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FAMÍLIA

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Lutas em Família

O espírita não deve esquecer-se que a sua responsabilidade primeira é para com a própria família consangüínea.
É no recinto doméstico que ele é chamado às maiores renúncias.
O grupo familiar é, sem dúvida, o seu campo de lutas, onde ele necessita vivenciar, com prioridade, a mensagem que prega.
Disse Jesus: "Não penseis que eu vim trazer a paz sobre a Terra; eu não vim trazer a paz, mas a espada; porque eu vim separar o homem de seu pai, a filha de sua mãe e a nora de sua sogra; e o homem terá por inimigos os de sua casa."
Como aconteceu ao Cristianismo, o Espiritismo veio estabelecer no mundo o conflito de idéias.
Às vezes, dentro de casa, o espírita se sentirá solitário em sua crença, sofrendo a incompreensão dos corações amados que ainda não conseguiram se libertar do preconceito religioso.
Por isto, tanto quanto lhe seja possível, evitará polemizar com a família sobre os assuntos de religião.
Entenderá que o fruto não amadurece antes da época propícia e saberá esperar com paciência, perseverando, em silêncio, nas tarefas que abraçou.
Perdoará alusões agressivas à fé que professa, sem revidar a qualquer ofensa.
Estará consciente de que nem sempre o grupo familiar é um grupo de almas afins e que quase todos reencarnam na mesma equipe doméstica no sentido de se reajustarem perante as Leis da Vida.
O Espírita não deve insistir em excesso com os familiares para que se convertam ao seu modo de pensar. Não raro, os convites insistentes, ao invés de funcionarem beneficamente, acabam gerando antipatia para com a Doutrina.
Existem mesmo pessoas que gostam de contrariar por simples prazer; é uma maneira inconsciente de cobrarem o que lhes é devido.
Para o espírita que exerce a mediunidade, vinculado a uma família não-espírita, as incompreensões costumam ser maiores, porque, além da influência dos encarnados, sofrerá ele o assédio dos desencarnados que desejam vê-lo longe da tarefa.
É o que vemos acontecer, por exemplo, com muitas senhoras que são impedidas pelos esposos de comparecerem aos Centros Espíritas.
Quando tal se dá, em favor da paz em família, convém adiar os planos ansiosamente acalentados n’alma, refletindo que em toda a parte somos chamados ao exercício da mediunidade, bem como aos testemunhos de nosso amor à Causa.
Quem sabe ceder hoje, conquistará amanhã.
Às vezes, a renúncia de alguém por alguns anos, acaba por sensibilizar os integrantes de uma família inteira, modificando-lhes em profundidade a maneira de ser e de pensar.
Aceitemos os outros como são, para que lês nos aceitem como somos.
Não nos transformemos em moralistas dentro da própria casa, querendo impor as lições do Espiritismo, pois quem age assim, demonstra que ainda não assimilou o verdadeiro espírito da Doutrina, que nos ensina a respeitar a liberdade de consciência de cada um.

Texto extraído do livro:
Seara de Luz
Carlos A. Baccelli/pelo Espírito irmão José
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Vida em Família

 

Os filhos não são cópias xerox dos pais, que apenas produzem o corpo, graças aos mecanismos do atavismo biológico.
As heranças e parecenças físicas são decorrências dos gametas; no entanto, o caráter, a inteligência e o sentimento procedem do Espírito que se corporifica pela reencarnação, sem maior dependência dos vínculos genéticos com os progenitores.
Atados por compromissos anteriores, retornam ao lar, não somente aqueles seres a quem se ama, senão aqueloutros a quem se deve ou que estão com dívidas...
Cobradores empedernidos surgem na forma fisiológica, renteando com o devedor, utilizando-se do processo superior das Leis de Deus para o reajuste de contas, no qual, não poucas vezes se complicam as situações, por indisposições dos consortes...
Adversários reaparecem como membros da família para receber amor, no entanto, na batalha das afinidades padecem campanhas de perseguição inconsciente, experimentando o pesado ônus da antipatia e da animosidade.
A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura;
Nem é o grupo da bênção, nem o élan da desdita.
Antes -, é a escola de aprendizagem e redenção futura.
Irmãos que se amam, ou se detestam, pais que se digladiam no proscênio doméstico, genitores que destacam uns filhos em detrimento dos outros, ou filhos que agridem ou amparam pais, são Espíritos em processo de evolução, retornando ao palco da vida física para a encenação da peça em que fracassaram, no passado.
A vida é incessante, e a família carnal são experiências transitórias em programação que objetiva a família universal.
Abençoa, desse modo, com a paciência e o perdão, o filho ingrato e calceta.
Compreende com ternura o genitor atormentado que te não corresponde às aspirações.
Desculpa o esposo irresponsável ou a companheira leviana, perseverando ao seu lado, mesmo que o ser a quem te vinculas queira ir-se adiante.
Não o retenhas com amarras de ódio ou de ressentimento. Irá além, sim, no entanto, prossegue tu, fiel no posto e amando.
Não te creais responsável direto na provação que te abate ante o filho limitado física ou mentalmente.
Tu e ele sois comprometidos perante os códigos Divinos pelo pretérito espiritual.
O teu corpo lhe ofereceu os elementos com que se apresenta, porém foi ele, o ser espiritual, quem modelou a roupagem na qual comparece para o compromisso libertador.
Ante o filhinho deficiente não te inculpes. Ama-o mais e completa-lhe as limitações com os teus recursos, preenchendo os vazios que ele experimenta.
Suas carências são abençoados mecanismos de crescimento eterno.
Faze por ele, hoje, o que descuidaste antes.
A vida em família é oportunidade sublime que não deve ser descuidada ou malbaratada.
Com muita propriedade e irretorquível sabedoria, afirmou Jesus, ao doutor da Lei:

"Ninguém entrará no Reino dos Céus se não nascer de novo."

E a Doutrina Espírita estabelece com segurança:

"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre - tal é a Lei. Fora da caridade não há salvação."

 

Texto extraído do livro:
SOS Família
Divaldo Pereira Franco / pelo Espírito Joanna de Ângelis

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Família e Vida

  Família é o ponto de encontro,
Que a vida, em si, nos oferta,
Para a conta viva e certa
Do que se tem a fazer;
Às vezes, indica empresas
De amor, renúncia e talento,
De outras, é o pagamento
De débitos a vencer.

No lar, ressurgem afetos,
Dedicações incontidas,
Riqueza em luz de outras vidas
No tempo, a se recompor;
Mas também, dentro de casa,
É que o ódio de outras eras,
Abre feridas austeras,
Reconduzindo ao amor.

Vemos pais largando os filhos
Com desprezo e indiferença,
E os filhos em turba imensa
Combatendo os próprios pais;
Parentes contra parentes,
Lembrando aversões em brasa,
Unidos na mesma casa
Sob direitos iguais.

Se sofrimento em família
É o quadro em que te renovas,
Tolera farpas e provas,
Aceitando-as, tais quais são!...
Não fujas!... Suporta e avança!...
Sê tolerância, onde vás,
Segurança pede paz
E a paz é luz do perdão.

Texto Extraído do livro:
Alma e Vida
Francisco Cândido Xavier / pelo Espírito Maria Dolores

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