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Debate polêmico sobre o Desenvolvimento de Medicamentos no Brasil 8. Brasil deixa de ganhar dinheiro com remédios fitoterápicos, por não fazer um levantamento sistemático de suas 60 mil espécies de plantas, metade das quais está na Amazônia ******************************************************************** 1. XX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE QUÍMICA - XX ENEQUI ******************************************************************** A comissão organizadora do XX Encontro Nacional dos Estudantes de Química - XX ENEQUI - comunica que o XX ENEQUI terá como escola-sede a Universidade Estadual do Ceará - campus do Itaperi. O Encontro acontecerá no período de 28 de janeiro a 03 de fevereiro de 2001, com o tema "O Papel e os desafios do Químico para o novo século", abrangendo os campos de pesquisa, da industria e da educação. Outras informações através da Home Page do XX Encontro Nacional dos Estudantes de Química pelo seguinte endereço: http://www.uece.br/FrmXXEncQui.htm , ou pelo endereço abaixo: Comissão Organizadora do XX ENEQUI Universidade Estadual do Ceará - UECE Departamento de Física e Química Av. Paranjana, 1.700 - Bairro: Itaperi Fortaleza-Ceará - CEP.: 60.740-000 Comissão Organizadora do XX ENEQUI Robério Andrade de Sousa Coordenador Geral E-mail: eneq2001@uece.br Fax: (85) 299-2580 ******************************************************************** 2. OPORTUNIDADE (BOLSAS EM PROJETO JOVEM PESQUISADOR FAPESP-PMT/EPUSP, SAO PAULO-SP) ******************************************************************** Estou procurando físicos, matemáticos, químicos e engenheiros que se disponham a integrar a equipe do Laboratório de Computação em Ciência dos Materiais para trabalhar em meu projeto Jovem Pesquisador recentemente aprovado pela FAPESP (vigencia 1/01/2000 a 28/02/2002). Esta previsto um número limitado de bolsas de iniciação científica (3), mestrado (1) e doutorado (1) vinculadas a este projeto. O título do projeto é "Termodinâmica computacional aplicada a materiais intermetálicos ordenados para fins estruturais" e tem ênfase teórica/experimental, com uma forte interface na mecânica estatística e na física aplicada. Maiores informações podem ser obtidas nos endereços abaixo mencionados, ou na home-page do laboratório: http://lccmat.pmt.usp.br Dr. Claudio Geraldo Schoen Computational Materials Science Lab. Dept. of Metallurgical and Materials Engineering Escola Politecnica da Universidade de Sao Paulo 05508-900 Sao Paulo-SP, Brazil http://lccmat.pmt.usp.br/Claudio/~schoen.html ******************************************************************** 3. MINI-CURSOS: TÓPICOS EM RMN - WORKSHOP/VI JORNADA BRASILEIRA DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ******************************************************************** Ainda estão abertas as inscrições para o Workshop/VI Jornada Brasileira de RMN e Mini-Cursos: Tópicos em RMN a serem realizados de 01 a 04/08/2000 em Belo Horizonte-MG. A organização do evento aceitará também inscrições no local. Ainda há vagas para os 3 mini-cursos. Informações e Inscrições: Sonia Cabral De Menezes AUREMN - Associação de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear Comissão Organizadora VI Jornada Brasileira de RM Informações e incrições: sonia@cenpes.petrobras.com.br Tel: (021) 865 6171 - FAX: (021) 865 6296 ******************************************************************** 4. XYLELLA FASTIDIOSA É CAPA DA "NATURE" DESTA SEMANA ******************************************************************** Até o fim do ano, os mais de 100 pesquisadores (a maioria brasileiros) envolvidos no Projeto Genoma Humano do Câncer tem um desafio grande: identificar um milhão de genes de sequências importantes do genoma, o dobro da proposta inicial da pesquisa. "Os americanos não acreditam que vamos conseguir, mas eu gosto de briga", brincou o bioquímico Andrew Simpson, do Instituto Ludwig, durante entrevista coletiva para a imprensa na 52ª Reunião da SBPC. O bom humor procede. O trabalho desenvolvido pela equipe sobre o genoma da Xylella fastidiosa mereceu reportagem de capa, na edição de 13 de julho, da revista "Nature". "É a primeira vez que um trabalho brasileiro ganha esse destaque numa revista científica estrangeira da importância da Nature", comemorou. (O diretor cientifico da Fapesp, José Fernando Perez, mostrou para o "JC E-Mail" uma cópia xerox colorida da capa da "Nature" que sai essa semana, com foto em que aparece uma laranja atacada pela praga do amarelinho. Esta capa só deve ser divulgada a partir de amanhã) O desafio serí possível, segundo Simpson, graças ao novo financiamento da Fapesp em parceria com o Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer. "Para a Segunda parte do projeto, o sequenciamento de genes, o investimento foi de mais US$ 20 milhões, o que dobra o orçamento inicial", contou. Sobre a polêmica do patenteamento de genes, Simpson é claro: "Sou a favor de que haja proteção, patenteamento, de um medicamento, de um teste diagnóstico, mas não de um sequenciamento". Proteção, aliás, é a sua proposta para o desenvolvimento da ciência do Brasil sem perder a riqueza de sua biodiversidade - temor dos pesquisadores em relação aos projetos realizados na Amazônia. "Toda pesquisa depende de parceria. A minha proposta é que é possível estabelecer parceria com empresas estrangeiras, realizando, no entanto, a pesquisa no Brasil e com uma equipe de pelo menos 50% de pesquisadores brasileiros. Isso garante o controle do conhecimento." A publicação do trabalho brasileiro na 'Nature' mereceu convocação de uma entrevista coletiva por parte da Fapesp, para esta quarta-feira, às 10h30, em sua sede na r. Pio XI, 1.500, 4º andar, Alto da Lapa, SP. As informações sobre o conteúdo da edição estão sujeitas a embargo até às 16h de quarta-feira, de acordo com as normas da própria revista. Apresentam o trabalho Carlos Henrique de Brito Cruz, presidente da Fapesp; José Fernando Perez, diretor científico; Hernan Chaimovich, pró-reitor de Pesquisa da USP; Fernando Mendes Pereira, pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da Unesp; e Fernando Galembeck, vice-reitor da Unicamp. A exposição será feita por Andrew Simpson, coordenador de DNA do Projeto Xylella, e João Carlos Setubal, coordenador do Laboratório de Bioinformática da Unicamp. Fonte : JCE-mail, 11julho2000 ******************************************************************** 5. PRODUÇÃO CIENTÍFICA NACIONAL NÃO É APROVEITADA ECONOMICAMENTE ******************************************************************** Apesar de produzir mais de 1% da ciência mundial, o Brasil é responsável por apenas 0,1% dos registros de patentes industriais nos EUA. A defasagem, destacada ontem pelo presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Eduardo Krieger, mostra a dificuldade do país em aproveitar economicamente o conhecimento que cria. "Temos um setor científico relativamente melhor do que o tecnológico", disse Krieger durante o simpósio 'Os Desafios da Inovação no País: o Impacto da Globalização nas Empresas Nacionais', na 52ª Reunião Anual da SBPC. Segundo ele, paises como os EUA e o Japão são responsáveis proporcionalmente, em escala mundial, por mais patentes do que trabalhos científicos. Krieger citou também o caso da Coréia do Sul, onde a produção de ciência equivale à brasileira, mas sua transformação em aplicações concretas pela indústria é muito maior - o que se traduz num número dez vezes superior de patentes registradas. Para ele, isso é reflexo da distância que separa a indústria da Universidade. "Não temos um mercado interno que solicite rapidez em transformar conhecimento em patentes", afirmou Krieger. Fonte : O Estado de SP, 11julho2000. ******************************************************************** 6. EMPRESÁRIOS RECLAMAM DA BUROCRACIA E ATÉ DA RESISTÊNCIA DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR EM FAZER PARCERIA COM LABORATÓRIOS PRIVADOS ******************************************************************** O diretor médico do laboratório Biosintética, Marcio Falci, reconhece a dificuldade financeira das empresas nacionais para desenvolver seus produtos, mas afirma que a situação se agrava ainda mais pela falta de apoio governamental. Ele dá como exemplo de entrave importante a dificuldade de trabalhar em parceria com as Universidades públicas. Além da falta de condições técnicas, as instituições de ensino superior oferecem resistência burocráticas e até ideológicas para fechar contratos de pesquisa com laboratórios comerciais. ''A Universidade ainda não entendeu a indústria nem a função social do lucro. É com o lucro que a empresa vai desenvolver novos produtos para resolver os nossos problemas'', disse Falci. Ele diz que a falta de condições prejudica até mesmo o teste de seus produtos. Falci lembrou que um centro de pesquisas utilizava cães e gatos de rua para testar medicamentos - uma amostra nada ideal pela provável presença de doenças capazes de afetar os resultados do estudo. ''É um problema sério desenvolver produtos no Brasil'', constata. Mesmo com as dificuldades, o laboratório tem desenvolvido suas pesquisas - especialmente relacionados com o uso de fitoterápicos (produtos obtidos a partir de plantas). Os pesquisadores universitários reconhecem que a academia está distante das pesquisas de ponta do setor farmacêutico, mas esperam pelo menos algumas ações do governo para continuar seus trabalhos. ''A idéia do neoliberalismo é deixar tudo ocorrer ao acaso, mas é preciso que o Brasil tenha um plano geral para desenvolvimento de medicamentos. com a definição de núcleos estratégicos'', disse Sergio Ferreira, professor da USP. Ele alerta que os maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos inovadores são feitos, em todo o mundo, pelos grandes laboratórios - todos eles sediados em paises ricos. ''As Universidades participam, no máximo, em 15% das pesquisas inovadoras'', diz. O problema desse distanciamento é que os problemas típicos de pobres são deixados de lado - afinal, vale mais a pena para a indústria investir em produtos para combater doenças de clientes que podem pagar pelas inovações. Em outra conferência, o professor Geraldo Lucchesi destacou que a indústria farmacêutica não é um setor como outro qualquer que possa ser deixado ao sabor das leis do mercado, não só porque a vida de pessoas depende disso, mas porque as leis do mercado não funcionam como previsto em um setor cartelizado, no qual os consumidores não tem a opção de não comprar quando o preço é excessivo. ''O Brasil precisa reconhecer a falência de seu sistema de acompanhamento de preços de medicamentos, estruturar outro e estabelecer formas de interferir com mais efici6encia sobre a demanda'', disse Lucchesi, que foi consultor da CPI dos Medicamentos. Fonte: Correio Braziliense, 13julho200. ******************************************************************** 7. DEBATE POLÊMICO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS NO BRASIL ******************************************************************** Fazendo a introdução ao debate, Sérgio Ferreira (USP/Ribeirão Preto) enfatizou a necessidade de verbas para desenvolver medicamentos: "O desenvolvimento de C&T nos paises do 3o Mundo é insustentável. Precisamos de um suporte maior do governo." Gonzalo Vecina Neto (Vigilância Sanitária) também foi bastante crítico: "Cerca de 60% da população não tem acesso a medicamentos. O medicamento no Brasil deixou de ser bem social e se transformou em bem de consumo". Neto criticou ainda a baixa quantidade de indústrias farmacêuticas do Brasil: "Temos grande quantidade de indústrias farmacêuticas com pequena capacidade de produção. O Brasil tem uma dos maiores números de farmácias per capita do mundo. Uma farmácia para cada 3 mil habitantes, mas a produção farmacêutica é pífia." A polêmica começou quando Neto afirmou que o Ministério da Saúde não é o órgão mais adequado para o finaciamento da atividade farmacêutica. Marcio Falci, da empresa Biosintética, apresentou, através de slides, um relato sobre as limitações para o desenvolvimento de medicamentos no Brasil. Segundo Falci, a falta de uma política governamental adequada ao setor, a burocracia dos órgãos financiadores e das Universidades, os baixos incentivos e os juros altos são impecilhos para a indústria farmacêutica. O debate se acirrou na hora das perguntas e comentários da platéia. Uma pessoa comentou que o acordo BioAmazonia-Noartis traz benefícios ao Brasil. O foi prontamente refutado por outro observador, que disse: "O acordo Novartis é errado, porque os pesquisadores estrangeiros não vem se instalar aqui, estimulando as pesquisa e mão-de-obra nacionais", no que foi apoiado pelos membros da mesa do debate. Fonte: JCE-mail, 12julho2000. ******************************************************************** 8. BRASIL DEIXA DE GANHAR DINHEIRO COM REMÉDIOS FITOTERÁPICOS, POR NÃO FAZER UM LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO DE SUAS 60 MIL ESPÉCIES DE PLANTAS, METADE DAS QUAIS ESTÁ NA AMAZÔNIA ******************************************************************** Sempre em desvantagem. É essa a sensação ao se falar em pesquisa no país. E foi justamente essa a sensação deixada pelo simpósio sobre biodiversidade e desenvolvimento de fitoterápicos no Brasil, realizado no primeiro dia da 52ª Reunião Anual da SBPC. Pesquisadores e professores mostraram aos participantes que lotaram um dos anfiteatros da UnB, que, a cada dia, a cada ano, o país está perdendo oportunidades de conhecer as plantas que crescem em solo nacional e competir no milionário mercado de medicamentos. O simpósio reuniu os professores e especialistas Jorge Almeida Guimarães, vice-diretor do depto. de Biotecnologia do Rio Grande do Sul; o professor de Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina, João Batista Calixto; e o professor da Universidade Federal de SP, Elisaldo Carlini. Os três foram unânimes: o país não sabe qual é a dimensão de sua riqueza natural. "Não conhecemos quase nada das plantas medicinais do nosso país, pois não há um trabalho contínuo que promova esse levantamento'', afirma Carlini. Em se tratando de medicamentos fitoterápicos, não há como deixar de lado a questão da biodiversidade, ou a variedade de todos os seres vivos em uma certa região. E também nesse caso, o país tenta recuperar anos de perdas. Há exatamente 11 dias, o governo baixou uma medida provisória restringido o acesso à biodiversidade por parte de cientistas e laboratórios. O objetivo é evitar a biopirataria e regular acordos sobre pesquisa genética para o desenvolvimento de medicamentos e outros produtos a partir de plantas, fungos, bactérias, e animais brasileiros. Mas a MP, elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente, só foi editada depois da repercussão negativa sobre um milionário acordo entre o laboratório suiço Novartis e a organização BioAmazônia, criada com a participação do próprio governo para explorar a riqueza natural da região. Pelo acordo, a multinacional poderia produzir medicamentos pesquisando até 10 mil microorganismos da Amazônia. A patente pertenceria à BioAmazonia, que receberia US$ 4 milhões para pesquisas por três anos, além de 1% de royalties, por dez anos, sobre as vendas. No simpósio, as opiniões divergiram. "O acordo é limpo e claro", assegura o professor Jorge Guimarães. Já João Batista Calixto acredita que o país tende e perder o controle sobre o potencial de sua biodiversidade. "As amostras serão enviadas para os laboratórios no exterior e não temos garantias de que seremos informados se as multinacionais encontrarem principios ativos e moléculas para uso medicinal'', alerta. Fonte: Correio Braziliense, 12julho2000. ******************************************************************** Secretaria Geral SBQ ==================================================================== Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq@iqm.unicamp.br http://www.sbq.org.br ==================================================================== |