Caetano, Bethânia e Gal cantam para Mãe Menininha

Com atraso de 40 minutos e sem Daniela Mercury no palco, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Marienne de Castro, Gerônimo e Márcia Short cantaram na noite deste sábado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, em homenagem aos 113 anos de nascimento de Mãe Menininha do Gantois, que morreu em 1986.

Só o encontro de Caetano, Bethânia e Gal já seria um acontecimento. Atrás, mãe Carmen, filha da ialorixá, outros familiares e seguidores, entre eles Dona Canô, a matricarca da família Veloso, de 99 anos. E atrás deles, um painel do tamanho do palco com uma foto de Mãe Menininha e seu emblemático sorriso.

O grande encontro

O que importava na noite, para o público de 5 mil pessoas que estava na Concha do TCA, era a música, que rendeu homenagens para todos os gostos, especialmente com algumas preciosidades do cancioneiro baiano.

Todos entraram no palco às 18h40. Bethânia foi a primeira a cantar, entoando "Navio Negreiro", poema de Castro Alves, como prévia de "Yá Yá Massemba". Sentada na frente da mãe, Bethânia ainda cantaria e veria outras leituras de músicas conhecidas em sua voz, em novas versões interpretadas por Gerônimo, Marienne e Marcia Short.

Caetano dançou, cantou ("Tempo, Tempo, Tempo", "Lua de São Jorge" e "Milagres do Povo") e também foi interpretado.

Gerônimo repetiu os sucessos do passado, como "É de Oxum" e "Sou Negão", além de uma versão com ajuda de Bethânia para "Salve as Folhas", cuja letra é dele com Ildásio Tavares. Marienne entoou "Abracei o Mar", entre outras, e pediu a benção a Bethânia, que repetiu o gesto, beijando a mão da cantora que é a mais nova revelação da Bahia.

A noite que era de Mãe Menininha, no entanto, foi de Gal. A cantora foi aplaudida em cena aberta e em pé em todas as suas atuações. Cantou "Força Estranha", "Luz do Sol" e puxou o coro para "Embala Eu", que encerraria a noite, não fossem as repetições forçadas pela gravação do DVD.

A atriz Regina Casé permaneceu no palco, sentada ao lado dos cantores, provavelmente no lugar que seria de Daniela. Leu dois textos e justificou sua presença, por também ter conhecido Mãe Menininha e a venerar.

Atraso no vôo

Segundo o secretário de Estado da Cultura, Márcio Meirelles, diretor-geral do show, Daniela ficou "presa" em São Paulo por conta de atrasos no vôo que pegaria para Salvador. A versão foi confirmada por sua assessoria de imprensa.

Ao final do show, quando anunciara que teriam de ser repetidas duas músicas que tiveram problemas na captação de áudio e vídeo para o DVD que estava sendo gravado no espetáculo, Meirelles fora vaiado duas vezes pela platéia. E, prontamente, defendido por Gal Costa.

"Daniela não pode vir porque teve problemas com o vôo em São Paulo", disse, sob vaias do público que lotava a Concha Acústica. "Márcio Meirelles merece os aplausos de vocês", defendeu a cantora.

A Tarde on line - 10.fevereiro.2007
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