O PERDÃO E SEU PODER CURATIVO

A única força capaz de deter a corrente das recordações dolorosas é a capacidade de perdoar.

O ódio - nossa reação natural às ofensas graves e às injustiças - surge com a maior facilidade.

Perdoar, para uma pessoa comum, não é fácil. É uma ação que nos parece quase anormal, porque nosso sentido de justiça diz que os ofensores devem pagar pelo dano que provocaram.

Não somos os únicos a reviver uma ofensa que ficou gravada na parte mais profundo da nossa memória e de onde provêm nossa dor. Mas perdoar pode resultar em algo milagroso, de cura e reconciliação.

O ódio, passivo ou agressivo, é como um câncer que se estende, corrói, rouba de nós a alegria e ameaça nossa saúde. Prejudica mais à pessoa que o sente do que à pessoa que é objeto dele. É preciso cortá-lo pela raiz, para o nosso próprio bem.

Ter raiva, encontrar-se irado, ressentido, sentir que o rancor se apoderou de nós é como um veneno que fica ali, à espera de ser extirpado.

É importante se dar uma segunda oportunidade: corrigir este terrível sentimento.

Perdoar rompe as grades da dor que encarceram a mente, e abre a porta para novas possibilidades.

Idéias que podem nos guiar para o caminho do perdão

1 - Enfrentemos nosso rancor: a FÚRIA reprimida ferve abaixo da superfície e infecciona todas nossas relações. Reconhecer que sentimos rancor nos impulsiona a tomar uma decisão com relação à cirurgia da alma, que chamaremos de PERDÃO. Ao tomar a decisão de fazê-lo, libertamo-nos do rancor.

2 - Vamos separar o ofensor da ofensa: podemos sentir raiva contra a ofensa, não contra o ofensor.

3 - Esqueçamos o passado: Se não o fizermos, continuaremos presos à ele, e estaremos "hipotecando" nosso futuro com o ódio. Uma vez dado o perdão, ESQUECER será um sintoma de saúde. No final, poderemos esquecer porque estaremos curadas.

4 - Não desista de perdoar: é difícil desligar-se do hábito de odiar. Teremos que tentá-lo muitas vezes até conseguirmos fazê-lo definitivamente. Quanto maior a ofensa, maior será o tempo necessário para perdoar, mas pouco a pouco, conseguiremos fazê-lo.

Para me ajudar a perdoar posso responder por escrito às seguintes perguntas:

1) A quem necessito perdoar?

2) Sempre me lembro de quem são meus ofensores?

3) Aceito meus pais como são, hoje e agora?

4) Oculto meu ressentimento de mim mesma?

5) Vivo me lembrando da ofensa que me fizeram?

6) Como me sinto quando penso que posso começar a perdoar?

7) Porque sinto tanto ódio?

8) De que me adianta viver presa ao passado?

9) Porque não perdôo meu ofensor?

10) Que possibilidades poderão surgir quando puder perdoar?

Quem não é capaz de perdoar, destrói a ponte que lhe permite chegar a si mesmo.

 

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