Grito de alerta
(Gonzaga Jr.)



Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
Me bota na boca
Um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar um bocado de mel
Não vê que então eu me rasgo
Me engasgo, engulo, reflito e estendo a mão
E assim nossa vida é um rio secando
As pedras cortando
E eu vou perguntando, até quando
São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo
Arrasando aos poucos com o nosso ideal
São frases perdidas
Num mundo de gritos e gestos
Num jogo de culpa que faz tanto mal
Não quero a razão pois eu sei
O quanto estou errada
O quando já fiz destruir
Só sinto no ar
O momento em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir
Veja bem nosso caso é uma porta entre aberta
Eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem é o amor agitando meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não.

Mel - Polygram - 1979
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