EVOLUÇÃO
das Orquidaceae
Conjecturas sobre a Evolução das Orquídeas
Texto baseado na Obra Orchidaceae Brasiliensis de PABST & DUNGS, 1975
Segundo PABST & DUNGS (1975), as maiores dificuldades encontradas, no estudo da evolução da família orchidaceae, estão em reconstituir as etapas sucessivas do desenvolvimento, sem provas palpáveis, dada a raridade das orquídeas fósseis, e em estabelecer "hipóteses de trabalho", para preencher os elos perdidos com plantas vivas. Espécies novas não surgiram disciplinadamente de um tronco comum, mas através de longa evolução, pelo acúmulo de uma série de modificações gradativas e adaptações.
Algumas evidências são reconhecidas, como o gênero Hipoxis, das Liliáceas, possui uma tendência genética à concreção dos estames e estiletes, o que chamamos coluna, ou ginostêmio. Esta tendência, foi verificada inicialmente na Malásia, durante o cretáceo (120 à 60 milhões de anos), quando a maioria das plantas com flores e frutos cobertos começaram a se diferenciar. A formação de coluna caracteriza as quatro subfamílias que evoluíram separadamente, paralelamente e com alguma probabilidade, isoladamente: APOSTASIODEAE, CYPRIPEDIODEAE, ORCHIDEOIDEA e NEOTIOIDEAE. As duas primeiras possuem as duas anteras laterais pertencentes a porção interior dos estames. Nas demais subfamílias a antera única pertence ao verticilo exterior, provando a antigüidade destas subfamílias.
Nestas quatro subfamílias as raízes são terrestres, sendo o epifitismo mais recente, tendo evoluído das NEOTIOIDEAE, dando origem à quinta subfamília, as EPIDENDROIDEAE, que evoluíram provavelmente no plioceno (5 ou 6 milhões de anos). Simultaneamente houve a formação da coluna e modificações do pólen, característico em cada subfamília: simples e isolados ou agregados de várias maneiras em polínias. Uma característica das Orchidaeceae que pode explicar parte da incrível variação na sementeira de uma cápsula (fruto), é a união dos grãos por plasmoderma citoplasmático, não separados por camadas de exina, assim grãos citogenéticamente deficientes, podem ser levados à maturidade, causando aneuplóides ou tetraplóides até poliplóides.
Na história evolutiva das orquídeas ponderamos sérias adversidades que atuaram sobre elas:
·modificações climáticas;
· dificuldades de ambiente propício e nutrição;
· luta pela luz e contra a secas.
Em períodos calamitosos, permaneceram nos refúgios, sendo que algumas passaram, outras perderam-se para sempre, com seu genoma.
Verifica-se que todos indivíduos de uma mesma espécie diferem brevemente entre si, porém isto ressalta-se nas Orchidaceae. Podemos explicar isto por um princípio natural, onde observamos que quantas mais cópias forem feitas, mais erros podem ser verificados. Se considerarmos uma planta que a cada ano disponibilize na natureza dez sementes, provavelmente não notaremos muitas diferenças nesta prole. Porém se uma cápsula de orquídea pode ter 3 ou 4 milhões de sementes, a probabilidade de "erros" contidos nesta cápsula aumenta. Assim o fluxo das predisposições continua: os "erros" se misturam aos outros indivíduos e continuam existindo. Uma predisposição aparentemente incoerente pode tornar-se útil, quando o ambiente mudar drasticamente e apenas as plantas que possuírem "predisposições" ao novo ambiente sobreviverão. Certamente Darwin referiu-se à sobrevivência do mais forte, pensando naqueles que em determinada situação específica, estão mais adaptados à sobrevivência, como aquela orquídea anômala da selva tropical, com seu Dom, sem nexo, de resistir ao frio intenso.
Polinizadas por insetos ou beija-flores, revelam uma adaptação recíproca com os animais, através de modificações morfológicas, dando continuidade a sobrevivência dos diferenciados. PABST & DUNGS, em Orchidaceae Brasiliensis, 1975, sugerem não utilizar o termo adaptação, por conduzir a um erro de raciocínio, propõem pensar em evolução como a sobrevivência por eliminação dos incapazes.
Em construção. Aguarde!