em curtíssimo espaço de tempo as pessoas se vêem perdidas em meio a tanta informação, ciência e técnica.
Corremos atrás para alcançar e conseguir tais inventos, para entendê-los, possuí-los e dominá-los, mas não conseguimos, pois toda a hora surgem novidades num ritmo alucinante.
Com tanta agitação, o tempo passou sem que a gente percebesse. Ficamos pelo caminho sonhando com o ter e nos esquecemos do fundamental, que é o ser.
Aconteceram mudanças profundas dos paradigmas sociais com a revolução cultural e social da década de 60, quando, de uma sociedade patriarcal e moralista passou-se a outra, com valores e costumes liberais em relação ao sexo, ao mercado de trabalho, ao papel das pessoas na sociedade. Rompeu-se uma estrutura repressora, com uma total reviravolta de valores éticos e morais.
Só que tudo aconteceu muito rápido, o que somando ao avanço tecnológico, causou uma transformação brutal, que levou a um descompasso entre o que era e o que deveria vir a ser.
É possível ser diferente
Em meio à perplexidade de mudanças e da falta de respostas, instalou-se o "caos", que nos últimos anos percebemos nitidamente em todos os segmentos e relacionamentos sociais e, principalmente, dentro de nós mesmos.
Buscamos tanto a realização e a felicidade na ruptura dos padrões morais, no ter cada vez mais, e nos esquecemos que estas se encontravam tão perto, dentro de nós mesmos.
Valorizamos tanto o racional, o explicável, o consumismo desenfreado e deixamos de lado valores e virtudes básicas como a solidariedade, o respeito e a perseverança. São valores e virtudes que precisam ser cultivados e preservados por todas as pessoas, em qualquer meio social.
Podemos dizer que a família, instituição social básica, tem papel fundamental neste resgate, cultivo e preservação. É na família que vivemos, sentimos e aprendemos tudo aquilo que nos fará ser e viver como cidadãos.
Atualmente, com as várias e aceleradas transformações que estão ocorrendo, a família precisa re-assumir o seu papel. Precisa procurar meios de se adaptar da melhor maneira possível, assumindo sua importância nesta construção e busca, não deixando as coisas acontecerem como se fossem impossíveis de serem modificadas.
Dentro da convivência com a família, e depois com todos os outros segmentos sociais, verdades, valores e virtudes são aprendidos e ensinados, e passam a ser vivenciados como testemunho de vida, de ética, de cidadania.
Sabendo que somos e do que somos capazes, veremos claramente que o "modelo" vivido nos últimos anos não é aquele que nos fará mais felizes; que a mudança de conceitos e da própria relatividade dos valores não nos fará felizes; que a mudança de conceitos éticos e da própria relatividade dos valores não nos tornará mais gente nem mais completos. Perceberemos que estamos agindo de acordo com as circunstâncias e não com as nossas crenças e verdades.
A vivência faz os valores
Já se disse alguém que "o século XXI será da espiritualidade, ou não será". Se não começarmos, a partir de cada um de nós, a resgatar virtudes, vivenciar valores e agir com ética em todas as situações, não será mais possível viver.
O homem só terá a capacidade de seguir em frente quando começar a ser feliz de dentro para fora. Não existe outra forma, pois somos o reflexo do que sentimos e vivemos.
Faz-se necessário urgentemente viver plenamente as coisas simples, mas únicas, como a delícia do vento que acaricia a maravilha de um pôr-do-sol, do deleite de um carinho, o entorpecer de um sorriso verdadeiro. Tudo tão simples e comum, mas incomensurável; constantemente ao nosso dispor, bastando abrir os olhos do coração!
Que cada um faça a sua parte se quiser um mundo melhor. Que cada saiba para onde ir, e como ir.
O mais difícil é ter coragem. Mas é imprescindível tê-la. E aí...
Ivana Guimarães Lodi
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