Posição contra os MaKBeTh

Os textos disponibilizados nesta secção pretendem denunciar e tomar posição contra as patologias políticas que têm assolado o cotidiano da vida em sociedade neste final de século. Fundamentalismo, cientificismo e malthusianismo, por um lado, e fascismo, autoritarismo e corporativismo, por outro, são categorias que revelam facetas de uma dinâmica regressiva da consciência moral, cujas implicações, como obstáculos à auto-reflexão comunicativa e à construção da democracia, são aqui esboçadas numa abordagem conceitual e desveladas num estudo de caso.

Caro amigo internauta
Cumpriu-se um tempo... até o ponto que os fatos passaram à história. E que a história pôde descrever seu nexo... no vôo circunspecto do pássaro de Minerva.
As tendências latentes do fascismo gaudério, que ensaiaram os seus métodos e desvelaram as suas táticas, na Administração Collares no Estado do RGS, empostam agora uma versão mais sofisticada e competente da truculência autoritária, que vimos gestando como sociedade, nas muitas omissões e desacertos da nossa política pública.
A lucidez nesse desatino e a solidariedade com os atingidos, que anos atrás foram o privilégio de poucos, companheiros de uma resistência civil, tão obscura quanto minoritária, hoje se impõem como uma condição de sobrevivência com dignidade, às maiorias excluídas e manipuladas pelos agentes dessa nova estória, que rejeita a inicial do Humanismo civilizatório e se transplanta sem raízes no solo infértil do esquecimento rápido, da acusação fácil e da intolerância aguçada.
Nesse tempo, se torna necessário e até mesmo imprescindível, como um farol na solidão das multidões, o testemunho daqueles que ousaram forjar a sua lealdade pública na contramão da corrente... até mesmo pela construção do próprio silêncio que dá têmpera à emergência da voz.
Em sete anos atravessei o deserto, colecionando os fatos estruturados na Planície de Alétheia - onde, segundo o mito, jaz imóvel a Verdade de tudo o que foi, que é, e que será.. E chegado enfim, à fronteira dos novos dias, que projetam o tempo na turbulência da mudança, minha maior tentação é o retorno à paz dos oásis, onde me tenho saciado a sede de justiça na harmonia generosa da natureza e sustentado a vida no aconchego da família.
Nessa encruzilhada, firmei meu ponto e analisei os prós e os contras. Vacilei e me recompus. Consultei meu advogado e ouvi o meu Xangô... para concluir que, embora esse direito me assista, o privilégio da consciência que me foi concedida e a biografia que me reservou solidariedades essenciais e belas na reconstrução do caminho, me cobram o dever de continuar avançando... porque a obra não está completa!!!
Tenho sistematicamente cuidado em não transformar a experiência partilhada e rica do afrontamento político, na mercadoria barata de uma exploração sensacionalista da minha própria dor. Daí porque resta ainda inédito aquilo que, verdadeiramente, público já é... e há muito tempo, nos arquivos kafkianos da burocracia judiciária do Estado. Isso que me confere, aliás, o direito de dispôr das suas razões e da sua verdade... quando muito não o seja, por dever de ofício como estudioso e mestre da política, e por dever de consciência como cidadão de uma comunidade em risco!
Minha defesa prévia, na ousadia desse afrontamento, está delineada pelo compromisso público, que tenho assumido, desde sempre, com a reposição pedagógica da verdade; pelas prerrogativas que detenho do seu magistério e advocacia; e pela dignidade dos meios que me tenho utilizado na sua reconstrução.
Disponibilizo nessa página, juntamente com sua fundamentação teórica [Síndrome de MaKBeTh] o documento de minha autoria, que já se encontra depositado no arquivo de história política NUPERGS-UFRGS, desde 16 de dezembro de 1998, quando defendi tese e fui titulado Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul:  "Pequenos MaKBeTh: O grande arquétipo da corrupção do poder numa experiência trágica de reforma do Estado".
Um grande abraço
Eduardo Aydos

25 de agosto de 1999

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SÍNDROME DE MaKBeTh - Conteúdo do Capítulo 8 de "A Planície de Alétheia", tese de Doutorado em Ciência Política, defendida por  Eduardo Aydos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, em 16 de dezembro de 1998;
PEQUENOS MaKBeTh - O grande arquétipo da corrupção do poder na encenação trágica de uma Reforma do Estado. Texto depositado no arquivo de história política do NUPERGS-UFRGS em 16/12/98.

 

SOBRE MaKBeTh: A grafia utilizada neste texto para MaKBeTh [com M, K, B e Th maiúsculos] releva a intenção diferenciar-se o ARQUÉTIPO da interação social, que se expressa na grande tragédia, vis a vis da mera denominação do PERSONAGEM LITERÁRIO de William Shakespeare, cuja grafia nos chega como MACBETH. Expressa, também, a etimologia arcana do conceito elaborado pelo dramaturgo esoterista, que permite figurá-lo nas 4 letras do alfabeto hebraico: Mem, Kaph, Beth e Thau - as quais designam o sentido do próprio texto, respectivamente: a MORTE como o destino (Arcano 13), a FORÇA como instrumento de poder (Arcano 11), a AMBIGÜIDADE como condição da vida (Arcano 2) e o MUNDO como síntese da Grande Obra (ARCANO 22), em que "Uruboros" - a serpente egípcia - resta dominada e abocanha a sua própria cauda.

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