Guaraqueçaba é um a região especial
sob a ótica mundial de conservação ambiental. Seu
território possui aspectos importantes da diversidade biológica
e cultural. Este caráter se justifica por possuir parte da maior
área contínua de Floresta Atlântica, inúmeras
espécies de animais e vegetais ameaçadas de extinção.
A nível internacional está incluída
na recém criada Reserva da Biosfera da Mata Atlântica que
nacionalmente está abrangida pela APA de Guaraqueçaba (Área
de Proteção Ambiental), que permite a propriedade privada
e uso controlado dos recursos naturais.
A área total é superior a 300.000 ha, incluindo
importantes extenções de estuário, ilhas, mangues
e planícies costeiras. Segundo dados da SUCAM (1990), há
cerca de 7500 pessoas em todo o município. Destas, 4000 vivem nas
32 comunidades espalhadas nas margens do estuário e nas ilhas, incluindo
a sede do município, ou seja, 53% da população tem
na atividade pesqueira a principal fonte de renda.
Dentre os principais problemas existentes na região
estão:
Tendo em vista a problemática da conservação e a melhoria da qualidade de vida a da população surge a proposta de um trabalho valorizando as características socio culturais e organizativas próprias da região.
A investigação para este trabalho ocorreu na localidade de Iha Rasa, situada no interior do estuário (vide figura 1) na área compreendida pelas Enseadas do Itaquí, do Benito e do Saquinho. Esta localidade tem cerca de 500 habitantes distribuídos em três comunidades, sendo elas Ilha Rasa, Almeida e Ponta do Lanço. Estas comunidades divergem não só nos aspectos econômicos mas também culturais.
As religiões tem uma influência importante no cotidiano das comunidades, chegando inclusive a gerar conflitos internos dificultando o trabalho social no local.
A parte econômica difere a partir das atividades pesqueiras exercidas por cada uma das comunidades, tendo outras atividades pouca importância na economia local.