INTRODUÇÃO

 

Descobri recentemente que a orquidofilia é o segundo maior hobby do mundo. Em princípio uma estranha satisfação tomou minha mente, eu me colocava entre este gigante percentual da humanidade! Porém, a preocupação não tardou a chegar, tudo bem que hajam cerca de 25 mil espécies e sei lá quantos mil híbridos em quantidades absurdas pelo globo, em coleções, como a minha e a tua! Da onde vieram tantas plantas? Claro que foi do mato. Mas quantas plantas são necessárias para saciar um orquidófilo? E quando acabarem as plantas nos orquidários? Ou melhor: se acabar o dinheiro para acabar com as plantas dos orquidários? Coitado do mato!

Sem dramas, com certeza antes que isto aconteça não haverão mais orquídeas nos matos, talvez nem matos, e talvez ninguém se importe com isto, porque no final das contas o asfalto, o concreto, etc..., são mais úteis...

 


 

Subi a serra no final de semana para visitar uns amigos que moram naquilo que eles chamam - e eu concordo - "o melhor lugar do mundo", uma cidade pequena e pacata arredondada pela mata Umbrófila Mista no pé dos Campos de Cima da Serra.

Chegando lá em cima, fiquei triste. A cidade pequena e pacata cresceu, expandiu, acresceu a seu limite urbano mais uma rua. Porém, como toda a cidade que cresce, esta também teve que simbolizar seu desenvolvimento.

A tal da rua nova cresceu para cima do mato, gigantesca, além das necessidades, mais larga que a Free-Way, quase o dobro. Aliás, caberia folgado o resto da cidade dentro do talhão.

Fiquei triste, olhando o que havia sido uma "Canela" enorme - que precisaria uns quatro ambientalistas para abraçar - e epífitos estorricados nos montes de pedras e galhos. Lembrei que quando guri eu andava naquele lugar, ainda no tempo do mato, e acreditei que o Sr. Prefeito daquela cidade é um homem de visão, se não for um homem cego.

 

 

11.IV.2000 WebMaster

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