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BRETANHA
Lá nos confins do continente, como imensa cidadela contra qual o mar e a tempestade
se empenham num interminável, assalto, estende-se uma terra singular, austera, recolhida,
propícia ao estudo, às graves meditações.
Ao centro, em vasto planalto, se alongam a perder de vista, charnecas tapizadas de
róseos tojos, de douradas giestas, de juncos espinhosos. Além, os campos de trigos alternam
com as macieiras acaçapadas; bordam o horizonte bosques de carvalho, tão espessos que
nenhum raio de sol lhes atravessa as frondes.
É a Bretanha, o santuário da Gália, o lugar sagrado, onde alma céltica dorme um pesado
sono de vinte séculos.
É a terra do Amor! Ar-mor-ic, país do mar, onde se escondeu por detrás da tríplice
muralha das florestas, das montanhas e dos arrecifes, a alma insondável, a índole melancólica
e sonhadora da Gália. Somente lá encontra-se, em toda a sua pureza, a raça valorosa, tenaz
e forte, cujos feitos estrondearam pelo mundo inteiro. Encontra-se sob seu duplo aspecto: o que
César descreveu nos "Comentários" o aspecto gaélico, caracterizado pelo espírito vivaz, lesto
e versátil, e o aspecto kímrico, o mais moderno ramo da gente céltico, grave por vezes triste,
fiel as suas afeições, apaixonado pelo que é grande, guardando ciosamente, nos recônditos
escaninhos da alma, a arca santa das lembranças.
Essa raça nada pôde fatigá-la; resistiu 200 anos pelas armas, como disse Michelet, e mil
anos pela esperança. Vencida, ainda assombra os vencedores. Entretanto, sob dar-se.
Mediante um casameento, a França assimilou-a.
A alma céltica tem por santuário a Bretanha; porém, as vibrações do seu pensdamento
e da sua vida se propagam até muito longe, por sobre toda a região que foi a Gália, do Escalda
aos Pirineus, do oceano ao país dos Helvécios. Criou para si, em todos os pontos do território
nacional, retiros ocultos, onde, latente, vive o pensar das idades; o planalto central, a Ar-vernie,
a "alta morada"; o Morvan, as escabrosas Cevenas, as florestas da Lorena.
Que é então a alma céltica? É a consciência profunda da Gália. Recalcada pelo gênio
latino, oprimida pela brutalidade dos francos, desconhecida, olvidada por seus próprios filhos,
a alma céltica sobrevive através dos séculos.
Extraído do livro "Joana D'Arc"
de Léon Denis
Editora: FEB
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